Malamute vs. Husky: veja as diferenças entre as duas raças

Dois cães nórdicos, puxadores de trenó. Confira as diferenças entre o malamute e o husky.

Quais as diferenças entre as duas raças? Eles são de continentes diferentes: o husky foi desenvolvido nas estepes da Sibéria, na Ásia, enquanto o malamute surgiu nas planícies geladas do Alasca, no extremo norte da América. Mas esta não chega a ser uma diferença essencial: vale lembrar que, até 1867, o Alasca fazia parte do Império Russo.

O husky siberiano e o malamute do Alasca são dois cães de trabalho, criados para tração: eles eram responsáveis por, em matilhas numerosas, puxar trenós com provisões, peles, armamentos e utensílios. Eles são parentes próximos e partilham boa parte dos genes também com outras raças menos conhecidas.

É o caso do samoieda, o “cão sorridente”, do elkhound, provavelmente o pai de todos, nativo da Noruega (em norueguês, o nome significa “caçador de alces”) e o cão de ursos da Carélia, uma região entre a Rússia e a Finlândia, que é o menor da família.

As principais diferenças entre o husky e o malamute é que este último exibe porte maior e pelos ondulados ou encaracolados, inclusive na cauda. O husky, por seu lado, exibe as marcações inconfundíveis na face: uma faixa divide a testa e se prolonga até a trufa. Além disso, as orelhas do husky estão sempre eretas, demonstrando total atenção.

Semelhanças e diferenças do malamute e husky

Na classificação internacional, as duas raças pertencem à Seção 2 (cães nórdicos de trenó) do Grupo 5, que reúne os cães spitz e de tipos primitivos, mais próximos aos lobos. O husky surgiu primeiro e provavelmente alguns ancestrais da raça atravessaram o estreito de Behring juntamente com os primeiros humanos que chegaram à América (mas existem outras hipóteses).

Tamanho e peso malamute vs. husky

O malamute do Alasca é bem maior: os machos atingem 63,5 cm de altura na cernelha, com peso em torno dos 38,5 kg e as fêmeas, 58,5 cm, pesando em média 34 kg.

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Malamute do Alasca

Os machos do husky siberiano alcançam de 53,5 cm a 60 cm de altura, com 20,5 kg a 28 kg. As fêmeas medem de 50,5 cm a 56 cm e pesam de 15,5 kg a 23 kg.

O padrão oficial afirma que o husky é um cão de porte médio (ele parece maior por causa da pelagem de cobertura densa e espessa), com ossatura moderada. As proporções são balanceadas e a movimentação é livre. A aparência nunca é pesada nem grosseira.

O malamute denota força incomum e um tremendo poder de propulsão nas corridas. As proporções indicam um cão desenvolvido para o trabalho: ele precisa ser capaz de tracionar cargas pesadas, apesar de não haver provas de trabalho específicas para as raças em competições oficiais.

A pelagem malamute vs. husky

O husky apresenta pelagem dupla, de comprimento médio, cobrindo totalmente a pele. O subpelo é macio e denso, enquanto a pelagem de cobertura é reta e assentada, sem apresentar fios eriçados nem ásperos. Na muda, que ocorre no outono e na primavera, o subpelo pode cair totalmente.

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Husky siberiano

Os pelos do malamute são grossos e espessos – não podem ser macios nem muito longos. O subpelo é longo (pode atingir 5 cm), lanoso e oleoso. A pelagem é mais curta nas laterais do tronco, tornando-se mais comprida no pescoço, ao redor dos ombros, na garupa, nos culotes e na cauda.

O pelo do malamute varia do branco ao preto (com diversos tons de cinza), podendo exibir tons de vermelho escuro (fígado) e zibelina (do laranja ao castanho-escuro). Os fios são mais claros nas raízes. A única cor sólida permitida é o branco, que é predominante na parte inferior do corpo, faces internas das pernas e patas de todos os cães. O malamute é um cão maltado.

Para o husky siberiano, todas as cores são permitidas para a pelagem, do branco ao preto. Os cães que vivem em regiões quentes desenvolveram pelagens sable ou zibelina em diversas tonalidades. A principal característica da raça são as marcações na cabeça, das orelhas à trufa. Um husky não pode ser salpicado, mas é muito comum que tenha “pelos metálicos”, do prateado ao chumbo.

A cauda do husky vs. malamute

No husky, a herança nórdica se revela na cauda de raposa, em formato de pincel, que é inserida logo abaixo da linha superior do tronco. Quando estão em atenção, os cães da raça portam a cauda acima desta linha, em uma curva com forma de foice, que nunca fica achatada sobre o dorso. Em repouso, a cauda é portada caída. É recoberta por fios de idêntico comprimento, que crescem para todos os lados, tomando aparência de uma escova redonda.

A cauda do malamute do Alasca é inserida como um prolongamento da coluna vertebral. É portada sobre o dorso quando o cão não está em movimento: não pode ser quebrada, nem enrolada sobre o dorso. Não há pelos curtos na raiz, como os de uma raposa. A cauda é bem guarnecida de pelos e toma o formato de uma pluma ondulante, que acompanha os movimentos do trote e do galope.

Os olhos husky vs. malamute

No malamute, os olhos são inseridos de forma marcadamente oblíqua em relação ao topo do crânio. São castanhos ou pretos, de tamanho médio e formato amendoado. Os olhos dos cães da raça estão sempre alertas, denotando interesse e curiosidade. A pigmentação das pálpebras é preta (pode ser marrom nos cães zibelina). Os olhos azuis são uma falta desqualificante.

