Microchips em cães: para que servem?

Eles são uma espécie de identidade. Descubra para que servem os microchips para cães.

Microchips são objetos eletrônicos minúsculos (o tamanho é de 12 mm por 2 mm, equivalente ao de um grão de arroz), implantados nos cães através de uma injeção subcutânea indolor, geralmente na parte posterior do pescoço dos animais.

Estes aparatos possuem um número exclusivo de identificação, que pode ser lido com um scanner manual. Além da identificação do proprietário, os microchips podem encaminhar os interessados para diversos bancos de dados com muitas informações sobre os cães.

O implante deve ser efetuado exclusivamente por médicos veterinários credenciados pelo clube de cinofilia local, que deve manter um cadastro permanentemente atualizado dos profissionais autorizados para realizarem o procedimento.

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Os microchips são úteis em casos de perdas e roubos dos cães. Caso eles sejam recolhidos por canis ou centros de controle de zoonoses, o proprietário pode recuperá-los com relativa facilidade. No Brasil, o uso é obrigatório apenas para animais com pedigree, destinados à reprodução ou detentores de títulos reconhecidos pelas federações cinológicas internacionais.

Os microchips não possuem baterias e é energizado apenas quando os cães recebem o sinal enviado pelo scanner. Desta forma, eles permanecem ativos a vida toda dos animais. O biovidro (uma espécie de vidro cirúrgico, o mesmo usado nos marca-passo) que reveste estes transponders têm vida útil de mais de cem anos.

Estes transponders são invioláveis e permanentes. Além dos extravios, eles servem também para evitar confusões entre as ninhadas, facilitam o trabalho dos veterinários (que podem ter acesso às informações sobre os cães através da internet).

Em vários países, o implante dos microchips é obrigatório para todos os animais domésticos, mesmo os SRD (sem raça definida). Caso os cães brasileiros viajem para o Japão ou para países membros da Comunidade Europeia, esta forma de identificação eletrônica também é imprescindível.

A palavra da lei

De acordo com a legislação brasileira atual, desde 2005, a emissão do pedigree (o registro de um animal doméstico, com as especificações da raça, pelagem, etc.) está vinculado ao cadastro no SIRA (Sistema de Identificação e Recuperação Animal), que exige a implantação dos microchips.

Mesmo dispensados legalmente deste procedimento, muitos proprietários responsáveis realizam o implante em seus animais de estimação, preocupados com a segurança dos pets. Muitos cães são “fujões” por temperamento (perseguem carros, entregadores, etc.) e os microchips são muito importantes no caso de eles se afastarem demais e ficarem desorientados.

A providência é necessária também para a posse de animais exóticos (trazidos de outros países), que, potencialmente, podem provocar danos ao equilíbrio ambiental; caso fujam de casa, eles podem predar espécimes da fauna nativa, causando sérios malefícios.

Os microchips devem estar em conformidade com a ISO 11.784 e ISO 11.785, regulamentos que padronizam o emprego de identificação por radiofrequência. ISO é a sigla em inglês de Organização Internacional para Padronização.

Vantagens e desvantagens do microchips em cães

O RGA (registro geral animal) já é obrigatório em diversas cidades do país. Além do documento (que tem apenas valor simbólico), os proprietários de cães e gatos recebem uma plaqueta de metal, que deve ser afixado nas coleiras dos pets. No entanto, o RGA, isoladamente, não é suficiente para reencontrar um animal de estimação perdido ou roubado.

Em diversas partes do mundo, criadores de cães chegaram a tatuar os animais, para determinar a sua origem e posse. O procedimento, no entanto, foi abandonado, em função de ser extremamente doloroso para os pets. Além disto, dificilmente uma pessoa estranha se aproximaria de um animal para conferir a tatuagem.

Surgiram, então, os transponders, mais práticos e invioláveis. Criadores e veterinários recomendam o implante dos microchips a partir do décimo dia de vida dos cães, mas, caso não seja necessário obter o pedigree, é possível fazer a implantação aos três meses de idade, juntamente com a segunda dose da vacina múltipla.

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A injeção subcutânea é praticamente indolor (apesar de muitos “pais” de cães e gatos se assustarem com o calibre da agulha) e não provoca nenhum efeito colateral. O material dos microchips é inerte (por isto, a preocupação com que eles estejam em conformidade com normas internacionais). Alguns animais podem apresentar reações, mas são passageiras e despertam pouca preocupação.

Entre as principais vantagens, estão: a desnecessidade de recarga (só é ativado pela leitora eletrônica) ou manutenção, a impossibilidade de perda do microchip e a longa vida útil.

O custo médio do procedimento é de R$ 120, o que pode ser um impeditivo para muitos donos de cães (a maioria dos brasileiros nem sequer aplica a vacina múltipla; em geral, os animais são imunizados apenas contra a hidrofobia).

Entre as desvantagens, as mais citadas são:

  • não existe um banco de dados unificados no Brasil;
  • apesar de as leitoras também se submeterem a padrões internacionais de produção, os donos dos cães precisam cadastrar os dados dos animais, para ampliar as possibilidades de identificação do pet extraviado;
  • nem todas as clínicas veterinárias, canis de adoção e centros de controle de zoonoses possuem o scanner de leitura (os canis comerciais são obrigados por lei a manter o equipamento);
  • a indústria farmacêutica Merck foi processada recentemente por causa dos seus produtos. O implante dos microchips seria responsáveis por induzir ao câncer (no local da injeção subcutânea) em cães e gatos;
  • os microchips, ao contrário do que muitos pensam, não têm função de GPS (sistema de posicionamento global). Por isto, não é possível localizar animais perdidos a partir desta tecnologia.

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