29 raças caninas em risco de extinção 

Quase três dezenas de raças caninas estão em risco de extinção, de acordo com a FCI.

De acordo com a Federação Cinológica Internacional (FCI), entidade mundial que congrega as associações e clubes de cinofilia do mundo inteiro, 29 raças caninas encontram-se atualmente em risco de extinção. 

A organização mantém o padrão oficial de 344 raças de cães (além de outras nove que não são reconhecidas, mas mantidas no Grupo 11 da FCI; entre elas, algumas bastante populares, como o pitbull e o buldogue americano). 

Os critérios adotados 

A FCI não mantém recenseamentos sobre os cães que habitam o planeta. considera-se que uma raça canina está em risco de extinção quando menos de 300 indivíduos são registrados nas associações oficiais vinculadas ao organismo internacional: o Brasil é representado pela CBKC – Confederação Brasileira de Cinofilia. 

raças caninas em risco de extinção

Para mensurar o total de cães de determinada raça, são considerados apenas os indivíduos puros, sem mescla na linhagem, a menos que se trate de cruzamentos seletivos, com vistas ao desenvolvimento de uma nova raça. 

Todos os mestiços – cães resultantes de acasalamentos espontâneos entre animais de raças diferentes e, em alguns casos, apenas de pelagens diferentes (na cor, textura, comprimento dos fios, etc.) – são classificados “sem raça definida” (SRD), não recebem pedigree nem são considerados nas estatísticas oficiais. 

Veja também: As maiores raças caninas do mundo

As raças caninas ameaçadas 

São diversos os motivos que levam uma raça canina à extinção. Alguns cães nativos do sudeste da Ásia, por exemplo, têm populações reduzidas porque são abatidos para alimentação humana. Outros são considerados violentos demais e já foram banidos de alguns países, ou esterilizados por força de lei. 

O poi havaiano é um exemplo de cachorro dizimado pelas caçadas descontroladas. Era um cão troncudo, de focinho curto semelhante ao de um porco. Ele vivia no Havaí e em outras ilhas do Pacífico, mas foi exterminado pelas caçadas das populações locais, a que se somaram os abates por parte de exploradores europeus, a partir do final do século 18 

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Poi Havaiano – Raça extinta.

Algumas raças saem de moda, enquanto outras perdem a utilidade. Durante a maior parte da parceria entre cachorros e humanos, os peludos foram selecionados para a caça, defesa, combate, guerra, predação de pragas, etc. 

Algumas raças deixaram de ser úteis quando os combates se tornaram mecanizados (e atualmente estão cada vez mais automatizados). Em uma guerra com mísseis e artefatos controlados a distância, não faz mais sentido manter animais como o molossus (o cão de guerra provavelmente criado no Oriente Médio e que também acompanhou os antigos exércitos gregos e romanos). 

O antigo buldogue inglês foi extinto no século 19, quando foi suplantado pelo buldogue inglês contemporâneo nas rinhas britânicas. A raça foi muito popular nos séculos 17 e 18, mas a tenacidade do “english bulldog” fez dele um campeão imbatível; atualmente, no entanto, os cães da raça são mais conhecidos por serem pacatos, bonachões e preferirem sonecas a brigas. 

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O antes e depois do buldogue inglês.

Os cães de trabalho estão igualmente em baixa, mas ainda têm valor em muitos locais. Os animais de trenó (samoiedas, huskies siberianos e malamutes do Alasca) se tornaram bons acompanhantes de humanos em todas as latitudes, mas algumas raças nórdicas desapareceram por completo. 

Raças de cães que era moda, agora não é mais 

A moda também pode determinar o futuro das raças caninas. Alguns cães se tornaram “indispensáveis” temporariamente, como o rough collie (com o seriado “Lassie”, a partir de 1954) e o cocker spaniel americano (depois da estreia de “A Dama e o Vagabundo”, em 1955). Pouco depois, voltaram ao anonimato, mas continuam populares até hoje. 

