Pinscher miniatura: saiba tudo sobre a raça

Uma das menores raças caninas, o pinscher miniatura tem seguidores fiéis. Saiba tudo sobre ele.

O pinscher miniatura foi desenvolvido na Alemanha. De acordo com a Federação Cinológica Internacional, a raça está classificada no Grupo 2 (pinschers e schnauzers – raças molossoides – cães montanheses suíços e boiadeiros). Em competições oficiais, não são previstas provas de trabalho para estes cães.

Apesar de ser basicamente um animal de companhia, o pinscher miniatura é considerado a menor raça de cão de guarda. Ele pertence ao mesmo grupo dos dobermans, por exemplo. O porte reduzido e a pelagem curta tornam a raça ideal para apartamentos e casas pequenas.

Os animais da raça são descritos como leais, valentes, persistentes, obedientes e muito curiosos. O corte estético da cauda e das orelhas é praticado em diversos países, mas é proibido no Brasil.

Pinscher miniatura

Um pouco de história do pinscher miniatura

Há pinturas retratando cães parecidos produzidas ainda no século 17, mas o primeiro registro do pinscher miniatura foi feito em 1836, na Alemanha. Há diversas hipóteses para o surgimento da raça: ele seria resultante do cruzamento do dachshund com o galguinho italiano, mas há traços genéticos do manchester terrier no DNA dos cães da raça.

Desta forma, haveria ancestrais remotos do pinscher miniatura provenientes das Ilhas Britânicas, trazidos para o continente no século 18. É possível que ele também seja descendente do schnauzer e, principalmente, do pinscher alemão, uma raça de porte bem maior, cujos indivíduos menores teriam sido selecionados em cruzamentos justamente para obter um cão pequeno.

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Em 1925, o Livro de Criação do American Kennel Club – registro oficial dos cães de raça americanos – já contava com mais de 1.300 registros de pinschers miniatura. Apenas os cães pretos com marcações claras e os vermelhos (do sólido ao castanho) foram aproveitados nos cruzamentos seletivos.

Atualmente, o pinscher miniatura preto é uma redução quase idêntica do pinscher alemão, sem evidências de nanismo. As duas cores são as únicas permitidas pelo padrão oficial da raça, atualizado pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) em 2015.

Características e curiosidades do pinscher miniatura

Apesar de o pinscher miniatura ser muito parecido fisicamente com o doberman e o pinscher alemão, ele não é uma cópia reduzida dos cães destas raças. Apesar do porte pequeno, o cãozinho é valente, decidido e cheio de energia. O pinscher miniatura se considera o guardião da casa e da família.

A raça é bastante popular no Brasil. Em 2019, exemplares de pinscher miniatura ficaram em 13º lugar entre os cães registrados na CBKC. A raça, aliás, é mais antiga do que o doberman, cujo padrão foi estabelecido apenas na década de 1860.

O pinscher miniatura quase desapareceu depois da Primeira Guerra Mundial, na qual o seu país de origem foi derrotado, depois de invadir diversas nações europeias. Felizmente, alguns combatentes americanos levaram vários “minipins” (como são conhecidos nos EUA) na bagagem quando voltaram para casa.

O pinscher miniatura é leal, obediente e muito afetuoso, mas quem gosta de sossego e silêncio precisa pensar duas vezes antes de adotar um cão da raça: eles são barulhentos, ativos e curiosos. Os muitos latidos de alerta surgem quando ainda são filhotes.

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O tédio, aliás, é o principal motivo para os desajustes comportamentais dos cães da raça. Quem adota um pinscher miniatura deve ter em mente que ele precisa de muito tempo de brincadeiras e passeios. Os animais que ficam inativos ou não interagem com os tutores se tornam irritadiços ou desanimados.

Muitas pessoas acreditam que o pinscher miniatura é agressivo e mal-humorado. Certamente, estes animais não podem ser considerados os mais simpáticos do mundo, mas tudo depende de treinamento e socialização.

Acostumados com pessoas e outros animais de estimação, eles se tornam sociáveis e camaradas. Mesmo assim, é melhor considerar o pinscher miniatura como “filho único”: ele prefere não dividir as atenções com gatos e outros cachorros.

Outra característica da raça é a tremedeira. O pinscher miniatura treme por vários motivos: emoção, alegria, medo e, claro, dor ou frio. Os tremores, na maioria dos casos, são normais: é uma estratégia para manter o corpinho aquecido.

