04 raças de cachorros com língua azul

Apenas duas raças caninas apresentam língua azul: de acordo com o padrão oficial publicado pela Federação Cinológica Internacional (FCI), o shar-pei e o chow-chow não podem ter línguas rosadas – um sinal de que está tudo em ordem na saúde, para a maioria dos peludos.

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Além deles, o ridgeback tailandês e o eurasier, duas raças pouco conhecidas no Brasi, também podem ter a língua totalmente azulada, ou apresentar manchas e listras azuladas ou pretas. O motivo é a pigmentação extra na língua.

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Os motivos genéticos para a língua azul

Além destas exceções do mundo canino, alguns poucos mamíferos também fogem do esperado e têm línguas cinza-azuladas. É o caso das girafas, ocapis, ursos-polares e impalas. A maioria, portanto, não precisou de proteção extra na língua.

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O reforço na pigmentação é determinado pela maior concentração de melanócitos nas mucosas. Os melanócitos são produtores de melanina, uma enzima que escurece a pele, para protegê-la do sol em locais muito quentes, como a savana africana, e também em regiões onde o solo, muito plano, reflete em excesso os raios solares, como a Sibéria e o Ártico.

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Todos os mamíferos são dotados de melanócitos. No caso dos cachorros, eles se concentram nas mucosas (da boca, narinas, etc.), que, por isso, têm coloração mais escura do que a da pele, quase sempre rosada ou bege.

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Ainda não se sabe exatamente o motivo da língua azul. Alguns estudos indicam que chow-chows e shar-peis seriam descendentes do extinto Hemicyon, o cão-urso que viveu há 15 milhões de anos nas regiões setentrionais do planeta. No entanto, ainda não foram reunidas evidências desta linhagem.

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Explicações mitológicas

Mas, na falta de uma explicação científica que dê conta dos motivos da língua azul, os chineses, que desenvolveram as duas raças mais conhecidas com a característica, criaram algumas lendas. Uma delas diz que o chow-chow era um cão-dragão, que adorava os dias e detestava as noites.

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Certa madrugada, cansado da escuridão, o cão-dragão resolveu lamber todo o céu noturno, para eliminar o azul-escuro. Os deuses não gostaram da atitude e castigaram o chow-chow, tingindo a língua da mesma cor da imensidão celeste, para que ele nunca mais se revoltasse contra a necessidade da alternância entre dia e noite.

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Outro mito conta que o chow-chow estava sempre acompanhando o Buda. E estava ao lado do ancestral quando este decidiu pintar o céu de azul. Curioso, o chow-chow resolveu experimentar o pigmento azulado, e a partir de então a sua língua ficou azul-escuro. Por isso, os cães da raça carregam até hoje um pedacinho do céu.

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Cachorros com língua azul

Conheça alguns detalhes sobre as quatro raças caninas que apresentam a língua azul. A cor não é muito frequente nos seres vivos e, por isso, sempre desperta atenção, ainda mais na boca de um cachorro.

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01. Chow-chow

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É uma das raças caninas mais antigas – há ilustrações e referências a cães parecidos com o chow-chow datadas de dois mil anos atrás. Ele é muito educado, simpático, tranquilo e elegante. A raça foi desenvolvida no norte da China.

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Inicialmente, o chow-chow foi usado como cão de guarda e as características de lealdade, obediência e proteção ainda são marcantes nos cães da raça. Ele ficou conhecido no Ocidente apenas no final do século 18, mas logo se tornou um dos mais populares na Europa, especialmente para a companhia. A rainha Victoria, da Inglaterra, encantou-se por um exemplar, adotou-a e tornou-se grande incentivadora da raça.

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Trata-se de um cachorro de porte médio, que parece ser maior por causa da pelagem espessa e eriçada (na China, ele é conhecido como cão-leão e a aparência nobre e altiva também faz lembrar o rei das selvas).

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Um chow-chow pode viver até os 15 anos, sem apresentar grandes problemas de saúde. A altura média na cernelha é de 55 cm e o peso, de 20 kg. A pelagem é o que exige mais trabalho, mas é fácil de tosar. Mesmo assim, os tutores devem esperar muitos pelos soltos pela casa.

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O chow-chow late pouco e adapta-se com rapidez, podendo ser criado em apartamentos pequenos. Ele prefere ser filho único: tolera a presença de crianças pequenas e de gatos, mas não suporta dividir espaço com outros cães.

