O sonho de todos os tutores é conviver com cachorros educados, equilibrados e, claro, felizes. Para tanto, é preciso dedicar um pouco de tempo e paciência para garantir o treinamento adequado. Um dos métodos mais rápidos e eficazes é o reforço positivo, baseado em recompensas de acordo com os acertos e o avanço do aprendizado.
Todo cachorro é capaz de aprender pelo menos os comandos básicos, independentemente da raça ou idade. Alguns pets são mais independentes ou teimosos, mas todos eles são inteligentes e querem agradar os humanos da família. Adotar o reforço positivo permite obter resultados consistentes em pouco tempo.
O adestramento de animais, durante muito tempo, esteve associado à subordinação e ao medo. Não é preciso relembrar as atrações dos circos, com domadores controlando elefantes, tigres e leões – apesar de os cães também já terem sido estrelas circenses – os preferidos, na Europa do século 19, eram os poodles.
Possuir um cachorro era sinônimo de viver com um animal para guardar a casa, manter invasores afastados e, mais recentemente, ter uma companhia agradável para alguns momentos do dia. Muita coisa mudou desde então.
Os cachorros atualmente são encarados como seres – e não como objetos. Desta maneira, eles são capazes de sensações e emoções, e de demonstrá-las também. Entender os desejos e necessidades dos peludos é uma das formas mais fáceis de ensinar o que se espera deles – e este é o fundamento do reforço positivo.
Muitos tutores, no entanto, continuam adotando técnicas agressivas, como esfregar o focinho na poça de xixi no lugar errado. Isto tudo é desnecessário, quando se dispõe de alguns petiscos e brinquedos, além de uma boa dose de paciência.
Quando se fala de adestramento de cães, os tutores podem adotar duas premissas opostas: a positiva (o reforço) e a negativa (a punição). Gritos, castigos físicos e agressões de todos os tipos fazem parte do treinamento negativo.
O reforço positivo se baseia na oferta de um prêmio material (um brinquedo ou um petisco) a cada acerto, nas etapas iniciais do aprendizado. No negativo, ocorre o contrário: o cachorro perde a recompensa quando faz alguma coisa errada.
Os estímulos negativos visam suprimir condutas consideradas inadequadas, como fazer as necessidades no local errado, saltar sobre os tutores nos reencontros ou mostrar comportamento agressivo. As estratégias se resumem a retirar uma recompensa (um prêmio ou um carinho), isolar o cachorro em um canto do quintal, fazê-lo conhecer os castigos, etc.
O objetivo do reforço positivo é fortalecer os vínculos entre o cachorro e o tutor, fortalecendo a confiança e mantendo a autonomia e a autoconfiança dos peludos. O método não utiliza o medo, que comprovadamente gera raiva, ansiedade e frustração.
Um exemplo prático: se o cachorro tem o hábito de latir para as visitas da casa, o tutor pode reprimir o comportamento trancando-o na cozinha, ameaçando com castigos físicos ou apenas gritando para que ele fique quieto. No reforço positivo, ocorre justamente o contrário: basta treiná-lo e, na “hora H”, simplesmente emitir um comando (“senta” ou “quieto”, no caso) e recompensá-lo com um biscoito canino ao ter a ordem obedecida.
Naturalmente, nenhum cão aprende comandos e truques de maneira imediata. O aprendizado é uma sequência de tentativas e erros. Na fase inicial, o tutor precisa:
Os cachorros são extremamente espertos e, como são animais gregários (na natureza, eles viviam em grupos muito bem organizados, com funções definidas para cada membro), são capazes de aprender a obedecer às mais diversas ordens.
Há registros de cães que conseguem compreender o significado de mais de mil palavras, expressões e gestos. A maioria assimila algumas dezenas de comandos. O início do aprendizado começa com “sim” e “não”.
As palavras devem ser ditas em tom firme, diferente do adotado nos momentos das brincadeiras e de relaxamento, mas não há necessidade de gritos. Uma vez que os cachorros tenham assimilado, o tutor pode começar a ensiná-los a sentar-se, ficar ao lado (“junto”), esperar (“fica”), aproximar-se “(vem”), etc.
Os comandos básicos são úteis no dia a dia, tanto em casa, quanto durante os passeios. Um “não” bem pronunciado, acompanhado por uma pausa repentina todas as vezes em que o cachorro tentar puxar a guia nas caminhadas, é suficiente para fazê-lo compreender que é o tutor quem define o trajeto, o ritmo, as paradas, etc.
Em treinamentos ao ar livre, os tutores devem providenciar uma guia longa, para ensinar a vir e ficar, por exemplo, sem problemas de segurança para os cachorros e os transeuntes. Uma bolsa de petiscos facilita o transporte das guloseimas e funciona também como um estímulo visual (eles entendem que o prêmio está ao alcance).
Os prêmios materiais são necessários apenas durante o aprendizado – o cachorro não precisa ganhar recompensas sempre que fizer o xixi no quintal ou na área de serviço, sempre que não pular sobre os humanos da família, sempre que não latir em excesso.
Uma vez que eles tenham entendido onde fica o banheiro (também a cozinha, o dormitório, etc.), que não se deve saltar sobre as pessoas (há momentos de exceções) nem fazer muito barulho, as guloseimas podem ser suprimidas.
Mas a premiação não pode ser eliminada. Para os cachorros, agradar os tutores é uma grande satisfação. Por isso, sempre que eles fizerem o esperado, devem ser recompensados com afagos e palavras de estímulos: estes são sinais de que eles estão sendo aprovados e os tutores estão satisfeitos.
É importante lembrar que os petiscos usados durante o reforço positivo precisam ser “descontados” da quantidade de alimentos diários. O consumo calórico não pode ser aumentado por causa do aprendizado, para evitar problemas com sobrepeso e obesidade.
O ideal é que todos os membros da família estejam envolvidos no processo de aprendizado dos cachorros, para que eles compreendam que o comportamento adequado deve ser exibido sempre, independentemente de quem está interagindo com eles.
Mesmo as crianças pequenas podem participar do processo (oferecendo os petiscos, por exemplo, sempre com a supervisão de um adulto). O importante é que todos compreendam os benefícios do reforço positivo e evitem os castigos físicos e verbais.
Os comandos precisam ser sempre os mesmos. os cachorros não desenvolveram linguagem verbal e, por isso, podem ser ensinados com quaisquer palavras, mas é fundamental que todos usem as mesmas expressões (que podem inclusive ser pronunciadas em outros idiomas, como "easy", "gentle", etc.).
Muitos tutores, no entanto, não têm tempo disponível para o treinamento – ou simplesmente não têm a paciência necessária para o sucesso da empreitada. Nestes casos, a família pode contratar um adestrador profissional, mas é preciso estar presente em algumas aulas.
Os profissionais são especialmente indicados para os cães de grande porte, especialmente os molossoides (como dogues alemães, rottweilers, etc.), e também para os animais considerados agressivos, como pitbulls, buldogues americanos, mastins napolitanos, etc.
Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!
Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!