Sundae é uma cachorro preta da raça retriever do Labrador que já apagou dez velinhas no bolo de aniversário. Ela é muito conhecida nas redes sociais, pelos desfiles de moda organizados pela mãe adotiva. Certo dia, no entanto, a tutora deixou a câmera filmando Sundae sozinha e as imagens captadas surpreenderam e emocionaram.
Todos nós precisamos sair de casa para cumprir as tarefas do dia a dia: trabalhar, estudar, encontrar amigos, pagar contas, divertir-se, etc. Muitas vezes, a despedida é apenas um olhar triste do cachorro que fica esperando, sem saber muito bem o que está acontecendo: afinal, para os nossos melhores amigos, o universo começa e termina nas interações com os tutores.
Desde que foi adotada ainda filhote (ela nasceu em março de 2013), Sundae é famosa pelos vídeos publicados no Tik Tok, onde tem o próprio perfil: @sundaetheblacklab, seguido por mais de 1,8 milhão de internautas.
A retriever pode ser vista em festas de aniversário, hábitos de higiene diários, caminhadas, brincadeiras e principalmente os desfiles de moda: a tutora gosta de vestir Sundae com os mais diversos figurinos, que incluem fantasias e trajes típicos. Alguns vídeos já foram visualizados por 300 mil usuários da rede social.
Recentemente, a tutora de Sundae deixou a câmera acionada quando precisou se ausentar. Ela estava curiosa para descobrir as atividades da retriever quando ficava sozinha em casa. As imagens gravadas derreteram o coração da mãe da peluda.
A tutora imaginou que Sundae ficaria dormindo – ela tem acesso à cama da mãe – procurando algum petisco ou divertindo-se com os brinquedos espalhados pela casa. A mãe da retriever permite que ela circule por todos os ambientes, sem restrições.
Mas não foi isso que ela assistiu quando acessou a gravação. Sundae permaneceu inconsolável durante todo o tempo em que esteve sozinha. Procurando aflita a companhia da melhor amiga. O vídeo mostra a retriever saltando da cama e postando-se como sentinela junto à porta de entrada da casa. Não foi uma saída rápida: a tutora foi para o trabalho e permaneceu o dia inteiro na rua. Sundae não arredou pé da porta, na esperança de vê-la abrir-se e mostrar o rosto amigo que ela tanto queria ver.
Na legenda do vídeo, a tutora afirma ter tomado a firme resolução de ausentar-se o mínimo possível, para não permitir que Sundae voltasse a ficar tão triste: nas imagens, o rosto da cachorra revela uma profunda melancolia com a ausência da mãe.
Contudo, isto certamente é um exagero. Do contrário, quem se candidata a adotar um cachorro ou mesmo um gato teria de renunciar a todos os demais relacionamentos e atividades, o que não seria nem um pouco saudável, inclusive para os pets.
Viver com um cachorro é extremamente prazeroso e implica alguns ajustes na rotina, mas não é necessário eliminar o trabalho, os estudos, os passeios e encontros amorosos, etc. Basta se organizar para que o peludo possa se distrair enquanto está sozinho.
Confira a seguir algumas dicas simples para enriquecer o ambiente e manter os cachorros distraídos enquanto os tutores estão fora de casa.
1) Prepare algumas distrações
O problema não é ficar sozinho, mas ficar sem nada para fazer e se entreter. Os tutores podem organizar algumas distrações, como deixar um sachê de petiscos – basta encher uma garrafinha pet com ração e biscoitos para os peludos encontrarem a maneira certa de abri-la.
2) Garanta o acesso a brinquedo e objetos divertidos
Deixe os brinquedos ao alcance dos peludos. Os cachorros gostam de novidades e, por isso, os tutores podem organizar um rodízio dos objetos, apresentando um lote diferente a cada semana. Isto aguça a curiosidade e faz o tempo passar mais rápido.
3) Crie desafios
Além de descobrir a maneira de abrir a garrafa com guloseimas, existem muitos brinquedos inteligentes que podem distrair os cachorros. Encontrar e puxar uma mola maluca ou corda de pular escondida embaixo de uma almofada é uma estratégia simples, mas há lojas especializadas com dezenas de opções de brinquedos interativos.
4) Organize postos de vigilância
A maioria dos cachorros, mesmo que não sejam adotados para guarda, ficam sempre atentos aos movimentos e ruídos. Uma janela entreaberta, o acesso à porta de entrada, para que eles possam farejar o movimento do corredor ou da rua, um áudio programado para tocar por alguns momentos, tudo isso desperta o instinto de defesa. Mesmo em um apartamento, observar o voo de pássaros pode ocupar minutos preciosos na ausência dos tutores.
5) Espalhe ração e petiscos
Além do comedouro e do bebedouro, os cachorros podem ser incentivados a procurar guloseimas nos espaços em que circulam quando estão sozinhos. Com o fato, eles podem encontrar “tesouros ocultos”, sentindo-se recompensados e satisfeitos. Esta dica não vale para os muito gulosos, nem para os que estão acima do peso.
6) Não passe muito tempo com reencontros e despedidas
A rotina de casa deve ser a mais simples e previsível possível. Ao sair de casa, os tutores podem se despedir apenas com um aceno, sem abraços ou adiamentos. Isto deixa os cachorros mais confortáveis. Vale o mesmo para o retorno: os tutores devem guardar as compras, trocar de roupa, verificar a correspondência, etc., antes de fazer a festa. A naturalidade dos humanos será transferida para os peludos.
7) Deixe uma peça de roupa
Uma peça de roupa do tutor permite que os cachorros evoquem a presença do amigo sempre que identificarem os odores característicos. Não é preciso que a roupa esteja usada: o faro canino é excepcional e ele consegue trazer a memória da convivência com muita facilidade. A peça é identificada como uma espécie de porto seguro, de maneira inconsciente. Isto, claro, e a relação entre pet e tutor for prazerosa para os peludos.
Os cachorros podem ficar sozinhos e, mesmo na presença da família, podem ter momentos de isolamento, mas é preciso lembrar que eles são animais gregários, que vivem em grupos. Por isso, as brincadeiras, caminhadas e agrados devem fazer parte do dia a dia. Isto fortalece os vínculos, torna os cachorros mais equilibrados e garante uma convivência positiva e estável.
Seja por características de personalidade, seja por ser muito apegado aos tutores, a ausência do humanos (e o tédio decorrente) pode levar a alguns transtornos comportamentais, como destrutividade e agressividade. O distúrbio mais frequente é a chamada ansiedade de separação, que começa a se manifestar quando o peludo percebe os sinais de que os pais adotivos estão de saída.
Alguns casos são mais graves, podendo chegar a um quadro de depressão, que exige o acompanhamento profissional de um veterinário e/ou de um adestrador. Na maioria, no entanto, basta enriquecer o ambiente, garantir as atividades e a diversão, para que o peludos se reequilibrem.
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