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Ele não é muito sociável: é capaz de caminhar durante um bom tempo sem se importar com as pessoas à volta, que sempre se encantam com a língua azul. O chow-chow é muito desconfiado com estranhos. Os tutores não devem esperar que ele aprenda truques elaborados.

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Independente, o chow-chow pode passar parte do dia sozinho, desde que tenha algum tipo de atividade para se distrair. Na presença dos tutores, ele é dócil e carinhoso, gostando de brincadeiras tranquilas ou de apenas ficar ao lado, ganhando afagos e cafunés.

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02. Shar-pei

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Além da língua azul, um dos pontos que mais atrai a atenção é o grande número de dobras na pele, que, apesar de bonitas e exóticas, exigem cuidados por parte dos tutores. O shar-pei tem facilidade para desenvolver infecções de pele, que precisa ser muito bem higienizada.

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A raça também é originária da China, mas desenvolveu-se no sudeste do país. Algumas esculturas semelhantes ao shar-pei encontradas em Hong Kong indicam que ele se desenvolveu durante a dinastia Han (206 AEC – 220 EC).

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Shar-pei significa “pele de areia”, uma referência à textura áspera da pele destes cães. A raça quase foi exterminada no início do regime comunista, que procurou desestimular os costumes ocidentais entre os chineses (entre eles, a adoção de cães de companhia).

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Alguns criadores, durante a década de 1950, conseguiram levar shar-peis para Hong Kong (então colônia britânica). A partir de 1970, muitos chineses que migraram do país adotaram cães da raça, para impedir que fossem dizimados.

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O país continuou comunista, mas a raça foi reabilitada e hoje é um símbolo chinês. O shar-pei foi reconhecido pelo American Kennel Club (AKC) em 1986 e pela FCI em 1999, época em que começou a se tornar popular também em países periféricos, como Austrália e Brasil.

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Com 50 cm de altura na cernelha e peso médio de 30 kg, o shar-pei é um cachorro encorpado e robusto, de porte médio. A expectativa de vida é baixa: apenas dez anos. Estes cachorros são tranquilos e independentes. São também guardiães e territorialistas, podendo se tornar bastante teimosos, se não receberem a educação adequada.

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O shar-pei adapta-se com facilidade e vive calmamente com crianças, gatos e outros cães, mas o ideal é que ele seja acostumado desde filhote. Ele precisa ser socializado e os passeios são momentos ideais para que o shar-pei estabeleça relacionamentos com outras pessoas além da família.

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03. Thai ridgeback

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Com manchas e listras azuladas na língua, o thai ridgeback atrai a atenção também pela faixa de pelos invertidos nas costas (a crista dorsal), exclusiva dos cães da raça, do rhodesian ridgeback e do phu quoc, do Vietnã. Nativo da Tailândia, ele é pouco conhecido no Brasil.

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A crista nas costas, apesar de parecer exótica, pode ser vista em pinturas rupestres do sudeste asiático datadas de cinco mil anos. O thai ridgeback foi citado pela primeira vez em manuscritos do século 4º, descrito como boiadeiro, caçador e guardião de pessoas.

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Os machos da raça atingem 61 cm de altura e 27 kg e as fêmeas, 56 cm e 24 kg. O thai ridgeback é considerado hipoalergênico, por soltar poucos pelos. Trata-se de um cachorro tranquilo e silencioso, que não gosta de dividir o espaço. Na Tailândia, a maior parte dos cães é usada para manejo de boiadas, o que os tornou independentes e solitários.

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A pelagem do thai ridgeback pode ser preta, prata ou azul (cinza-azulado), formando belos contrastes com a língua azul. Depois que foi levado para regiões temperadas (Europa e EUA), surgiram também exemplares de pelos castanhos.

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Os cães da raça têm energia para dar e vender: quem pretende adotar um thai ridgeback precisa estar preparado para uma rotina intensa de exercícios físicos. Ele é muito inteligente, mas tende a procurar meios próprios para fazer as coisas: o adestramento é uma tarefa difícil.

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O thai ridgeback é territorialista, mas, de acordo com a educação recebida, torna-se muito apegado aos tutores. Com a socialização, ele se mostra um excelente companheiro para toda a família, inclusive as crianças.