A valentia do pinscher miniatura pode gerar alguns problemas. Ele não pensa duas vezes em atacar outro cachorro, caso se sinta ameaçado. Em função do tamanho, ele quase sempre leva a pior nas brigas. É preciso estar atento a isso durante os passeios.

O padrão da raça pinscher

O pinscher miniatura é uma versão reduzida do pinscher alemão. A construção quadrada dos cães da raça denota elegância e a estrutura anatômica é claramente visível sob o pelo liso e curto. O pinscher miniatura é esperto, vivaz, seguro e equilibrado, características desejáveis em cães de família e companha.

Cabeça – o crânio é forte e alongado, com o occipital (osso que cobre a parte dorsal da cabeça e abriga o cerebelo) pouco marcado. A testa é plana e sem rugas, paralela à cana nasal. O stop é leve, mas claramente definido.

A trufa é bem desenvolvida, sempre preta. A cana nasal é reta e o focinho termina em cunha. Os lábios são pretos, finos, aderentes às gengivas. A comissura labial é fechada.

Maxilar e mandíbula são fortes. A dentição é completa (42 dentes), bem fechada, com mordedura em tesoura (os dentes superiores se sobrepõem ligeiramente aos inferiores). Os músculos da mastigação são bem desenvolvidos, mas não formam bochechas que interfiram no contorno afilado do rosto.

As orelhas apresentam inserção alta e são portadas dobradas para frente (em V), no nível da linha do crânio (ou um pouco abaixo), com as extremidades inferiores rentes às bochechas. Quando em atenção, as orelhas ficam eretas.

Os olhos são ovais, sempre escuros (pretos ou castanho-escuros), com pálpebras pretas bem aderentes, sem revelar o branco dos olhos quando o cachorro é visto de frente.

Pescoço – o porte do pescoço do pinscher miniatura revela aspecto nobre. Não é muito curto e funde-se com a cernelha harmoniosamente, sem ser marcado. É seco, sem barbelas nem papadas. A pele da garganta é seca, sem dobras.

Tronco – a linha superior do dorso é ligeiramente inclinada da cernelha à garupa. A cernelha é sempre o ponto mais alto da linha superior. O dorso é forte, firme e curto.

O lombo do pinscher miniatura é forte. A distância entre as últimas costelas e as ancas é curta, fazendo o cão parecer compacto. A garupa é ligeiramente arredondada, fundindo-se suavemente com a inserção a cauda.

O peito é moderadamente largo, de diâmetro oval. Visto de frente, o peito alcança a altura dos cotovelos. A antepeito é fortemente marcado pela ponta do esterno.

Os flancos não são muito esgalgados, mas formam uma bela curva com a parte inferior do peito. A cauda deve ser natural e não pode ser portada em forma de sabre ou de foice – que forma um arco no último terço.

Membros – vistos de frente, os membros anteriores são fortes retos e não muito juntos. Vistos de perfil, são retos. A escápula é colocada rente à caixa torácica. Os ombros são musculosos e os braços, retos e musculosos, são mantidos rentes ao corpo.

Os cotovelos não podem ser virados para dentro nem para fora. Os antebraços são bem desenvolvidos, musculosos e completamente retos, vistos de frente ou de perfil.

A articulação do carpo (conjunto de ossos dos punhos) é forte e firme. Os metacarpos (ossos entre o carpo e os dedos) são fortes e musculosos, verticais quando vistos de frente e ligeiramente inclinados para o chão quando vistos de perfil.

As patas dianteiras são curtas e redondas, com dedos bem firmes e arqueados (patas de gato). Os coxins plantares são resistentes e as unhas são curtas, pretas e fortes.

Os membros posteriores são colocados obliquamente quando vistos de perfil. Vistos de trás, são paralelos e não muito próximos. As coxas são moderadamente longas, bem musculosas e fortes.

Os joelhos não podem ficar virados para dentro nem para fora. As pernas são longas, fortes e resistentes, encaixando-se em jarretes muito bem angulados, fortes, firmes e alinhados para frente. Os metatarsos fazem um plano vertical com o solo.

As patas traseiras são um pouco mais longas do que as anteriores. Os dedos são bem firmes e arqueados. As unhas são pretas e curtas.

