Cães que enfrentam doenças ou lesões no maxilar superior podem precisar passar por uma intervenção cirúrgica conhecida como maxilectomia parcial. Esse procedimento consiste na remoção de uma parte do osso e dos tecidos da maxila. Há diferentes abordagens para essa cirurgia, dependendo da área afetada. Neste artigo, você vai descobrir tudo sobre as indicações, tipos de maxilectomia, complicações possíveis e cuidados necessários para garantir a qualidade de vida do seu cão após a cirurgia.
Assim como os humanos, os cães possuem uma anatomia oral composta por estruturas responsáveis pela mastigação e umedecimento do alimento. Entre elas, estão a maxila (maxilar superior) e a mandíbula (maxilar inferior). A maxila é formada por dois ossos unidos que sustentam os dentes superiores, formam o céu da boca e contribuem para a estrutura da cavidade nasal e ocular.
A maxilectomia é a cirurgia onde se remove uma parte ou toda a maxila. Já a mandibulectomia refere-se à retirada parcial ou total do maxilar inferior. Esses procedimentos são realizados sob anestesia geral e têm como objetivo tratar lesões, fraturas ou tumores que afetam essas regiões.
Esse tipo de cirurgia é geralmente indicado no tratamento de tumores orais, sejam eles benignos ou malignos. A remoção do tecido comprometido ajuda a impedir que a doença se espalhe para outras partes do corpo.
Entre os tumores mais comuns que podem exigir a maxilectomia estão:
Melanoma maligno
Carcinoma de células escamosas
Fibrossarcoma
Osteossarcoma
Ameloblastoma acantomatoso benigno
Além dos tumores, a maxilectomia também pode ser indicada para corrigir fraturas graves ou infecções que não respondem a tratamentos convencionais.
Antes de definir o tratamento, o veterinário realiza uma série de exames para identificar o tipo e a extensão do tumor. As etapas incluem:
Exame físico detalhado
Aspiração com agulha fina para coleta de amostras
Biópsia sob anestesia geral
Tomografia computadorizada para avaliar a disseminação do tumor
Esses exames são essenciais para planejar o procedimento cirúrgico mais adequado, determinando se será necessária uma maxilectomia parcial ou total.
O tipo de maxilectomia varia conforme a localização e o tamanho da lesão. Entre as técnicas mais comuns estão:
Maxilectomia rostral unilateral: indicada para lesões no palato duro de um lado só.
Maxilectomia rostral bilateral: para casos com lesões em ambos os lados do palato duro.
Maxilectomia lateral: aplicada quando a lesão está na parte lateral da maxila.
Maxilectomia bilateral completa: para tumores que comprometem os dois lados da maxila.
O cirurgião sempre irá considerar fatores como a quantidade de tecido saudável disponível para reconstrução e os riscos associados antes de definir o procedimento.
Embora a maxilectomia seja uma cirurgia complexa, as taxas de sucesso são altas, com sobrevida de 70% a 90% após um ano. No entanto, é importante estar ciente das possíveis complicações, como:
Dor e inchaço
Sangramento nasal
Dificuldade para comer
Formação de fístulas (comunicação anormal entre boca e nariz)
Reabertura da ferida cirúrgica
Mesmo com esses riscos, a maioria dos cães consegue recuperar sua qualidade de vida, retornando à alimentação normal dentro de algumas semanas após a cirurgia.
Infelizmente, a recorrência de tumores pode ocorrer em 40% a 50% dos casos, especialmente em tumores agressivos como melanoma maligno e osteossarcoma. A remoção completa do tumor durante a cirurgia é crucial para melhorar as chances de sobrevida do cão.
O período pós-operatório exige atenção especial. Entre as recomendações mais importantes estão:
Uso de medicamentos para controlar a dor e a inflamação
Alimentação com comidas amolecidas ou líquidas nos primeiros dias
Evitar atividade física intensa por 10 a 14 dias
Proibir banhos e natação até a retirada dos pontos
Uso de coleira protetora para evitar que o cão mexa na ferida
Em casos mais delicados, pode ser necessária a utilização de uma sonda alimentar temporária para garantir a nutrição adequada durante a recuperação.
A maioria dos cães consegue voltar a comer normalmente em poucos dias. Alterações estéticas podem ocorrer, como:
Leve deformidade facial
Alterações na posição do lábio superior
Movimentação do lábio durante a respiração inicial
Apesar disso, pesquisas mostram que os tutores estão satisfeitos com os resultados, e a grande maioria afirmaria que optaria novamente pela cirurgia para garantir mais tempo de vida e bem-estar ao seu cão.
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