A alimentação dos cães é um tema que gera muitas dúvidas entre tutores, especialmente quando se trata de ingredientes comuns como o milho. Com tantas marcas e fórmulas de rações disponíveis, surgem mitos que acabam confundindo os donos de pets. Um dos mais populares envolve o uso do milho na comida dos cães. Será que ele faz bem ou deve ser evitado?
Neste artigo, vamos esclarecer tudo o que você precisa saber sobre o milho na dieta canina.
Sim, os cães são capazes de digerir milho – especialmente quando cozido. A especialista em nutrição animal Linda Case explica que o amido presente no milho cru é digerível em cerca de 60%, enquanto o amido cozido pode alcançar até 95% de digestibilidade. Isso ocorre porque o cozimento "gelatiniza" os grânulos de amido, facilitando a ação das enzimas digestivas.
Embora o milho em si possa ser seguro, a espiga representa um risco significativo. Se um cão engolir uma espiga inteira ou pedaços dela, pode sofrer uma obstrução intestinal grave. Portanto, evite deixar espigas acessíveis ao seu pet, principalmente durante churrascos ou refeições ao ar livre.
Ao contrário do que muitos pensam, o milho não é apenas um "filler" sem benefícios. Quando inserido de forma equilibrada na ração, ele é uma fonte energética eficiente devido ao seu teor de carboidratos ricos em amido. Além disso, o milho pode oferecer pequenas quantidades de vitaminas e minerais, ácido linoleico (um ácido graxo essencial) e fibras que ajudam na formação de fezes firmes e saudáveis.
Estudos demonstram que cães que consomem rações com milho apresentam níveis reduzidos de amônia nas fezes. Isso é um indicativo positivo de que o animal está absorvendo bem as proteínas da alimentação.
A farinha de glúten de milho é o que resta do grão após a remoção do amido, da fibra e da maior parte do gérmen. Com cerca de 60% de proteína, ela é usada como uma fonte vegetal de proteína, muitas vezes para substituir proteínas animais de custo mais elevado.
Apesar de ser rica em proteína, essa farinha não é uma fonte "completa", pois é pobre em aminoácidos essenciais como lisina, arginina e triptofano. Por isso, precisa ser combinada com outras fontes proteicas para garantir um perfil nutricional equilibrado.
A alergia ao milho em cães é rara. Segundo especialistas, os principais causadores de alergias alimentares são carne bovina, laticínios, soja e trigo. Embora o milho possa causar alergia em alguns casos, ele costuma ser bem tolerado pela maioria dos cães e, inclusive, pode ser uma alternativa útil em dietas hipoalergênicas.
Embora o milho tenha benefícios nutricionais, seu excesso pode indicar uma ração de baixa qualidade. Altos níveis de grãos podem reduzir a digestibilidade das proteínas e sinalizar o uso de ingredientes baratos. Portanto, opte por alimentos balanceados, que combinem bem proteínas, gorduras e carboidratos.
Prefira rações que exibam a declaração de adequação nutricional da AAFCO, indicando que o produto atende aos padrões exigidos. Verifique também a composição detalhada dos ingredientes e procure marcas que sejam transparentes quanto à origem dos seus componentes.
Sim, desde que seja usado com moderação e em forma cozida, o milho é seguro e nutritivo para a maioria dos cães. Ele pode fornecer energia, fibras e até alguns nutrientes importantes. No entanto, a chave está na qualidade geral da ração.
Se você ainda estiver em dúvida sobre a melhor alimentação para o seu pet, consulte um nutricionista veterinário. Esse profissional pode orientar uma dieta personalizada, considerando as necessidades específicas do seu cão.
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