É preciso entender o motivo. Veja o que fazer quando o cachorro come muita ração e outras coisas.
Os cachorros são naturalmente vorazes. Muitos tutores se preocupam quando os pets comem demais, ou muito rápido. Situações isoladas não são preocupantes: o cachorro pode comer toda a ração disponível quando percebe alguma ameaça. Mas, se o fato se repete sempre, é preciso descobrir o que está acontecendo.
Quando surge uma novidade – um petisco diferente, por exemplo – é natural que o cachorro coma rápido. Se houver outros cães na casa, ele pode devorar a ração para não precisar dividir com o “colega de quarto”.
O problema, no entanto, começa a se tornar mais sério quando a situação se repete diariamente, sem nenhum motivo aparente. Alguns cães são gulosos por natureza, e cabe aos tutores dividir as porções de ração para evitar a ingestão em excesso.
Caso o cachorro tenha encontrado a despensa aberta e encontrado o pacote de ração ao alcance, é muito provável que ele coma muito. Neste caso, é necessário observar possíveis reações, como vômito e desconforto abdominal.
Quando comem mais do que deveriam, os cães ficam enfastiados por algumas horas. É necessário verificar se surgem outros sintomas e, de acordo com a gravidade, levar o pet para o veterinário.
A frequência com que os cães se empanturram também é preocupante. Mesmo que sejam produtos de qualidade, o exagero sempre faz mal e, como os cães comem rapidamente, é possível que eles tenham problemas sérios, como uma torção gástrica.
O fato mais comum, no entanto, é a compulsão alimentar, que pode se instalar quando o cachorro se sente isolado, entediado ou negligenciado. A compulsão também é sintoma de problemas de saúde mais graves.
Também chamada de polifagia, a compulsão alimentar canina é mais comum do que se pensa. Além do estresse e da ansiedade, esta condição pode estar associada a alterações hormonais ou a um quadro de depressão.
É importante considerar que os cachorros podem, um dia ou outro, comer demais. Às vezes, é possível que eles tenham se exercitado em excesso, e isto tenha despertado ainda mais o apetite. Estas, no entanto, são situações isoladas.
A compulsão alimentar é definida quando os cães passam a se alimentar de forma exagerada e voraz sempre que é oferecida a ração (ou outro tipo de alimento). O cachorro também pode passar a vasculhar a lixeira e até a roubar comida.
Cachorros que comem demais costumam exibir alguns comportamentos característicos. Eles ficam inquietos, têm dificuldade para se deitar e apresentam sinais de cansaço físico exagerado, sem motivo aparente.
Os cães que sofrem de compulsão alimentar também podem apresentar quadros de náuseas e vômitos, distensão abdominal (perceptível ao toque), dificuldade para dormir, respiração ofegante e salivação excessiva.
Apenas o veterinário pode diagnosticar a compulsão alimentar canina, através de avaliações clínicas, histórico de saúde e, se necessário, alguns exames de laboratório. O profissional também precisa eliminar outras suspeitas, para sugerir o tratamento mais adequado.
Geralmente, a compulsão alimentar é causada por distúrbios emocionais. Quando se sentem tristes, isolados ou negligenciados, os pets podem tentar compensar as carências exagerando na ração.
A condição pode ser passageira. Por exemplo, um cachorro pode ficar extremamente tenso em função do barulho na vizinhança (uma mudança ou reforma). E, como o pet não pode alterar a situação, acaba comendo muito.
Nestes casos, uma vez que o agente causador desapareça, o cão tende a voltar a se alimentar normalmente. Mais graves são os quadros de cães que passam muito tempo do dia sozinhos e sem atividades, que são mantidos isolados no fundo do quintal, que não têm atividades (como brincadeiras e passeios).
Os cachorros são animais gregários e precisam de companhia. Alguns são mais independentes, enquanto outros são verdadeiros chicletinhos, mas todos eles precisam da interação humana. Estabeleça uma rotina saudável para o pet, com momentos de brincadeiras, aprendizado, carinho e descanso.
Organize os horários de alimentação. Os cães adultos saudáveis geralmente são alimentados duas vezes por dia. Acostume o pet à hora da refeição e não ofereça lanches extras enquanto perceber que ele continua comendo mais do que deve.
Os cachorros são animais bastante inteligentes e versáteis. Eles se acostumam rapidamente a alterações no dia a dia, desde que percebam que nada mudou no relacionamento com os tutores.
Se a voracidade persistir (algumas raças são especialmente vorazes, como o dachshund e o rottweiler), divida a ração diária em porções menores. Mesmo que ele coma muito rápido, não haverá problemas com excesso de alimentos.
Os cães que comem muito podem ter problemas agudos, que vão de uma leve indigestão a uma torção gástrica (que, se não for socorrida a tempo, pode inclusive causar a morte). Mas, mesmo que não haja ocorrências mais notáveis, estes gulosos certamente terão problemas com a balança.
A obesidade canina é uma doença nutricional que já é considerada endêmica. Além de comer demais, alguns animais também se exercitam pouco. Gulodice e sedentarismo não são bons parceiros do bem-estar e da saúde.
Acredita-se que a doença atinja de 20% a 40% da população canina dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil. A obesidade canina é caracterizada por um aumento a partir de 15% sobre o peso corporal ideal, de acordo com a idade, raça, porte e sexo do animal.
A obesidade também pode ser causada por distúrbios metabólicos, como deficiências no pâncreas, na tireoide e nas glândulas adrenais. A maioria dos casos, no entanto, é devida a erros na alimentação, que geralmente estão relacionados com o sedentarismo: cachorros que não passeiam nem brincam ficam obesos.
O tratamento consiste na adoção de novos hábitos saudáveis. O cachorro precisa passar por um processo de reeducação alimentar: ele precisa comer menos. Trata-se de um período delicado e doloroso, porque o cão não decide, por ele próprio, reduzir o alimento diário.
Os tutores precisam se engajar no tratamento, eliminando lanches extras e fornecendo as quantidades de ração indicadas pelo veterinário. Também é necessário organizar práticas físicas, com brincadeiras, passeios, corridas, etc., de acordo com as condições gerais do cachorro.
O ideal é garantir alimentação adequada e atividade física desde que o cachorro é adotado. É muito mais fácil coibir maus hábitos em filhotes do que eliminá-los em animais já acostumados a comer muito e muito rápido.
Mas, se o seu cachorro come muita ração, sempre é tempo de estabelecer uma nova dinâmica. Os humanos também estão enfrentando cada vez mais problemas de sobrepeso e obesidade. A nova rotina dos pets talvez também seja a solução para os problemas dos tutores.
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