O que eu posso misturar na ração do meu cachorro?

É possível enriquecer a ração do cachorro, mas é preciso tomar alguns cuidados nas misturas. 

Ração de cachorro é a forma mais rápida, prática e completa de alimentar os pets. O prato pode parecer pouco apetitoso para os humanos, mas os produtos de qualidade são tudo o que os peludos precisam em termos de nutrição.

Mesmo assim, é possível misturar alguns alimentos – para agradar o pet, para incentivá-lo quando ele come pouco ou se recusa a comer ou até mesmo para acostumá-lo a outros sabores saudáveis.

Antes de saber o que misturar, no entanto, é preciso saber qual ração escolher para o cachorro. Existem produtos secos e úmidos, ambos com vantagens: 

• a ração úmida é mais fácil de ser ingerida, especialmente por filhotes, idosos ou convalescentes de traumas ou doenças. O produto também pode ser usado em “ocasiões especiais”; 

• a ração seca, além de nutrir, é um bom auxiliar na higiene da boca. Ao roer os grãos, os pets desalojam bactérias dos dentes e da gengiva que, em excesso, podem levar ao desenvolvimento do tártaro. 

Na hora da escolha dos produtos, é importante escolher rações balanceadas, que atendam a todas as necessidades nutricionais dos cachorros, respeitando a faixa etária, sexo, porte físico, condições de saúde, o fato de o animal ser castrado ou não, etc. 

Oferecer ração para os pets facilita a vida dos tutores – que, hoje em dia, quase sempre é corrida. Basta escolher o produto, levá-lo para casa e encher as tigelas de acordo com a idade e o porte do cachorro. Simples e fácil. 

As rações podem ser enriquecidas com biscoitos e outros petiscos. No caso de algumas deficiências nutricionais, o veterinário pode receitar suplementos alimentares, para garantir o desenvolvimento e manter as boas condições de beleza e saúde. 

Mas os tutores podem misturar algumas surpresas à ração. É possível acostumá-los a comer vegetais, como frutas, verduras e legumes (fique atento aos itens proibidos para cachorros) ou simplesmente variar o cardápio do dia a dia.

De qualquer forma, em todas as opções servidas para os pets, é importante que os alimentos não fiquem expostos durante mais de três horas. As tigelas de água e comida não devem ser colocadas diretamente sob o Sol e, em locais infestados por insetos aéreos, é preciso encontrar uma forma de afastar moscas e mosquitos.

Misturar na ração

Aroma e Sabor

Os cães são atraídos muito mais pelo cheiro do que pelo sabor dos pratos oferecidos. Isto é devido a algumas características anatômicas. Enquanto nós temos, em média, nove mil papilas gustativas na língua, os peludos apresentam apenas cerca de 1.700. 

Isto significa que, apesar de os cachorros perceberem os mesmos gostos que os humanos – salgado, doce, amargo, azedo e umâmi (o sabor do ácido glutâmico) –, a intensidade dos sabores é menos intensa na boca dos pets. 

Além disso, as papilas gustativas caninas estão concentradas no fundo da língua, enquanto as nossas estão espalhadas por toda a extensão do órgão. Esta peculiaridade ajuda a explicar a voracidade dos cachorros, sempre mais interessados em quantidade do que em qualidade. 

Seja como for, os nossos peludos preferem a comida morna à gelada, mas não se incomodam quando a refeição é oferecida em temperatura ambiente. A maioria dos cachorros não gosta dos sabores amargos e passa longe de alimentados apimentados e mentolados.

O que misturar na ração do cachorro?

Os filhotes, a partir dos dois meses, já podem comer ração, mesmo que ainda estejam sendo amamentados. Os grãos da ração seca podem ser amaciados com um pouco de água morna (uma colher de sopa é suficiente para um comedouro médio). 

Alguns pets podem simplesmente recusar a ração, ou não ingeri-la nas quantidades indicadas pelo fabricante. Nestes casos, é preciso suplementá-la ou, pelo menos, torná-la mais palatável. 

Uma boa opção é trocar a água morna (indicada para amolecimento) por caldo de carne, legumes ou frango.

Estes caldos devem ser sempre naturais. Os tabletes e pós industrializados apresentam teor elevado de sódio e muitos conservantes químicos. O sal de cozinha (cloreto de sódio) é desnecessário para os cachorros e prejudicial à saúde.

Os vegetais podem ser substituídos diariamente (ou em espaços regulares), garantindo a oferta de vitaminas e sais minerais importantes. Os tutores podem cozinhar cenoura, abóbora, tomate maduro, chuchu, folhas verde-escuro (couve, brócolis, espinafre, etc.). 

Não se deve cozinhar a carne escolhida com sal, óleo vegetal, nem outros condimentos: basta ferver a peça durante alguns minutos, coar e misturar à ração. O prato fica mais apetitoso e muitos pets “enjoados” se rendem a este truque fácil. 