O pequinês, desenvolvido há séculos na China, foi a raça canina mais adotada nos anos 1970 e 1980 em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil: era praticamente impossível encontrar alguém que não conhecesse pelo menos um cãozinho da raça. 

Mas o pequinês tem um “gênio difícil”. Ele é extremamente ciumento e pode se tornar possessivo, inclusive agredindo quem ousa se aproximar dos tutores amados. Além disso, há 50 anos, os cruzamentos não eram selecionados e grande parte da raça acabou se mesclando, produzindo milhares de descendentes SRD. Uma das cores mais comuns do pequinês é o jaspe, que provavelmente ofereceu a sua contribuição para os atuais vira-latas caramelo que circulam nas ruas e praças brasileiras. 

De qualquer forma, o pequinês continua presente em pelo menos uma linhagem. O shih tzu, resultante de cruzamentos entre cães da raça e lhasa apsos. Mesmo assim, a moda pode ser perigosa para os peludos. Um cachorro que faz sucesso em um filme ou telenovela pode ser ignorado alguns meses depois. 

Raças de cachorros com riscos de doenças 

Todas as raças caninas apresentam ancestrais comuns relativamente recentes. Quanto mais contemporâneos, mais genes eles compartilham entre si. Isto provoca uma série de doenças genéticas mais ou menos graves. 

É muito comum encontrar um pastor alemão com displasia de quadril, um chihuahua com displasia de cotovelo, um cocker spaniel com otite ou um buldogue inglês com distúrbios cardíacos. Com a miscigenação natural, os riscos de anomalias genéticas são reduzidos, mas, nos cruzamentos seletivos, eles se tornam frequentes, inclusive por causa de alguns criadores inescrupulosos, que não eliminam os portadores de doenças dos cruzamentos no plantel. 

Uma característica específica parece ter seduzido os humanos ao longo dos últimos séculos. Com o desenvolvimento das cidades, mais e mais cães passaram a ser adotados principalmente para a companhia. No máximo, eles combatiam algumas pragas de jardins e hortas. 

Em algum momento, os amantes de cães consideraram que os animais de focinho curto e achatado tinham aparência menos agressiva do que os seus primos de narizes pontudos. Em diversas partes do mundo, surgiram raças braquicefálicas (de cara amassada), sempre fazendo sucesso. 

Todas estas raças caninas apresentam distúrbios cardíacos, respiratórios e vasculares. Vale lembrar que o focinho original era alongado, semelhante ao dos lobos (e dos atuais pastores alemães, pinschers e chihuahuas). 

A respiração fica dificultada com o focinho encurtado. O resultado são insuficiências que podem causar a morte ou prejudicar a qualidade de vida, inclusive determinando a redução da longevidade. Os cães braquicefálicos são os seguintes: 

  • boston terrier
  • boxer; 
  • buldogue francês
  • buldogue inglês; 
  • cavalier king charles spaniel; 
  • dogue de Bordéus; 
  • lhasa apso; 
  • maltês; 
  • pequinês; 
  • pug
  • shih tzu. 

Alguns especialistas chegam a sugerir a extinção destas raças, a partir da castração dos atuais animais. O caso mais emblemático é o do pug, que apresenta deficiência respiratória desde filhote, está muito mais sujeito a infecções respiratórias e não tem o mesmo desempenho em atividades caninas comuns, como correr, perseguir presas ou mesmo caminhar longas distâncias. 

Mas a recomendação também pode ser válida para os buldogues ingleses, que também sofrem com insuficiência respiratória; além disso, as fêmeas enfrentam sérias dificuldades no trabalho de parto, porque estes cães são “cabeçudos” (apresentam cabeça grande em proporção ao tronco). 

