Mulher afirmar que seu cão farejou câncer mesmo quando os médicos ignoraram suas preocupações

Segundo a tutora, o cão teria farejado o câncer cinco vezes antes do diagnóstico médico.

A americana Stephanie Herfel, residente no Wisconsin (norte dos EUA), poderia não ter descoberto um câncer no ovário – ou descoberto tarde demais – se não fosse por sua cadela de estimação. De acordo com a mulher, Sierra, da raça husky siberiano, conseguiu farejar o tumor antes que o diagnóstico fosse firmado pelos médicos.

O fato não ocorreu apenas uma vez. O tumor de Stephanie é recorrente e os tumores surgiram em outras quatro recidivas. Em todas as situações, Sierra farejou o câncer antes que os exames indicassem o retorno da neoplasia.

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O histórico de Stephanie

Stephanie Herfel nasceu em San Diego, na Califórnia, e mudou-se para Madison (Wisconsin) em dezembro de 2012. No mês seguinte, ela começou a perceber sintomas inexplicáveis. Entre eles, um ganho de peso rápido e incomum, apesar de não ter mudado nada em seu estilo de vida.

A mulher começou uma romaria por consultórios médicos. Ela passou por várias consultas e fez uma série de exames, inclusive de tireoide, que não registrou nenhum tipo de alteração. Os especialistas não investigaram a região pélvica, talvez por estarem buscando algo relacionado ao aumento de peso.

Os meses transcorreram sem que Stephanie recebesse um diagnóstico e fosse proposto um tratamento adequado. No fim do verão seguinte, ela sentiu dores insuportáveis na parte inferior do abdômen e correu para o hospital. O desconforto era forte demais para ser ignorado.

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No hospital de Madison, a equipe diagnosticou um cisto ovariano. Foram receitados alguns medicamentos para dor e Stephanie deixou o pronto-socorro com a perspectiva de se sentir melhor em uma semana, talvez um pouco mais.

Com a medicação, Stephanie se sentiu um pouco melhor. No entanto, ela continuava ganhando peso inexplicavelmente e as dores voltaram, apesar de menos intensa. A americana percebeu que precisava de uma segunda opinião médica.

No início do outono, antes que Stephanie tivesse tomado qualquer providência, Sierra entrou em cena. A cachorra colocou o focinho na barriga da tutora e começou a empurrar com força. A mulher achou que era apenas brincadeira, e ainda deu bronca na cachorra, por pressionar o abdômen dolorido da “mãe”.

Mas Sierra não se deu por vencida e repetiu o gesto mais duas vezes. Depois disso, a cachorra se afastou e procurou se esconder. Stephanie começou a chamá-la, mas, apesar de ser um animal obediente, a husky siberiano não respondeu.

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A tutora passou a procurar a cachorra por toda a casa, sem sucesso. Ela expandiu a busca pelo jardim e o quintal, mas Sierra parecia ter desaparecido no ar. Stephanie conseguiu encontrá-la apenas uma hora depois, atrás de um armário, em um cômodo da casa raramente usado pela família.

Stephanie ficou preocupada – mais com a cachorra do que com ela, porque Sierra estava se comportando de uma forma totalmente atípica. Quando a tutora encarou a husky, pôde perceber que ela estava chorando.

Mais tarde, a tutora afirmou, em entrevista concedida à emissora de TV Fox 2: “Dizem que os cachorros não choram, mas os pelos em torno dos olhos de Sierra, dos dois lados, estavam encharcados. As sobrancelhas estavam muito arqueadas e ela tinha uma expressão triste e assustada no rosto”.

Coincidência ou não, Stephanie considerou o episódio como um aviso. O mês seguinte foi tomado por consultas com outros médicos, que exigiram uma série de exames. Ao final, surgiu o diagnóstico: um câncer no ovário que já havia atingido o estágio 3.

Desde novembro de 2013 – a data do diagnóstico do câncer – Stephanie Herfel teve quatro recidivas. Os médicos contam cinco, mas ela diz que foram “quatro vezes e meia, porque, em uma delas, o tumor não havia desaparecido totalmente”.

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A cada vez que o diagnóstico foi efetivado, Stephanie conta que Sierra percebeu o reaparecimento do tumor com antecedência. Ela sabia antes de todos. A cada nova ocorrência, a cachorra reagia escondendo-se e chorando, depois de apalpar o corpo da tutora.

Em uma das recidivas, apesar de Sierra já ter descoberto o tumor de uma forma instintiva e inexplicada, Stephanie assistiu a uma discussão entre o oncologista e o radiologista. O último especialista apontava uma mancha na tomografia, enquanto o ginecologista afirmava não ser uma recorrência do câncer.

Foi realizado um PET scan (um tipo de tomografia computadorizada por emissão de pósitrons, que emitem radiação e permitem verificar tumores, metástases e a evolução da doença), que identificou outros dois tumores no ovário de Stephanie.

O PET scan usa radiação para o diagnóstico e, por isso, é usado em casos específicos. Mas a tutora, bem-humorada e já acostumada, depois de mais de oito anos de tratamento, diz que Sierra é “o meu PET scan personalizado”.

Em uma das recorrências, Stephanie foi submetida a sessões de radioterapia por quatro semanas. Durante todo esse período, Sierra nunca deixou de se esconder quanto a tutora voltava para casa.

Com os diversos tratamentos a que se submeteu, a tutora passou a registrar a conduta de Sierra em uma espécie de diário – e as sensações que o comportamento da cachorra provocavam nela.

Durante a radioterapia, Stephanie escreveu: “Pelo que eu vejo com Sierra, o câncer não desapareceu”. Ela estava certa. Havia ainda um pequeno núcleo de células cancerosas, quase oculto no tecido do ovário.

Este novo tumor era tão minúsculo que os médicos deixaram que a paciente decidisse se queria voltar ao tratamento imediatamente, ou se preferia esperar alguns meses, para o organismo descansar.

Stephanie decidiu esperar. Ela se considerava “beneficiada pelo destino” por ter Sierra em sua companhia. A cachorra conseguia sentir as recidivas, de algum modo, antes que elas estivessem visíveis mesmo em sofisticados exames de imagens.

Os tratamentos, a partir da primeira recidiva, foram iniciados precocemente, melhorando os prognósticos e permitindo mais qualidade de vida para Stephanie.

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