Depois de receber próteses e reaprender a andar, esta cachorra resgatada ganhou uma vida nova.
Monika é uma cachorra russa que teve as quatro pernas amputadas. Ela sofreu maus tratos, foi abandonada (ou deixada para morrer) e recolhida a um abrigo no sul da Rússia. Mas, no final da história, Monika ganhou próteses de titânio e está prestes a conseguir um novo lar. As cirurgias garantiram que ela vai poder levar uma vida nova.
Quando a cachorra foi resgatada, os veterinários recomendaram a eutanásia, porque o prognóstico era muito ruim: em função dos ferimentos múltiplos bastante graves, Monika tinha muito poucas chances de recuperação, além de estar sofrendo muito com as lesões infligidas.
O resgate
Monika foi encontrada por alguns trabalhadores, com ferimentos graves nas pernas. O resgate ocorreu em dezembro de 2020, na Vila de Plastunovskaya, no Krai (subdivisão) de Krasnodar, sul da Rússia, na fronteira com a Ucrânia.
Inicialmente, Monika foi acolhida por voluntários do resgate de animais de Krasnodar. No hospital veterinário local, os médicos aplicaram transfusões de sangue e tiveram de amputar as quatro patas. Suspeita-se que a cachorra tenha sido submetida a maus tratos e tortura.
Foi nesse hospital que os veterinários aconselharam a eutanásia. Mas Marina Gapich, uma das voluntárias da equipe de resgate, não concordou com a orientação, recolheu a cachorra e posteriormente entrou em contato com um médico conhecido por trabalhar com próteses.
Marina e os colegas organizaram uma vaquinha eletrônica para levantar os recursos necessários ao tratamento de Monika. A equipe conseguiu levantar cerca de 400 mil rublos (mais de R$ 25 mil), quantia suficiente para a confecção das próteses de titânio.
O tratamento
Um veterinário de Novosibirsk (Sibéria, norte da Rússia), especializado em cirurgias, decidiu colaborar com a recuperação da cachorra. Sergei Gorshkov já implantou próteses em 37 animais, mas Monika foi a sua primeira paciente gratuita.
As próteses de Monika foram impressas em uma impressora 3D na cidade de Troitsk (região metropolitana de Moscou) e finalizadas na Universidade Politécnica de Tomsk (também na Sibéria, mas distante mais de 260 km de Novosibirsk), até finalmente chegarem às mãos de Gorshkov.
O veterinário responsável pela implantação das próteses não cobrou pelo seu serviço, nem pela internação da cachorra. O valor arrecadado pelas voluntárias de Krasnodar foi utilizado apenas na confecção e no transporte dos acessórios.
A cachorra precisou se submeter a uma série de procedimentos cirúrgicos, mas, apenas duas semanas depois da implantação das próteses, ela já mostrava estar se adaptando às novas condições de mobilidade.
O próprio Gorshkov confessou ter ficado surpreso com a rapidez da recuperação de Monika. Em entrevista à rede de TV CNN, o veterinário disse que “nós não estávamos otimistas em relação a esta cachorra, mas, logo no terceiro dia, ela começou a se levantar e andar pela clínica, indo de sala em sala”.
Durante oito meses, em plena pandemia de covid-19, Monika permaneceu sob os cuidados da equipe de Gorshkov. O médico disse estar feliz por ajudar a dar uma nova vida aos cães, especialmente neste caso, em que o animal foi vítima de abusos e não contava com uma família para auxiliá-lo.
Definitivamente, Monika é uma vencedora. Ela venceu muitas batalhas e, contra todas as possibilidades, superou as dificuldades e recuperou a saúde. Adaptada às próteses, ela consegue levar uma vida relativamente normal.
Quando foi questionada pelos repórteres da CNN se Monika ficaria morando em Novosibirsk, Marina Gapich foi taxativa ao dizer que não: “Nós somos os seus cuidadores, somos responsáveis por ela. Estamos em contato com um especialista em comportamento animal de Londres, que irá nos orientar sobre a adaptação da cachorra”.
Fisicamente, Monika já está pronta para viver com uma nova família humana – ao que tudo indica, Marina Gapich receberá a posse definitiva da peluda. Mas há outros interessados na adoção, já que o caso se tornou famoso na Rússia.
O especialista britânico está orientando a nova tutora sobre os cuidados necessários para recuperar o equilíbrio emocional da cachorra, que, além de ter sido torturada, passou longos meses em um hospital, num período em que diversas medidas de distanciamento eram necessárias para a manutenção da saúde de todos.
As redes sociais do resgate de animais de Krasnodar e do Hospital Veterinário de Novosibirsk estão repletas de comentários sobre a história de Monika. A cachorra tem muitos candidatos à adoção e é um belo exemplo de superação. Ela merece uma vida nova.