Manchas de lágrima em cachorro - o que significa? 

O sintoma da lágrima ácida é muito fácil de ser identificado: pequenas manchas vermelhas ou amarronzadas nos cantos dos olhos, na região da junção entre as duas pálpebras. É uma condição bastante comum entre cachorros e pode ser identificada também nos gatos.

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Apesar do nome, a lágrima não é ácida. O pH da secreção é neutro (entre 7,0 e 7,4). Há talvez centenas de anos, ao verificar o problema, algumas pessoas acreditaram que se tratava de algum tipo de queimadura e criaram a designação popular.

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O que causa a lágrima ácida nos cachorros?

A lágrima ácida é causada pelo acúmulo de secreções. Ela surge quando ocorrem problemas de drenagem nos dutos lacrimais – pequenos canais que transportam o fluido lacrimal produzido por glândulas específicas. A lágrima é uma mistura formada por água, sais minerais, proteínas e gorduras.

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Entre os humanos, as lágrimas podem aumentar em função de emoções fortes, como tristeza, alegria, prazer e irritação. Nos pets, no entanto, apesar de muitos tutores garantirem já terem observado cães e gatos "chorando", a secreção é uma estratégia para limpar e lubrificar os globos oculares.

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As lágrimas também funcionam como uma barreira do sistema imunológico: o líquido atua barrando a entrada de micro-organismos (bactérias, vírus e fungos), além de partículas como potencial para provocar irritações e inflamações. Os dutos lacrimais também são pressionados durante bocejos, tosse e espirros.

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A lágrima ácida decorre principalmente de problemas de drenagem – em outras palavras, os dutos lacrimais ficam entupidos. Ela pode ser vista com facilidade nos cantinhos dos olhos, especialmente nos cachorros de pelagem clara.

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As manchas são provocadas pela presença de duas substâncias na lágrima ácida:

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lactoferrina, uma enzima avermelhada presente em todos os mamíferos. Ela foi isolada pela primeira vez em 1939, no leite bovino, e posteriormente constatou-se que a substância, em pequenas concentrações, também é identificada na lágrima, saliva, fluido seminal, secreções vaginais, plasma sanguíneo, bile, suco pancreático e secreções intestinais;

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porfirina, uma substância corante presente no sangue (ela ajuda a compor a hemoglobina, que transporta oxigênio para as células) e forma ligações com diversas substâncias metálicas, levando íons de magnésio, zinco, ferro, cobre e cobalto para os tecidos e órgãos.

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Além de contribuírem na formação da lágrima ácida, a lactoferrina e a porfirina, presentes na saliva de cães e gatos, também podem ser responsáveis pelo escurecimento dos pelos das patas, especialmente no caso de pets que se lambem excessivamente. Por outro lado, as duas substâncias são bactericidas e ajudam a controlar as colônias de micro-organismos presentes na pele.

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Mais raramente, o distúrbio pode ser um sintoma de disfunções na glândula de Meibômio, responsável pela produção da gordura que entra na composição da lágrima, ou nas glândulas caliciformes, que fornecem as proteínas responsáveis pela proteção da córnea e da conjuntiva.

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Como lidar com as manchas de lágrimas?

Ao notar a formação de manchas de lágrima ácida, a providência ideal é que os tutores procurem o veterinário o quanto antes. Mesmo sendo bastante comum e quase sempre inofensivo entre cachorros e gatos, é melhor consultar um especialista.

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A lágrima ácida quase sempre é causada por excesso de metais no organismo, como cobre e ferro. Na maioria dos casos, trata-se apenas de um problema estético, mas alguns cachorros requerem maiores cuidados, especialmente nos casos que envolvem:

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  • obstrução dos canais lacrimais;
  • alteração anatômica do trajeto destes canais;
  • produção excessiva de lágrimas;
  • deficiências na absorção das lágrimas.
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Algumas causas são mais corriqueiras, como o excesso de pelos nas pálpebras, que requer apenas uma tosa específica, mas o distúrbio também pode ocultar infecções bacterianas, que podem levar a condições mais graves. O próprio tártaro acumulado nos dentes pode contribuir para a formação das manchas.

