Por que os cachorros lambem os tutores?

Não é apenas uma forma de carinho. Os cachorros lambem os tutores por vários motivos.

Este comportamento – lamber os tutores – é instintivo dos cachorros. Ele surge quando os cachorros ainda são filhotes, basicamente por duas razões: reconhecer-se como parte da ninhada e receber leite e cuidados da mãe. Na natureza, é possível observar os lobos fazendo a mesma coisa.

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As lambidas também são uma forma eficiente de explorar o mundo – um imenso desconhecido para quem acaba de nascer. A trufa – a parte final do focinho, onde ficam as narinas – fica muito próxima à boca e, desta forma, os estímulos gustativos e olfativos se misturam, gerando experiências diversas.

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As mães quase sempre lambem as crias para criar uma espécie de “selo de autenticidade”. Com as lambidas constantes, elas transmitem o próprio cheiro para os filhotes e conseguem identificá-los com muita facilidade.

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Esta estratégia é especialmente útil quando os cãezinhos começam a sair do mundo e explorar os arredores. As cadelas conseguem encontrá-los apenas farejando o ambiente, mesmo que eles não estejam no campo visual.

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Por seu lado, os filhotes lambem a mãe em um gesto de submissão. Eles sabem instintivamente que precisam dos cuidados maternos e demonstram docilidade com as lambidas. Automaticamente, eles ganham leite, calor e aconchego.

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Os cachorros possuem papilas gustativas distribuídas por toda a boca. Elas não são tão numerosas quanto entre os humanos, mas são igualmente capazes de identificar sabores. Um motivo comum (e às vezes interesseiro) para as lambidas é a identificação de alguma guloseima que deixou rastros nas mãos dos tutores.

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Motivos caninos

Os cachorros são animais gregários, isto é, eles vivem em grupos organizados, com funções diferentes e complementares. Nas alcateias, os lobos se dividem em diversas tarefas: caça, cuidados com os filhotes e jovens, treinamento, vigilância, limpeza do acampamento, defesa contra predadores e outros grupos, etc.

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As matilhas apenas reproduzem os comportamentos ancestrais – e, para os cães, nós fazemos parte da matilha, ainda que em posição de chefia. Ser submisso ao tutor, para os cachorros, é uma garantia de segurança, alimentação, brincadeiras, etc. Eles percebem a estabilidade.

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As lambidas são absolutamente naturais e são motivadas principalmente pelas situações seguintes:

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carinho – é o principal motivo por que os cachorros lambem os tutores: eles querem demonstrar o amor que sentem pelos seus humanos. Além das manifestações de afeto, os beijos também estão presentes quando os peludos querem agradecer por alguma coisa que lhes dá prazer, que pode ser um afago, um petisco ou uma brincadeira;

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identificação – não se trata apenas de reconhecer fisicamente os tutores, mas de avaliar o estado de ânimo dos “líderes da matilha”. Com as lambidas, os cachorros conseguem perceber se estamos animados, cansados, tristes, irritados, etc.;

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submissão – na natureza, os grupos mantêm certa estabilidade, mas sempre há disputas pela estrutura hierárquica. Em casa, quando os cachorros lambem os tutores, eles estão reafirmando a submissão: eles estão felizes com a liderança e querem que tudo continue exatamente como está;

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pedido de atenção – os cachorros não gostam nem um pouco de ser ignorados. Quando estão acompanhados pelos tutores, eles precisam estar envolvidos em alguma atividade – mesmo que seja uma soneca ao lado (ou aos pés). Quando os humanos ignoram os peludos, eles podem usar as lambidas para atrair a atenção. Eventualmente, eles também podem estar “dizendo” que estão com fome, frio, algum incômodo ou dor, etc.;

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ansiedade – um sinal de que o cachorro não está totalmente equilibrado é lamber excessivamente, mesmo depois que ele já deu mostras de alegria (quando o tutor volta para casa, por exemplo). O desejo exagerado de agradar pode indicar que o peludo está com algum transtorno, por passar muito tempo sozinho, isolado ou sem nada para fazer.

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Entre amigos

Os cachorros também podem lamber outros animais de casa, como gatos e outros cães. Anatomicamente, os cachorros são dotados com o órgão vomeronasal, também conhecido como órgão de Jackson (em referência ao veterinário e pesquisador dinamarquês Ludwig Jacobson, que estudou a estrutura olfativa dos animais tetrápodes (ou quadrúpedes).

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Este órgão está localizado em frente ao osso vômer, situado entre o nariz e a boca. Nos quadrúpedes (com exceção dos equinos), este osso é conectado à cavidade bucal pelo duto incisivo, cuja função é ampliar a sensibilidade da quimiorrecepção – a identificação das substâncias através do paladar.

