A passagem de sangue nas fezes de um cachorro não é um fato incomum. Um dos principais motivos para um animal evacuar sangue é a carência de água limpa para ele saciar a sede, mas o quadro também pode indicar alimentação inadequada ou alguns problemas de saúde. As fezes de um cão saudável são pequenas, firmes e úmidas.
Quando o cocô do cachorro tem aparência dura e seca, algo não vai bem. Em casos de prisão de ventre ou de diarreias frequentes, o cão pode passar a evacuar sangue. O problema pode ser facilmente contornado com a reprogramação da alimentação. Nestes casos, mais facilmente verificáveis nas fezes líquidas ou moles, surge muco ou até mesmo uma mancha de sangue de cor escura.
Observe as fezes do seu cachorro. Caso note pequenos riscos ou discos esbranquiçados no material, pode ser que o animal esteja com vermes. O veterinário pode indicar um vermífugo indicado para o tipo de contaminação, a idade e o peso e, na imensa maioria dos casos, o problema é superado sem maiores complicações.
Os vermes dos cães são classificados em “redondos” e “chatos”. A contaminação pode ocorrer pela ingestão de ovos ou larvas, pela pele, por via intrauterina ou durante o período de amamentação. As contaminações provocam diarreia, vômitos, perda do brilho da pelagem, desenvolvimento tardio, menor absorção dos nutrientes e emagrecimento gradual.
Os animais não tratados adequadamente têm maior risco de desenvolver doenças mais sérias, como as lesões no tratamento gastrointestinal, que causam hemorragias e podem levar a uma infecção bacteriana (especialmente por clostridium e salmonela). A vermifugação deve ocorrer quando os filhotes atingem de 15 a 30 dias (com três doses de reforço, espaçadas a cada duas semanas).
As cadelas devem receber o vermífugo antes da cobertura. Em seguida, 45 dias depois do parto. Se houver contaminações, no entanto, elas precisam ser tratadas juntamente com os filhotes. Os machos adultos devem ser submetidos a exames de fezes (com frequência anual).
Existem dois nomes científicos para a presença de sangue nas fezes: melena e hematoquezia. Em ambos os casos, o cachorro pode ter dificuldade para defecar. A melena é caracterizada pelo cheiro fétido e pela cor escura das fezes e dos traços de sangue. Quase sempre, é apenas um indicativo de que o cão comeu alguma besteira ou não está suficientemente hidratado.
Já a hematoquezia fica evidente quando o tom do sangue é vermelho brilhante. Este é um quadro mais grave, que pode indicar problemas gastrointestinais sérios, especialmente no trato inferior. O vermelho vivo pode apontar para câncer no cólon ou no ânus, colite, rompimento das porções finais do intestino grosso, devido a fraturas na região da pélvis, tumores benignos no abdômen, presença de protozoários (como os do gênero Eimeria, que provoca coccidiose) e infecções virais.
Um sintoma de que a perda de sangue nas fezes está evoluindo negativamente é a cor das gengivas do cachorro, que devem sempre apresentar cor rosa e aparência saudável. Quando as gengivas se mostram cinza, amareladas ou esbranquiçadas, é sinal de que o animal já perdeu uma quantidade considerável de sangue.
A infecção por microrganismos, como bactérias, vírus e protozoários, só pode ser confirmada através de exames laboratoriais. Perdas constantes de sangue indicam que já passou da hora de procurar o veterinário.
Nos casos de gastroenterite hemorrágica (GEH), os cães podem apresentar vômitos, além de evacuar sangue. A causa exata da doença ainda não foi estabelecida, mas estudos indicam que o estresse, intoxicação e infecções virais ou bacterianas estão por trás do problema, que afeta animais de qualquer idade e raça. Os veterinários entendem que qualquer diarreia não controlada pode evoluir para uma gastroenterite hemorrágica.
Outras causas da GEH são: úlceras gastrointestinais (inclusivo do trato superior, como no estômago e duodeno), alergias a alguns alimentos, e aditivos das rações, distúrbios na coagulação do sangue, cinomose, parvovirose, coronavírus, leptospirose, infecções pelas bactérias Campylobacter sp, Salmonella sp, Clostridium sp e Escherichia coli e pelo protozoário Giardia sp.
Algumas outras doenças podem determinar a presença de sangue nas fezes. É o caso da colite, redução do número de plaquetas no sangue e hipoadrenocorticismo (destruição do córtex adrenal, condição extremamente rara). A intoxicação por veneno contra ratos também pode determinar que o cachorro passe a evacuar sangue.
Algumas destas enfermidades são bastante graves e podem determinar a morte do animal. É o caso da leptospirose, parvovirose e cinomose. Por outro lado, os três males podem ser prevenidos com a imunização correta. Mantenha a caderneta de vacinação em dia.
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As hemorragias podem representar um sério risco. Se o seu cachorro evacuar sangue por dois dias seguidos, ou se o problema vier acompanhado por outros sintomas, tais como febre, vômito, apatia e alterações do apetite, o veterinário precisa ser consultado o mais breve possível, para estabelecer um diagnóstico mais apurado.
Perdas de sangue persistentes, pelas fezes ou pelo vômito, podem demandar uma reidratação oral para a recuperação da saúde do cachorro, aliada ao jejum de alimento e água (de um a quatro dias, de acordo com a gravidade). Este tratamento só pode ser realizado em uma clínica especializada, inclusive com baixa hospitalar do animal.
Um conselho comum para evitar que o cachorro continue evacuando sangue é a alteração da dieta. Não se esqueça de que qualquer mudança deve ser introduzida de forma gradual, para não gerar outros problemas.
Evite dar comida humana para os animais de estimação, porque eles possuem um trato digestório diferente do nosso. Ossos de aves ficam longe das refeições. A regra de ouro para oferecer um osso para o cão é que ele deve ter comprimento equivalente ao dobro do tamanho da boca do animal.
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