Por fim, a beleza do dogue de Bordéus parece não ser suficiente para a manutenção da raça, que apresenta a menor expectativa média de vida entre os cães: de sete a dez anos – e mais da metade pode ser considerada idosa aos quatro anos de idade. Os cães da raça sempre apresentam distúrbios cardíacos e o desenvolvimento físico acelerado é o grande responsável por problemas osteomusculares. 

Os cães ameaçados de extinção

As raças caninas apresentadas a seguir estão enquadradas nos fatores de risco: baixo número de exemplares, populações isoladas geograficamente e, em alguns casos, pequeno número de criadores filiados à FCI. 

01. Boerboel

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Boerboel

Descendente dos antigos mastins asiáticos, o boerboel foi desenvolvido na África do Sul e empregado nos chamados esportes sangrentos, especialmente contra touros e cavalos. No último levantamento feito no continente africano, em 1983, havia apenas 42 exemplares. A raça já foi popular nos países nórdicos, mas não houve nenhum registro na Dinamarca desde 2010. 

02. Cane corso

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Cane Corso

É mais um cão de rinha, provavelmente descende direto do molossus romano. Ele também foi empregado na guarda de fazendas, contra animais selvagens e invasões. Com o avanço das cidades, a raça foi se tornando mais e mais incomum. Na década de 1970, foi praticamente extinto, o que não ocorreu em função de alguns criadores italianos, mas o moderno cane corso ainda corre riscos, inclusive porque é considerado agressivo em relação a humanos. 

03. Cão chinês de Foo

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Cão chinês de Foo

A raça foi desenvolvida na China, onde é conhecida como “shi”, que significa “leão”. Eram guardiães dos templos budistas (Foo significa Buda, em chinês). Os leões guardiães eram considerados excelentes defensores contra maus espíritos (era comum oferecer estes animais em sacrifício aos deuses). Atualmente, restam poucos exemplares no norte do país e não há notícias sobre procedimentos para revitalização da raça. 

04. Cão tailandês de crista dorsal

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Cão tailandês de crista dorsal

É uma raça tailandesa (também conhecida como tai ridgeback). A principal característica é uma faixa de pelos nas costas, implantada em sentido contrário. É um cão de grande porte, geralmente empregado como boiadeiro, mas que permaneceu durante muito tempo isolado e não pôde se beneficiar com cruzamentos seletivos. O temperamento independente e teimoso também reduz o número de fãs da raça. 

05. Cão-lobo do Alasca

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Cão-lobo do Alasca

Esta é mais uma designação genérica do que uma raça. Estes cães-lobos surgiram a partir de cruzamentos entre samoiedas, esquimós canadenses e lobos. Foram empregados para tração, especialmente durante a Corrida do Ouro, quando um grande número de aventureiros tentou explorar a região. Restam menos de 300 animais da raça no Alasca. 

06. Chinook

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Chinook

A raça foi desenvolvida em New Hampshire (nordeste dos EUA), para transporte e cargas, por um explorador local, no início do século 20. O chinook (o nome é referência a um vento que corta a América do Norte) sempre esteve na dependência de poucos criadores e a raça só foi reconhecida em 1991. Atualmente, nascem apenas 100 filhotes da raça a cada ano. O United Kennel Club (EUA) registra uma população de 800 indivíduos, mas a FCI não reconhece algumas linhagens e, por isso, mantém o registro oficial de cerca de apenas 250 cães. 

07. Chow-chow

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Chow-chow

Ele é bonito e elegante, mas muitos o consideram teimoso e difícil de adestrar. O chow-chow é nativo da China, onde a raça não vem encontrando muitos adeptos nas últimas décadas. Para complicar a situação, a carne destes cães é muito apreciada, especialmente na Mongólia. Algumas linhagens de chow-chow são mantidas em mosteiros confucionistas e taoístas. No Ocidente, a raça se tornou relativamente popular, mas continua com poucos registros oficiais. 

