O que fazer quando o cachorro não quer comer?

Saúde e bem-estar dependem da nutrição. Veja o que fazer quando o cachorro não quer comer.

O consumo regular de nutrientes – duas ou três vezes por dia – é fundamental para a manutenção da saúde e a garantia do bem-estar dos cachorros. A recusa em se alimentar é preocupante: todo tutor precisa investigar seriamente quando o cachorro não quer comer.

A falta de apetite é um sintoma comum a uma série de doenças e tende a ser cumulativa: quando o cachorro não quer comer, ele acaba tendo os transtornos de saúde agravados. Se ele já está doente, a tendência é o agravamento do quadro.

A recusa pode estar relacionada a questões mais simples. Por exemplo, um cachorro pode ficar indisposto e sem apetite nos dias muito quentes. Ele também pode ter simplesmente enjoado da ração: não é uma situação frequente, mas pode acontecer, principalmente quando o alimento oferecido não supre as necessidades nutricionais.

O que fazer quando o cachorro não quer comer?

Ele também pode decidir passar longe da tigela de ração depois de uma série mais intensa de exercícios, ou mesmo de uma caminhada que exigiu maior esforço físico. Tudo isso considerando as especificidades do peludo: raça, porte, idade, etc.

Seja como for, os tutores são os mais indicados para perceber quando alguma coisa está realmente errada. Praticamente todos os cães são vorazes, mas há aqueles mais delicados, que “não costumam ir com tanta sede ao pote”.

A recusa pode indicar uma série de transtornos. O cachorro pode apenas ter machucado a boca e, por isso, não quer comer, situação que pode ser contornada com facilidade, como oferecer um petisco para incentivar o peludo.

Os quadros mais graves se apresentam com uma série de sintomas. É preciso procurar o veterinário com urgência se, além de não querer comer, o cachorro:

  • está apático, apresentando desinteresse mesmo pelas atividades que mais o agradam;
  • apresenta sinais evidentes de dor, incômodo ou desconforto, lembrando que a maioria dos caninos costuma ser muito resistente à dor;
  • quando está sonolento e até mesmo escondendo-se para não interagir (nem comer);
  • quando sinais preocupantes, que vão da desorientação, desmaios e vertigens à ocorrência de diarreias e vômitos, se apresentam concomitantemente.

Algumas soluções

Quando o cachorro se recusa a comer de forma brusca, de um dia para o outro, é muito provável que ele tenha enjoado da ração oferecida. Outra possibilidade é que alguém da família esteja abusando na oferta de guloseimas, que interferem diretamente no apetite dos peludos.

Os tutores também precisam ficar atentos quando há necessidade de troca de ração. Há diversos produtos, disponíveis no mercado, específicos para a raça, sexo, idade, problemas de saúde, etc.

A troca inclusive pode ser recomendada pelo veterinário, seja para suprir uma necessidade específica (carência de cálcio ou ferro, por exemplo), seja em função do avanço da idade (os idosos devem receber menos fósforo) ou do nível de atividade física.

De qualquer maneira, o jeito certo de trocar a ração é oferecer o novo alimento misturado com o antigo. A cada dia, o tutor deve aumentar a quantidade da ração nova em 10%, até a substituição total.

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Do contrário, além de o cachorro poder estranhar o cheiro e o sabor – e parar de comer porque não está identificando o novo alimento –, ele também pode sofrer com problemas gastrointestinais, como diarreias e enjoos.

O cachorro pode também não gostar do novo alimento e resolver dispensá-lo – eles também têm preferências pessoais. Os tutores devem igualmente verificar o teor energético: algumas rações são mais calóricas e, por isso, a quantidade precisa ser reduzida.

A economia é sempre importante, seja como for. Por isso, os tutores podem comprar grandes pacotes e dividir a ração em potes menores, hermeticamente fechados, logo depois da abertura da embalagem. A ração precisa ficar estocada em locais secos, ventilados e com pouca exposição à luz solar.

O armazenamento da ração

Quando não ocorre nenhum outro sinal físico ou comportamental, o motivo da recusa pode ser muito simples: a forma de armazenamento da ração. É comum, por exemplo, a decisão pela compra de embalagens maiores e mais econômicas.

A abertura e fechamento constantes das embalagens, no entanto, altera as características da ração escolhida. O alimento perde a crocância e principalmente o aroma, aspecto fundamental para despertar o apetite canino.

O armazenamento inadequado também pode facilitar a instalação de fungos e bactérias. A ração fica rançosa e, mesmo que os micro-organismos não afetem a saúde do cachorro, eles podem alterar as características.

O que fazer quando o cachorro não quer comer?

Às vezes, o armazenamento errado é feito na pet shop. Algumas lojas adquirem grandes embalagens (ou mesmo ração a granel) e fazem a partição no depósito. Muitos revendedores são bastante responsáveis, mas há também aqueles que se “esquecem” os sacos abertos, mal ventilados, em ambientes escuros ou úmidos, expostos a roedores, etc.

As rações “genéricas” são sempre mais baratas e podem substituir os produtos mais caros, mas é preciso atentar para a forma como o alimento é reembalado. Se o revendedor não for confiável (ou for desconhecido), é melhor “não trocar o certo pelo duvidoso”.

Adoção de outros pets

A chegada de um novo membro à família traz muita alegria e uma boa dose de diversão. Os cachorros mais velhos, no entanto, podem não gostar muito de dividir a casa com outros animais. Eles podem ficar inclusive estressados com a presença de filhotes, sempre curiosos e agitados.

