Cachorros conseguem detectar Covid-19 com mais rapidez e eficácia que laboratório

Uma pesquisa contínua sobre a Covid-19, que reuniu dados colhidos entre dezembro de 2019 e abril de 2023, descobriu que os cães farejadores são mais rápidos e eficazes em detectar a doença do que os testes de PCR.

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A Covid-19 deixou de ser um bicho-papão, mas continua gerando vítimas em todo o planeta. Em maio de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da emergência de saúde pública internacional, especialmente graças ao desenvolvimento e aplicação de vacinas seguras.

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Mas, ao que tudo indica, o SARS-CoV-2 e suas variantes (responsáveis pela Covid-19) vieram para ficar, assim como o Influenza (causador das gripes comuns) e dos rinovírus (que provocam resfriados).

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Por isso, a detecção precoce da Covid-19 continua sendo um instrumento fundamental para o combate à doença, que permanece como risco à saúde e ao bem-estar, especialmente entre os imunodeprimidos e portadores de doenças respiratórias crônicas graves, além das crianças e os idosos.

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Os testes tradicionais

Desde que o vírus responsável foi identificado e sequenciado geneticamente, foram desenvolvidos diversos exames e avaliações para o diagnóstico da Covid-19. O primeiro deles foi a PCR (Reação em Cadeia de Polimerase), que consiste na amplificação de um trecho específico do DNA. Com a técnica, é possível obter diversas cópias da amostra genética que se pretende avaliar.

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Estes testes detectam a presença do vírus no organismo e, por isso, só podem ser feitos quando há suspeita de infecção (os pacientes apresentam sintomas da Covid-19), preferencialmente na primeira semana. A complexidade, no entanto, exige análise em laboratório, que pode levar de 24 a 48 horas.

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Em seguida, surgiram os testes rápidos, com a coleta de amostras a partir de um cotonete de haste longa (swab, em inglês) nas narinas ou na garganta dos pacientes. A acurácia é de 94%, os resultados são obtidos em minutos e os testes podem ser feitos em postos de saúde e farmácias.

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Os cachorros

O uso dos cães farejadores para diagnóstico da Covid-19 foi uma iniciativa de pesquisadores de diferentes universidades e institutos de pesquisa. O levantamento mais amplo foi realizado pelo Professor Tommy Dickey, da Universidade da Califórnia, e pela etologista Heather Junqueira, fundadora da BioScent Detection Dogs, da Flórida.

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A dupla compilou dados obtidos em 29 análises amplas diferentes, entre novembro de 2019 e abril de 2023. Os resultados foram revisados por cientistas do mundo inteiro, especialmente dos EUA, Inglaterra, China, Japão e Austrália.

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Para chegar às conclusões do estudo, Dickey e Junqueira procederam à avaliação bibliográfica de estudos que, no total, avaliaram 31 mil amostras, colhidas em 30 países, com 19 etnias diferentes.

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Em um destes estudos, quatro cães foram capazes de detectar a presença do equivalente a menos de 2,5 x 10 cópias de RNA viral por mililitro. Isto equivale a uma gota de substância odorífera diluída em dez piscinas olímpicas e meia, ou três ordens de magnitude melhor do que os equipamentos de laboratório.

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Os resultados atualizados foram publicados em julho de 2023, inicialmente na revista Journal of Osteopathic Medicine, dos EUA, e posteriormente replicados por publicações conceituadas, como as britânicas Nature e The Lancet e também a Ciência e Cultura, da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

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A conclusão mais notável é que os cães farejadores são tão ou mais eficazes do que os testes convencionais para detectar a Covid-19, como RT-PCR e a análise de antígenos (laboratoriais). Os peludos se mostraram ainda mais rápidos no diagnóstico precoce do que os testes rápidos efetuados em farmácias e postos de saúde.

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Além da precisão, os cachorros apresentam outra vantagem: eles farejam o vírus da Covid-19, presente em amostras de urina e até mesmo no ar expelido pelos infectados (esta é a principal forma de transmissão da doença). Além da praticidade, os cães são igualmente capazes de identificar a Covid longa.

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O resultado é obtido sem procedimentos invasivos, como o esfregaço com swab nas narinas ou na garganta dos pacientes. Além da rapidez e da eficácia, o uso de cães elimina a produção de toneladas de resíduos (ampolas, seringas, agulhas e embalagens) que, de outro modo, teriam alto custo para o descarte adequado – ou seriam simplesmente descartados sem cuidados, poluindo o meio ambiente.

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Em uma pesquisa paralela, realizada pela Universidade Oxford (Inglaterra), em 2021, os cães farejadores foram capazes de detectar pessoas infectadas pelos SARS-CoV-2 em locais de grande fluxo, como entradas de estações de metrô de Londres.

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Os peludos diagnosticaram pacientes ainda assintomáticos presentes também em outros locais, validando os resultados obtidos por Oxford. Os cães voluntários avaliaram pacientes em pontos de ônibus, salas de recepção de hospitais e postos de saúde, shopping centers, etc.

