03 dicas para o primeiro passeio do cachorro filhote

O filhote chegou e o tutor não vê a hora do primeiro passeio. Veja o que esperar deste momento.

Um dos maiores prazeres da convivência com cachorros são as caminhadas diárias. Os passeios fortalecem os laços, são divertidos, permitem o exercício físico e a socialização dos pets. Mas é preciso tomar alguns cuidados no primeiro passeio do cachorro filhote.

Na verdade, se o tutor não for hábil o suficiente, os passeios podem se tornar verdadeiros desastres: cães que arrastam os tutores pelas guias, latem em excesso, tentam investir contra os transeuntes, demonstram ansiedade ou medo excessivo. Esta última é a condição mais comum entre os filhotes.

Primeiro passeio com filhotes

Por que passear com cachorro filhote?

Pessoas que moram em apartamentos e têm cachorros pequenos acham desnecessário passear com eles, porque “eles não sujam a casa e ficam tranquilos o dia todo”. Quem mora em uma casa com quintal e jardim amplos tende a pensar que o espaço é suficiente, não havendo necessidade de levar o cachorro para a rua.

No entanto, os passeios atendem a uma série de necessidades dos peludos filhotes, adultos ou idosos. Em primeiro lugar, trata-se de um exercício físico completo, que favorece o desenvolvimento físico, tonifica os músculos e fortalece a capacidade pulmonar e cardiovascular.

Os benefícios não param aí. Os cachorros são animais gregários – na natureza, eles vivem em bandos mais ou menos numerosos. Os passeios servem para que os pets encontrem outros seres – humanos e caninos – e proporciona uma maior socialização.

Os cachorros também se aproximam dos tutores, a ponto de o passeio diário se tornar o momento mais importante do dia. O estreitamento dos elos beneficia a saúde integral dos tutores e dos pets.

Os nossos peludos também são uma excelente justificativa para largarmos o tão prejudicial sedentarismo. Com eles, nós também nos exercitamos, mantemos a boa forma física, perdemos peso e distraímos a mente, enquanto nos preocupamos em escolher os caminhos e superar os obstáculos.

01. As primeiras providências

O primeiro passo, antes de começar os passeios, é a imunização. Quem adquire um filhote em um canil geralmente o leva para casa com as primeiras doses já aplicadas. Na maioria dos casos, é aplicada a vacina múltipla (V8, V10 ou V12), mas o tutor precisa ficar atento, para os reforços e a aplicação da imunização contra a raiva.

Quando se adota um filhote de cachorro em um abrigo nascido na casa de parentes ou amigos, quase sempre é necessário aplicar todas as vacinas. É importante também fazer a vermifugação, porque os pets fatalmente entrarão em contato com fezes de outros cães, que podem estar infestadas por parasitas.

Aconselha-se a aguardar 15 dias depois da aplicação para permitir que os cães caminhem pelas ruas e socializem com outros pets. Isto, no entanto, não impede que os tutores passeiem com os filhotes de carro, respeitando as regras de trânsito, ou mesmo que deem um passeio pela vizinhança com o pet no colo.

Enquanto os tutores esperam o momento do primeiro passeio, é importante ensinar os comandos básicos para os filhotes. Em casa, o cãozinho deve aprender o significado de palavras simples, como “não”, “fica”, “senta”, “junto”, etc. Estas ordens serão bastante úteis durante as caminhadas.

Os filhotes também precisam se acostumar com a coleira. É necessário adquirir um conjunto (guia e coleira) condizente com o porte do animal, que não aperte, não atrapalhe os movimentos e seja à prova de fugas.

O modelo ideal é o do tipo peitoral, que prende o tórax do cachorro, passando pelos membros dianteiros. Não se deve usar enforcadores (presos ao pescoço do animal), a menos em casos de alguns adestramentos específicos, sempre por pessoas que entendem de treinamento canino.

A coleira pode ser colocada em casa, especialmente nos “momentos de bagunça”. O filhote de cachorro precisa associar a coleira a momentos prazerosos e divertidos. Desta forma, ele não se sentirá tolhido quando chegar o momento do primeiro passeio.

Na hora de vestir o acessório, ofereça algum petisco – mais uma vez, os cachorros aprendem por associação de ideias. Nas primeiras tentativas, é natural que o filhote tente se livrar do incômodo, mas a maioria se acostuma rapidamente.

Repita o exercício de três a cinco vezes por dia, deixando a coleira por um período cada vez mais dilatado (no final do treinamento, 15 minutos serão mais que suficientes). Guarde o acessório em um local que permita ao filhote visualizá-lo.

Vestir a coleira deve ser encarado pelo filhote como uma providência necessária para passear e divertir-se na rua. Ele precisa ser condicionado a usar o acessório e a obedecer aos comandos do tutor antes de se aventurar pelo bairro.

Assim, mais tarde (quando começarem os passeios diários), ele terá estabelecido uma relação entre a coleira e as caminhadas e ficará ansioso por vesti-la. Para os pets, o passeio não é apenas um exercício, mas uma oportunidade de desfrutar da companhia do tutor.

Não se preocupe em adquirir modelos sofisticados e caros, mesmo que você tenha um orçamento disponível para isso. O filhote irá crescer e perderá a coleira em poucos meses -e alguns poderão destruí-la durante o treinamento. Se você quiser um acessório “de grife”, espere até o cachorro se tornar adulto.