Uma das reações mais comuns é a alteração nos hábitos alimentares. Os cachorros podem demonstrar ainda mais voracidade, engolindo tudo que for oferecido quase imediatamente, mas também podem deixar de comer.

Os cachorros podem parar de comer porque estão sentindo ciúmes, não apenas de outros pets, mas também de bebês, pessoas estranhas hospedadas em casa e até um parente conhecido que esteja recebendo mais atenção do que o habitual.

As mudanças familiares são comuns e, em alguns casos, até mesmo rotineiras, mas devem ser feitas com cuidado. Quando um bebê chega em casa, ele deve ser apresentado com cuidado. O cachorro precisa cheirá-lo e até dar umas lambidas, para “aceitar” o novo irmão.

Os cachorros são guardiães e cuidadores. Por isso, quase sempre, eles recebem os recém-nascidos de maneira positiva. Mas os peludos não devem ser deixados de lado: mesmo com todo o trabalho gerado por um bebê, os tutores precisam reservar tempo para brincar com o cachorro.

Apetite seletivo

Os cachorros são cheios de truques. Extremamente inteligentes, eles sempre conseguem traçar “planos infalíveis” para obter o que querem. Isto é particularmente verdadeiro entre os tutores de primeira viagem e aqueles que não conseguem resistir aos pedidos insistentes dos peludos.

Realmente, não é fácil resistir aos olhares súplices dos cachorros. Quando nós estamos fazendo um lanche, por exemplo, a fisionomia dos nossos melhores amigos ganha um aspecto de extrema carência, como se eles não comessem há vários dias.

É aí que mora o perigo. Os cachorros muitas vezes conseguem obter petiscos fora de hora. Isto prejudica o apetite – e eles não vão querer comer na hora das refeições. O problema maior é que quase sempre esses petiscos são contraindicados para os cães.

É o caso das refeições humanas – incluindo aí os salgadinhos, doces, etc. Os temperos e condimentos que usamos no preparo da nossa alimentação são prejudiciais para os cachorros: sal, açúcar, pimenta, alho, cebola, entre outros, não devem ser oferecidos.

No caso dos cachorros muito pidões, é possível estabelecer uma estratégia: fornecer petiscos saudáveis, especialmente nos momentos em que estamos saboreando alguma besteira e eles estão por perto.

A maioria dos cachorros gosta de receber frutas e legumes. Os tutores precisam descobrir as preferências: frango desfiado (cozido sem óleo nem sal), pedaços de maçã, pera (sem sementes), banana, cenoura e até picolés (basta congelar frutas em formas de gelo, inclusive com água de coco). Os ossinhos e bifinhos específicos para os peludos também são bem-vindos.

É importante considerar que essas guloseimas também interferem na nutrição dos cães. Especialmente entre as raças de pequeno porte, um lanchinho extra – meia banana para um chihuahua, por exemplo- pode encher a barriga e prejudicar o apetite.

O que não pode ocorrer é cair em tentação e oferecer “só um pedacinho” do sanduíche, do bife que está servido, dos doces, etc.  Além de atrapalhar a dieta, favorecendo o sobrepeso e a obesidade, essas iguarias podem prejudicar a saúde no médio prazo.

Além disso, se um cachorro consegue receber tudo o que quer, especialmente quando partilha refeições com os tutores, ele não tem motivos para comer a ração, inclusive porque quase nunca há interação entre humanos e peludos nos momentos das refeições “certas”.

Problemas à vista

A perda de apetite e a recusa em comer pode estar associada a outros sinais e sintomas. Por exemplo, é o caso do tutor que visita o veterinário e relata a queixa: “Meu cachorro não quer comer e está com diarreia”.

A partir desses dados (e de outros coletados na avaliação clínica), o profissional pode investigar os motivos. A diarreia pode estar associada a inflamações ou irritações no intestino, à presença de parasitas internos, como tênias, etc. Os problemas podem ser ainda mais graves, como um oclusão ou um tumor intestinal, principalmente quando os sintomas são prolongados.

Quando o cachorro não quer comer e está triste e apático, ele pode estar sentindo falta de alguém querido (humano ou não), mas também pode estar “dizendo” que está entediado por passar muito tempo sozinho durante o dia, enquanto os tutores executam as suas tarefas cotidianas.

Nesses casos, é importante enriquecer o dia a dia dos peludos. Eles precisam ter algumas atividades enquanto esperam a volta da família para casa: brinquedos, uma janela para observar o movimento, uma peça de roupa do tutor, a companhia de outro pet, etc.

Se o cachorro não quer comer e está vomitando, provavelmente ele engoliu alguma coisa que não deveria ter sido oferecida a ele. Pode ser um alimento humano, uma planta tóxica, um brinquedo, etc. O vômito também pode indicar a ocorrência de problemas renais, hepáticos, etc.

Quando um cachorro não quer comer, os tutores precisam verificar inicialmente se eles não enjoaram do alimento do dia a dia. Basta oferecer qualquer outra coisa: se eles comerem, provavelmente é preciso trocar a marca da ração.

Se a recusa e a falta de apetite estiverem relacionadas a outros sinais, porém, é importante consultar o veterinário. Alguns casos, como intoxicações (por plantas tóxicas, produtos de higiene e limpeza, chocolate, etc.), são emergências médicas.

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