Eles também precisam de paz e sossego. Descubra quando os cachorros querem ficar sozinhos.
Eles são sociáveis, adoram a companhia dos tutores, dividem os melhores momentos. Mas, assim como nós, os cachorros também precisam de paz e sossego, de alguns momentos só para eles. Descubra os sinais que os pets emitem quando precisam de um tempo sozinhos.
Alguns tutores não dão atenção suficiente para os cachorros, chegando até mesmo a negligenciar os cuidados básicos. A maioria, no entanto, cerca os pets de atenções, mas, algumas vezes, a dose de carinho é excessiva. E tudo que é demais atrapalha, prejudica e incomoda.
Carinho demais
O carinho excessivo pode ser observado quando o cachorro passa a evitar a presença de determinada pessoa. Ele recusa carinhos, tenta sair do ambiente e até arranha portas na tentativa de escapar. É importante avaliar se não estamos carentes, tentando compensar com o excesso de mimos.
Não existem condutas erradas, quando falamos dos mimos. Muitos tutores gostam de “decorar” os cachorros com roupas e enfeites. Desde que os acessórios não atrapalhem a movimentação, não é incorreto ataviar os pets – desde que, no final do arranjo, eles não fiquem parecidos com uma árvore de Natal.
É importante lembrar um fato óbvio: cachorros são cachorros. Não são bebês humanos, muito menos bibelôs. Quando os tutores exageram nos agrados e mimos, os cachorros emitem alguns sinais tentando demonstrar que estão insatisfeitos:
- eles não demonstram a mesma felicidade durante os passeios e brincadeiras;
- eles tentam “passear sozinhos” – alguns chegam a fugir de casa;
- eles se mostram agressivos;
- eles se mostram agitados de maneira inusual;
- eles evitam a presença ou, quando isto não é possível, o contato visual.
Os cachorros também evitam contato visual quando fazem alguma coisa errada – e têm consciência de que estavam errados. no caso aqui em foco, no entanto, não são notadas as razões que os levam a esta conduta: eles estão tentando apenas se livrar do incômodo.
Os motivos
Mesmo o excesso de estímulos pode ser prejudicial. Adestramentos, brincadeiras e treinos são bem-vindos, estimulam o desenvolvimento físico e emocional, mas, quando são exagerados, podem gerar confusão e causar exaustão.
Em outras situações, o relacionamento entre o tutor e seu cachorro é adequado, mas fatores externos podem levar o peludo a procurar um espaço de paz e sossego. É o caso de uma vizinhança barulhenta, de obras nos arredores, etc.
É importante que, antes de adotar, os humanos conheçam as características e necessidades dos pets. Um tutor atlético e cheio de vitalidade pode se tornar uma verdadeira assombração para um boxer ou um buldogue inglês, por exemplo.
Da mesma forma, aqueles mais sedentários, pacatos e tranquilos podem ser atormentados pela vivacidade de um beagle, cocker spaniel ou husky siberiano, sempre prontos a interagir e fazer bagunça.
Mudanças no ambiente podem levar os cachorros a procurar um local mais tranquilo, em que possam descansar sossegados. Os pets gostam da rotina, gostam de saber que as coisas estão no lugar. Os dias de faxina, em que armários são abertos e móveis, deslocados, não são bem aceitos pelos peludos.
De qualquer maneira, é importante respeitar os momentos do cachorro. Eles podem estar cansados por motivos que nós nem suspeitamos. É o caso de um cheiro estranho, indetectável para os nossos narizes, mas que ocupou a atenção do pet por horas a fio.
Os filhotes tendem a ser mais curiosos e incansáveis. O nível de atividade física e emocional se ajusta à medida que a idade avança. A partir dos seis ou sete anos, já idosos, os cachorros podem precisar de mais e mais tempo sozinhos.
Os sinais de que seu cachorro precisa de um tempo sozinho
01. Estresse – diversos fatores podem levar os cachorros a picos de estresse. Os mais comuns são os exercícios físicos excessivos, barulho constante, presença real ou imaginária de ameaças e mudanças no ambiente.
É importante lembrar que a audição e o olfato dos cachorros são muito mais sensíveis do que os nossos. Desta forma, uma festa realizada a alguns quilômetros de distância podem aguçar os sentidos dos pet e deixá-los em alerta por períodos muito prolongados.
Algumas situações fogem totalmente do controle. É o caso do fogo de artifício de uma festa junina ou da final de um campeonato, de um ato público que concentra centenas ou milhares de pessoas nas proximidades e até de um bate-estaca de uma nova construção.
É difícil controlar os fatores que causam o estresse, mas é possível minimizar a situação. Ofereça brinquedos, objetos novos, procure associar o barulho e os odores a uma recompensa (um petisco) e providencie um cantinho confortável e seguro. Uma caminha fora do movimento da casa, com água e ração por perto, é o melhor local para o pet passar um tempo sozinho.
02. Comportamento alterado – na maior parte do tempo, os hábitos dos cachorros são previsíveis. Eles gostam de manter uma agenda que consiste em agrados matinais, ração, necessidades fisiológicas, a imprescindível ronda pela casa, brincadeiras e passeios, intercalados com pausas para o descanso.
Quando alguma coisa muda na rotina, eles podem se mostrar ansiosos, estressados e ter o comportamento alterado – alguns chegam a ficar agressivos, mas todos se mostram incomodados. Em geral, tudo volta ao normal quando as mudanças são desfeitas ou superadas.
No entanto, os tutores devem ficar atentos a algumas condutas que podem indicar doenças físicas e comportamentais. Movimentos obsessivamente repetitivos, como lamber e morder as patas, aliados a tentativas de se esconder, podem indicar transtornos. É preciso observar e, se necessário, levar o pet ao veterinário.
03. Esconderijos – os cachorros são gregários e preferem passar o tempo junto da família humana. Eles até seguem os tutores por toda a parte, não importa o horário: levantam-se durante a madrugada para nos acompanhar no banheiro e ficam na nossa “cola” quando estamos nos movimentando em casa, nas tarefas do dia a dia.
Em algumas ocasiões, no entanto, eles precisam de em esconderijo. É um lugar para pensar na vida (sim, os cachorros refletem sobre os atos do cotidiano e suas consequências), longe das interferências e do movimento.
Este lugar pode ser a caminha, ou um espaço improvisado no sofá, ao lado da geladeira ou debaixo da cama. É comum que os cachorros alterem os esconderijos: eles carregam brinquedos, espalham a roupa de cama (ou mesmo um papelão) e costumam fixar o odor corporal: é uma forma de personalizar o espaço, tornando-o mais aconchegante e seguro – pelo menos, de acordo com a concepção dos pets.
O ideal, para a maioria dos cachorros, é que o esconderijo permita a visualização do espaço ao redor. Eles querem ficar sozinhos, mas sentem que precisam se inteirar do movimento da família e, principalmente, de eventuais estranhos.
Para nós, o lugar pode parecer desconfortável e esquisito, mas os cachorros precisam se certificar o tempo todo de que está tudo certo. Desta forma, eles aliam paz e sossego com a guarda e vigilância.