Parvovirose Canina – Causas, Sintomas e Tratamento

A parvovirose canina é altamente contagiosa. Conheça os detalhes da doença.

A parvovirose canina é uma infecção viral transmitida por parvovírus. O contágio pode se dar através do contato com o vômito e com as fezes de cachorros contaminados e também pelo convívio direto, pela inalação ou deglutição de secreções oculares, nasais e bucais, em forma de gotículas que se espalham no ar. A partir do terceiro dia da infecção, o parvovírus já está presente nas fezes do animal.

Como é sabido que os cachorros exploram o mundo principalmente através do olfato (o sentido mais apurado da espécie), é natural que eles travem contato com seres e objetos com a boca e o focinho. Desta maneira, as infecções são quase naturais, e sensivelmente mais comuns entre os filhotes.

Os parvovírus são extremamente resistentes e conseguem se manter durante meses nos ambientes, em roupas, brinquedos, utensílios e até mesmo em pisos e muros. Os ambientes suspeitos precisam ser desinfetados com água sanitária combinada com outra substância indicada pelo veterinário.

Apesar de a parvovirose canina não afetar os seres humanos, inadvertidamente nós podemos levar parvovírus para casa, ao pisar em dejetos na rua ou ao tocar em objetos contaminados. Os germes podem ser portados na sola dos sapatos, nas roupas e mesmo em nossa pele.

Em ambientes internos e sob temperaturas amenas, como as características da primavera e do outono, o parvovírus pode permanecer ativo durante até dois meses. Sob condições adversas, o vírus se cristaliza, enquanto espera “melhores ares” (para ele, pelo menos). Por isso, a desinfecção e higiene são as únicas maneiras de destruir estes germes, com produtos específicos.

Parvovirose Canina - Causas, Sintomas e Tratamento

Dúvidas frequentes sobre a parvovirose canina

Todos os tutores responsáveis naturalmente se preocupam com a saúde e bem-estar dos seus cachorros e, sendo assim, são muitas as dúvidas sobre as doenças, sintomas, manifestações, tratamentos e prognósticos.

A parvovirose é uma doença grave, conforme apresentamos a seguir em linhas gerais. A descrição completa da doença, com os sintomas, formas de prevenção e tratamento, é apresentada detalhadamente no correr do artigo.

Lembre-se de que a parvovirose canina é uma doença infecto-contagiosas grave, que pode causar a morte dos pets em pouquíssimo tempo (principalmente quando se trata de filhotes) se não for devidamente diagnosticada e tratada a tempo. Ao surgirem os primeiros sintomas, corra para o veterinário.

Se você conviver com outros cães em casa, recomenda-se que todos sejam avaliados. Mesmo os animais adultos saudáveis, que quase nunca manifestam sintomas, são propagadores em potencial da parvovirose. Siga as orientações do veterinário para tratar os pets e higienizar os ambientes em que eles vivem.

O que a parvovirose causa?

A parvovirose canina se apresenta em dois tipos, de acordo com o local inicial da infecção:

  • Parvovirose cardíaca: Na forma cardíaca, ela afeta o músculo do coração e o primeiro sinal é a arritmia. Com o desenvolvimento da doença, o coração e a circulação sanguínea são severamente afetados (pode inclusive ocorrer necrose do órgão). Sem auxílio veterinário de emergência, a parvovirose cardíaca é sempre fatal.
  • Parvovirose entérica: A segunda forma é a que causa vômitos e diarreias com sangue. A desidratação decorrente é extremamente debilitante e, sem socorro imediato, a doença é fatal. O prognóstico, no entanto, em caso de atendimento precoce, é favorável.

A parvovirose canina tem cura?

A parvovirose pode ser prevenida com a vacina múltipla V10 e tem cura em mais de 80% dos casos, desde que haja um diagnóstico precoce. A forma cardíaca apresenta-se de maneira mais aguda, dificultando o atendimento, mas a forma entérica pode ser tratada com sucesso, com soro e medicamentos.

Caso o socorro veterinário seja tardio, os riscos de morte aumentam, e também os riscos de sequelas, como danos permanentes ao intestino, fígado e rins. Por isso, é importante levar o pet ao médico tão logo surjam os primeiros sinais.

