Imagens emocionantes: a cachorra não queria se separar do filhote e agarrou-se ao peludinho.
Esta cachorra não gostou nem um pouco da brincadeira dos tutores. Aliás, ela não entendeu que era uma brincadeira: quando tentaram separar o filhote (já grandinho), ela se agarrou ao bebê. Mães são mães, não importa a espécie.
O vídeo foi postado no Tik Tok e em pouco tempo se tornou viral: milhares de internautas visualizaram as imagens da cachorra agarrada ao filhote para defendê-lo, curtiram e compartilharam. Nos comentários, a maioria concordou que é muita maldade tentar afastar o bebê da mãe.
O vídeo
As imagens mostram a cachorra, que parece ser um retriever do Labrador, abraçando o filhote, tentando escondê-lo entre as pernas dianteiras. Tudo para impedir que os tutores “raptassem” o cachorrinho. Em favor dos humanos, é necessário dizer que eles possivelmente estavam apenas tentando higienizar o “ninho”.
A cachorra deixou bem claro, no entanto, que os cuidados com os filhotes são uma tarefa exclusiva dela. Ninguém deve pensar em pegar o bebê no colo, muito menos afastá-lo da presença materna. Além dos gestos, a mãe choraminga e tenta afastar o perigo, representado pelos humanos “xeretas”.
O gesto se repetiu diversas vezes e, em todas as ocasiões, a cachorra tenta defender bravamente o filhote do que ela entende ser uma intromissão. Para ela, os bebês devem ficar com as mães, não importa o que aconteça.
Um internauta comentou: “Este é o amor mais puro e sincero, não tem outro interesse além do instinto materno”. Outro tiktoker definiu a situação: “isto sim é uma verdadeira mãe”. No entanto, houve também muitas críticas.
Para vários internautas, ficou evidente que a cadela estava sofrendo. Todas as vezes que tentavam agarrar o filhote, a mãe temia pela segurança e integridade. Realmente, não deve ter sido nada agradável para a peluda ver o filhote sendo erguido e afastado.
O instinto materno
Assim como entre as humanas, a natureza dotou outras fêmeas de forte instinto materno. Trata-se de uma estratégia natural para proteger as crias e garantir a sobrevivência da espécie. De qualquer jeito, os elos entre cachorras e filhotes são extremamente fortes, mesmo que eles desapareçam quando os cãezinhos não têm mais necessidade do leite e da proteção materna.
Apesar de algumas cadelas, especialmente as mais jovens, não desenvolverem o instinto de proteção à cria, a maioria da conta das necessidades e vontades dos filhotes com tranquilidade. Os tutores precisam ficar atentos, mas a maior parte do trabalho é tarefa das mães.
O instinto materno é determinado pelas alterações hormonais que determinam o ciclo ovulatório. Durante a ovulação (o período fértil), a produção de estrogênio é maior, tornando as cadelas mais receptivas aos machos.
A partir da fecundação, o hormônio preponderante é a progesterona. Quando os óvulos são fecundados, o corpo lúteo, uma estrutura que se forma no início do ciclo, permanece produzindo a progesterona durante todo o período de gestação e lactação.
São estas alterações que provocam as mudanças de comportamento nas cadelas grávidas. No final da gestação, elas começam a procurar um lugar seguro, protegido e aquecido para acolher (e esconder) os filhotes.
Durante o parto, é ampliada a produção de ocitocina (nos humanos, este é conhecido como “hormônio do amor”. É a ocitocina que estimula as glândulas mamárias, para que haja leite suficiente para os filhotes.
O “hormônio do amor”, no entanto, também torna os animais mais dóceis e acolhedores. A resposta é a mesma para todas as espécies de mamíferos e é mais evidente entre as fêmeas, mas machos também podem demonstrar afeto e cuidado em relação às crias (mesmo que não sejam os pais – e até mesmo que os filhotes sejam de outras espécies).
À medida que a lactação avança, os filhotes passam a depender cada vez menos dos cuidados maternos. Inicialmente, eles ficam o tempo todo no ninho e a mãe é responsável por nutrir, aquecer, higienizar e proteger.
Com o desenvolvimento físico (o dos cães de grande porte é mais rápido), os cãezinhos vão ficando mais independentes. Eles passam a explorar o ambiente, testar as patas e dentes e afastam-se naturalmente.
Os “passeios” dos filhotes também alteram o cheiro. Cachorros machos e fêmeas tendem a identificar outros membros da família especialmente através do olfato. Os filhotes vão crescendo, passam a exalar outros odores, tornam-se independentes e, com cerca de três meses de idade, estão prontos para seguir a vida em outros lugares.
Por isso, a cachorra, tão zelosa durante o parto e a lactação, não sofre quando a ninhada cresce e é doada ou vendida. Na natureza, a função dos pais termina quando os filhos conseguem sobreviver com os próprios recursos.
Mesmo assim, caso um filhote seja mantido em casa, ele e a mãe serão excelentes amigos, com o animal mais velho servindo de referência para todas as atividades do mais jovem. Provavelmente, depois de um tempo, ele não identifica mais aquela cachorra ao lado como a sua mãe, mas o relacionamento saudável e amoroso permanecerá por toda a vida.