É muito complicado, especialmente para os “marinheiros de primeira viagem”, resistir aos apelos de um cãozinho. Os filhotes são adoráveis e as raças pequenas cabem perfeitamente na nossa cama. O olhar pidão e os latidos amigáveis para chamar a nossa atenção quase sempre são mais que suficientes para que aceitemos o convite de dormir de conchinha.
Alguns especialistas em comportamento animal destacam alguns benefícios em dormir com o cãozinho na cama: o nosso companheiro faz companhia, diminui a nossa ansiedade e transmite segurança. Cães são gostosos, fofos e quentes, uma ótima companhia para os dias mais frios.
Os animais também escolhem a nossa cama pelos mesmos motivos: é quente, aconchegante e permite um contato estreito com o dono.
Um argumento, no entanto, talvez seja o mais forte: dormir com o cãozinho reforça a liderança, tornando-o mais obediente. Na natureza, os filhotes, jovens e submissos procuram a companhia do macho alfa da matilha para o descanso noturno.
Os motivos, aliás, se estendem a não deixar que o cãozinho suba na cama, mesmo que seja apenas para um carinho rápido. A principal razão para mantê-lo na caminha é a higiene; os cães – mesmo os de pelo curto bem higienizados – são condutores naturais de ácaros. Estes pequenos aracnídeos transmitem alergias e outras doenças.
Cães mal cuidados podem se tornar portadores de parasitas (como pulgas e carrapatos) e microrganismos que podem ser nocivos à nossa saúde (fungos, vírus e bactérias). Mesmo que eles estejam livres de todos estes problemas, o fato de cachorros e gatos serem descuidados com a sujeira – eles passam sobre ela sem nenhum problema – já basta para levar alguns agentes indesejáveis para a cama, incrustados em suas patas.
Se alguns biólogos e veterinários afirmam que dormir com o cãozinho na cama reforça o sentimento de hierarquia, outros acreditam justamente no contrário: sem encontrar limites, o animal se confunde e perde o senso de liderança, fato que pode provocar o desenvolvimento de diversos comportamentos inadequados, quando não totalmente reprováveis.
Por outro lado, quando um cachorro se torna mal educado ou até mesmo agressivo, pode ser uma boa ocasião para adestrá-lo e definir as posições que cada um ocupa na casa. Tudo depende das atitudes que o dono toma em relação ao pet.
O comportamento canino também não se harmoniza com o humano. Durante a noite, o cãozinho pode descer da cama por qualquer razão (e ganir quando deseja retornar), pode latir por qualquer motivo, roncar, esparramar-se, etc.
Lembre-se: no dia seguinte, você precisa acordar cedo para cumprir as obrigações do dia e é necessário estar bem disposto(a) para isto; o animalzinho de estimação procura o canto preferido e pode se aninhar pelo tempo que quiser.
Os filhotes não devem ser admitidos na cama. Além de frágeis, eles sempre são mais sujinhos do que os cães jovens e adultos. São desajeitados e costumam tropeçar em qualquer coisas e quase todos os filhotes precisam fazer xixi várias vezes durante a noite.
Quando crescem um pouco (entre quatro e seis meses de vida), os novos membros da família entram em outra fase de desenvolvimento: a troca da dentição. O crescimento dos dentes obriga-os a roer qualquer coisa, e os cãezinhos ficam bastante agitados. Para preservar lençóis, fronhas e edredons, é preciso mantê-los à distância.
Um motivo extra: muitas pessoas movimentam o corpo durante boa parte do sono. Ficam deitadas de um lado, do outro, de bruços, de costas. Isto pode gerar alguns traumas desnecessários, especialmente em animais pequenos. Além da dor e do desconforto do cãozinho, o dono pode ser obrigado a acordar de madrugada para correr à clínica veterinária.
Seja como for, não existe uma orientação definitiva: são os tutores que devem decidir os locais da casa em que os cãezinhos podem transitar e permanecer. Em apartamentos, por exemplo, os riscos de os pets carregarem sujeira na patas é menor (mas sempre existente).
Nestas condições, é possível permitir que o animal “pegue carona” em nossa cama, mas não se deite muito próximo ao nosso rosto. Um ponto fundamental é ensinar os comandos “sobe” e “desce”. Os animais devem compreender e respeitar perfeitamente estas ordens.
O importante é lembrar que as “regras da casa” devem ser definidas com o cão ainda pequeno, uma vez que é mais fácil estabelecer um hábito do que corrigir um vício.
Cachorros adultos devem perder o direito de dormir na cama dos donos quando cometem alguns delitos – especialmente os relacionados ao uso dos ambientes da casa. Esta providência deve ser tomada desde o início, para que eles entendam: a cama é o espaço do dono e subir nela é uma concessão, um benefício que pode ser suspenso.
Caso um casal decida permitir que o cãozinho durma na cama, uma atitude que deve ser reprimida é a escolha: o animal não deve ter permissão para optar pelo “pai” ou pela “mãe”, já que esta atitude é uma característica de cão dominante.
Em geral, os animais adultos tendem a assumir uma postura de guarda quando estão perto dos donos – e isto se repete na cama. Muitos cães se acostumam a dormir nos pés do leito, mais próximos da porta do quarto, para defender a família.
Um último conselho: já dissemos que os filhotes são adoráveis (na verdade, eles são adoráveis por toda a existência). No entanto, antes de acostumá-los a dormir na cama (ou permitir que eles subam nela), é preciso ter em mente o porte que atingirão na vida adulta, já que é muito difícil dividir o leito com um pastor alemão ou um rottweiler.
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