Qual remédio dar para cachorro com parvovirose?

Ainda não foram desenvolvidos remédios específicos para combater os parvovírus. O tratamento é adotado de acordo com os sintomas identificados pelo veterinário: antibióticos para conter infecções secundárias, antieméticos para atenuar os vômitos e antidiarreicos. Caso seja necessário, o cachorro pode receber antitérmicos e analgésicos. Os animais mais agitados muitas vezes são sedados na fase inicial da internação.

A providência principal para combater a parvovirose é a reidratação. Por isso, são ministrados soros especiais para repor os líquidos e os eletrólitos perdidos com o vômito e a diarreia. No caso de perdas consideráveis de sangue, transfusões podem ser necessárias.

ATENÇÃO: Não existem medicamentos caseiros para combater a parvovirose e o tratamento não pode ser realizado em casa. Cães com suspeita de infecção não devem ser medicados pelos tutores sem orientação médica. Os remédios podem mascarar os sintomas  ou, na melhor das hipóteses, não surtir qualquer efeito.

Quanto tempo dura a parvovirose canina?

De acordo com as condições gerais do cachorro infectado, os primeiros sintomas podem ser notados em três dias depois da exposição ao parvovírus. Sem socorro médico, a doença, qualquer que seja a forma de manifestação, pode matar em uma semana, lembrando que os animais do grupo de risco são os filhotes, idosos, imunodeprimidos e convalescentes de traumas e outras doenças graves.

Com o diagnóstico precoce de parvovirose, os cães precisam ser internados e isolados em clínicas veterinárias. O suporte de reidratação é mantido por três a cinco dia, com jejum absoluto até o desaparecimento dos vômitos e diarreias, e o período total de internação pode chegar a dez dias.

O tratamento para parvovirose canina pode ter continuação em casa, com antibióticos (caso tenham sido identificadas infecções secundárias) e alimentação especial, para repor os nutrientes perdidos e, no caso dos filhotes, estimular o desenvolvimento físico adequado. A medicação pode ser necessária por cinco a dez dias.

A doença é fatal?

A parvovirose canina é potencialmente letal entre os filhotes, especialmente na forma cardíaca, que causa arritmias e compromete severamente a circulação sanguínea. Cachorros com o sistema imunológico enfraquecido pela idade ou por outras doenças também podem contrair a infecção com consequências mais ou menos graves.

A infecção ainda no útero ou antes das seis semanas de idade pode resultar em miocardite, infecção e necrose do músculo cardíaco. A miocardite, cujos primeiros sinais são a insuficiência cardiorrespiratória progressiva, pode ocorrer com ou sem sintomas de enterite, mas não é muito frequente, uma vez que a maioria das cadelas adultas (em idade sexualmente ativa) já desenvolveram anticorpos contra os parvovírus, seja em função da vacinação, seja da imunização natural.

Entre os filhotes, uma providência simples pode ajudar a detectar a parvovirose (ou pelo menos aumentar os motivos para uma visita ao veterinário). Trata-se do teste de preenchimento capilar, que consiste em pressionar a pele do abdômen ou do esterno por dois segundos. A pele deve retomar a coloração característica em três segundos; do contrário, há problemas sérios na vascularização e na corrente sanguínea.

Os animais jovens e adultos raramente desenvolvem sintomas quando são expostos aos parvovírus. O motivo é que, com a vacinação e pequenas enfermidades virais (como resfriados), o organismo desenvolve anticorpos que neutralizam os parvovírus, sem causar danos sensíveis.

O ideal é que os filhotes recebam a primeira dose da vacina na fase final da amamentação.

O ideal é que os filhotes recebam a primeira dose da vacina na fase final da amamentação. Mesmo que os indivíduos só sejam expostos ao vírus depois de atingirem a idade juvenil, eles serão, nesse caso, vetores da parvovirose, isto é, poderão infectar outros animais, porque o agente etiológico estará ativo em sua circulação sanguínea, sendo expelido através da boca e das narinas.

