Por que os cachorros comem sujeira?

Antes de entender por que os cachorros comem sujeira, é preciso definir o que é “sujeira”: um petisco que cai na terra continua saboroso para os peludos, que não conhecem os riscos das contaminações, por exemplo.

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A própria humanidade só compreendeu a necessidade real da higiene no século 19, quando microscópios mais potentes revelaram todo um universo de micro-organismos – parte deles, patológicos. Até então, lavávamos alimentos e utensílios para eliminar restos e tínhamos apenas uma vaga ideia sobre a influência das condições do meio para a nossa saúde.

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Dito isso, os tutores não precisam ficar enojados quando os cachorros “conquistam” uma lata de lixo, quando comem petiscos caídos no chão nem quando “reciclam” o próprio vômito. Para evitar esses incidentes, precisamos manter as lixeiras vedadas, limpar vômitos e regurgitações imediatamente e recolher guloseimas que não podem ser mais aproveitadas.

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Os motivos para cachorros comerem sujeira

Mas, por que alguns cachorros desenvolvem o hábito de comer sujeira? Existem inúmeras razões e algumas delas precisam ser muito bem avaliadas. É o caso de comer cocô, por exemplo – lembrando sempre que fezes são materiais nutritivos, reaproveitados por diversos animais.

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Principalmente entre os filhotes, comer sujeira pode ser apenas uma decorrência da curiosidade. Eles encontram alguma coisa diferente, tentam identificar com o cheiro e, para certificar-se, colocam na boca e engolem. Alguns cachorros, no entanto, são curiosos durante a vida inteira – é o caso dos cocker spaniels e dos basset hounds – e, por isso, mantêm o hábito sem alterações inclusive quando atingem a terceira idade.

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Esta é uma característica das raças: os sabujos (hounds) precisam levantar a caça, identificá-la, aproximar-se e encurralá-la. Para cumprir a tarefa, nada melhor do que experimentar uma coisa ou outra durante o trajeto.

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É a seleção artificial (através de cruzamentos seletivos) que reforçou alguns hábitos. Muitos tutores ficam desesperados (com certa razão) ao observarem os cães comendo terra. Os rateiros e caçadores de pequenas presas costumam investigar tocas, na busca de marmotas, lebres, etc.

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Eventualmente, eles podem engolir parte da terra que deslocaram com o focinho, mas não estão “comendo terra” – apenas se desfazendo de rejeitos da atividade. Seja como for, o hábito é desaconselhado, porque eles podem se deparar com ovos e larvas de vermes e, para acabar com os parasitas, são necessários tratamentos lentos e trabalhosos.

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O paladar dos cães

Os cachorros percebem mais ou menos os mesmos sabores que os humanos: doce, salgado, azedo e amargo (eles não conseguem identificar apenas o “umami”, o quinto sabor captado pelas nossas bocas).

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A percepção, no entanto, é menos decisiva – e muito menos convincente. Enquanto a boca humana é equipada com nove mil papilas gustativas (terminais nervosos que identificam e classificam os sabores), os cães contam com apenas 1.500 papilas.

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Por isso, quando estão explorando um ambiente, os peludos se baseiam principalmente no faro e na audição. Os sabores não são muito determinantes para os cachorros, mesmo porque eles ainda mantêm características da natureza, em que não é possível rejeitar uma refeição e ficar esperando pela seguinte.

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Para os cães, portanto, qualquer coisa comestível serve para matar a fome, antes que um rival o faça. Pelo mesmo motivo, eles são muito vorazes e engolem quase sem mastigar. O objetivo, talvez, seja acabar rapidamente o próprio prato e, se possível, assaltar o prato alheio.

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Motivos para se preocupar

Um cachorro pode comer sujeira para compensar a falta de nutrientes das refeições oferecidas pelos tutores. Isto pode acontecer quando se escolhe uma ração de baixa qualidade, ou quando as porções são insuficientes para as necessidades nutricionais dos peludos.

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Os tutores devem oferecer produtos balanceados, indicados para as especificidades de cada cachorro (sexo, faixa etária, além de diagnóstico firmado de algumas doenças, como insuficiência renal ou hepática). As porções devem ser as indicadas pelo fabricante na embalagem do produto.

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Eventualmente, o veterinário pode recomendar o aumento (ou redução) da oferta de alimentos, seja porque o cachorro tem hábitos sedentários e não consome muitas calorias, seja porque está acima do peso. As alterações súbitas, no entanto, podem gerar transtornos emocionais, que eventualmente os levam a comer mais sujeira.

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O fato de comer terra, apesar de quase sempre estar associado ao hábito de escavar (e às vezes destruir vasos e canteiros), também pode indicar deficiência de alguns nutrientes. O cachorro pode estar com anemia ferropriva e instintivamente começa a procurar fontes de ferro. É preciso um diagnóstico médico para identificar a doença e propor o tratamento adequado.

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Qualquer doença no sistema digestório, aliás, pode levar o cachorro a comer terra (e toda a sujeira que encontrar pelo chão). Costuma-se dizer que, quando estão com azia ou indigestão, os cachorros procuram ervas para se aliviar.

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Isto não está totalmente correto. Os cachorros são preferencialmente carnívoros (eles têm um regime alimentar baseado em proteínas de origem animal, complementada por algumas folhas e frutas). Quando eles aceitam uma salada, quase sempre estão apenas suplementando a dieta.