08. Corgi galês cardigan

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Corgi galês cardigan

O risco foi indicado pelo The Kennel Club (associação cinológica britânica), que tem registrado cada vez menos cães da raça preferida da rainha Elizabeth 2ª, falecida em 2022 depois de um longo reinado. Nos EUA, as duas principais associações (AKC e UKC) continuam mais populares do que o pug e o basset hound, por exemplo. Mas há cada vez menos gente interessada na raça, que já foi a preferida das estrelas de cinema na Era de Ouro de Hollywood – inclusive de uma estreante Elizabeth Taylor, na década de 1950. 

09. Curly coated retriever

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Curly coated retriever

É o mais antigo e também o mais alto dos retrievers ainda existente, mas vem perdendo espaço para o retriever do Labrador e o golden retriever (este último é o cão mais popular em vários países, inclusive no Brasil). Na década de 1990, a raça ocupava a 123ª posição nos EUA, em um ranking com 137 tipos de cães. Foi fundada uma associação, nos EUA, para proteger e divulgar o curly coated retriever e os seus cachos encaracolados. 

10. Dandie dinmont terrier

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Dandie dinmont terrier

Em 2016, a raça foi considerada a mais rara do planeta, com menos de cem registros na FCI, a maioria na Inglaterra. O cãozinho, que leva o nome de um personagem de Walter Scott, é o único que tem permissão para usar o xadrez tartan oficial dos clãs escoceses em exposições oficiais, mas é cada vez menos popular. 

11. Deerhound

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Deerhound

Ele é um gigante ágil, enérgico e muito gentil. Trata-se de uma das raças caninas mais antigas, com registros e ilustrações datadas do século 16. Foi muito popular na Era Vitoriana (1837-1901), quando se espalhou pelo mundo todo, levado pelos ingleses às diversas colônias do Império Britânico, mas o número de registros vem caindo ano a ano. Como o nome indica, é um cão de caça (“deer” significa veado, em inglês). De qualquer maneira, o “cão real da Escócia” não vem encontrando espaço atualmente. 

12. Dogue canário

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Dogue canário

É um cão do tipo mastim, nativo das Ilhas Canárias, na Espanha. Dominante, determinado, desconfiado e teimoso, é mais um cão de caça que está perdendo espaço entre os cinófilos: os registros de nascimento estão em baixa desde os anos 1970. Considerada agressiva, a raça já foi banida em alguns países, como a Noruega. 

13. Fila brasileiro

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Fila brasileiro

O nome deriva de um significado em desuso do verbo filar: agarrar e não soltar, não deixar escapar. O fila brasileiro é um cão de caça, que aparece em ilustrações de mais de 200 anos perseguindo até mesmo onças-pintadas. O instinto de caçador, no entanto, pode ser o responsável pela extinção da raça: países como Trinidad-Tobago e Nova Zelândia proíbem a criação, por considerarem estes cachorros como exterminadores da fauna local. O fila é uma das poucas raças brasileiras reconhecidas internacionalmente. 

14. Formosan

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Formosan

Este cão de porte médio é o símbolo de Taiwan (Formosa, em português), ilha considerada rebelde pela China. Adaptado a terrenos irregulares (ele é um montanhês), chegou a tornar-se semisselvagem, até que o seu ambiente natural começou a ser drasticamente reduzido. O formosan enfrenta outro problema: apesar de proibida, a sua carne é considerada uma iguaria gastronômica no país de origem. A raça já foi declarada extinta oficialmente quatro vezes desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), mas alguns criadores estão tentando revitalizá-la. 

15. Jindo Gae

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Jindo Gae

Ele é um spitz e seus ancestrais foram levados por colonizadores europeus para a Coreia, a partir do século 18. Considerado um patrimônio cultural na Coreia do Sul, o jindo gae teve a exportação proibida no país, onde há diversas tentativas de preservação da raça. Na Coreia do Norte, por outro lado, estes cães são o ingrediente principal de uma sopa tradicional e já ocorreram diversos acidentes diplomáticos entre os dois países, porque moradores do norte invadem o território meridional para caçá-los. 

