As experiências macabras de um cientista soviético

Muitos pesquisadores, sempre em nome do avanço da ciência, ultrapassaram os limites da ética. Conheça as experiências de Vladimir Demikhov.

Vladimir Petrovich Demikhov foi um cientista soviético, nascido em 1916 e morto em 1998, que se notabilizou por suas pesquisas no campo dos transplantes e órgãos e tecidos. O médico foi responsável pelos transplantes de rins, pulmões e corações entre cobaias – os preferidos eram os cães.

Leia mais

Demikhov tornou-se uma figura respeitada no meio científico, ao demonstrar as suas técnicas. Ao mesmo tempo – estávamos em plena Guerra Fria, que opôs formalmente EUA e URSS – seus métodos sempre foram criticados e contestados pelo Ocidente (entenda-se: EUA e as potências aliadas, como França, Inglaterra e Alemanha).

Leia mais
Leia mais

Em 1962, o estudo do cientista sobre transplantes lhe valeu o título de doutor, pela Universidade de Moscou. A monografia “Transplantologia experimental de órgãos vitais” foi traduzida para o inglês, o espanhol e o alemão. O termo “transplantologia” foi cunhado por Demikhov e é empregado até hoje na literatura médica.

Leia mais

Demikhov morreu no anonimato em 1998, pouco depois da queda da URSS, um imenso império socialista que se estendia da Cortina de Ferro ao mar Ártico e à fronteira com a China. Pouco antes da sua morte, porém, o cientista se tornou comendador pelos “serviços prestados ao país”.

Leia mais

Experiências macabras

Nem o maior criador de teorias da conspiração do mundo, porém, poderia prever aonde levariam os ensaios clínicos do Dr. Demikhov. Embalado pelo sucesso de seus experimentos, o cientistas decidiu ir além e brincar de ser Deus.

Leia mais

Em 1954, o médico publicou uma grande aberração: um cão de duas cabeças (quase um Cérbero, o cão de três cabeças que, de acordo com a mitologia grega, guardava os umbrais dos mundos inferiores, onde ficavam as almas das pessoas comuns e dos grandes pecadores).

Leia mais
Leia mais

A imagem pode parecer uma fotomontagem, mas é real. Os cães transplantados sobreviveram por um curto período depois do bizarro transplante, conhecido na década de 1950 como “um cão e meio” ou “um cão e seu escoteiro”.

Leia mais

O cientista russo convocou a imprensa internacional para testemunhar o transplante “revolucionário”, algo equivalente a criar pessoas com três pés ou braços. O procedimento cirúrgico foi capturado passo a passo por lentes de diversos periódicos, inclusive a prestigiosa revista “Life”, publicada desde o século XIX.

Leia mais
Leia mais

Além da nova cabeça, o cachorro cobaia também recebeu duas novas pernas dianteiras (o “doador” foi uma fêmea de anos, mantida viva durante todo o procedimento), tornando-se, por instantes, o único mamífero de seis patas.

Leia mais

Aparentemente, os dois animais mantiveram movimentos independentes nos quatro dias em que sobreviveram ao transplante, uma verdadeira experiência macabra. Um vídeo da BBC (emissora de TV britânica), que não pode ser comprovado, mostra que as duas cabeças competiam inclusive na hora de receber leite.

Leia mais

Mais bizarro? O cão adulto fazia as suas refeições diretamente do esôfago do “doador”, desconectado do estômago original e, portanto, impedido de dar continuidade à absorção dos nutrientes, no procedimento de digestão.

Leia mais

Consta que o cirurgião soviético (em uma tentativa humanitária?) tentou alimentar a “nova cabeça” com um pedaço de queijo, que foi prontamente eliminado ao chegar ao final do esôfago.

Leia mais

Demikhov havia deixado o terreno da experimentação para transformar-se um verdadeiro fornecedor de atrações de um circo de horrores. Parte das pesquisas realizadas pelo médico russo foi utilizada para avançar o conhecimento científico, mas o doutor russo continuou desenvolvendo o seu talento para o show business.

Leia mais

Ciência e ética

O médico teria criado 20 outras criaturas (ou aberrações) de duas cabeças, seis ou oito patas, mas não há registros conclusivos destes outros experimentos. Seja como for, Demikhov tinha talento: o médico sul-africano Christian Barnard, primeiro cirurgião a transplantar, em 1967, um coração humano (em outro humano, felizmente), visitou o centro de pesquisas soviético duas vezes.

Leia mais

A contribuição científica de Vladimir Demikhov, no entanto, mesmo com tantas implicações éticas, não deve ser reduzida: em seus estudos, o médico russo descobriu a rejeição de órgãos e tecidos transplantados e os motivos que determinam este fenômeno.

Leia mais

Na verdade, depois de tantos experimentos, Vladimir Demikhov concluiu erradamente pela impossibilidade de transplantes, já que órgãos e tecidos doados eram rejeitados pelos receptores. Mesmo assim, esta descoberta, ainda nos anos 1950, foi um grande passo para o avanço da Medicina.

Leia mais

Atualmente, as experiências com cobaias vivos sofrem severas restrições da legislação. No Brasil, o CONCEA (Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal) permite o uso de animais em atividades de ensino e pesquisa, desde que estejam previamente cadastrados.

Leia mais

Diversas práticas acadêmicas e industriais dispensam o uso de cobaias. Cosméticos para pele e olhos já prescindem de testes em animais.

Leia mais

Além disto, testes para avaliação de variações da temperatura corporal podem ser realizados com experimentos diretos em humanos, de acordo com o “Frame” (Fundo para a Substituição de Animais em Experimentos, criado na Inglaterra).

Leia mais

Sociedade organizada e autoridades precisam ficar atentar: afinal, “vida” não se resume apenas a batimentos cardíacos e outras funções orgânicas: respiratória, hepática, renal, etc. Um animal cortado ao meio, enxertado ao corpo de outra vítima que não pode dizer não, certamente não pode ser considerado um ser vivo.

Leia mais

Gostou deste story?

Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!

Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!

Cães Online - Para Quem Ama Cachorros