Não é necessário comprar produtos especiais para os pets. Os tutores podem usar retalhos da carne (frango ou peixe) comprada para as refeições da família, além de aproveitar talos, ramas e cascas para preparar o caldo. 

Outra opção simples é adicionar um pouco de ração úmida ao alimento seco. Apesar de o paladar não ser o sentido mais apurado dos cachorros, a refeição fica mais atraente e, apenas com esta mistura, fica fácil despertar o apetite dos peludos.

Se o seu cachorro não está acostumado com ração úmida, inclua apenas uma colher de sopa na primeira vez em que oferecer a mistura. Nos dias seguintes, você pode aumentar a proporção, até que os dois produtos apareçam no prato em partes iguais.

Mais opções para misturar na ração

• Ovo

O ovo de galinha é um dos alimentos mais completos que existem – ele só perde para o leite materno (das diversas espécies mamíferas). Você pode aproveitar ovos para colorir e diversificar o prato cotidiano. Podem ser servidos ovos cozidos ou estrelados, mas nunca fritos em óleo vegetal.

As cascas podem ser trituradas e polvilhadas na ração (misturada ou não com a clara e gema). Um ovo cozido oferece 70 calorias, o equivalente a 50% do necessário, a cada refeição, para cães de porte médio e grande. Os pequenos devem receber apenas meio ovo.

• Vegetais sortidos

Cachorros não devem receber açúcar refinado, mas a frutose – o açúcar presente na maioria das frutas, verduras e legumes – é uma opção energética muito bem-vinda. Cenoura, banana, melão, mamão e maçã podem ser oferecidos cruas e picadas (lembre-se de tirar cascas e sementes). Abóbora, chuchu, pimentão, abobrinha, mandioquinha e outros devem ser previamente cozidos.

Alguns vegetais, no entanto, são tóxicos. Cachorros não podem comer cebola, alho, uva (inclusive a passa), abacate, groselha, oleaginosas, leguminosas, qualquer alimento com cafeína (incluindo chá verde, branco e preto), entre outros.

As sementes das frutas (lembre-se: tomate, abobrinha, pimentão e outros são frutas) precisam ser retiradas previamente. Algumas são tóxicas e outras prejudicam o trânsito intestinal, provocando prisão de ventre. Batatas e tomates verdes também são proibidos.

• Iogurte

Esta é uma boa opção para misturar na ração dos cachorros adultos que sofrem com problemas gastrointestinais: flatulência, prisão de ventre, diarreias frequentes, digestão incompleta, etc. O iogurte é um leite fermentado, rico em bactérias que beneficiam os intestinos. Mas alguns cães não toleram lactose e, neste caso, o iogurte será prejudicial à saúde e ao bem-estar.

A escolha ideal é o iogurte light, sem açúcar e com baixo teor de gorduras (iogurtes com frutas, mel, aveia, etc., não são indicados para cachorros). Para os cães pequenos, podem-se misturar quatro colheres (sopa) na ração. Os grandões podem receber até o dobro desta quantidade.

• Ervas e grãos

Algumas ervas que usamos como condimentos atraem a atenção dos pets e despertam o apetite. Você pode salpicar uma colher (café) de erva-doce, orégano, sálvia, endro, manjericão ou salsinha desidratada. A maioria dos cães não gosta, mas você também pode experimentar salpicar hortelã seca.

Grãos como a chia são bons complementos minerais e vitamínicos e podem ser misturados na ração apenas com este objetivo. A chia é quase insípida e não serve para atrair os cães que deixam comida no prato.

Fique Atento!

• Qualquer alimento misturado na ração deve ser picado, fatiado ou cozido como purê antes de ser oferecido aos pets. Pedaços grandes podem ficar presos à laringe, irritarem a boca e a garganta ou simplesmente serem deixados de lado.

• Os cães, mesmo os enjoados, costumam ser gulosos e vorazes. Se, mesmo com as misturas, o seu pet continuar comendo pouco ou recusando alimento, consulte um veterinário. Ele pode estar com problemas bucais ou digestivos ou com algum tipo de desconforto.

• Os caldos, legumes, frutas e verduras são complementos da alimentação e não devem substituir o prato principal: a ração. Mesmo sendo ricos em vitaminas e minerais, além dos macronutrientes, sem a ração, o cachorro pode se desnutrir e perder peso.

• Alguns alimentos considerados seguros para os cachorros em geral podem causar reações alérgicos nos pets predispostos. Se você observar irritações, espirros, coceira excessiva, olhos lacrimejando, secreção nasal, etc., especialmente durante e logo após as refeições, elimine o ingrediente.

• Sal, açúcar e condimentos são totalmente contraindicados para os cachorros. Óleos vegetais podem ser usados no cozimento, mas são plenamente dispensáveis. O leite e derivados é desnecessário aos cães adultos – e muitas vezes é prejudicial.

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