Seu cachorro está gordo? Dicas para emagrecer

Peso extra é um problema sério. Se o seu cachorro está gordo, confira dicas para ele emagrecer.

Não se trata apenas de uma questão estética. Sobrepeso e obesidade prejudicam o fôlego dos cachorros, comprometem a mobilidade e, no curto prazo, podem gerar uma série de doenças: alguns tipos de câncer, diabetes do tipo 2, transtornos renais e hepáticos, problemas osteomusculares, doenças cardiovasculares, etc. Se o seu cachorro está gordo, ele precisa emagrecer.

Há algumas décadas, um bebê rechonchudo era praticamente um sinal de saúde. Atualmente, a moda do “fofinho” parece ter se impregnado entre os pets. Realmente, filhotes gordinhos são adoráveis, mas os cachorros precisam manter a forma física – assim como nós mesmos.

Cachorros gordos são uma realidade cada vez mais comum. Alguns estudos indicam que, no Brasil, 30% dos cães domésticos estejam com problemas na balança. O número vem aumentando ano a ano. Este fato é grave, porque afeta diretamente a qualidade de vida dos pets.

Cão obeso

Por que eles são assim?

Restringir a alimentação e eliminar lanches extras não são maldades. Poderiam ser considerados atos de amor. Cachorros são naturalmente pidões: na natureza, os lobos seguem uma estratificação rígida na hora de se alimentar.

Primeiramente, comem os “chefes” e, na sequência, os demais membros da equipe de caça. Em seguida, comem as fêmeas (da líder para a mais frágil), os jovens imaturos, os filhotes e, por último, os eventuais agregados que ainda não conquistaram status na alcateia: ainda não são caçadores, sentinelas, etc.

Com tanta “gente” na frente, os cães e lobos se acostumaram a fazer caras e bocas quando “a comida está na mesa”: é preciso alertar os demais de que eles também estão com fome. Em casa, os cachorros trouxeram os olhos compridos, a postura passiva, os latidos tristes e repetidos para a família.

É difícil resistir aos apelos de um cachorro que parece não se alimentar há semanas, mesmo quando sabemos que eles receberam uma quota de ração poucas horas antes, às vezes no mesmo momento em que a refeição humana foi servida.

Cães não dão muita importância para o paladar e, por isso, devoram a tigela de ração em poucos segundos. Mas, quem tem mais de um cão sabe que o “segundo” não fica atormentando o “alfa”: simplesmente espera que o líder de quatro patas termine de comer para se lançar vorazmente ao comedouro.

Portanto, não se trata de uma questão de fome. Nem de parecer estar sendo insensível. Trata-se de preservar a saúde e a qualidade de vida. Cachorros são inteligentes: em poucos dias, eles conseguem entender que não irão ganhar “nada extra”, independente do que façam – e param de rodear a mesa de jantar.

Na maioria dos casos, um cachorro engorda demais porque o tutor gosta de oferecer guloseimas fora de hora. Pode haver disfunções orgânicas (como problemas na tireoide, por exemplo), mas, em geral, os pets são acostumados a comer demais. Portanto, precisam ser acostumados a comer menos – ou melhor, na medida certa.

Como saber se seu cachorro está gordo?

Normalmente, os cachorros ganham peso vagarosamente e os tutores não conseguem perceber que eles estão gordos. Alguns engordam no inverno, quando comem mais e fazem menos exercícios. Outros podem engordar durante a convalescença de uma doença ou trauma.

Para saber se o seu cachorro está acima do peso, a regra geral é a avaliação das costelas e dos ossos da bacia. Nestes locais, os ossos são proeminentes e rígidos ao toque. As costelas precisam estar sempre visíveis, mas não a ponto de formar concavidades entre uma e outra. As vértebras, no centro do dorso, também são visíveis na maior parte das raças; se necessário, experimente afastar o pelo para tentar tocá-las.

Ao olhar um cachorro de cima, é preciso visualizar um afinamento logo abaixo das costelas: o espaço ocupado pelo abdômen é menor do que o espaço do tórax. Uma cintura pouco pronunciada indica sobrepeso; ausência de cintura é um sinal claro de obesidade.

Por que os cães engordam?

O motivo principal é óbvio: os cachorros estão recebendo muita comida e fazendo poucos exercícios físicos. A maior parte dos cães obesos reflete as condições do tutor: quando o pet se transforma em um “companheiro de poltrona”, os dois precisam perder os quilos a mais colecionados por excesso de sedentarismo.

A maioria dos tutores oferece petiscos para os cachorros entre as refeições. Existem bons produtos no mercado, inclusive dietéticos. A maioria, no entanto, é apenas apetitosa. Não haveria problema nenhum com isso, se não fossem os excessos. Por fim, petiscos de baixa qualidade nutricional e alto índice calórico são um convite claro à obesidade.

