A obstipação, ou prisão do ventre, é relativamente comum em cachorros. Veja como prevenir e cuidar.
Prisão de ventre significa dificuldade de evacuar, de eliminar os excrementos da alimentação. Os cachorros podem enfrentar este problema eventualmente. Oferecer ossos de animais de gado ou utilizar suplementos minerais sem orientação médica são os motivos mais frequentes do ressecamento das fezes.
A prisão de ventre aguda em cachorro – aquela crise em que o animal tenta evacuar, dá voltas e mais voltas e o intestino não funciona como deve – é causada principalmente por:
Os cães adultos saudáveis não precisam receber suplementos, a menos que apresentem alguma deficiência específica diagnosticada pelo médico. O cálcio e o ferro, por exemplo, interferem no funcionamento do intestino e podem provocar crises agudas de prisão de ventre;
Uma das vantagens dos ossos (naturais ou industrializados) é que eles permitem uma boa higienização da boca (dentes, língua e gengivas) e previnem a formação de tártaro. Além disso, os ossos distraem os pets, que encontram "alguma coisa para fazer" enquanto os tutores estão fora de casa ou não estão disponíveis para brincadeiras.
Seja como for, nunca dê ossos de aves para os cachorros. O esqueleto das aves é oco, para permitir os saltos e voos (mesmo que sejam "voos de galinha"). O problema é que eles se partem com facilidade e deixam lascas pontiagudas que podem perfurar órgãos internos.
Nos casos esporádicos, a prisão de ventre pode ser combatida com ração úmida. Basta substituir o "prato do dia" e retirar os grãos secos do cardápio. Oferecer ração úmida uma ou duas vezes por semana ajuda a regularizar o intestino.
A obstipação nos cachorros pode ser considerada menos grave. Uma indisposição qualquer, uma redução da velocidade do metabolismo e a falta pontual de exercícios físicos pode causar pequenos problemas, que podem ser corrigidos facilmente.
A prisão do ventre crônica, no entanto, é um sintoma que requer atenção e precisa ser investigado e tratado com rapidez. Do contrário, a enfermidade pode prejudicar o funcionamento de alguns órgãos, como pâncreas, fígado e intestino, comprometer o bem-estar do pet e até mesmo reduzir a expectativa de vida.
As causas mais comuns, que apresentam efeito cumulativo no organismo dos cachorros caso não sejam corrigidas, são as seguintes:
Rações de má qualidade, alimentos humanos e preparos caseiros poucos nutritivos (com carência de fibras, por exemplo) prejudicam as funções digestórias, comprometendo a digestão e a evacuação.
Alguns cachorros resistem à ideia de beber água e passam longas horas longe do bebedouro. O ideal é acostumá-los desde filhotes, mas, para condicionar um cão adulto, pode-se usar o método das recompensas: sempre que ele beber água, ganhará um biscoito. Em poucos dias, o pet associará a água a uma situação prazerosa – e os petiscos podem ser dispensados.
Os nossos peludos experimentam o mundo principalmente através da boca: ela é útil, além de comer e "falar", para encontrar novidades, explorar a casa e o quintal. Muitas vezes, os pets acabam engolindo coisas que não devem: brinquedos, pedregulhos, etc. Na maioria dos casos, a digestão será retardada, com a consequente prisão de ventre. Em casos graves, no entanto, pode ser necessária uma cirurgia para retirar o objeto "intruso".
A atividade física é fundamental. Cachorros precisam passear e brincar diariamente: correr no quintal, recuperar objetos lançados pelo tutor, saltar, puxar cordas de resistência. É importante para o desenvolvimento e manutenção do corpo físico e também para o equilíbrio emocional e cognitivo dos pets.
Sem isso, todo o organismo se ressente e o intestino fica gradualmente mais, com movimentos peristálticos insuficientes. Sem a movimentação interna do quilo – a parte não aproveitada dos alimentos, que viaja pelo intestino grosso enquanto a água é absorvida –, as fezes se ressecam e tornam-se difíceis de serem eliminadas.
A prisão de ventre é uma condição evidente para tutores experientes. Os cachorros tentam evacuar, giram em torno do próprio eixo (um movimento instintivo para estimular os movimentos peristálticos do intestino), mas não conseguem eliminar as fezes, ou estas saem ressecadas e duras, em volume inferior ao normal.
Sem fazer cocô, é natural que os pets se mostrem apáticos e pouco dispostos para brincadeiras, mesmo as de que eles mais gostam. Eles podem recusar o alimento e ficam literalmente enfezados (o sentido original da palavra é "cheio de fezes"). A flatulência (excesso de gases, quase sempre fétidos) é outro sinal característico da obstipação.