Os parvovírus

Os Parvovírus estão entre os menores vírus DNA (não segmentado) já encontrados na natureza, com diâmetro inferior a 23 nanômetros (um nanômetro, no sistema internacional de unidades, equivale e um milionésimo de milímetro). A palavra “vírus” vem do latim e significa “veneno” ou “toxina”. “Parvus”, também do latim, quer dizer “pequeno”.

A presença do DNA nos vírus indica apenas que eles possuem material genético próprio, mas não conseguem replicar-se (multiplicar-se) de forma autônoma, sem invadir uma célula animal ou vegetal e utilizar o metabolismo da célula hospedeira em seu mecanismo de reprodução, até estourar a membrana celular.

Cães filhotes e jovens (seis semanas a seis meses) de todas as raças não vacinados (ou vacinados de forma incompleta) são especialmente suscetíveis a contrair e manifestar a parvovirose. Antes das seis semanas, o sistema imunológico das mães confere proteção e depois dos seis meses, a imunidade própria geralmente já está consolidada.

Alguns estudos, no entanto, sugerem maior resistência entre os animais sem raça definida (os populares vira-latas), enquanto ocorre maior incidência entre as seguintes raças: rottweiler, dálmata, dobermann, pitbull, springer spaniel inglês e pastor alemão (especialmente o branco).

As nutrizes, no entanto, podem não oferecer proteção completa aos filhotes, caso estejam submetidas a algumas condições, como estresse, endoparasitismo ou infecções intestinais agudas ou crônicas.

A parvovirose canina é provocada pelo CPV-2, que também infecta outros canídeos, como lobos e raposas. Ele foi isolado pela primeira vez por pesquisadores da Universidade de Moscou (Rússia), em 1972. Este agente etiológico é caracterizado pela replicação rápida e pelo tropismo particular nas células da medula óssea e da mucosa intestinal.

A origem exata do vírus nunca foi plenamente estabelecida, mas acredita-se que ele seja uma mutação do agente etiológico da leucopenia felina (doença pandêmica nos anos 1970), ou de outro parvovírus relacionado a animais silvestres.

Seja como for, o CPV-2 apresentou evolução genética rápida: em poucos anos, já haviam sido identificadas duas variantes (CPV-2a e CPV-2b) que substituíram completamente o vírus originalmente identificado e se espalharam pelo mundo todo. Em 2000, surgiu o CPV-2c, na Europa, que já é relativamente comum na Ásia e na América.

O parvovírus é bastante resistente a agentes como desinfetantes e detergentes comuns. Em ambientes fechados, sob temperatura ambiente, ele persiste por algumas semanas; ao ar livre, desde que protegido da luz solar direta e do dessecamento, pode persistir por vários meses.

Existe uma doença semelhante que afeta seres humanos (especialmente os bebês), causada pelo eritrovírus B19, anteriormente classificado como parvovírus, que invade as hemácias (os glóbulos vermelhos do sangue).

A eritrovirose humana causa eritema infeccioso (erupção de pintas avermelhadas, inicialmente nas faces, espalhando-se pelo tronco e membros) e dores nas articulações. A doença é benigna e desaparece em poucos dias.

Parvovirose Canina – Como se prevenir?

Considerando que a parvovirose canina é uma enfermidade potencialmente fatal, especialmente para os filhotes a partir de seis semanas do parto, a vacinação é a melhor forma de prevenção. Não existem medicamentos específicos e não há comprovação de qualquer tratamento caseiro que tenha efeito sobre a doença.

Há alguns anos, circulou pelas redes sociais a notícia falsa de que a parvovirose (e também a cinomose) poderia ser combatida com suco de quiabo. O único fundo de verdade nesta fake news é que os animais doentes precisam de muita hidratação e o suco de quiabo (ou de qualquer outra fruta ou legume) ajuda a combater o sintoma, mas é totalmente ineficaz para frear a infecção.

A vacinação, no entanto, esbarra em um problema: entre seis e oito semanas de idade, o leite materno pode ser suficiente para neutralizar e desativar a vacina: os anticorpos da mãe, transmitidos na amamentação para os filhotes, combate os vírus atenuados e compromete a imunização.