16. Otterhound

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Otterhound

O nome significa literalmente “sabujo de lontras”, mas a caça a estes mamíferos foi proibida, na Inglaterra, em 1978. Desde então, o interesse pela criação do otterhound vem decaindo ano a ano. Os cães da raça são excelentes em atividades aquáticas, tendo chegado a desenvolver membranas de pele entre os dedos, para facilitar o nado. A raça continua sendo criada em alguns países, inclusive o Brasil, apesar de ser pouco conhecida fora das Ilhas Britânicas. 

17. Paisley terrier

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Paisley terrier

Ele fez sucesso na Era Vitoriana, como cão de colo – a própria rainha Victoria apreciava a raça, originalmente desenvolvida para caçar ratos. Aos poucos, ele perdeu espaço principalmente para o yorkshire terrier, uma das raças mais adotadas no mundo inteiro. Oficialmente, a raça é considerada extinta pelo The Kennel Club, mas alguns criadores suíços vêm tentando revitalizar a raça. 

18. Pastor da Mantiqueira

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Pastor da Mantiqueira

Raça faz parte do Grupo 11 da FCI, dos cães ainda não reconhecidos, mas restam apenas algumas centenas de exemplares no Brasil (a CBKC mantém um padrão da raça publicado). Conhecido como policialzinho, é um cão boiadeiro, que trabalhou conduzindo gado especialmente entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O perfil da região mudou bastante nos últimos séculos e o pastor da Mantiqueira vem perdendo cada vez mais espaço. 

19. Pinscher alemão

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Pinscher alemão

É um excelente cão de guarda, muitas vezes confundido com o doberman, que é bem maior do que o parente próximo. Ele é o principal ancestral do pinscher miniatura, que mantém a popularidade em alta. Por muito pouco, o pinscher alemão não foi extinto ao final da Segunda Guerra Mundial, por ter sido considerado um símbolo nazista. Apesar da simpatia e da vocação para o trabalho de guarda, cada vez menos cães da raça vêm sendo registrados. 

20. Podengo português

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Podengo português

O Clube Português de Canicultura informou recentemente que o podengo, juntamente com o cão da serra de Aires, está em risco iminente de extinção. Na associação lusitana, os registros de filhotes da raça não ultrapassam as duas dezenas desde o início da década de 2010. É mais um cão de caça que perde espaço nos espaços cada vez mais urbanizados – ao contrário do cão da serra da Estrela, um cachorro lusitano cada vez mais popular. Mesmo assim, alguns canis brasileiros e portugueses estão trabalhando para a revitalização da raça. 

21. Pungsan

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Pungsan

É um cão de caça coreano, nativo do norte da península. É considerado um símbolo da Coreia do Norte e destacou-se na Europa, há cerca de 200 anos, em função de demonstrar alta resistência e adaptabilidade a temperaturas baixas e terrenos irregulares. Fora do país de origem, ele é considerado extinto – por ter sido um inimigo natural dos tigres siberianos e também por fazer parte do cardápio de diversos países da Mongólia às Filipinas. No primeiro encontro oficial dos dirigentes das duas Coreias, em 2018, o representante do norte ofereceu um cão de pungsans para o presidente do sul. Nos últimos anos, alguns filhotes vêm sendo registrados na Coreia do Sul. 

22. Sapsali

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Sapsali

O nome oficial é psapsaree – cachorro que espanta os maus espíritos, em coreano. A raça quase foi extinta durante a ocupação japonesa na península (1910-1945): a pelagem densa e farta era usada na confecção de casacos para os soldados. A raça é muito suscetível a infecções virais e apenas recentemente os criadores passaram a imunizar as cadelas matrizes, na tentativa de aumentar o número de filhotes. Mesmo assim, o sapsali está em sério risco de extinção. 