Movimentação – o pinscher miniatura é um trotador. Em movimento, o dorso permanece firme e estável. As passadas são cadenciadas, harmoniosas, seguras e desinibidas, com bom alcance.

O trote típico dos cães da raça garante boa cobertura do terreno, é relaxado e fluente, com forte propulsão e com livre extensão dianteira.

Pelagem – a pele do pinscher miniatura é bem ajustada em todo o corpo, sem dobras.  O pelo é curto e denso, liso, bem assentado e brilhante, sem regiões peladas.

Os cães da raça podem ser unicolores, com pelagem vermelho corça (do vermelho ao castanho-escuro avermelhado), ou bicolores. Neste caso, a cobertura é preta, com marcações em tons fulvos, vermelhos ou marrons.

As manchas dos cães bicolores, saturadas e bem definidas, são assim distribuídas: acima dos olhos, abaixo do pescoço, nos metacarpos, patas, parte interna dos membros posteriores e abaixo da cauda. Dois triângulos de igual tamanho se apresentam no peito. O pinscher miniatura não pode ter manchas brancas.

Tamanho e peso – machos e fêmeas medem de 25 cm a 30 cm na altura da cernelha e pesam entre 4 kg e 6 kg.

Alguns criadores classificam o pinscher em portes menores. É comum identificar anúncios de vendas de cães 0, 1, 2 e miniatura. No entanto, o padrão da raça reconhece apenas o último. Animais menores tendem a apresentar maiores problemas de saúde.

Os cães muito pequenos não recebem pedigree. Altura abaixo de um centímetro do estabelecido no padrão (mínimo de 25 centímetros) é considerada falta. Se o cãozinho tiver menos de 23 centímetros na cernelha, ele será automaticamente desqualificado em exposições oficiais.

Faltas – em competições oficiais, quaisquer desvios dos termos do padrão são penalizados de acordo com a gravidade e com os efeitos sobre a saúde dos animais. Os árbitros consideram as seguintes faltas:

  • construção grosseira ou muito leve;
  • pernas muito altas ou muito baixas (o pinscher miniatura deve ser quadrado);
  • crânio pesado ou redondo;
  • rugas na testa;
  • focinho curto, estreito ou muito pontudo;
  • mordedura em torquês;
  • olhos claros, esbugalhados, muito pequenos ou muito grandes;
  • orelhas de inserção baixa, muito longas ou portadas de forma irregular;
  • barbelas;
  • dorso longo, esgalgado ou selado;
  • dorso carpeado;
  • garupa caída;
  • patas longas;
  • passo de camelo (movimentação com alternância lateral das patas);
  • movimentação hackney (em que as patas dianteiras se levantam demais);
  • pelo fino;
  • pelo ruão (mescla de pelos brancos e alguma outra cor, como preto, vermelho ou abricó);
  • linha preta no dorso, sela escura no dorso, pelagem clara ou pálida;
  • tamanho acima ou abaixo do estabelecido.

São faltas especialmente graves:

  • falta de tipicidade sexual (fêmeas masculinizadas, por exemplo);
  • cabeça em forma de maçã (com o crânio abobadado, típico dos chihuahuas);
  • assimetrias na cabeça e no rosto;
  • cotovelos virados para fora;
  • membros posteriores retos ou em barril;
  • jarretes virados para fora;
  • tamanho até dois centímetros acima ou abaixo do estabelecido.

São desqualificados os cães com qualquer anomalia física e com falhas graves em partes individuais, como a estrutura, pelagem e cores não permitidas. Além disso, são eliminados das exposições e competições os animais:

• considerados tímidos, agressivos, desconfiados demais ou de comportamento nervoso;

• portadores de prognatismo inferior ou superior e outras falhas na boca, como torção de mandíbula;

• com tamanho mais de dois centímetros acima ou abaixo do permitido no padrão;

• sem a tipicidade da raça.

Os cuidados com o pinscher miniatura

O pinscher miniatura apresenta expectativa de vida de 12 a 15 anos. Em geral, os cães da raça esbanjam saúde e não exigem maiores cuidados. Um problema típico é a luxação de patela, comum entre os animais de pequeno porte.