Portanto, as doses de reforço devem ser programadas para depois de encerrado o período de aleitamento.

Os cãezinhos nascem apenas com 5% das imunoglobulinas (anticorpos) necessárias para proteger o organismo. Com o colostro (leite de baixo volume formado basicamente por água, leucócitos, proteínas e carboidratos), este percentual atinge 95%. Mesmo assim, os filhotes não têm condições de combater todas as invasões bacterianas.

As imunoglobulinas, no entanto, só conseguem penetrar a parede intestinal dos filhotes até 24 horas depois do nascimento. Esta imunidade fornecida pelo colostro protege os animais durante os primeiros dois meses; depois disso, os anticorpos da mãe presentes na corrente sanguínea decaem e o organismo dos pets precisa começar a produzir anticorpos próprios.

Para combater as bactérias e fungos, é preciso complementar a amamentação com imunonutrientes a partir da segunda ou terceira semana de vida, de acordo com a raça e o porte, quando os filhotes começam a receber alimentos sólidos. O veterinário pode indicar a ração adequada para esta etapa do desenvolvimento físico.

Os sintomas da parvovirose

O período de incubação (entre a exposição ao parvovírus e a manifestação dos primeiros sinais) varia de sete a 14 dias, dependendo das características do animal (idade, peso, condições gerais de saúde, etc.).

Em análises laboratoriais, os vírus já podem ser observados a partir do terceiro dia da infecção. Constata-se a leucopenia, uma queda acentuada do número de leucócitos (células de defesa presentes no sangue, que pode estar associada à queda dos linfócitos), acompanhada ou não pela queda do número de hemácias (os glóbulos vermelhos, responsáveis pela condução do oxigênio para o interior das células).

A infecção inicial ocorre na medula óssea e nas criptas do intestino delgado (estruturas tubulares encontradas nas vilosidades do órgão, responsáveis pela produção de enzimas e hormônios necessários à absorção dos nutrientes).

A destruição do epitélio das criptas intestinais resulta em necrose do revestimento do intestino. Já o ataque aos leucócitos na medula óssea resulta na redução da capacidade de resposta do sistema imunológico, facultando o avanço da infecção original e de infecções oportunistas.

A parvovirose é uma doença de progressão rápida, potencialmente fatal. Por isso, os sinais de infecção em cães não imunizados não podem ser negligenciados. Quanto antes o tratamento for iniciado, melhor é o prognóstico.

Os principais sintomas da parvovirose canina são:

  • vômitos frequentes;
  • prostração;
  • mucosas pálidas (interior das pálpebras e gengivas esbranquiçado);
  • falta de apetite, com a consequente perda de peso;
  • diarreia com sangue (as fezes podem exalar mau cheiro notadamente forte);
  • em casos extremamente graves, vômitos com traços de sangue.

Alguns animais apresentam estado febril, especialmente nos primeiros dias após a exposição ao parvovírus. A manifestação de qualquer destes sintomas já é motivo para buscar auxílio do veterinário. As causas podem ser outras, mas são sinais de que alguma coisa não está certa.

A doença

A parvovirose se manifesta sob duas formas:

A mais comum é a enterite, uma infecção aguda do intestino, que provoca vômitos abundantes e diarreia. A doença também causa perda de apetite, cansaço, apatia e compromete o desenvolvimento dos filhotes que eventualmente sobrevivem à doença.

O esforço de evacuação pode romper alguns vasos sanguíneos do intestino e da região anal, o que explica a presença de sangue nas fezes, sinal relativamente comum entre os animais infectados. O sangue pode também ser proveniente do rompimento de vasos das paredes do intestino (notadamente o delgado) e até mesmo da obstrução ou perfuração do órgão.

A segunda forma da parvovirose causa miocardite (inflamação do músculo cardíaco). Isto determina anomalias na frequência cardíaca e na tensão arterial. O transtorno é responsável pela morte súbita de muitos filhotes infectados.

A taquicardia é o principal sintoma da forma cardíaca da parvovirose. Infelizmente, muitos filhotes apresentam alterações da frequência cardíaca e estes sinais são quase sempre ignorados pelos tutores e criadores.