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O órgão vomeronasal é um dos principais responsáveis pela identificação de componentes líquidos e gasosos (aerossóis) de baixa volatilidade – os feromônios – que exercem funções importantes no comportamento sexual e na reprodução.

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Os feromônios também são utilizados para atrair presas e para identificar a presença de predadores. Por isso, os cachorros lambem também os outros animais, tanto os que partilham a mesma casa, quanto aqueles encontrados nas caminhadas diárias.

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As lambidas são úteis para identificar o sexo (e, no caso das fêmeas, se elas estão disponíveis para acasalamento), o temperamento e, desta forma, preparar-se para uma possível reação, seja o namoro, seja a fuga de um oponente mais forte ou agressivo.

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Cachorros podem lamber o rosto dos tutores?

Um beijo acidental do cachorro, ocorrido nas festas e brincadeiras, desde que seja apenas eventual, não traz prejuízos à saúde humana, a menos em casos de pessoas imunodeprimidas ou que ainda não tem o sistema imunológico completo (este é o caso das crianças pequenas).

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Mesmo assim, os cachorros podem portar, na boca e no focinho, alguns micro-organismos nocivos à saúde humana. Os principais são a Escherichia coli e a Campylobacter jejuni, responsáveis por diarreias e transtornos gastrointestinais.

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Eventualmente, os cachorros também podem transmitir, pelos lambeijos, bactérias do gênero Salmonella, que provoca infecções alimentares, infecções do trato digestório e, em casos severos, até mesmo a morte.

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Portanto, os beijos e lambidas dos cachorros no rosto dos tutores (principalmente na boca) devem ser reservados apenas para momentos muito especiais. No caso de cães desconhecidos, o hábito é totalmente contraindicado, por poder transmitir inclusive algumas verminoses.

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Por exemplo, a ancilostomose (amarelão), causada pelo Necator americanus e o Ancylostoma duodenale, é uma doença que causa fraqueza, indisposição e icterícia. Em casos graves, pode levar a diarreias crônicas e anemias resistentes. Estas duas espécies de vermes podem estar presentes na saliva dos cachorros.

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O hábito de lamber o rosto, portanto, não é recomendado. Seja como for, os riscos são muito reduzidos no caso de cães domésticos, que passam a maior parte do tempo em casa. Hábitos simples de higiene, como lavar as mãos e a boca depois das brincadeiras, reduzem sensivelmente os riscos.

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Para garantir a segurança e a integridade de toda a família, os tutores precisam tomar algumas medidas com regularidade:

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  • manter a vacinação e a vermifugação em dia;
  • durante os passeios diários, evitar que os cachorros se aproximem demoradamente de lixeiras e excrementos de outros animais, cadáveres em decomposição (mesmo na cidade, é possível deparar-se com pombas e ratos mortos);
  • manter a higiene dos peludos, com banhos regulares e a limpeza das patas depois das caminhadas e brincadeiras em gramados e canteiros;
  • levar os cachorros para consultas regulares com o veterinário – esta é a melhor maneira para detectar precocemente a maior parte das doenças.
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Lambidas em excesso

O exagero nas lambidas pode significar, como já foi dito, que o cachorro está entediado, ansioso ou até mesmo deprimido. Quando os peludos ficam muito tempo sozinhos, sem atividade para se entreter, eles podem inclusive desenvolver hábitos inadequados.

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É o caso dos hábitos destrutivos, como fazer as necessidades fora do lugar determinado, destruir almofadas, pés de mesa, tapetes, cortinas e até pés de mesa. Os peludos também podem recusar alimentos ou tornar-se apáticos, casos em que a intervenção de um especialista pode ser necessária.

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Felizmente, é fácil ocupar um cachorro. Se ele não puder desfrutar a companhia dos tutores o dia inteiro, basta deixar algumas atividades para eles se distraírem, tais como brinquedos (que podem ser apresentados em rodízio, para sempre terem cara de novidade).

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Uma janela por onde os cachorros possam observar o movimento da rua (ou mesmo de passarinhos e nuvens, em caso de cães de apartamento), uma peça de roupa do tutor (que evoca o cheiro do amigo e tranquiliza o peludo) e até a programação de TVs e outros equipamentos para transmitir algum tipo de ruído também ajudam a tornar o cotidiano canino mais rico e divertido.

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Os cachorros também podem dedicar o tempo a se lamber durante o tempo ocioso – especialmente as patas e a cauda. É uma distração, mas não pode se tornar um comportamento compulsivo.

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Eles podem até se ferir nesses momentos de exagero. Pequenos cortes são portas de entrada para infecções e, portanto, devem ser evitados. É importante enriquecer o ambiente dos cachorros, para que eles se sintam aconchegados quando os tutores estão fora de casa.

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