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Como remover manchas de lágrimas ácidas em cães?

Caso o cachorro afetado pela lágrima ácida não tenha nenhum problema físico, as manchas podem ser removidas com algumas providências simples. A principal delas é a limpeza regular da região dos olhos, que pode ser feita com gaze esterilizada e soro fisiológico.

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Alguns cachorros adoram atividades aquáticas - de mergulhos a brincadeiras com borrifadores. São excelentes formas de ocupar o tempo dos peludos, mas, caso eles apresentem tendência à formação de manchas por lágrima ácida, é fundamental limpar e secar o rosto dos pets depois da molhadeira.

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Alguns peludos nem têm tanta intimidade com a água, mas acabam com os pelos úmidos em função de algumas características anatômicas: cães "orelhudos" (de orelhas grandes e caídas), como cocker spaniels, basset hounds, beagles, dachshunds e muitos outros molham as orelhas sempre que bebem água ou comem ração úmida. Os tutores devem ficar atentos para enxugá-los sempre que necessário: a umidade excessiva também facilita a instalação de infecções oportunistas, como dermatites e otites.

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Outro cuidado importante é a escolha dos alimentos (ração, petiscos, etc.). Produtos inadequados podem causar indigestões, que sobrecarregam a produção das porfirinas: em excesso, essas substâncias extravasam por outras vias (como os dutos lacrimais).

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Em casas servidas por água de poço ou bicas d'água, é importante oferecer água sempre filtrada para os cachorros. Dependendo da composição do solo, a água pode ser saturada por algumas substâncias, como sais de ferro e de magnésio; em excesso, elas também contribuem para a formação ou agravamento da lágrima ácida.

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Nos casos dos cães muito suscetíveis à lágrima ácida não relacionada a outros transtornos orgânicos, os tutores podem adotar o banho seco, uma vez que os xampus caninos (e a própria água do banho) podem potencializar o transtorno. A adoção de xampus infantis, com pH neutro, também é uma boa opção.

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Existe ração capaz de remover lágrima ácida em cachorros?

É importante lembrar que os cachorros não devem receber nenhum tipo de alimento humano. O sal, os condimentos e até mesmo o excesso de óleos vegetais contribuem para alterar a hidratação da pele (e dos olhos), contribuindo para a formação das manchas.

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Os tutores devem optar pelas rações classificadas como "premium" ou "super premium". Elas são mais caras, mas são formuladas sem excesso de aditivos sintéticos (como corantes, conservantes, etc.). A quantidade oferecida diariamente também precisa ser controlada, uma vez que o sobrepeso e a obesidade também contribuem para a piora das manchas.

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Algumas condições mais graves

A lágrima ácida é relativamente comum entre os cães de olhos esbugalhados. Como regra geral, os animais braquicefálicos (de focinho curto e achatado) têm os globos oculares projetados para fora, o que facilita o surgimento de alterações no filme lacrimal.

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Algumas das raças caninas mais populares no Brasil são braquicefálicas. É o caso do shih tzu, do maltês, do lhasa apso, do buldogue francês e do pug, que constam do Top Tem no país. Outros cachorros, como o buldogue inglês e o boxer, também apresentam maior suscetibilidade à lágrima ácida.

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Completam a lista dos cães "de cara amassada" o boston terrier, o cavalier king charles spaniel e o dogue de Bordéus, raças menos criadas por aqui. O pequinês, que já foi uma quase unanimidade entre criadores brasileiros (mas hoje está um pouco esquecido), também é braquicefálico. 

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A avaliação médica é importante porque a lágrima ácida pode ser causada por quadros de saúde mais complexos. Os mais comuns são a ceratoconjuntivite seca e deformações nas pálpebras. Estes transtornos podem inclusive demandar tratamento cirúrgico.