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04. Eurasier

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Trata-se de uma raça recente, desenvolvida na Alemanha a partir da década de 1950. O eurasier (ou cão da Eurásia) é um cachorro do tipo spitz (parente do keeshond e do lulu da Pomerânia, de porte médio, com machos de até 60 cm de altura e fêmeas, e 56 cm. O peso máximo fica em torno de 28 kg.

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Julius Vipfel é considerado o pai do eurasier. Ele deu início aos cruzamentos seletivos, visando desenvolver cães que pudessem conviver com famílias, obedecer a comandos, manter o temperamento calmo e controlado e adaptar-se tanto à vida urbana, quanto aos ambientes rurais.

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Todas estas características deveriam estar presentes em um cachorro bonito, atraente, com pelagem de cores variadas. Além da língua azul, o eurasier apresenta a pele bem pigmentada e pode ser preto sólido, preto e castanho, castanho, vermelho e zibelina (castanho-escuro).

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A pelagem é lisa, áspera, macia e de comprimento médio, com pelos mais longos no abdômen, cauda, face interna das patas anteriores e na parte posterior da cabeça e pescoço.

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O eurasier é um cachorro vivo e muito inteligente, sempre disposto a aprender coisas novas. Ele adora agradar os tutores e faz amizade com facilidade, apesar de também apresentar forte instinto de proteção e defesa. Sem a socialização adequada, no entanto, os cães da raça podem se tornar teimosos e voluntariosos.

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Os cães da raça – já são mais de oito mil registrados nos clubes oficiais europeus – atingem os 14 anos com facilidade. Eles são considerados longevos entre os animais de maior porte. Apesar de bastante resistentes, alguns indivíduos podem apresentar displasia de quadril, luxação patelar, hipotireoidismo e problemas oculares. Os interessados na raça precisam investigar as linhagens, para garantir a adoção de cães saudáveis e cheios de energia.

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Quando se preocupar com a língua azul do cachorro?

A língua azul é característica de apenas quatro raças caninas – muito poucas, considerando que a FCI mantém atualmente o padrão de 344 cachorros distintos. E, se os tons azulados são o charme de shar-peis e chow-chows, podem ser sinais de doença nos demais cachorros.

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Um dos principais perigos da cianose (a alteração da tonalidade para azul) na língua é um conjunto de deficiências circulatórias. O sangue não é devidamente oxigenado e circula nas artérias (que levam oxigênio e nutrientes para as células) saturado de gás carbônico.

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A língua azul ou arroxeada também pode indicar outros problemas:

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  • presença de corpos estranhos na faringe ou laringe, que estão impedindo a respiração livre. Os cães afetados tendem a esticar o pescoço, na tentativas de respirar melhor, e podem perder os sentidos;
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  • asfixia por fumaça – ao inalar a fumaça, seja de uma pequena fogueira, seja de um grande incêndio, os cachorros podem sofrer hipóxia mecânica – presença excessiva de gás carbônico no ar inalado. A condição pode ser fatal;
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  • pneumotórax – presença de ar entre as duas camadas da pleura (membrana que reveste os pulmões). A condição pode ser determinada por um trauma (como um choque forte) ou pela aspiração de objetos pontiagudos. Trata-se de uma emergência veterinária;
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  • derrame pleural – presença de líquidos na pleura, que pode ser decorrente de diversos transtornos hepáticos, renais e cardiovasculares. O derrame também pode ocorrer em casos de pneumonia, tumores no tórax e, mais raramente, em traumas;
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  • doenças cardíacas – a língua azul (cianose) pode ser decorrente de insuficiência cardíaca, que compromete a circulação e a respiração e de algumas condições agudas, como a presença de coágulos na corrente sanguínea.
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Os tutores, ao verificar estas situações, precisam correr para o veterinário. Dependendo da gravidade, os cães afetados podem evoluir para óbito em poucos minutos. Mesmo que um objeto entalado na garganta tenha sido removido, é necessária a avaliação, para verificar a extensão das lesões.

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O tratamento de doenças que causam cianose, que também se torna visíveis nas gengivas, depende das causas, mas, na maioria dos casos, os cães precisam receber oxigenoterapia. Nos casos de doenças crônicas, pode haver necessidade de procedimentos cirúrgicos.

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