Os olhos do husky siberiano são amendoados, sutilmente oblíquos e moderadamente afastados. A cor é azul ou marrom e há indivíduos com heterocromia (um olho de cada cor ou íris de uma cor no centro e outra nas bordas). A expressão é penetrante e maliciosa, mas denota um quê de curiosidade e desejo de interagir.

A cabeça malamute e husky

O malamute apresenta focinho grande e volumoso, que vai diminuindo em largura em direção à trufa, que é preta em todas as pelagens, assim como os lábios e região interna das pálpebras (a exceção fica com os cães vermelhos, que pode ter trufa, lábios e pálpebras marrons).

O topo do crânio é largo e arredondado nas bochechas, mas achatado na proximidade dos olhos. A cabeça é larga e profunda, em proporção ao tamanho dos cães, sem ser grosseira nem pesada. O stop é raso. Tudo isso confere um ar amistoso e cheio de afeto para o malamute.

As orelhas do malamute são de tamanho médio ou pequeno, com formato triangular e levemente arredondadas nas extremidades. São inseridas bem afastadas, com as raízes na linha dos olhos. Em descanso e em trabalho, elas ficam dobradas, levantando-se apenas quando o cão está em atenção.

As bochechas do malamute são moderadamente planas, os lábios são bem ajustados, o maxilar é largo e os dentes, grandes. Os incisivos se articulam na mordedura em tesoura. Prognatismo e retrognatismo são considerados faltas.

No husky, o topo do crânio apresenta tamanho médio (proporcional ao corpo), ligeiramente arredondado, afilando gradualmente na direção dos olhos. O stop é muito bem definido.

A trufa é preta nos cães pretos, castanhos e cinza; é fígado nos cães cor de cobre. Pode ser despigmentada total ou parcialmente nos huskies brancos.

O focinho apresenta comprimento e largura medianos. Ele vai se afilando em direção à trufa, mas não pode ser quadrado nem pontudo. A cana nasal é reta do stop até a trufa. Os lábios são ajustados e bem pigmentados. Os dentes também se fecham em tesoura.

As orelhas do husky são maiores, triangulares, de inserção alta e próximas. São espessas e bem revestidas de pelos, levemente arqueadas na parte posterior e rigidamente empinadas, em qualquer situação.

A saúde husky e malamute

Tanto o husky quanto o malamute são longevos, em comparação a outros cães de médio e grande porte. O malamute pode chegar aos 14 anos e o husky vive até 15 anos. A saúde é excelente, como costuma acontecer com os chamados cães primitivos.

O malamute parece ser especialmente suscetível à epilepsia e a algumas polineuropatias (inflamações congênitas de vários nervos simultaneamente).  Os dois problemas, de origem genética, vêm sendo reduzidos com acasalamentos seletivos.

Os principais problemas de saúde do husky estão relacionados à visão. Glaucoma, catarata e atrofia progressiva da retina são relativamente comuns nos cães da raça, que também podem ter dificuldade na absorção do zinco, disfunção que facilita a proliferação de fungos e bactérias, facilitando as infecções.

Como todos os cães grandes, tanto o husky siberiano quanto o malamute do Alasca podem sofrer com displasia de quadril ou coxofemoral. Este é também um transtorno genético, que vem sendo reduzido com os acasalamentos seletivos.

A personalidade husky e malamute

Neste quesito, há mais semelhanças do que diferenças entre as duas raças. Apesar das diferenças individuais, huskies e malamutes são cães gregários, que gostam de atividades envolvendo toda a família.

A característica é fácil de entender. Estes cães sempre precisaram contar com o esforço coletivo e sincronizado para puxar os trenós e entregar víveres antes da nevasca seguinte: eles são rápidos, ágeis e possuem o espírito de matilha.

O husky siberiano e o malamute do Alasca são altamente adaptáveis a qualquer ambiente: prova disso é que, criados em regiões árticas, eles vivem muito bem no verão brasileiro. Seja como for, eles são cães ativos e atléticos, exigindo tutores com muita disposição para as atividades físicas.

É possível manter um husky ou um malamute em espaços pequenos, desde que eles tenham três ou quatro sessões diárias de atividades. Caso sejam mantidos em apartamentos, é preciso levá-los para longas caminhadas várias vezes.

Apesar de serem obedientes e muito apegados aos tutores, os cães das duas raças podem apresentar certa independência: quando eles estão “de folga”, entendem que podem brincar, relaxar e descontrair. O problema é que, na ausência de trenós para serem puxados, eles passam praticamente o tempo todo sem “atividades oficiais”.

Nenhum destes cães exibe características de guarda. Eles chegam a defender os membros da família em caso de perigo, mas costumam considerar todos os humanos como bons amigos: inclusive as pessoas estranhas.

Os malamutes podem desfrutar de longas sonecas ao longo do dia, enquanto os huskies parecem estar permanentemente ligados nos 220V: até mesmo o sono deles é agitado.

Nas duas raças, os cães são muito dependentes dos tutores: eles precisam de atenção, carinho e brincadeiras para manter a boa forma física e emocional. Não é uma boa ideia deixá-los sozinhos por períodos prolongados. Se ficarem à toa, eles se tornarão entediados e, consequentemente, ansiosos, deprimidos e destrutivos.

Os latidos são constantes: eles servem de alerta e também compõem a trilha sonora das atividades com os tutores. Huskies e malamutes são bons companheiros para as crianças, mas é preciso ter a supervisão de um adulto, porque geralmente eles não sabem a força que têm.

Outro comportamento comum às duas raças é a capacidade de escapar de qualquer lugar: estes cães já precisaram fugir de muitas avalanches e deslizamentos. O ambiente precisa de cercas e muros e, nos passeios, o condutor precisa ser forte e dominante, para evitar as correrias.

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