O que causa mau cheiro em cachorros?

Alguns motivos são mais do que óbvios: o que causa mau cheiro em cachorros? A sujeira acumulada na pelagem, restos de urina e fezes, a água de chuva retida (principalmente nos animais com subpelo, uma espécie de pelos ralos junto à epiderme, útil para manter o corpo aquecido nos dias frios) – o chamado “odor de cachorro molhado”.

Mas existem outras causas para o mau cheiro dos cachorros. Fique atento, porque o seu fedidinho pode estar com algum problema de saúde: a inhaca pode ser um indício de inflamação ou infecção.

A maioria dos tutores não sabe, mas o mau cheiro dos cachorros pode estar relacionado a otites, doenças de pele, problemas urinários e outros. Mas não é qualquer cheiro que indica problemas.

O que causa mau cheiro em cachorros?

O mau cheiro na boca

Definir um cheiro bom ou ruim é uma questão bastante subjetiva. É possível que você considere o cheiro da ração insuportável, especialmente depois de mastigada e insalivada. Para o seu pet, no entanto, o odor pode ser totalmente satisfatório.

Outra possibilidade é que o seu peludo tenha encontrado uma forma de burlar a segurança, conseguindo um banquete na lixeira. Isto explica o mau cheiro, mas fique atento, pois ele pode sofrer com dores e desconfortos abdominais, por ter ingerido alguma coisa indevida ou estragada.

Se o mau cheiro da boca é persistente, é necessário investigar a causa:

– o tártaro, uma formação mineral que se espalha sobre a superfície dos dentes (inclusive nas raízes, causando gengivite), facilita o crescimento da placa bacteriana, passo inicial para as cáries;

– o mau hálito pode indicar transtornos no sistema digestório.

O tártaro pode ser prevenido com a escovação regular dos dentes dos pets. O ideal é acostumá-los desde filhotes. A remoção do tártaro e outros procedimentos odontológicos em cachorros geralmente é feita sob anestesia geral, que, de acordo com a idade do animal, pode ser contraindicados.

Eventuais problemas gastrointestinais podem ser prevenidos ou diagnosticados precocemente com visitas regulares ao veterinário. Com o histórico de saúde atualizado e as informações dos tutores, o profissional pode identificar os problemas e recomendar as melhores soluções.

Os banhos

Salvo contraindicação médica, sempre provisória, os cachorros precisam tomar banho regularmente, com intervalos entre 15 e 30 dias. A atividade é ideal para inspecionar os pets, procurando feridas, sinais de alergia, parasitas, etc.

Não improvise: use sempre sabonetes e xampus indicados para pets. Os pelos e a pele dos cães são diferentes dos nossos. Um produto para humanos pode ser leve demais para eles (não garantindo a higienização necessária) ou agressivos demais (podendo até gerar lesões cutâneas).

A hora do banho é um bom momento para verificar as condições das orelhas. Uma quantidade mínima é mais que aceitável: ela é uma proteção natural do canal auditivo. Retire as sujidades, sem esfregar muito vigorosamente.

Muitos cães, especialmente os de orelhas médias e longas (cocker spaniel, beagle, basset hound, teckel, afghan hound, etc.) costumam sofrer com otites. Feridas causadas por frieiras e excesso de umidade (inclusive as microscópicas) facilitam a proliferação de bactérias e fungos. Além dos danos estéticos (e olfativos), os micro-organismos  podem atingir a circulação sanguínea e lesar diversos órgãos e tecidos.

Seque o pelo adequadamente e deixe o cachorro brincar ao Sol depois do banho (não há problema se ele se sujar um pouco). A umidade pode favorecer a multiplicação de micro-organismos. Se o seu animal for muito grande ou peludo, leve-o até um serviço de banho de confiança.

Procure não usar secador de cabelos nem água muito quente. As altas temperaturas danificam os fios, retiram a umidade natural e podem provocar irritações com mau cheiro. Caso o pet seja muito peludo, use o secador com temperatura e jato de ar mínimos.

Os banhos podem ser mais espaçados no inverno, mas apenas se o dia estiver muito frio e você não puder manter o pet dentro de casa. Neste caso, experimente borrifar os pelos com água limpa (seque e escove em seguida) e limpe as orelhas e olhos com um pano úmido. Vale o mesmo para os dias com baixa umidade relativa do ar. Secura e umidade excessivas também causam mau cheiro.

Feridas que não cicatrizam (inclusive as provocadas pelas coçadelas) e erupções cutâneas de qualquer origem provocam mau cheiro e precisam ser sanadas. Não medique o seu cão por conta própria e nunca ministre medicamentos formulados para humanos; siga sempre a orientação do veterinário.

A higiene não se resume ao banho. Lave regularmente as roupas e a caminha do seu cachorro. Almofadas e brinquedo de pelúcia também precisam ser lavados. Com os brinquedos e utensílios, a regra é a mesma. As tigelas de ração e água precisam ser lavadas várias vezes por dia.

