Cães vira-latas: você os conhece?

Alguns cães de raça se tornaram muito famosos. Por exemplo, o pastor alemão Rin-Tin-Tin, protagonista do seriado homônimo, desbravou o velho oeste americano. A collie Lassie, mais uma protagonista da TV dos EUA, ajudou centenas de pessoas no seriado que também levava o seu nome. Nenhum cão foi mais célebre, porém, do que a vira-latas Laika.

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Em 1957, a cadela russa se tornou o primeiro terráqueo a orbitar o planeta, a bordo da nave Sputnik II. Imagine a situação: uma SRD ajudou a comprovar que é possível sobreviver em condições de microgravidade. Sem a contribuição da Laika, não teria havido humanos visitando a Lua. Mas você realmente conhece os cães vira-latas?

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SRD é a sigla para “sem raça definida”, cães e gatos cuja ascendência não pode ser verificada. Vira-latas era um termo pejorativo, associado aos cães que vivem perambulando pelas ruas, sem endereço fixo. Efetivamente, cães SRD são muito mais facilmente encontrados nas ruas de qualquer cidade do que qualquer dos indivíduos das raças.

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Ao contrário de hoje, cães vira-latas eram um sinônimo de animais anônimos, sujos, famintos, sem nome, “sem lenço e sem documento”, uma vez que, sem pedigree, eles não recebiam nenhum tipo de identificação. Eram animais que viviam literalmente virando latas à procura de alimento.

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Atualmente, na maioria dos municípios brasileiros, os vira-latas também podem receber o RGA – o registro geral animal. O RGA é importante para aumentar as chances de localização de um animal perdido ou fugitivo. Tutores responsáveis precisam providenciar a identificação dos seus pets.

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Vira-latas hoje

Qualquer animal sem raça definida é classificado como vira-latas. O pedigree é uma exclusividade para os cães cuja ascendência (pais e avós) está comprovada e que também cumpre os critérios previstos nos padrões das raças caninas.

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Vale lembrar que mesmo alguns cães de raça não podem receber o pedigree. É o caso da mistura de algumas pelagens e cores. Dogues alemães arlequins, por exemplo, só podem ser certificados se os ancestrais também forem arlequins. O cruzamento de um arlequim com um azul resulta em uma ninhada que pode ser considerada vira-latas.

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Mas os verdadeiros vira-latas – os vira-latas “legítimos” – são cães resultantes do cruzamento de raças diversas. Algumas vezes, estes cruzamentos são realizados na tentativa de obter novas raças mais resistentes, inteligentes e fortes, ou simplesmente mais bonitas.

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Afinal, desde muito tempo, os seres humanos cruzam cães de raças diferentes para gerar animais para atividades específicas, como farejar, caçar, proteger o patrimônio, participar de corridas e até mesmo brigar. O buldogue é resultado do cruzamento de diversas raças inglesas, cujo objetivo foi obter um animal resistente, persistente e forte. Originalmente, o simpático buldogue era empregado em lutas com animais maiores, inclusive touros.

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Abandono

A maior parte dos vira-latas, no entanto, é obtida com cruzamentos indesejados. A cadela entra no cio, fica excitada e ansiosa, aproveita o menor descuido para escapar e, quando volta para casa, está prenha e o pai é um “indivíduo desconhecido”.

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Em outras ocasiões, casas de cadelas no cio são invadidas por cachorros de rua (ou dos vizinhos). O resultado é uma ninhada com características diversas. É interessante notar que uma cadela pode cruzar com vários cachorros, gerando filhotes bastante diferentes entre si.

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Isto tudo acontece por irresponsabilidade dos donos. Se o objetivo não é obter filhotes, os cães devem ser esterilizados logo nos primeiros meses de vida. Quem quer iniciar uma criação precisa construir abrigos para assegurar cruzamentos seletivos, além de garantir a segurança e bem-estar da cadela e dos filhotes.

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Na maioria das vezes, no entanto, não é isto que ocorre. Donos irresponsáveis (e cruéis) simplesmente abandonam a cadela prenha ou “jogam fora”, como se fossem lixo, os cachorrinhos recém-nascidos. Além da crueldade, esta prática também contribui para aumentar a incidência de zoonoses – doenças de animais que são transmissíveis para os seres humanos.

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A aparência dos vira-latas

Pode-se dizer que o fenótipo (a aparência) dos vira-latas é única, no sentido de que nenhum vira-latas é igual a outro. Em uma mesma ninhada, principalmente quando vários pais contribuíram para a gravidez, podem nascer cachorrinhos grandes e pequenos, de pelagens as mais diversas, tanto nas cores, como nos padrões.

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Duas características, no entanto, distinguem os cães vira-latas:

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• a inteligência – os vira-latas aliam as habilidades de duas ou mais raças (se a “vira-latice” é uma tradição que se estende aos avós e bisavós). Assim, um SRD pode ser resistente como um pastor alemão, ao mesmo tempo que é um excelente farejador como um bloodhounds e bom mergulhador como um poodle;

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• a boa saúde – na tentativa de melhorar as habilidades dos cães, os criadores realizaram cruzamentos seletivos para fortalecer determinadas qualidades. Isto, no entanto, também ampliou as chances do desenvolvimento de doenças genéticas.