Em alguns casos, o pet demonstra sentir dor ao defecar e as fezes podem ser acompanhadas por muco ou sangue. Alguns tutores podem notar a presença de cíbalos, formações fecais secas, escurecidas e muito duras.
Em casos menos frequentes, surge a chamada "falsa diarreia": o sangue e o muco são excretados com violência (evidenciando pressão interna), em jatos líquidos, mas a matéria fecal não é expelida, ou é expelida apenas parcialmente.
As causas citadas até aqui são pontuais e podem acontecer com qualquer animal de estimação. Por exemplo, na falta da ração a que os pets estão acostumados, os tutores lançam mão de uma marca desconhecida, que causa prisão de ventre.
Os pets também podem sofrer traumatismos mais ou menos extensões, ou contrair infecções sazonais (como gripes ou resfriados) e, com isso, reduzir a carga de exercícios por alguns dias. O resultado, mais uma vez, pode ser prisão de ventre.
Existem outras causas mais graves que podem afetar o trânsito intestinal, provocando a obstipação – que, nestes casos, é apenas um sintoma, a ponta de um iceberg. Caso haja suspeitas, é precisar consultar um veterinário com urgência:
A prisão de ventre é um problema comum entre os cachorros idosos e imunodeprimidos. Estes animais precisam de acompanhamento médico regular e, quando necessário, do uso de medicamentos.
É importante lembrar que, sem orientação médica, os tutores não devem ministrar laxantes aos pets. Vários sites indicam o uso de leite de magnésia, leite fermentado e outras substâncias mais agressivas, mas, sem acompanhamento, qualquer droga química pode trazer mais danos do que benefícios.
Uma condição mais ou menos comum é a peristalse, ou paralisia do intestino, que deixa de se movimentar ou faz movimentos lentos e limitados.
O intestino é um longo tubo que executa movimentos de contração e dilatação para permitir o trânsito dos alimentos processados pelo estômago. No intestino delgado, são absorvidos os macronutrientes (proteínas, gorduras e açúcares) e a maioria dos micronutrientes (ferro, cálcio, potássio, etc.). O intestino grosso absorve a água necessária para todas as células.
Com a peristalse, todo este processo fica comprometido – ou simplesmente cessa por completo. A evolução do quadro quase sempre é o óbito do animal doente.
Os cachorros podem apresentar um quadro grave: a obstrução intestinal, ou seja, o impedimento total da passagem das fezes pelo reto. Nestes casos, é comum observar, durante alguns dias, a dilatação do abdômen, que se torna rígido e doloroso ao toque.
A obstrução intestinal pode levar a uma perfuração do órgão. Além do comprometimento de funções vitais, a perfuração abre caminho para bactérias que vivem naturalmente no intestino proliferarem excessivamente, provocando infecções. Esta condição quase sempre é fatal.
Consideram-se casos crônicos os cachorros que passam três dias sem conseguir evacuar (nas raças de menor porte, o prazo é mais curto), especialmente quando os pets fazem força, sem resultado, para eliminar as fezes. É necessário saber diferenciar os casos simples, de curta duração, e os que requerem atenção médica.
O veterinário, depois da avaliação clínica e da entrevista com os tutores, pode solicitar exames de imagem, análises de sangue (para identificar possíveis infecções, inflamações ou doenças metabólicas) e até exames retais e colonoscopias, para verificar a integridade do intestino.
Nos casos mais graves, como uma obstrução (mesmo parcial), pode ser necessário um procedimento cirúrgico. Nos casos crônicos, o veterinário poderá receitar medicamentos para estimular a evacuação, mas mudanças na alimentação e na rotina de exercícios precisarão ser adotadas.
Em casos leves ou como forma de prevenção, os tutores podem experimentar alguns recursos naturais que atenuam ou eliminam a prisão de ventre. A primeira atitude é não substituir a ração repentinamente: se houver necessidade de troca, é preciso introduzir o produto novo aos poucos, misturado ao que o pet já estava acostumado.
Abóbora, farelo de trigo e aveia são bons auxiliares no combate à prisão de ventre e na regularização do intestino. Se o seu cachorro gosta de vegetais, invista neles (inclusive nas sementes). A aveia e o farelo de trigo podem ser misturados à ração, sem alteração do sabor – e sem que o pet perceba.
Para manter a parceria com o seu pet por mais tempo e com melhor qualidade, você pode adotar as seguintes dicas:
Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!
Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!