Desta forma, se o pet adquirir alguns maus hábitos (manias mesmo, para falar a verdade), pelo menos não dormirão todas as tardes em uma almofada ensebada, nem brincarão com bolinhas encardidas.

Os genitais

Com exceção das fêmeas que tiveram muitas gestações, as doenças genitais não são muito comuns entre os cachorros (ao contrário das infecções urinárias), mas isto não significa que elas não possam ocorrer. Verifique o estado geral durante o banho, mesmo que eles tenham sido castrados ou esterilizados.

Os animais costumam lamber os genitais várias vezes por dia (e também a região anal.

Não há nada de errado nisso, até porque eles não sabem usar papel higiênico. Mas, se as lambidas forem excessivas (cada animal tem os seus próprios hábitos), vale a pena dar uma olhada. Se houver feridas ou mau cheiro, será necessária a avaliação do veterinário.

Os velhinhos

Os cachorros idosos (a partir dos sete ou oito anos de vida) tendem a exalar mais mau cheiro. Não há aqui nenhum preconceito contra a terceira idade, mas, com a velhice, o metabolismo se torna mais lento e o sistema imunológico, menos eficiente.

Com isso, as infecções e inflamações se tornam mais comuns. Otites e dermatites surgem com mais frequência e aqueles “probleminhas” de digestão (azia, refluxo, constipação ou diarreias mais constantes) podem gerar enfermidades mais graves, com “boduns” mais perceptíveis.

Os cães mais velhos também ficam menos ativos. Por um lado, isso reduz as travessuras; por outro, o sedentarismo acarreta problemas.

Isto vale também para os pets com dificuldades de locomoção. A permanência por longos períodos na mesma posição pode concentrar a umidade, produzindo mau cheiro. Alguns hábitos adquiridos, como dormir sobre o mesmo paninho produz naturalmente um canto malcheiroso na casa.

Estimule o seu velhinho a fazer exercícios. Se ela não pode mais correr, caminhe com ele. Se a caminhada diária passa a ocupar cada vez mais tempo, programe-se para gastar mais tempo com ele. Use e abuse de estímulos visuais, sonoros e táteis para entretê-lo. Isto prolongará a expectativa de vida e aumentará o bem-estar.

Não exagere!

Há alguns milhares de anos, pelos mais diversos motivos, nós decidimos disfarçar os nossos odores naturais com essências e perfumes. Uma pessoa sem cecê, por exemplo, transmitia a seguinte mensagem: “eu tenho posses, não preciso suar ao Sol plantando e coletando para garantir o meu sustento”.

Os cachorros não desenvolveram estas sofisticações. Para eles, os cheiros do corpo são úteis para identificar amigos e estranhos ou encontrar um parceiro sexual. Por isso, as causas do mau cheiro que precisam ser inspecionadas são aquelas que surgem de repente.

Os cães não precisam exalar odor de rosas. Nos banhos, os sabonetes mais indicados são os neutros, sem perfume acentuado. Não existem colônias recomendadas para animais (há alguns produtos disponíveis no mercado, mas os resultados são quase nulos).

Além disso, a pele canina é recoberta por substâncias que a mantêm hidratada. Retirar esta camada protetora significa expor o animal a bactérias e fungos que podem ser prejudiciais à saúde.

Os cães suam principalmente pela língua (é por isso que alguns babam excessivamente). Desta forma, não acumulam suor nas virilhas, genitais e axilas. E, como não usam sapatos (pelo menos a maioria e na maior parte do tempo), eles não desenvolvem chulé, odor provocado pela proliferação excessiva de micro-organismos em ambientes quentes e úmidos, como o interior das nossas meias.

Para finalizar

Como vimos, conviver com um cachorro em casa significa conviver também com alguns aromas peculiares. Isto não quer dizer que os amantes de cachorros estejam fadados a suportar o mau cheiro nos ambientes. Para garantir o bem-estar, fique atento aos seguintes detalhes:

– escove diariamente os dentes do seu pet (se ele não aceitar de jeito nenhum, experimente os enxaguatórios bucais específicos, que podem ser ingeridos);

– mantenha a rotina dos banhos (os menores e os mergulhadores, como poodles, retrievers do Labrador e terras novas, podem tomar banhos semanais);

– mantenha os ambientes internos em que o animal transita sempre limpos e arejados;

– inclua os purificadores de ar na lista dos produtos de limpeza;

– existem produtos específicos para a limpeza de orelhas caninas. Eles facilitam bastante a higiene de cocker spaniels, basset hounds e outros “orelhudos”;

– organize uma rotina de limpeza para depois dos passeios, inclusive para os dias de chuva;

– não esqueça a diversão: transforme estes momentos em grandes brincadeiras com o seu peludo!

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