Os cachorros adultos expostos ao vírus dificilmente desenvolvem a forma aguda da parvovirose, mas tornam-se vetores da doença. O motivo é que o sistema imunológico já está formado e, depois de sofrer algumas infecções assintomáticas, torna-se capaz de combater a doença.

O parvovírus invade preferencialmente as células de multiplicação rápida. Por isso, além de buscar o sistema digestório (principalmente estômago e intestino), ele igualmente prejudica a medula óssea, onde são produzidas as células sanguíneas.

Este é mais um motivo para a presença de sangue nas fezes, e também pelo elevado número de casos de anemia entre os cães com parvovirose (ou eritrovirose), determinado pela redução dos glóbulos vermelhos. A perda de glóbulos brancos, por sua vez, compromete o sistema imunológico e debilita o organismo.

A diarreia e os vômitos frequentes acarretam desidratação. Além da apatia e cansaço sem motivo, os animais afetados podem se mostrar ansiosos ou deprimidos, de acordo com o temperamento normalmente apresentado.

A maioria dos casos de parvovirose canina é diagnosticada entre filhotes com seis a 12 semanas de vida, desmamados, que ainda não receberam todas as doses da vacina. Vale lembrar que a vacina polivalente (V8 ou V10) imuniza os cachorros contra a parvovirose, mas não impede que eles portem o vírus e possam transmiti-los para outros animais.

Complicações da parvovirose

Em alguns casos, a parvovirose pode causar icterícia, leucopenia (redução dos glóbulos brancos), choque hipovolêmico (perda drástica de líquidos no organismo, que compromete a capacidade do coração de bombear o sangue necessário para todo o corpo) e sepse.

Alguns cachorros podem sofrer com o íleo paralítico. O íleo é uma das porções do intestino delgado, responsável pela absorção da maioria dos nutrientes. Em condições normais, todo o intestino apresenta movimentos peristálticos, em que o quimo (o bolo químico processado pelo estômago) é empurrado para frente, até a eliminação dos rejeitos.

No caso do íleo paralítico, os movimentos cessam ou são quase inexistentes, o quimo fica estacionado e podem surgir bolsões de ar. Os sintomas iniciais são perda de apetite, prisão de ventre e vômitos, mas a condição pode levar a uma obstrução ou perfuração intestinal. O quadro é potencialmente letal.

Diagnóstico e tratamento da parvovirose

A maneira mais eficaz de identificar a parvovirose é através de exames laboratoriais de sangue e de fezes. A partir da avaliação clínica e do histórico de saúde do cachorro enfermo, o veterinário solicitará os exames necessários.

Os exames mais comuns são os seguintes:

hemograma – os parvovírus se replicam preferencialmente em células de multiplicação rápida, como as que compõem a mucosa intestinal e as precursoras da medula óssea. A redução de células de vida curta, como os neutrófilos, é um indicativo da doença, porque estas estão entre as primeiras a serem invadidas pelos vírus;

testes rápidos – o teste de Elisa (ensaio de imunoabsorção enzimática, na sigla em inglês) apresentam especificidades elevadas para o diagnóstico, acima de 90%. Porém, a sensibilidade pode não ser ideal, em função da diluição do vírus. Em geral, é realizado com base no histórico do doente e precisa ser repetido em 24 horas caso o resultado seja negativo;

hemoaglutinação – a base do exame é a capacidade que os parvovírus apresentam de aglutinar hemácias in vitro. O técnico mistura as fezes do animal com hemácias de porcos para avaliar a incidência de aglutinação. Este exame depende da extensão da infecção;

pesquisa de vírus por microscopia eletrônica – é um método 100% eficaz, mas o equipamento não está presente em todas as clínicas veterinárias.

Como regra geral, o animal precisa ficar internado, para ser isolado de outros pets e receber os cuidados necessários, e é imediatamente submetido à reidratação. O soro é necessário para repor a água e os micronutrientes perdidos com os vômitos e a diarreia.

