O cachorro é um animal gregário: isto significa que ele precisa de companhia. Veja como deixá-lo sozinho em casa.
Para um cachorro de estimação, a família faz parte da sua matilha. Ele pode obedecer a um ou mais membros, mas sempre encara a casa como um território a ser defendido, assim como o pai, a mãe ou os irmãos. Deixar um cachorro sozinho em casa por longos períodos pode gerar ansiedade, medo, tédio e, claro, solidão.
Por outro lado, é muito comum que toda a família (que pode ser unipessoal, ou seja, composta por apenas um humano) precise ficar fora de casa o dia inteiro, para trabalhar ou estudar, ou mesmo fazer pequenas viagens de lazer ou negócios.
No caso de ausências esporádicas – idas à academia, bancos, lojas, etc. –, é difícil que os cachorros se ressintam da solidão. As dicas apresentadas aqui são indicadas especialmente para pessoas que trabalham fora de casa o dia todo.
Se estas situações se tornam muito frequentes, entretanto, talvez seja melhor que o amante de pets escolha outro animal de estimação. Os gatos se adaptam melhor a algumas horas de solidão. Mesmo assim, quem, por exemplo, passa a semana inteira fora de casa, o melhor a fazer é optar por um aquário ou um terrário.
Sozinho em casa, um cachorro pode desenvolver inclusive um quadro de depressão.
Os principais sintomas são a destruição de objetos, apatia e derrubada de objetos por todo o espaço em que ele permanece durante a ausência do sono. Alguns animais podem desenvolver o mau hábito da automutilação.
Algumas dicas
Quem trabalha fora, sai de casa às 7h e só retorna 12 horas depois, pode acostumar o cachorro a ficar sozinho em casa com algumas providências simples. A primeira delas é não se despedir do animal ao sair, nem apresentar demonstrações muito efusivas de saudade ao voltar. Beijos, abraços e muito colo estão fora de questão: o cãozinho fica ansioso, como se a situação fosse emergencial (consequentemente, perigosa), e não apenas rotina.
Quem chega a casa trazendo compras de mercado precisa primeiro guardá-las, tomar banho, trocar de roupa – em outras palavras, demonstrar naturalidade – para só depois “cumprimentar” o cachorro. Observando o dono agir com naturalidade, ele vai se comportar de maneira semelhante. Separação e reencontro devem soar naturais para o animal.
Quanto mais natural for a saída e o retorno, mais calmo ficará o cachorro e mais rapidamente se adaptará a ver o dono indo embora e regressando. O dono deve evitar “espiadinhas” para verificar o estado do animal e, na volta, deve agir naturalmente, com poucas festas. Se o cão for acariciado logo à entrada da porta, ficará ansioso, sempre esperando a volta dos “pais”.
Atenção extra
Alguns animais, no entanto, são muito apegados os seus donos: dormem na mesma cama, “assistem TV” ao final do dia, exigem atenção e colo com insistência. Quase sempre, estes fatos são decorrentes da má educação oferecida para os cães.
Nestes casos, a atenção pode ser direcionada para um brinquedo ou um alimentador automático. Os cachorros têm as suas preferências; por isto, é importante identificar quais são os objetos favoritos. O melhor é optar por artigos que ocupem os animais por um período mais ou menos longo. Tome cuidado com itens que soltam peças ou têm enchimento que pode sufocar o animal.
Ao se perceber sozinho, sem ter visto o dono sair de casa, o mais provável é que o cachorro decida tirar uma soneca ou vigiar a porta, de acordo com a personalidade de cada pet.
Calma na solidão
Ao receber um filhote em casa, é necessário acostumá-lo a permanecer sozinho logo nos primeiros dias. Saia de casa por alguns instantes – aproveite para passear ou fazer compras –, para que o cachorro se sinta seguro ao ficar sem companhia.
Filhotes precisam ficar em um ambiente pequeno, principalmente quando ainda não sabem onde fazer suas necessidades (vale lembrar que os passeios só podem ser realizados depois da aplicação das primeiras vacinas). Do contrário, o tapete da sala ficará repleto de respingos de xixi.