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A atrofia progressiva da retina é relativamente comum entre estes cãezinhos. É uma doença degenerativa, cujo primeiro sinal é a dificuldade de enxergar em ambientes escuros. O transtorno pode causar cegueira e acomete cães de qualquer idade, especialmente a partir dos cinco anos. Em geral, os criadores não utilizam animais com propensão genética nos cruzamentos.

Os principais problemas de saúde são decorrentes dos traumas. Para um pinscher miniatura, cair de um degrau (ou do sofá) pode gerar transtornos graves.

Os tutores também precisam ficar atentos aos movimentos dos cãezinhos. Extremamente curiosos, eles conseguem se enfiar em qualquer vão ou fresta. Também é comum experimentarem “coisas novas”. Objetos pequenos, quando engolidos, podem causar danos sérios.

O adestramento é fundamental para o pinscher miniatura. Desde que é recebido em casa, ele precisa aprender os comandos básicos e identificar, nos humanos da família, os chefes do grupo. Estes cãezinhos tendem a ser dominantes e podem revelar-se pequenos tiranos, se os tutores não deixarem claro “quem manda no pedaço”.

Estes cães são bastante inteligentes e podem aprender truques e comandos complexos. No ranking da “Inteligência dos Cães”, elaborado pelo psicólogo Stanley Cohen, o pinscher miniatura ocupa a 37ª posição (entre as 79 colocações estabelecidas pelo especialista).

Os cães aprendem rapidamente a usar o tapete higiênico ou uma folha de jornal deixada na lavanderia para as necessidades fisiológicas. Um sinal de que o pinscher miniatura está entediado é o aparecimento de poças de xixi em lugares indevidos.

Com relação à higiene, é importante escovar os pelos duas vezes por semana, com uma escova de cerdas macias ou uma luva de cachorro. Os banhos podem ser dados a cada 15 ou 20 dias, com água morna.

Cães de pelo curto geralmente apresentam duas trocas intensas de pelos por ano, no início do outono e da primavera. O pinscher miniatura, no entanto, tende a perder pelos o ano inteiro (em menor intensidade).

Banhos muito frequentes podem causar ressecamento, retirando a oleosidade natural que protege a pele e os pelos. Estes cãezinhos são especialmente suscetíveis ao desenvolvimento de caspa seca e oleosa.

Um cuidado especial é secar muito bem as orelhas destes cães. A umidade pode causar inflamações e facilitar as infecções por fungos e bactérias. É preciso considerar que o pinscher miniatura é um animal orelhudo.

O pinscher miniatura não é um cão muito guloso, mas é muito voraz quando o alimento é oferecido. Por isso, recomenda-se fracionar a ração diária em duas ou três porções, para evitar refluxos e desconfortos gastrointestinais. Um cão adulto consome uma xícara (chá) de ração por dia.

Ossinhos, bifinhos e biscoitos podem ser oferecidos, especialmente durante o adestramento e em ocasiões especiais. O pinscher miniatura não costuma apresentar problemas de sobrepeso, mas, mesmo assim, os petiscos devem ser oferecidos com moderação.

Os petiscos são úteis também para higienizar a boca e os dentes, mas podem ser substituídos por vegetais, como cubinhos de maçã ou cenoura (é importante acostumá-los desde filhotes a ingerir frutas e legumes). A escovação dos dentes é fundamental, em função da tendência ao desenvolvimento de tártaro e da consequente placa bacteriana.

Estes cãezinhos costumam ser friorentos. Eles apresentam pouca gordura corporal e, por isso, perdem o calor do corpo com facilidade. Nos dias frios, eles podem usar roupas e acessórios e, à noite, é importante providenciar uma cama quentinha.

Vale lembrar, no entanto, que as tremedeiras nem sempre indicar que o pet está com frio e precisa de agasalho.

O pinscher se dá bem com crianças maiores, que já sabem brincar (atirar bolinhas e gravetos, por exemplo). Ele não gosta muito de colo, nem do excesso de carinhos, mas adora ficar perto dos tutores. Ele costuma se adaptar a qualquer ambiente, mas o ideal é que o cãozinho não fique muito tempo sem companhia humana.

Preço do filhote de pinscher miniatura

Um filhote de pinscher miniatura costuma custar entre R$ 1.200 e R$ 1.500, além dos custos para o registro do pedigree. Ao adotar um cachorro, é importante considerar que ele irá onerar o orçamento doméstico, com as despesas de alimentação, veterinário, vacinas, brinquedos, roupas, etc.

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