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Os próximos passos

A capacidade diagnóstica apresentada pelos cães foi considerada espantosa: os cachorros são capazes de identificar a presença do vírus em diferentes situações. O Professor Dickey concluiu, na exposição dos resultados:

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“Muitas pessoas conhecem as habilidades excepcionais dos cães para ajudar os humanos, mas o seu valor para a área médica é simplesmente fascinante. Mesmo assim, o ‘diagnóstico canino’ ainda não está pronto para uso em larga escala.”

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Isto significa que está comprovado cientificamente: os cachorros, através do olfato prodigioso, conseguem detectar a Covid-19 e podem ser empregados em prováveis surtos futuros da doença, para colaborar com a intervenção das equipes de saúde.

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Os cientistas, agora, precisam se debruçar sobre outras possibilidades. O faro dos cachorros parece também ser capaz de diagnosticar alguns tipos de câncer e os peludos provavelmente identificam alterações hormonais decorrentes da concepção e gravidez.

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É preciso, portanto, aprofundar os estudos. Os cachorros conseguem detectar a Covid-19 tanto farejando gotículas microscópicas expelidas pelos infectados através da respiração, quanto na “análise” de amostras de urina, sempre usando o focinho e as vias aéreas como instrumentos clínicos.

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Antes de lotar as clínicas médicas e postos de saúde com cachorros, no entanto, é necessário responder a algumas questões, como a segurança de pacientes e funcionários, por exemplo. É igualmente fundamental identificar as melhores técnicas de adestramento, elencar eventuais raças caninas mais indicadas para a detecção, etc.

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O que é Covid-19?

É a sigla em inglês para CoronaVirus Disease 2019, ou “doença do coronavírus identificada em 2019”. Coronavírus são vírus de genoma de RNA simples, conhecidos desde a década de 1960. Nas primeiras imagens captadas, os vírus detectados apareciam “raiados”, como se tivessem uma coroa ao redor.

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Eram imagens em duas dimensões; hoje, sabe-se que todo o envelope (a membrana do vírus) apresenta ressaltos, que são justamente as “chaves” usadas para perfurar as membranas celulares dos organismos infectados. O objetivo é sempre capturar o DNA dos hospedeiros, usado para a replicação (formação de novos vírus).

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A imensa maioria dos seres humanos infecta-se com coronavírus durante a vida, como o Influenza (que provoca a gripe) e os rinovírus (causadores dos resfriados). A Covid-19 é causada por um vírus específico: o SARS-CoV-2.

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É mais uma sigla, desta vez para síndrome respiratória grave (SARS, em inglês). O responsável é um coronavírus (CoV). O primeiro vírus da linhagem (SARS-CoV-1) foi identificado em 2003 e causou diversos surtos desde então, especialmente no leste da Ásia.

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A doença é transmitida principalmente através de gotículas expelidas durante a respiração. As pessoas infectadas eliminam os perdigotos (as gotas microscópicas presentes nas narinas e na saliva), que podem ser inaladas por quem estiver ao redor. É o mesmo mecanismo de outras doenças virais, como gripe, resfriado, sarampo, caxumba, varicela, etc.

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Eventualmente, o SARS-CoV-2 pode estar presente também em objetos que estiveram em contato com pessoas infectadas (mesmo as assintomáticas). Ao tocar esses objetos e levar os dedos à boca, é possível trazer o vírus para o nosso organismo.

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Por isso, durante a fase aguda da pandemia, foi recomendado o uso de máscaras em locais de grande fluxo de pessoas (uma barreira mecânica contra o vírus), além da lavagem frequente das mãos (com água e sabão ou álcool).

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O vírus, que causou um surto de problemas respiratórios, foi identificado primeiramente em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Do primeiro diagnóstico até setembro de 2023, mais de 770 milhões de casos foram confirmados, levando quase sete milhões de pacientes à morte.

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Os principais sintomas são os respiratórios:

  • tosse seca;
  • dificuldade para respirar;
  • inflamação na garganta;
  • corrimento nasal;
  • espirros.
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Com a evolução da Covid-19, alguns pacientes podem sofrer com diarreias. A doença, potencialmente letal, pode também causar insuficiência renal e redução drástica dos glóbulos brancos (agentes de defesa presentes na corrente sanguínea).

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Mais raramente, a Covid-19 pode causar dores de cabeça e de garganta, conjuntivite, congestão nasal, perda do olfato e do paladar, erupções cutâneas e cianose nas extremidades (pele azulada ou arroxeada).

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Muitos infectados, no entanto, não experimentam nenhum tipo de sintoma, ou confundem alguns sinais difusos, como cansaço e febre baixa, com resfriados e outras infecções mais comuns. Mesmo assim, durante alguns dias, os assintomáticos e os pacientes leves podem transmitir a doença.

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Além do colapso respiratório, a Covid-19 pode levar à morte por causa de disfunções colaterais, como insuficiências renal e hepática agudas, coagulação intravascular, anemia hemolítica, alterações no pâncreas e choque séptico, entre outras.

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