Trata-se de um condicionamento bastante simples: rapidamente, o cachorro conseguirá perceber que o seu dono sai, mas sempre volta. O tempo de ausência precisa ser ampliado gradualmente, para não gerar ansiedade e os consequentes “sintomas”, como rasgar almofadas e tapetes, latir e ganir sempre que sentir falta do dono.
Um cachorro fica mais tranquilo quando ouve vozes e outros sons domésticos durante a ausência dos donos. Para os animais muito tensos, uma solução é deixar a TV ligada, mas é preciso cuidado para escolher a programação: filmes violentos e novelas estridentes só fazem complicar o problema. Outra boa dica é deixar uma peça de roupa com o seu cheiro em um ponto estratégico (como o sofá, por exemplo). Todas as vezes que ele passar por perto, ficará mais calmo e aconchegado.
Adoção responsável
Entre as muitas necessidades dos cachorros, uma delas é o passeio diário. Quem adota um pet precisa estar preparado para as muitas responsabilidades contidas no “pacote completo”: alimentação, lazer, atenção veterinária, etc.
Procure estabelecer o horário de passeios antes de sair de casa. O animal vai relaxar, divertir-se e cansar-se, voltando para casa pronto para o sono. Evite brincadeiras agitadas, tais como corridas e arremesso de objetos para que o cachorro os recolha: estas atividades o deixam ainda mais “ligado”. Elas podem ser realizadas no regresso para o lar.
Dividindo o “quarto”
Mesmo com todos estes cuidados, alguns cachorros continuam demonstrando a necessidade de companhia. Se for possível, considere a possibilidade de adotar um irmãozinho para o seu pet. Antes de escolher, porém, verifique as características da raça; em alguns casos, duas fêmeas ou dois machos não são bons companheiros; em outros, um animal de pequeno porte pode preferir ficar em casa com um cachorro de tamanho maior.
Alguns cães podem gostar bastante da presença de um gato, apesar da diferença de comportamento entre as duas espécies. Um veterinário ou adestrador pode ajudar bastante na indicação de um novo “parente” para a família.
Muito bacana as dicas. Bom eu já tinha estudado a respeito e já havia feito a maioria delas. Mas creio que ajudam. Porém meu caso é um pouco específico e gostaria de ver se alguém consegue me ajudar. Em outubro de 2015 eu comecei em uma obra e lá haviam 3 cachorros. Uma delas se apegou a mim e conversando com minha esposa decidimos levar ela pra casa. Na obra ela ficava solta no terreno o tempo todo, inclusive quando chovia e a noite. Ficou lá mais ou menos por 2 anos, era muito arisca e demorou muito a chegar perto do pessoal que trabalhava lá. Quando retomamos a obra em outubro ela já estava mais sociável. Vinha perto e tudo mais. Com o tempo ficou agarrada comigo e com o topografo. Estava tudo bem. Chegou o natal e levamos ela pra casa. Fomos direto no petshop e veterinário. Demos uma geral. Medicamos e estava tudo bem. Ela foi pra casa e estava aparentemente tudo bem, ela é quietinha e tranquila. Não dá trabalho nenhum e ainda atura as investidas incessantes do meu filho de 3 anos. No período de festas de fim de ano, minha esposa ficou em casa, ou seja, a cachorra tinha companhia constante, com eventuais ausências de poucas horas. Estava tudo normal. Mas após a virada do ano voltamos a trabalhar e ela teve que ficar sozinha em casa no período comercial. Ai que veio o problema. Ela fica estressada demais de ficar sozinha, começa a puxar tudo quanto é pano que esta na casa. Mordeu um móvel onde guardamos a coleira dela. Um caos. Eu corro com ela todo dia desde que ela foi lá pra casa, uma hora de manhã e uma hora a noite. Ela come mais ou menos nessas horas. Ela não come nenhum petisco, nem brinca com nenhum brinquedo, já tentei de tudo pra ver se tinha alguma coisa que ela iria gostar e nada. Deixei roupa minha na casa e nada também. Não sei se estou sendo muito ansioso e querendo resultados em apenas uma semana, mas estou nervoso com isso. Não quero ter que levar ela embora, mas não tenho como ficar pagando pelas coisas que ela estraga. Vou tentar o floral que muita gente falou, pois foi a única coisa que eu não tentei. Acho que é isso. Se alguém tiver alguma opinião por favor, sou todo ouvidos.