Cachorro pode tomar leite?

Os cachorros são mamíferos, como nós. Mesmo assim, os adultos não podem tomar leite. Entenda...

Dar leite para o cachorro tomar é um dos erros mais comuns entre os tutores. A confusão é explicada facilmente: o leite materno é um alimento completo, que fornece todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento dos filhotes.

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A natureza teve uma grande sacada ao criar os mamíferos: os fetos se desenvolvem protegidos dentro do organismo das mães e, quando nascem, já estão prontos para enfrentar o mundo. Talvez isso possa parecer exagero quando pensamos nos bebês humanos.

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Mas é uma verdade inconteste quando observamos uma girafinha colocar-se sobre quatro patas frágeis rapidamente logo depois de nascer, ensaiando a defesa para escapar de predadores, sempre sob os olhos vigilantes da mãe girafa e dos outros adultos do bando.

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Os benefícios do leite

A natureza também beneficiou os mamíferos com um bônus: o aleitamento. Logo depois do parto, o cérebro das mães amplia a produção da ocitocina, o chamado “hormônio do amor”. A substância incentiva o trabalho das glândulas mamárias.

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Para os filhotes, o leite materno é um alimento perfeito, fornecendo todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento físico: entre os cachorros, este prazo varia de dois a três meses, enquanto entre os humanos recomenda-se a amamentação exclusiva até os seis meses de vida.

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A produção de ocitocina continua presente durante toda a vida dos mamíferos. Mesmo depois do desmame – quando ficam grandinhos, começam a explorar o ambiente e já podem procurar alimentos sozinhos, as mães “estimulam” os filhotes a buscarem a autonomia.

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Mas o “hormônio do amor” continua exercendo funções importantes. Quando o cachorro vê o tutor, ou apenas ouve a sua voz, é a ocitocina que desperta as sensações de bem-estar. O fenômeno também acontece entre os humanos e os vínculos afetivos geram amizades duradouras.

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Para quem considera muito mecanicista o fato de os hormônios determinarem o estabelecimento de vínculos afetivos, pode-se inverter a equação: é o amor, despertado entre a mãe e a ninhada, o responsável pela produção da ocitocina.

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Na natureza, as fêmeas alimentam os filhotes e ensinam os “segredos da vida”: caçar, procurar ervas, raízes, folhas e frutas, defender-se, atacar. Quando estes conseguem sobreviver por conta própria, os laços maternos se enfraquecem e um novo ciclo da vida tem início: a perpetuação da espécie está garantida, pelo menos por mais uma geração.

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Os humanos, no entanto, inventaram a civilização e, com tarefas cada vez mais complexas, o treinamento dos filhotes foi se tornando cada vez mais longo e vagaroso, mas igualmente mais amplo e preciso.

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Nós não afastamos os nossos filhotes quando eles atingem determinada idade. Para liberar as mães do aleitamento, há alguns milênios nós passamos a oferecer o leite de outras fêmeas para os nossos pequenos: primeiramente de cabras e ovelhas; posteriormente de vacas, iaques, renas, camelas, etc.

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Também há alguns milênios, os cachorros passaram a fazer parte do nosso dia a dia. Atualmente, é difícil imaginar uma cadela afastando os filhotes: ela tem mais tempo, está exposta a muito menos perigos e os casos são tão raros que passaram a ser chamados de rejeição – que, na natureza, costuma acontecer apenas com as crias inviáveis.

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Os males do leite

Aos poucos, no decorrer de muitos séculos, o leite foi se transformando, entre os humanos, em um alimento cotidiano. É difícil imaginar a compra de supermercado para a família sem incluir algumas caixas do produto, que é consumido não apenas in natura, no café da manhã e nos lanches, mas em diversas receitas culinárias (bolos, tortas, vitaminas, etc.), tanto por adultos, quanto por crianças.

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Efetivamente, o leite é fundamental na alimentação humana: é fonte de vitaminas A (retinol), B1, B2, B6 e B12 (tiamina, riboflavina, piridoxina e cobalamina), cálcio, fósforo, magnésio e zinco. Um dos principais nutrientes é a lactose, um tipo de açúcar complexo que é absorvido lentamente, fornecendo energia para o organismo.

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Para a metabolização da lactose, no entanto, é necessária a atuação de uma enzima produzida no intestino, a lactase: ela é responsável pela decomposição em carboidratos mais simples, permitindo a sua absorção.

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Entre os mamíferos, a produção de lactase tende a se reduzir com o desenvolvimento físico: as mães não seriam capazes de afastar os filhotes de suas mamas se a deficiência ou ausência desta enzima não fosse responsável por alguns desconfortos e transtornos.

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Esta é a chamada intolerância à lactose. Com a produção reduzida (ou eliminada) da lactase, o organismo não consegue absorver o açúcar do leite e isto gera dores abdominais (cólicas e distensões). Portanto, à medida que se aproximam da vida adulta, os filhotes se tornam intolerantes à lactose e passam a procurar outros alimentos.

