Ele não queria que o cachorro fosse atacado, por isso levou o peludo nas costas.
As imagens de um homem carregando o cachorro nas costas estão viralizando nas redes sociais. Não se sabe onde o vídeo foi gravado exatamente, para ele já foi compartilhado alguns milhares de vezes.
Aparentemente, o homem está preocupado com os possíveis ataques de outros cães das redondezas, que ficam circulando o pet. A questão é que tudo parece excesso de zelo, porque o animal que está sendo carregado nas costas tem o porte de um São Bernardo.
Animais violentos
Cachorros que vivem nas ruas sofrem com os maus tratos e as privações, mas eles tentam se organizar, para ampliar as chances de sobrevivência. Alguns peludos formam matilhas que podem ser perigosas para quem passar por perto.
Sem uma fonte de alimento regular, sem abrigo e expostas ao frio, ao Sol e à chuva, essas matilhas podem atacar os passantes. Não é um fato comum, mas aparentemente é isto que aconteceu na vizinhança do tutor.
Carregar um animal nas costas, no entanto, não é a melhor maneira de transporte. O cachorro está visivelmente mal acomodado – “sobram” pedaços de cão por todos os lados –, o tutor não consegue suportar o peso e os animais que estão rondando poderiam facilmente atacar tanto o homem quanto a “carga preciosa”.
Na melhor das hipóteses, o tutor poderia cair, machucar-se e machucar o cachorro. A região apresentada no vídeo parece ser chuvosa e o caminho não é pavimentado. Além de dolorido, o homem sairia da aventura enlameado e encharcado.
O vídeo já foi acessado milhões de vezes. A maioria dos internautas, no entanto, não parece ter se comovido com a dedicação do tutor. Os comentários, ao contrário, parecem realçar o mico que o homem pagou:
“O cachorro: que vergonha!”;
“Tão grande e fazem isso com ele”;
“Coloque uma roupa nesta senhorita”;
“O cachorro: não saio mais com você, papai”.
Outros usuários, contudo, parabenizaram o tutor pelo esforço. Entre ícones de risadas e carinhas de surpresa, muita gente aplaudiu o gesto: “Que lindo”, “O papai defende o cachorrinho” e “Adoráveis” estão entre os comentários obtidos pela postagem.
Cachorros de rua podem atacar?
Não é possível saber o comportamento dos animais da vizinhança, mas aparentemente o tutor tem motivos para carregar o cachorro nas costas: a “gangue do quarteirão” parece ser violenta e agressiva.
A maioria dos cães de rua, no entanto, não demonstra comportamento de ataque. Não porque não haja, entre eles, animais dominantes e territorialistas, mas porque as condições objetivas são muito graves: a expectativa de vida entre os abandonados é de apenas um ano (entre os gatos, é ainda menor).
Em geral, eles estão preocupados demais procurando restos de comida e um local para se abrigar, mas alguns cachorros de rua podem se tornar um problema para a vizinhança. Aliás, além de ser crueldade e crime, o abandono de cães e gatos é também uma questão de saúde e segurança pública.
Algumas raças caninas foram desenvolvidas justamente para o ataque. São animais de rinha ou de guarda que, em geral, viviam isolados, vigiando propriedades, gado, etc. Isto significa que foram selecionados justamente os cães mais violentos e esse temperamento se mantém durante gerações, mesmo entre os mestiços.
A herança genética não é suficiente para explicar o comportamento canino: o ambiente e a criação também exercem forte influência. Isto ajuda a explicar por que alguns rottweilers e pitbulls, apesar de as raças terem sido criadas para o confronto e o ataque, sejam animais tranquilos e obedientes.
Os cachorros costumam dar alguns sinais antes do ataque. Mesmo na natureza, os lobos preferem fugir a brigar – é uma estratégia muito mais adequada para a sobrevivência. Ao ver um cão de rua, especialmente se for de grande porte, convém observá-lo: rosnados, dentes à mostra, inquietação e postura de alerta indicam que ele não está para brincadeiras.
É importante não correr, nem fazer movimentos bruscos. Estas atitudes certamente serão entendidas como agressões ou, no mínimo, como demonstrações de submissão. O contato visual também deve ser evitado: em um conforto, para os cães, o “olho no olho” é sempre entendido como um desafio, um convite para a briga.
Nunca tente lutar com um cachorro. Mesmo desnutrido e fraco, ele tem energia de sobra para a briga: afinal, no entendimento canino, trata-se de uma situação de vida ou morte, em que vence o mais forte.
Se existem cães de rua na vizinhança, o melhor a fazer é carregar alguns petiscos sempre que passar pela “área” deles. Desta forma, eles encararão o humano como um amigo ou, pelo menos, como um fornecedor de alimento. Além de evitar ataques, você também atenua o sofrimento dos abandonados.