A displasia coxofemoral em cães é uma doença bastante dolorosa que afeta as articulações das ancas traseiras. Ela é provocada pelo descompasso entre a massa muscular e o rápido crescimento ósseo – o desenvolvimento muscular não segue o mesmo ritmo do desenvolvimento ósseo, fato que leva à instabilidade na articulação.
O problema, que pode ser bastante doloroso e incapacitante, afeta cães de qualquer porte (e também gatos), mas é mais comum nas raças grandes e gigantes, tais como o pastor alemão, rottweiler, husky siberiano, retriever do labrador, dinamarquês, bloodhound, dogue alemão, etc.
Trata-se de uma doença hereditária e recessiva (isto significa que tanto o pai como a mãe tenham genes relacionados ao transtorno, para que os filhotes, ao atingir a maturidade – e principalmente a senilidade – desenvolvam displasia coxofemoral); por isto, cães portadores, machos e fêmeas, não devem ser candidatos à reprodução. Em alguns raros casos, alguns cães podem sofrer com este mal a partir de traumas, como atropelamentos.
A displasia coxofemoral está relacionada a alterações ósseas na articulação do quadril com o acetábulo (depressão da pélvis onde se encaixa o fêmur, comum a primatas e mamíferos de quatro patas). O problema pode se manifestar a partir da segunda semana de vida dos filhotes. O acetábulo é formado por três ossos: ísquio (regiões laterais e inferiores), ílio (região superior) e púbis (área média).
Além do fator genético, questões como a alimentação inadequada (excessiva e/ou com grande teor de sódio), o excesso de exercícios físicos (especialmente em animais filhotes e jovens), a exposição ao chumbo e à poluição e até mesmo algumas “manias” (algumas posições adotadas pelos pets) podem contribuir para o desenvolvimento precoce da displasia coxofemoral nos cachorros.
O diagnóstico de displasia coxofemoral é feito através de avaliações clínicas, com os animais em pé, andando e correndo e a palpação da área do quadril e das coxas, para verificar uma possível dilatação na coxa e no encaixe do fêmur e presença de crepitação (estalos causados pela má articulação).
Em seguida, exames por imagens (radiografias, tomografias, etc.) são indicados para confirmar o grave diagnóstico de displasia coxofemoral, que só pode ser definitivo a partir dos dois anos de idade do animal. A enfermidade é classificada em cinco graus pela medicina veterinária:
Algumas raças de cães são menos suscetíveis à displasia coxofemoral, em função da boa relação entre massa muscular e gordura corporal. É o caso, por exemplo, do schnauzer (mesmo o gigante), afghan hound (galgo afegão), borzói, saluki, whippet e grey hound, cachorros naturalmente esgalgados (com o abdômen sensivelmente retraído).
É muito difícil que cães jovens apresentem sintomas de displasia coxofemoral. Quando isto ocorre, no entanto, os sinais são bastante agudos: filhotes com menos de um ano de vida acometidos deste mal diminuem drasticamente o nível de atividade, apresentam sinais de dificuldade de locomoção e podem ter o desenvolvimento físico prejudicado (não apenas com relação à redução do porte esperado para a raça, mas inclusive desenvolvendo algumas deformidades).
Os cães adultos e idosos demonstram condições crônicas, determinadas pelo tempo: dificuldade no andar e correr e atrofia muscular (redução do volume dos músculos no quadril e baixo ventre determinada pela inatividade).
Até mesmo a cintura escapular (região onde se conectam os membros anteriores) é prejudicada pela displasia coxofemoral, uma vez que os ombros pernas dianteiras são comprometidos pelo excesso de peso transmitido para a área frontal, em uma tentativa de compensação dos membros posteriores e alívio das dores e desconfortos.
São diversas as terapêuticas adotadas, sempre em função da displasia coxofemoral:
Proprietários de animais com propensão para desenvolver a displasia coxofemoral podem tomar algumas providências para impedir (ou atenuar) o desenvolvimento da doença. Entre elas, vale destacar as seguintes:
Na verdade, no entanto, a melhor providência para eliminar a displasia coxofemoral é não disponibilizar animais portadores do problema (com histórico familiar da doença) para a reprodução. Além disto, proprietários responsáveis não devem expor os seus animais a um programa exagerado de exercícios físicos.
Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!
Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!