Antes disso, porém, a partir dos dois meses de vida, é muito importante que os pets tenham algum tipo de contato com a rua, que pode ser feito através do muro, da janela de casa ou do carro, etc.

Os filhotes precisam conhecer o movimento de pessoas estranhas e de outros cachorros, além de familiarizar-se com os ruídos das ruas – gritos, buzinas, cantadas de pneus podem ser apavorantes para quem os ouve de perto pela primeira vez.

02. Treinando em casa

Com o filhote acostumado a vestir a coleira e também ao movimento e barulho das ruas, comece a sofisticar o comportamento, aproximando-o do esperado durante os passeios. Distraia o cãozinho com um petisco e prenda a guia, deixando uma margem de um metro entre a sua mão e o pet.

Comece a andar pela casa ou quintal com o filhote preso à guia. Estimule-o a observar os movimentos que você faz com a mão e com os comandos que você verbaliza. Rapidamente, ele aprenderá a ficar parado ou acompanhar o seu ritmo durante a caminhada.

Ande com o cãozinho apenas quando a guia estiver frouxa – isto é, balançando entre a sua mão e o pet. Se o filhote tentar puxar, pare imediatamente e retome a marcha apenas quando ele mantiver a distância segura e o passo adequado. Nunca puxe nem arraste o cachorro, ou ele acabará associando o desconforto à coleira.

É necessária uma boa dose de paciência, porque os filhotes são afoitos e ansiosos – e principalmente porque eles não estão identificando nenhuma vantagem no exercício. Todos os acertos devem ser premiados com petiscos, agrados e palavras de estímulo.

Por “acertos”, entendemos o andar ao lado do tutor, parar nos momentos certos, não puxar a guia, acompanhar o ritmo do caminhar do tutor. Tudo isso deve ser preferencialmente assimilado pelo filhote antes do primeiro passeio.

Crie alguns percursos domésticos, simulando as experiências que provavelmente surgirão nas ruas. Caminhe da sala para a cozinha, de volta para o quarto, etc. Faça o filhote subir degraus, “escalar” obstáculos mais altos (como uma cadeira), ande ao redor da mesa para melhorar a coordenação motora, etc.

Espalhe os objetos preferidos do filhote pelo chão do percurso doméstico: ele terá de encontrar brinquedos e petiscos. Isto serve para familiarizar o cachorro aos passeios – a curiosidade natural o fará parar várias vezes na rua, procurando “alguma coisa útil”.

Não é preciso dizer nada durante o treino. Se o pet retesar a coleira, simplesmente pare e espere que ele faça o mesmo antes de continuar. O filhote precisa entender que, quando ele estica a guia, não consegue o que deseja.

Faça sessões curtas diariamente, de cinco a quinze minutos, de acordo com o porte do filhote. Não o deixe se sentir cansado e ofegante, para não associar o desconforto ao passeio. Em duas semanas de treino, o cachorro estará apto aos passeios, sem puxar a guia nem tentar mordê-la.

03. Nas ruas

Com o treinamento completo, a familiarização dos movimentos e as vacinas e vermífugos em dia, chega finalmente a hora do tão esperado passeio. Lembre-se de que a ansiedade é apenas sua: o cachorro nunca passeou, não sabe o que esperar da caminhada.

Coloque a coleira, prenda a guia e dirija-se para a rua. Se você mora em apartamento, recomenda-se levar o cachorro no colo até a entrada. Em qualquer novidade, os pets ficam ansiosos e podem não conseguir segurar o xixi e o cocô.

Na rua, o cachorro descobrirá um mundo novo. São formas, ruídos, odores e texturas com as quais ele nunca sonhou. Há pessoas estranhas, outros cachorros cruzando o caminho, automóveis e motos fazendo muito barulho.

A duração do passeio depende da idade e do porte do cachorro. A partir dos quatro meses de vida, os animais saudáveis podem caminhar por 30 ou 40 minutos diariamente. Existem cães mais pacatos, como o buldogue inglês e o pug; por outro lado, um husky siberiano ou um bloodhound pode passar o dia inteiro passeando.

Em geral, os cães de trabalho (caça, tração, pastoreio, etc.) são mais beneficiados com longos passeios, inclusive com alguns treinamentos físicos intensos. Os cães de guarda e especialmente os braquicefálicos (de focinho amassado) apreciam passeios curtos, em locais planos, sem grandes surpresas.

O filhote poderá ficar assustado. Se este for o caso, conduza-o por um trajeto mais tranquilo, menos movimentado. Observe o movimento perto da sua casa e, nas primeiras experiências, escolha os horários com menos pessoas e carros nas ruas.

Permita que ele explore os novos ambientes: o cachorro certamente parará para cheirar todos os postes e troncos de árvores que encontrar pelo caminho. Além disso, tentará fazer novas amizades com praticamente tudo e todos que encontrar no trajeto.

Solte a guia apenas em lugares fechados, como praças e parques, em que seja seguro deixar o filhote solto, tanto para ele quanto para os transeuntes. Filhotes de grande porte conseguem facilmente derrubar uma criança ou uma pessoa com dificuldade de locomoção.

Não se esqueça de levar água e alguns petiscos premiados, caso surjam oportunidades para iniciar ou reforçar um novo comando. Se o Sol estiver forte, conduza o filhote pelas sombras (se necessário, use botinhas para que o chão quente não prejudique as patas). Prepare-se para novas emoções!

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