A hepatite canina é uma condição que afeta o fígado dos cães e pode evoluir silenciosamente até estágios graves. Compreender os sinais, as possíveis causas e as opções de tratamento é essencial para garantir a saúde e o bem-estar do seu animal de estimação.
A hepatite em cães é caracterizada pela inflamação do fígado, um órgão vital responsável por diversas funções metabólicas. Essa inflamação pode surgir por diversos motivos e provocar sintomas variados, sendo por isso considerada uma síndrome e não uma doença com uma única origem.
A inflamação hepática compromete a função do fígado, levando à presença de células inflamatórias, formação de tecido fibroso e, em casos avançados, à cicatrização do órgão. A hepatite pode se resolver de forma espontânea, mas o tratamento é geralmente necessário para evitar que o problema evolua para falência hepática.
Existem dois principais tipos de hepatite canina: aguda e crônica. Cada um possui características distintas e exige atenção específica.
Esse tipo surge de forma repentina e intensa, geralmente dentro de dias ou poucas semanas. Pode ser causada por infecções virais, exposição a substâncias tóxicas ou reações adversas a medicamentos.
Já a forma crônica evolui lentamente ao longo de meses e é mais difícil de identificar nos estágios iniciais. Pode levar à fibrose hepática e, eventualmente, à cirrose. A detecção precoce é fundamental para controlar a doença e melhorar o prognóstico.
Diversos fatores podem desencadear a inflamação hepática em cães, e as causas variam entre os casos agudos e crônicos.
Intoxicação por produtos químicos
Infecções virais (como a hepatite infecciosa canina)
Doenças bacterianas, como a leptospirose
Reação a medicamentos
Ingestão de micotoxinas presentes em fungos
Acúmulo excessivo de cobre no fígado (hepatopatia associada ao cobre)
Infecções bacterianas persistentes
Resposta autoimune do organismo
Algumas raças, como Doberman Pinscher, Dálmata, Spaniel e West Highland White Terrier, são mais propensas ao desenvolvimento da hepatite crônica.
A HIC é causada por um adenovírus e pode provocar sintomas severos, principalmente em cães não vacinados. Apesar de ser menos comum devido à vacinação, ainda representa risco em comunidades com baixa cobertura vacinal, pois é transmitida por secreções como urina, fezes e saliva.
A HAC é uma condição preocupante relacionada ao excesso de cobre no fígado, muitas vezes influenciada pela dieta. Certas raças, como o Bedlington Terrier e o Labrador Retriever, têm predisposição genética ao acúmulo de cobre, que pode resultar em inflamação crônica e danos irreversíveis se não tratado.
Muitos cães com problemas no fígado não apresentam sintomas evidentes nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Contudo, mudanças sutis no comportamento e no apetite podem indicar a necessidade de exames.
Letargia e falta de interesse por atividades
Aumento da sede
Perda de peso
Vômitos e diarreia
Icterícia (olhos e gengivas amarelados)
Dor abdominal
Inchaço no abdômen (ascite)
Sangramentos incomuns (nariz e boca)
Febre
Depressão
O diagnóstico geralmente começa com exames de sangue que avaliam as enzimas hepáticas. No entanto, o método mais preciso para confirmar a hepatite e determinar sua gravidade é a biópsia hepática. Outros exames incluem ultrassonografia e análise de ácidos biliares.
O tratamento depende da causa subjacente, mas geralmente envolve o controle da inflamação, a proteção do fígado e a prevenção de complicações.
Antibióticos e anti-inflamatórios
Suplementos antioxidantes
Dietas específicas com baixo teor de cobre
Medicamentos imunomoduladores (em casos autoimunes)
Terapias de suporte com fluidos intravenosos
Em casos graves e irreversíveis, pode ser necessário adotar cuidados paliativos para manter o cão confortável.
O tempo de sobrevida para cães com hepatite crônica varia entre 18 meses e 3 anos, dependendo do estágio em que a doença foi detectada e da resposta ao tratamento. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de controlar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do animal.
Embora nem todas as formas de hepatite possam ser evitadas, algumas medidas são fundamentais:
Vacinação em dia contra HIC
Monitoramento da dieta, especialmente para raças predispostas à HAC
Check-ups regulares com exames de sangue
Acompanhamento com veterinário especializado em hepatologia em casos de suspeita
Consultar um nutricionista veterinário também é recomendado caso haja dúvidas sobre o conteúdo de cobre na alimentação do pet.
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