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No entanto, eventualmente, eles podem comer terra e algumas ervas também em casos de desconforto. Por isso, é importante manter algumas plantas fora do alcance, por serem tóxicas. É o caso da jiboia, azaleia, comigo-ninguém-pode, bico-de-papagaio e muitas outras.

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Cuidado com os vermes

Os cachorros são particularmente sensíveis à infestação por parasitas internos (vermes como tênias e lombrigas, além de outros mais graves, como os que causam a dirofilariose e a dipilidiose, que também afetam os gatos).

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É um ciclo vicioso: os cachorros comem qualquer coisa infestada com ovos de vermes, desenvolvem os parasitas no intestino, passam a sofrer com deficiências nutricionais (os vermes absorvem a maior parte dos nutrientes) e procuram qualquer coisa (inclusive sujeira) para comer, tentando compensar. Com este gesto, podem engolir mais ovos e aumentar o número de parasitas.

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Todos os cachorros precisam receber vermífugos ainda filhotes (são duas ou três doses, a partir do 15º dia de vida), além de reforços a cada três meses (o intervalo pode ser reduzido para os peludos que convivem com muitos outros cães diariamente). No caso da adoção de adultos, a primeira providência é dar as vacinas e vermífugos necessários logo nos primeiros dias de convivência.

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Cachorro comendo cocô

Um cachorro pode comer cocô porque a oferta diária de ração não satisfaz as necessidades nutricionais: as fezes passam a ser um suplemento alimentar. Em geral, isto não representa riscos, se o animal for saudável (o perigo é o de reinfecção, em casos de transtornos gastrointestinais causados por bactérias ou vírus).

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Mas, caso sejam fezes alheias – encontradas durante os passeios diários, por exemplo – os tutores não devem permitir a ingestão. Elas podem estar contaminadas e causar outras infecções mais ou menos graves, especialmente nos cães de pequeno porte e nos filhotes, que ainda não têm o sistema imunológico desenvolvido.

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Um aspecto mais preocupante é quando os cachorros comem cocô por ansiedade. Isto pode acontecer durante o treinamento para usar o lugar certo para fazer as necessidades. Se as exigências forem exageradas, com gritos, castigos e até o “esfregar o focinho” nas fezes, os resultados podem ser catastróficos.

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Pode parecer óbvio, mas, quando um cachorro está aprendendo alguma coisa, é porque ele ainda não sabe. Por isso, até que o peludo entenda que precisa fazer xixi e cocô no quintal ou na área de serviço, ele se submete ao método da tentativa e erro. Os erros são as poças de xixi dentro de casa e o cocô fora do lugar.

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Quando a reação dos tutores é muito violenta, os cachorros – que ainda estão aprendendo – podem concluir que o malfeito é o próprio cocô, e não o lugar em que ele foi depositado. Para evitar os castigos, eles passam a se livrar das “provas do crime”.

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Na maioria das vezes, a ingestão não é prejudicial, mas a ansiedade que determinou o gesto pode comprometer severamente o temperamento dos cachorros. A ansiedade pode se tornar uma bola de neve ladeira abaixo e levar a outros comportamentos inadequados, como medo desmotivado, irritação, destruição de objetos, isolamento, etc.

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Corrigir esses desvios é muito mais difícil do que ensinar o cachorro usando o método positivo, que consiste em premiar o peludo sempre que ele fizer a coisa certa. No caso do cocô, o tutor precisa se armar de paciência.

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Alguns comportamentos podem ser enraizados – isto quase sempre acontece quando as condutas inadequadas são negligenciadas e ignoradas, ou são censuradas de forma agressiva (física ou verbalmente).

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Nesses casos, um veterinário pode aconselhar sobre a melhor estratégia a ser tomada para que o cachorro pare de exibir os comportamentos errados. O médico pode sugerir alterações na rotina, mas todas elas passam por mais momentos de interação entre o cachorro e o tutor. Se não houver tempo disponível para ensiná-lo e corrigir os maus hábitos, a família deve considerar a contratação de um adestrador profissional.

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O treinamento para deixar de comer sujeira

Os cachorros costumam evacuar de 20 a 30 minutos depois de fazer a primeira refeição do dia. Cabe aos tutores levá-los ao banheiro (pode ser o quintal, a área de serviço ou uma folha de papel-jornal em um cantinho qualquer) e esperar que a natureza faça a sua parte.

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A dupla pode aproveitar para colocar a conversa em dia. O tutor pode fazer alguns carinhos enquanto espera a natureza seguir o seu curso. Quando o cãozinho finalmente fizer cocô, ele deve ser elogiado pelo gesto e receber a recompensa. Com alguns dias de prática, a maioria dos cachorros assimila a rotina do banheiro. Os petiscos podem ser dispensados em duas semanas, mas os estímulos (afagos e palavras de incentivo) por um prazo mais longo são importantes para consolidar o aprendizado.

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O método positivo de adestramento pode ser empregado em qualquer forma de aprendizado. Um cachorro que é advertido para não comer sujeira, não escavar, não engolir terra, não fuçar no lixo, etc. e ganha prêmios pelo bom comportamento rapidamente aprende o que se espera dele.

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A sequência é sempre a mesma: mostrar o que deve ser feito, estimular com palavras e gestos, premiar os acertos e manter as melhores recompensas – os incentivos verbais e os gestos de carinho. Até os cães mais teimosos aprendem com rapidez.

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