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O olho seco

Por definição, a ceratoconjuntivite seca (popularmente conhecida como "olho seco") é a baixa produção de lágrimas. A condição provoca ressecamento do globo ocular e as manchas são apenas um incômodo extra: a doença, se for negligenciada, pode levar inclusive à cegueira permanente.

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A doença pode afetar um ou ambos os olhos. A ceratoconjuntivite seca já foi diagnosticada em cães de mais de 60 raças diferentes e, apesar de os animais sem raça definida serem naturalmente mais resistentes, o olho seco também pode se manifestar nos vira-latas.

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A causa mais frequente é genética (é a chamada ceratoconjuntivite primária) e as raças mais afetadas são as seguintes: buldogue inglês e francês, cocker spaniel, lhasa apso, maltês, pastor alemão, pequinês, poodle, pug, shih tzu e yorkshire terrier.

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A forma secundária do olho seco afeta indistintamente todas as raças caninas e pode estar relacionada a traumas na região dos olhos, algumas doenças infecciosas (como cinomose e leishmaniose) e disfunções metabólicas que alteram a produção das lágrimas, como diabetes, hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo.

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Os sintomas iniciais são: vermelhidão e manchas nos olhos, redução na abertura das pálpebras, coceira, dor e acúmulo de secreções (remela). Sem o tratamento adequado, a ceratoconjuntivite seca evolui para a fase crônica, com pigmentação da córnea e secreção amarelada abundante, com a decorrente perda da visão. O diagnóstico é obtido com o teste de Schirmer.

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O tratamento depende das causas. Nos casos de doenças primárias, é preciso combater e controlar a doença original, para retomada da produção regular das lágrimas. O olho seco é sempre tratado com colírios lubrificantes e a higienização regular da região. Alguns cachorros podem demandar o uso de antibióticos e corticoides.

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Entrópio e ectrópio

São duas enfermidades oculares semelhantes: nos casos de entrópio, a pálpebra se dobra para fora, enquanto no ectrópio ocorre o movimento inverso. Geralmente, as pálpebras inferiores são as mais afetadas por ambas as doenças.

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Nos dois casos, os cachorros se tornam suscetíveis a irritações e infecções. No entrópio, os tecidos oculares são expostos ao meio externo, enquanto, no ectrópio, o contato constante dos cílios é o responsável pelo atrito da pálpebra e a córnea, que facilita tanto a ação de micro-organismos quanto o depósito de substâncias particuladas.

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O ectrópio pode ser:

primário ou conformacional – o animal nasce com a deformação nas pálpebras. As raças mais suscetíveis são: basset hound, bloodhound, cocker spaniel, fila brasileiro, mastim napolitano e São Bernardo;

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iatrogênico - causado por traumas ou por erros de procedimentos cirúrgicos;

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cicatricial – quando o cachorro sofre uma lesão e o processo de cicatrização causa a eversão (reviramento de parte do corpo para fora ou para longe do plano mediano) da margem palpebral.

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O entrópio é a inversão da margem palpebral, que fica em contato permanente com a superfície do globo ocular. A doença pode provocar ulcerações e inflamações nas córneas. Chow-chow, golden retriever, retriever do Labrador e shar-pei apresentam mais frequentemente o entrópio bilateral, que se manifesta apenas no canto interno da pálpebra inferior em lhasa apsos, malteses, poodles e shih tzus.

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O entrópio espástico é resultante do aumento do tônus da região dos olhos, provocado por um estímulo doloroso (alterações na formação da pálpebra, presença de corpos estranhos, cílios voltados para dentro, etc.). A doença também pode ser cicatricial.

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O tratamento depende das causas primárias e, em alguns casos, pode demandar um procedimento cirúrgico. As manchas de lágrima ácida são frequentes no entrópio e no ectrópio.

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