Os cachorros podem se tornar obesos em qualquer idade, dependendo das condições de alimentação e atividade física. No entanto, algumas condições facilitam o ganho de peso. As principais são as seguintes:

castração – a esterilização, por si só, não gera aumento de peso. Alguns cachorros, no entanto, podem se mostrar menos ativos, agressivos e territorialistas depois da cirurgia. Menos movimento, mais quilos extras;

fim do cio – entre quatro e seis semanas do fim do período de acasalamento, as fêmeas podem engordar sensivelmente. Os hormônios sexuais geralmente já voltaram aos níveis de antes do cio e as cadelas se tornam menos ativas (no geral: brincam menos, correm menos, etc.);

avanço da idade – conforme a idade avança, os cachorros ficam menos dispostos a brincadeiras. Também se tornam um pouco menos curiosos, gastando menos tempo com “investigações”. Isto pode levar ao sobrepeso. É necessário acompanhar o envelhecimento e oferecer ração condizente com as condições físicas do pet;

doenças ósseas, musculares e articulares – cães que apresentam estas enfermidades naturalmente se movimentam pouco. Mesmo que não sintam dores fortes, o desconforto os obriga a reduzir as atividades. Os animais de grande porte são mais suscetíveis.

Vale lembrar que algumas raças são predispostas geneticamente à obesidade. São Bernardo, old english sheepdog, kuvasz, cocker spaniel (inglês e americano), rottweiler, beagle, dachshund e collie são alguns exemplos de pets que precisam controlar o peso antes do surgimento de problemas mais ou menos graves.

As dicas para evitar a obesidade no cachorro

O sedentarismo é a principal causa do ganho de peso. Assim como nós, os cachorros não fazem exercícios físicos na medida certa e este é o fator do sobrepeso. Portanto, é preciso colocá-los para se exercitar. Nos primeiros dias, basta imprimir um ritmo mais rápido às caminhadas.

Em seguida, os desafios podem ser maiores: brincar com bolas e gravetos acelera o metabolismo e garante queima de calorias; em outras palavras, brincar emagrece (ou pelo menos ajuda a emagrecer).

Para nossa sorte, são poucos os cachorros que não gostam de brincar. Mesmo os mais pacatos e bonachões não resistem a uma bolinha atirada longe (mesmo que o “longe” sejam os poucos metros de distância entre o sofá e a porta da cozinha, por exemplo).

Brinque, corra, salte com o seu cachorro. Aproveite os acidentes do trajeto: degraus, aclives, declives, muretas de canteiros. Não contorne os obstáculos: enfrente-os, e seu cachorro imitará você. Exercícios físicos são fundamentais para a saúde.

E não estamos falando apenas da saúde física. Ao tentar abrir uma caixa recheada de petiscos, por exemplo, o cachorro está se exercitando fisicamente, mas também está refletindo e procurando a melhor maneira de estraçalhar o papelão. Ele não fica entediado e, com o passar dos dias, entra em forma.

A alimentação

Uma obviedade: um cachorro gordo gosta de comer. Desta forma, fracione a ração em porções distribuídas durante o dia. Pode-se começar com duas refeições (caso a última seja servida pouco antes do descanso noturno, ela deve ser menor).

Separe a quantidade diária necessária, de acordo com o porte, idade, sexo, condições gerais de saúde, etc. Divida este total. Para os cachorros gulosos, o importante é assaltar a tigela – e não necessariamente quanto alimento está depositado ali.

A hora do almoço ou do jantar é um bom momento para fazer o cachorro se exercitar. Coloque a tigela em locais mais distantes, ou naqueles em que ele precise subir alguns degraus para alcançar. Os pets são rápidos quando se trata de chegar ao prato. Estas pequenas corridas, várias vezes por dia, serão um complemento para a “malhação”.

Antes de fazer os ajustes na alimentação, porém, consulte o veterinário. Ele verificará quanto peso extra precisa ser perdido, dará dicas sobre a suplementação da alimentação diária e fará um exame completo para constatar que o excesso de peso é devido apenas à gulodice, não a condições orgânicas.

Não ofereça petiscos no dia a dia. Cachorros não precisam provar o alimento para ver se a carne está no ponto. Biscoitos caninos são bastante úteis durante o aprendizado, mas são desnecessários no dia a dia.

Os ossinhos orgânicos podem ser oferecidos com moderação. Se você der petiscos cotidianamente, não conseguirá ensinar nenhum truque novo, nem eliminar maus hábitos antigos. Se o cachorro não entender que o quitute é uma recompensa, não se esforçará para conquistá-la.

Comida caseira

Muitos tutores preferem fazer comida caseira para os cachorros. Esta é uma excelente opção, mas é necessário estar atento a alguns pontos:

• nunca ofereça apenas arroz e uma fonte de proteína (carne bovina, suína, de aves, etc.). Os cachorros têm necessidade de algumas vitaminas e minerais presentes apenas nos vegetais. Quando for cozinhar a refeição, acrescente alguns legumes, verduras, frutas, etc. (pode usar talos e folhas, não é preciso fazer uma feira especial para os pets);

• ao preparar o alimento, não use óleo de cozinha, nem condimentos. Os cachorros possuem poucas papilas gustativas para percepção do gosto salgado e o sal de cozinha não faz parte da dieta;

• nunca use caldos industrializados. Os tabletes que usamos na culinária apresentam quase metade do peso em sal de cozinha (NaCl – ou apenas sódio, nos rótulos);

• se quiser usar caldos, reserve um pedaço da carne e cozinhe em água. Quando as fibras musculares começarem a se desfazer, basta desligar o fogo e deixar esfriar. Este caldo pode ser usado inclusive para estimular os cachorros a beberem água (duas colheres de sopa no bebedouro são suficientes);

• se você optar por cortes de carnes gordas (acém, maminha, cabeça, etc.), dificilmente terá êxito no emagrecimento do pet. A gordura se impregnará na comida caseira e ele comerá muito mais do que o necessário para um cão com a silhueta em dia.

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