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Os cães vira-latas, ao fazer o caminho inverso dos seus parentes, seguem da especialização para a generalização. Neste sentido, eles se aproximam dos lobos, os ancestrais de todos os caninos. A natureza é sábia, mas pode ser cruel: no ambiente natural, qualquer deficiência física é punida com a morte.

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Hoje, o vira-latas apresenta menores possibilidades de contrair:

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• doenças cardiorrespiratórias, como os cães braquicefálicos (buldogue, boxer, pug, etc.);

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• doenças músculo-esqueléticas, como os cães gigantes (molossoides);

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• doenças esqueléticas, como os cães muito pequenos;

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• desvios e transtornos da coluna vertebral, como o teckel e o basset hound.

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A maior resistência à saúde é obtida através de diversos cruzamentos, de geração para geração, o que possibilita maior variedade genética. Um vira-latas filho de um pastor alemão com displasia coxofemoral certamente terá uma tendência maior para desenvolver esta doença quando atingir a idade adulta.

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Mais vigor

Cientistas entendem que a variedade genética é um trunfo na evolução. De acordo com este conceito, os cães vira-latas apresentam “vigor híbrido”, também conhecido como heterose, pelo qual os filhotes apresentam melhor desempenho do que o verificado em seus pais.

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Ainda de acordo com a Biologia, o vigor híbrido será tanto mais pronunciado quanto mais divergentes geneticamente forem as raças envolvidas no cruzamento. Isto torna os cães vira-latas mais aptos para enfrentar condições adversas.

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O temperamento

De modo geral, também por causa da mistura de raças, os cães vira-latas são mais dóceis do que os animais de algumas raças. Dificilmente eles se tornam violentos, já que geneticamente eles não têm a agressividade de um mastim napolitano ou de um pit bull, por exemplo.

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Cães extremamente violentos, no entanto, em sua maioria, são resultado do adestramento. Isto significa que a violência canina é quase sempre uma simples extensão da violência humana. As raças consideradas violentas (rottweilers e dobermanns, por exemplo) só se tornam realmente perigosas se forem estimuladas a atacar indiscriminadamente.

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As características mais desejadas, no entanto, não se diluem com os cruzamentos indiscriminados (que geram os cães vira-latas). Isto é explicado porque, quando caninos e humanos estabeleceram a sua parceria, isto ocorreu justamente por causa da docilidade dos primeiros.

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Outra característica herdada diretamente dos lobos é a persistência, e esta continua a se revelar nos vira-latas. Desta forma, como regra geral, os cães SRD continuam sendo leais como os pastores alemães, obedientes como os golden retrievers, amorosos como os retrievers do labrador, curiosos como os cocker spaniels e teimosos – ou resilientes – como os pinschers e chihuahuas.

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Os vira-latas são tão corajosos como qualquer outro cachorro (esta característica está no DNA da espécie). Os filhotes são igualmente curiosos, mas, entre os SRD, a curiosidade parece se manter por toda a vida. Eles também são divertidos, brincalhões e muito travessos. Por isto, eles precisam ser muito bem treinados. Por sorte, a inteligência destes cães torna a tarefa de adestramento fácil, rápida e prazerosa.

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As vantagens

A principal vantagem de escolher um cão vira-latas é que não é necessário analisar dezenas de raças, nem consultar os padrões e sites especializados para conhecer as características, vantagens e deficiências físicas e emocionais de cada pet.

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Os vira-latas se aproximam bastante dos seus ancestrais mais longínquos. Uma dificuldade é o tamanho do pet: nunca se sabe a altura que um cão SRD poderá atingir. Conhecendo os pais, no entanto, este problema pode ser contornado: o filhote dificilmente excederá demais o porte dos genitores.

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Para garantir que o novo amigo não atingirá um tamanho desproporcional, uma possibilidade é adotar um cão já adulto. Existem dezenas de animais de todas as idades à espera de um novo lar. Em alguns municípios brasileiros, a alternativa para a falta de adoção é o sacrifício dos cães e gatos.

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Outro ponto positivo: apesar de todo cachorro representar novas despesas – um peso extra no orçamento doméstico –, por causa das rações, vacinas, vermífugos, consultas com o veterinário, brinquedos, etc., não é necessário “comprar” um cão vira-latas. Basta visitar um abrigo e haverá dezenas de opções gratuitas de novos membros para a família.

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Adotar um cão já adulto pode ser considerado uma desvantagem. Afinal, o pet chegará à nova casa com defeitos e qualidades adquiridos ao longo da vida – muitos deles, enquanto perambulava abandonado pelas ruas.

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Na verdade, porém, cães são extremamente adaptáveis. Isto significa que eles reagem às condições. É quase certo que um cão adulto conseguirá entender a nova família e responder ao que se espera dele de forma adequada. Talvez sejam necessários alguns dias até que ele perceba que os novos humanos não representam uma ameaça, mas certamente, em pouco tempo, ele se transformará no xodó da casa.

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