23. Sealyham terrier

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Sealyham terrier

Ele impressiona pelas pernas curtas e pela pelagem densa, com destaque para a barba. O Sealyham terrier foi desenvolvido para a caça de lontras e texugos, no século 19. É mais uma raça que caiu nas graças das estrelas de Hollywood – nos anos 1960, ela se tornou popular nos EUA e em diversas partes do mundo. O interesse decaiu e, desde os anos 1980, cada vez menos criadores se interessam pelo sealyham. Na última década, havia apenas 45 cães da raça registrados. 

24. Setter irlandês

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Setter irlandês

Apenas a variedade com pelo vermelho e branco corre risco de extinção. Esta era a variedade original do cão irlandês, desenvolvida para a caça a aves de rapina, fato que tornou os cães ágeis e incansáveis. Com a redução das caçadas, os criadores deram preferência aos cães totalmente ruivos, que também são mais sociáveis e estão adaptados à vida em família. O setter vermelho e branco está desaparecendo gradualmente e hoje há menos de 60 exemplares registrados a cada ano. 

25. Stabyhoun

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Stabyhoun

A raça é nativa dos Países Baixos e está classificada como “em perigo”, porque há menos de 3.500 cães registrados no país (fora do noroeste europeu, o stabyhoun é praticamente desconhecido). Trata-se de um cão de aponte (“pointer”, em inglês), que indica a localização da caça, atividade com cada vez menos adeptos atualmente. O stabyhoun é um especialista na caça às raposas, mas a espécie também se encontra em franco declínio. 

26. Skye terrier

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Skye terrier

Ele é considerado o terrier mais antigo ainda existente. A raça se desenvolveu nas ilhas Hébridas, na Escócia. De pequeno porte, orelhas sempre eretas e pelagem longa, o skye terrier é um caçador – ele afugentou não apenas roedores das hortas e jardins das ilhas, mas até mesmo animais maiores, como raposas. A raça é um símbolo de lealdade: um dos seus representantes, Greyfriars Bobby, recusou-se a afastar-se do cemitério local durante 14 anos, sempre acompanhando o antigo tutor, até a sua morte, em 1872. Mesmo assim, o skye terrier não tem encontrado muitos fãs e cada vez menos registros são encontrados no The Kennel Club. 

27. Tosa inu

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Tosa inu

É mais um cão de briga do tipo mastim, nativo do Japão, país com um longo histórico de rinhas entre animais. Posteriormente, o tosa inu passou a ser empregado na caça e na guarda, mas os instintos agressivos permaneceram, fazendo-se com que ele se tornasse impopular. Diversos países proíbem a importação de cães da raça. Na Austrália, por exemplo, houve diversas tentativas de aclimatação entre 1930 e 1950, mas estes cães mostraram ser um perigo para a fauna local. Restam poucos exemplares no país de origem. 

28. Toy terrier inglês

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Toy terrier inglês

Ele descende do Manchester terrier, outra raça canina que corre risco de extinção. O toy terrier foi desenvolvido para a caça miúda, tendo se especializado no combate a coelhos e roedores. Apesar de ter conseguido se adaptar à vida urbana, os cães da raça são considerados resistentes ao adestramento, além de não tolerarem a presença de outros pets. Restam poucos exemplares, a maioria na Inglaterra. 

29. Wolfhound irlandês

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Wolfhound irlandês

É uma raça bastante antiga. Uma crônica do ano 391, de Aurelius, um cônsul romano, descreve a chegada de sete cães bastante semelhantes à raça que lhe foram presenteados por soldados que retornaram de expedições às ilhas britânicas. O cônsul escreveu que “toda a Roma parou para admirá-los”. Mesmo assim, atualmente este gigante irlandês não tem muitos fãs. Ele quase foi extinto no século 19, durante uma crise agrícola no país, mas conseguiu se recuperar. Famoso pela lealdade, tem uma população de pouco mais de 300 exemplares no país de origem. 

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