Existem remédios específicos para cachorros dormirem em viagens. Confira os cuidados.
Levar o cachorro da família em uma viagem é uma experiência prazerosa. Não se pode deixar os pets sozinhos por muito tempo, mesmo que um vizinho se disponha a dar comida e água. Mas alguns peludos ficam agitados ou sofrem de desconforto estomacal. É possível dar remédio para eles dormirem, mas é prefiro tomar alguns cuidados.
Existem soluções caseiras, como chás de erva-cidreira, camomila e hortelã, que devem ser oferecidos duas horas antes da viagem. Se o trajeto for muito longo (mais de três horas), é possível levar os chás e ministrar assim que os cachorros começarem a despertar.
É importante lembrar que os chás devem ser servidos sem adição de açúcar, à temperatura ambiente. Quem viaja com cachorro frequentemente pode acostumar o pet com a bebida, oferecendo o chá toda noite.
Remédios veterinários
Antes de fazer uma viagem com o cachorro, é preciso levá-lo para uma consulta, não apenas para que o veterinário receite um remédio para dormir, mas também para que o profissional avalie as condições gerais do pet.
Não se deve medicar o cachorro por conta própria em nenhuma situação. O remédio que foi muito eficiente para o pet do vizinho pode trazer efeitos colaterais graves, ou até mesmo não surtir efeito nenhum.
Com relação aos remédios para dormir, o uso em viagens é indicado para os cachorros muito agitados, que ficam estressados quando passam muito tempo sem se movimentar e podem inclusive representar riscos para o motorista, os passageiros e os demais veículos que estão trafegando.
Os sedativos não podem ser encarados como uma forma para reduzir a excitação e a hiperatividade dos peludos. Em geral, os comportamentos inadequados são causados por diversas causas – isolamento, tédio, falta de estímulo e até algumas doenças físicas – e não podem ser resolvidos apenas com medicação: é preciso adestramento e cuidado por parte dos tutores.
Em viagens com mais de duas horas de duração, é necessário fazer uma pausa e retirar o cachorro do carro, para que ele possa se alongar, beber água e fazer as necessidades fisiológicas. Por isso, os sedativos recomendados são leves.
As pausas podem inclusive ser suficientes para dispensar o remédio para dormir. O estresse e a excitação nas viagens são causados principalmente por causa da mudança de ambiente e do tempo de duração.
As paradas permitem que os peludos confiram o novo local aonde foram levados, distraem a atenção e atenuam o tédio provocado pelas horas em que tiveram de ser confinados em uma gaiola de transporte.
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Cães de maior porte sofrem mais com o estresse causado pelas viagens. É difícil encontrar espaço para descansar e os cães maiores são naturalmente mais atentos. Os pequenos podem ser acomodados confortavelmente em uma gaiola de transporte entre o banco do motorista e o banco traseiro. Tudo depende, é claro, do temperamento de cada animal.
Um remédio para cachorro dormir muito receitado pelos veterinários é a acitromazina. O medicamento é apresentado na forma líquida e a dosagem depende do porte do pet. Geralmente, os grandões devem tomar 60 gotas e os pequenos, 15 gotas do sedativo. A posologia correta vem indicada na bula e pode ser alterada pelo veterinário.
A acitromazina é comercializada com diversas marcas, sempre com prescrição médica. O remédio apresenta ação sedativa, tranquilizante e também age como antiemético (previne os vômitos) e relaxante muscular. O tutor, juntamente com o veterinário, pode reduzir a dose, apenas para que o pet fique mais calmo durante a viagem.
Em pequenas doses, o remédio não induz ao sono, mas deixa os cachorros em estado de sonolência, que facilita a viagem de carro. Os peludos ficam menos atentos ao que se passa ao seu redor – e a paisagem “em movimento” é uma das principais causas do enjoo na rodovia.
O medicamento também é apresentado na forma de spray. Neste caso, ele não apresenta função sedativa: não é útil para fazer o cachorro dormir – principalmente se ele for muito agitado. Mas o spray deixa os pets mais relaxados e menos atentos, tornando as viagens mais prazerosas e seguras.
Medicamentos humanos
A automedicação nunca é uma forma segura e eficaz de tratar os cachorros, em nenhuma situação. Oferecer calmantes formulados para humanos, mesmo aqueles elaborados com substâncias naturais (como maracujá) é extremamente perigoso.
Mesmo para cães molossoides, como o São Bernardo e o rottweiler, não apresentam organismo capaz de sintetizar os princípios ativos dos sedativos e tranquilizantes. As drogas permanecem ativas durante muito tempo, alterando o metabolismo.
Na melhor das hipóteses, um cachorro medicado com calmantes para humanos permanecerá durante vários dias com a atenção, a memória e a concentração prejudicados. Alguns remédios prejudicam o fígado e os rins e uma única dose pode causar a insuficiência desses órgãos.
Os cachorros de pequeno e médio porte, filhotes, idosos e com a saúde comprometida podem inclusive não resistir a este tipo de medicação.