Cachorro adotado não toma o café da manhã sem antes receber um abraço

Este cachorro começa o dia com abraços. Ele nunca toma o café da manhã antes de agradar o tutor. 

Dash é um pitbull tigrado que foi recolhido em um abrigo para cães. Lá, ele conheceu Bem Johnson, que atuava como voluntário. Ben pretendia dar espaço para o cachorro, mas logo percebeu que Dash era muito ansioso e carente, sempre o recebia com um abraço. O peludo nem sequer tomava o café da manhã antes de cumprimentar os tratadores. 

No primeiro contato, Ben simplesmente agachou-se e esperou que o pitbull tomasse a iniciativa de se aproximar. Mas Dash fez mais do que isso: depois de alguns rodeios, o cachorro colocou a cabeça no peito do tratador e aconchegou-se. E o primeiro abraço da dupla demorou pelo menos dez minutos. 

A adoção de pitbulls costuma ser problemática. Os cães desta raça canina possuem a má fama de ser agressiva, além de muito independentes e não estabelecerem vínculos afetivos com os tutores. Mas Dash parecia estar decidido a contar uma história diferente.

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A adoção 

Desde que se conheceram, Dash sempre procurava Ben. Nos encontros seguintes, o pitbull fazia questão de empurrar o peito do tratador contra a cabeça e ficava à espera do abraço. Em 2020, os cães da Humane Society de Melbourne (Austrália) participaram da caminhada pelas ruas da cidade – e Ben escolheu Dash como parceiro, tornando-se uma espécie de padrinho para a apresentação do cachorro. 

O dia estava ensolarado e o pitbull se comportou muito bem na parada, que tem o objetivo de apresentar os animais disponíveis para adoção, promover o trabalho da entidade e atrair possíveis candidatos a tutores. Ben recebeu autorização para levar Dash para casa, para não ter que retornar até a sede da Humane Society. 

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Ben já dividia a casa com outro cachorro, um mestiço de retriever do Labrador chamado Coltrane. Dash parece ter ficado encantado com a possibilidade de sair do abrigo e logo fez amizade com o cachorro. Os dois passaram a noite abraçados, deitados no sofá da sala. 

Na manhã seguinte, no entanto, Ben não conseguia encontrar Dash em lugar nenhum. A casa estava fechada, mas o pitbull parecia ter simplesmente evaporado. Vasculhando os cômodos, Ben encontrou Dash no quarto do filho (à época com apenas cinco anos), brincando sem nenhuma preocupação. 

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O filho de Ben tinha uma maleta de dentista e estava brincando de examinar a boca do pitbull. O cachorro se deitou de barriga para cima, deixou a boca aberta e permitiu que o garotinho mexesse em seus dentes com uma chave de fenda de plástico. Nem é preciso lembrar como as mandíbulas de um pitbull são poderosas. 

Ben posteriormente contou ao The Dodo (um site americano especializado em histórias sobre animais de estimação) que, depois daquele “exame completo”, a família teve a certeza de que Dash nunca mais sairia da casa: 

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“Um cachorro tido como violento, em um ambiente estranho, depois de ter vivido uma história de negligência e abandono, deixava uma criança brincar com a sua boca, sem exibir nenhum desconforto, nenhuma atitude violenta. Ficou claro que ele era da família.” 

Dash recebeu as boas vindas de todos da casa e o abrigo foi informado que o pitbull, a partir daquele momento, fazia parte oficialmente da família. O cachorro continuou se mostrando gentil, afetuoso e muito amoroso. 

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Dash gosta de começar o dia com abraços, que distribui generosamente para todos os membros da família. A rotina do abraço antes do café da manhã já é esperada: o dia não pode conhecer antes dos carinhos do pitbull. 

Ben contou que, quando ele coloca a tigela com ração na frente do cachorro, ele espera para comer: “Primeiro, ele abana o rabo, dá alguns latidos e fica esperando. Só depois do abraço é que ele resolve matar a fome”. 

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O pitbull precisa de um abraço diário, às vezes até dois. Não é apenas um leve contato, mas um afago prolongado e carinhoso. Em algumas ocasiões, o pitbull interrompe a refeição, aproxima-se dos tutores e pede mais um gesto de amizade e amor – depois, ele volta feliz para a sua tigela. 

Dash tem o prazer de começar os dias relembrando que ele foi recolhido e trazido para uma casa amorosa, em que está seguro, aquecido e tem tudo de que precisa. Em troca, o pitbull enche a família toda de carinhos. Parece uma troca bastante justa, não?

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