A parvovirose canina tem cura, mas o sucesso do tratamento depende das condições gerais do cachorro infectado e da precocidade do diagnóstico. Desta forma, animais jovens e saudáveis apresentam maiores probabilidades de sucesso do que os filhotes, idosos e doentes, especialmente quando o sistema imunológico está debilitado.

O diagnóstico precoce aumenta sensivelmente as chances de cura sem sequelas (os sobreviventes podem desenvolver insuficiência hepática ou renal, por exemplo). Por isso, o veterinário deve ser consultado o mais rápido possível, principalmente na presença de diarreia e vômitos frequentes (por mais de 12 horas).

A medicação

Ainda não existem drogas antivirais específicas para combater os parvovírus. O tratamento da doença é feito com base na observação dos sintomas, para atenuá-los e garantir o bem-estar do cachorro debilitado. A rapidez no início da terapêutica é fundamental para ampliar as chances de sucesso no combate à parvovirose.

O veterinário pode indicar antieméticos e para reduzir as náuseas e vômitos antibióticos para combater infecções intestinais secundárias. Com o organismo debilitado, é comum que os animais sejam afetados por outras bactérias, inclusive as que naturalmente estão presentes no intestino e na pele, por exemplo.

Os cães internados, em um ambiente estranho e longe da família, podem recusar a alimentação, mas existem rações especiais que aumentam a absorção dos nutrientes. Em casos extremos, o veterinário pode recorrer à nutrição parenteral (endovenosa).

A internação hospitalar é a melhor maneira para avaliar constantemente as condições gerais do doente e fornecer a medicação correta, de acordo com os sintomas apresentados e a reação aos fármacos introduzidos.

A forma cardíaca da parvovirose é a que causa o maior número de óbitos. Por isso, a vacinação é a melhor forma de evitar a doença. As cadelas em idade reprodutiva devem ser avaliadas antes da cruza e a caderneta de imunização precisa estar em dia.

O ponto principal do tratamento da parvovirose entérica é evitar a desidratação através da fluidoterapia e, no caso de ocorrência de hipoglicemia (queda do nível de glicose no sangue), o paciente também recebe dextrose.

O soro mais comumente utilizado é o ringer lactato, uma solução de cloreto de sódio, cloreto de cálcio e lactato de sódio. Com exceção do lactato, a solução é muito semelhante à composição dos líquidos extracelulares do organismo. O soro geralmente é ministrado em conjunto com cloreto de potássio.

No caso de infecções secundárias, o cachorro deve receber amoxicilina e ciclosporinas de primeira geração, potentes para o combate às bactérias gram-positivas. Estes medicamentos auxiliam igualmente na elevação do número de leucócitos.

Os vômitos permanecerão enquanto as funções do intestino não estiverem regularizadas. Para amenizar este sintoma, são ministrados antieméticos, como a metoclopramida. De acordo com o quadro geral, o veterinário pode incluir cloridrato de ranitidina, para inibir a produção do suco gástrico.

Os pacientes devem permanecer em jejum absoluto até que permaneçam por 24 horas sem vômitos nem fezes com sangue. Caso ocorra um choque hipovolêmico ou perda acentuada de proteínas, é necessário que o animal receba transfusões de sangue.

O tratamento com fluidoterapia, antieméticos e antibióticos, com o cão infectado mantido internado, geralmente é mantido por três a cinco dias, quando se dá o início gradual à retomada da dieta. A internação se prolonga por até dez dias.

O prognóstico

A forma cardíaca da parvovirose raramente causa sintomas sensíveis. Os criadores dificilmente identificam o problema antes que ele cause prejuízos graves e definitivos ao organismo. Atualmente, a forma cardíaca da doença é a principal responsável pelos óbitos, que podem estar subestimados, uma vez que a frequência cardíaca dos filhotes é naturalmente irregular.

Com relação à forma entérica, com o diagnóstico precoce, os índices de êxito no tratamento são bastante elevados: acima de 80% na França e Alemanha (não existem estudos semelhantes no Brasil).

Até a década de 1980, no entanto, a parvovirose provocou muitas mortes, por falta de socorro rápido e também porque ainda não estava estabelecido um protocolo médico eficaz para o atendimento (a doença havia sido descrita poucos anos antes).

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