É uma das mais fortes entre os cães. Confira a potência da mordida de um rottweiler.
No total, considerando toda a área da boca em que os dentes estão implantados, a potência da mordida de um rottweiler é impressionante: 1.200 quilos. É claro que nenhum rottweiler (ou qualquer outro animal) exerce esta força toda.
Isto se explica pelo fato de que nem todos os dentes estão envolvidos em uma mordida. A maioria, aliás, não atua nem como coadjuvante. Quando um animal qualquer aplica uma mordida, ele usa principalmente os dentes incisivos (frontais) e os caninos (as chamadas presas, que servem basicamente para segurar a vítima no momento da caça).
A maioria dos dentes, os chamados molares e pré-molares, servem para moer — isto é, mastigar a carne já picada. Por isto, a eficiência da mordida é avaliada não apenas em função da potência total, mas da potência exercida por centímetro quadrado. Neste caso, a “força” da mordida de um rottweiler é de 165 kg/cm2.
A potência da mordida é mais intensa quando exercida pelos dentes frontais. Estes 165 kg/cm2 são aplicados no exato momento do ataque, quando o rottweiler — e qualquer outro predador — precisa neutralizar a presa, para garantir o sucesso na caçada.
Em ranking elaborado pela Associação Médica Veterinária Americana, o rottweiler foi classificado em quarto lugar. A raça ficou atrás apenas do cão-lobo (um animal híbrido), do ancestral mastim napolitano e do kangal, uma raça turca.
Mas, uma vez que o kangal é uma raça desconhecida no Brasil e os representantes dos mastins napolitanos são poucos em terras tupiniquins, pode-se dizer que a potência da mordida de um rottweiler é a maior do país.
Isto aumenta a responsabilidade dos tutores de rottweilers, que precisam estar atentos para prevenir acidentes. Mesmo assim, vale lembrar que os cachorros se uniram a nós justamente por serem dóceis (os lobos agressivos continuaram vivendo na selva).
Vale lembrar que, em algumas cidades brasileiras, a legislação classifica os rottweilers como “agressivos” e, por isto, exige que eles sejam conduzidos, em espaços públicos, com guia e focinheira. A lei vale inclusive para os cães mais bobos e mansos.
O adestramento adequado continua sendo suficiente para que os cães permaneçam com o título de melhores amigos do homem. Eles continuarão assim, demonstrando que esta parceria continua sendo útil para as duas partes.
Tipos de mordeduras
Ao longo de milhares de anos — dezenas deles passados sem companhia com os humanos —, os cachorros (e os lobos, seus ancestrais) desenvolveram tipos de mordidas diferentes, de acordo com a caça disponível nos locais em que viviam.
Ao contrário de nós, humanos, que desenvolvemos a coordenação manual, os cachorros utilizam basicamente a boca para explorar o mundo. Enquanto nós empregamos as mãos para agarrar, transportar, afastar, fixar, etc., os peludos fazem tudo isto apenas com a boca e o focinho.
A mordida dos cachorros é assim classificada:
— prognata: ocorre quando a mandíbula é mais desenvolvida que a maxila e se projeta um pouco mais à frente;
— em tesoura: na oclusão (o fechamento da boca), os incisivos superiores tocam, com a face interna, a face externa dos incisivos inferiores;
— em torquês: na oclusão, os incisivos superiores tocam no topo dos incisivos inferiores, como se formassem uma pinça.
Em algumas raças caninas, as mordeduras em tesoura e em torquês podem ser invertidas. Cada tipo de mordida é útil para determinado tipo de caça. Desta forma, a moradores de um rottweiler, com sua potência impressionante, de nada serve quando ele, como auxiliar de caçadas humanas, precisa capturar uma ave ou um peixe, por exemplo.
Os tipos de mordeduras se tornaram tão importantes que os padrões de cada raça reconhecidos pelas federações cinológicas internacionais podem considerar uma “dentição errada” como falta grave, que pode inclusive desqualificar um cachorro em competições e exposições oficiais.
Apesar de os padrões de raças responderem principalmente a necessidades humanas, quando os cães ainda eram selvagens, dentes mal alinhados podiam significar fracasso na caça — e a consequente falta de comida.
De volta ao rottweiler
A raça foi desenvolvida a partir do século 18, na atual Alemanha, provavelmente na cidade de Rottweil, descendente de mastins napolitanos. Inicialmente, os rottweilers foram empregados no pastoreio e como animais de carga (tração).
Posteriormente, assumiram funções de guarda, alerta e segurança (até os dias atuais, são utilizados por forças policiais do mundo todo, na perseguição de suspeitos e na busca de contrabando e drogas ilícitas.
Com todas estas atividades, os cães da raça desenvolveram força, resistência e capacidade de ataque. Os rottweilers atuais precisam ser socializados desde filhotes, para aprender a conviver com crianças e com outros animais.
O rottweiler ocupa o nono lugar de inteligência canina, em ranking criado pelo pesquisador americano Stanley Coren, que avaliou mais de 160 raças caninas. Ele continua sendo um defensor, e sua força é diretamente proporcional à das ameaças aos rebanhos, como lobos e ursos.