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Trata-se de um fenômeno natural: quando os animais passam a obter, por conta própria, os nutrientes necessários em outras fontes, o aleitamento vai se tornando gradualmente desnecessário e os filhotes se tornam autônomos.

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Entre os humanos, no entanto, a ingestão de leite foi se tornando tão trivial, que o alimento passou a ser fundamental em nossa digestão. O erro dos criadores é imaginar que o organismo dos cães (e dos gatos também) consegue metabolizar a lactose.

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Os cachorros e o leite de vaca

Muitos tutores, especialmente os que se veem às voltas com um filhote muito novinho – com apenas 20 ou 30 dias de vida – pensam que o leite de vaca pode ser um substituto ideal. Isto não é verdade: vacas produzem leite para os seus bezerros e nós “entramos de carona” ao inserir o alimento em nossa nutrição.

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Parece óbvio, mas é preciso dizer: os cãezinhos dependem exclusivamente do leite das cadelas. Fornecer leite de vaca, mesmo que seja para um filhote de dogue alemão (aos dois meses, um macho pode pesar 12 kg), significa oferecer um alimento muito pesado: um bezerro já nasce com mais de 25 kg.

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As substituições alimentares devem acontecer apenas em exceções, quando não é possível o aleitamento natural. O ideal, no caso de cãezinhos órfãos ou rejeitados, é procurar uma fêmea nutriz de porte semelhante – e ficar vigiando a conduta materna, até que ela aceite a cria adotiva (o que pode não acontecer).

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Mais frequentemente, quando um cachorrinho é desmamado precocemente ou até mesmo abandonado pelos tutores das mães, os responsáveis precisam usar fórmulas especiais, se possível com o acompanhamento de um veterinário.

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Algumas destas fórmulas incluem leite de vaca, mas ele é diluído e tem parte das gorduras e açúcares retirada ou atenuada. O trabalho dos tutores fica redobrado, porque é necessário alimentar os cãezinhos com mamadeiras – até os 30 dias (ou até que os dentes de leite tenham preenchido a boca dos filhotes), não se deve oferecer ração, para evitar engasgos. Os alimentos sólidos são incluídos gradualmente, à medida que o peludo vai se desenvolvendo.

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A substituição do leite materno pode ocorrer em uma das seguintes situações:

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  • mãe muito debilitada;
  • morte da mãe;
  • abandono de filhotes órfãos (ou rejeição pela fêmea);
  • ninhadas muito numerosas.
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Nestes casos, as fórmulas especiais são produzidas a partir de leite (de cabra ou ovelha), ao qual são acrescidas outras fontes de proteínas (como gemas de ovos) e de gorduras (como azeite ou óleo de coco). As pet shops oferecem produtos balanceados, mas a orientação médica não deve ser desprezada.

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Durante a primeira infância, os cãezinhos são supridos com lactase produzida pelas mães (unicamente no período de amamentação) ou adicionada nas fórmulas especiais. Os cachorros não produzem lactase habitualmente.

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Sem a enzima necessária para decompor a lactose, o leite se torna mais e mais indigesto. A reação orgânica se caracteriza pelos vômitos e diarreias. Isto significa que, quando um cachorro toma leite, o processo de digestão é acelerado.

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Os distúrbios gastrointestinais, mesmo quando se manifestam de forma leve, reduzem a absorção dos nutrientes presentes em outros alimentos (na ração e nos petiscos, por exemplo). Ou seja, ao dar leite para o cachorro, o tutor, sem se dar conta, está provocando deficiências nutricionais, que são cumulativas.

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Além de reduzir a absorção dos nutrientes, que passam muito rápido pelo intestino e não são aproveitados, as diarreias e vômitos são responsáveis também por quadros de desidratação: a água, que deveria permanecer por algumas horas no intestino grosso, é eliminada em grande parte pelas defecações constantes.

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O organismo canino, no entanto, é uma estrutura desenvolvida durante milhares de anos pela natureza. Por isso, há uma tendência para superar a fase aguda da intolerância, caracterizada pelos distúrbios gastrointestinais.

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A partir dos três ou quatro anos de idade, com uma espécie de adaptação anômala, os cachorros que tomam leite passam a absorver uma quantidade muito grande de gorduras e açúcares. No médio prazo, isto leva ao sobrepeso e à obesidade, além de alguns transtornos metabólicos: o hábito de dar leite pode inclusive levar ao diabetes canino.

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No caso de ingestão acidental, os tutores precisam ficar atentos aos sinais que o cachorro passa a emitir. Se alguém, mesmo bem-intencionado, ofereceu uma tigela de leite para os peludos, eles podem apresentar:

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  • náuseas e vômitos;
  • distensão abdominal;
  • cólicas;
  • diarreias.
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A intensidade dos sinais depende do grau de intolerância ao alimento (na imensa maioria dos casos, à presença da lactose). Enquanto alguns cachorros podem apenas demonstrar indisposição por algumas horas, outros podem ter sérias complicações, que podem demandar um atendimento veterinário de urgência.

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