Qual é a raça de cachorro mais antiga do mundo? Os cachorros acompanham os humanos há muito tempo. Há indícios de que a parceria tenha surgido ainda antes do Homo sapiens, quando cães (ou lobos) selvagens e alguns Homo erectus compartilhavam o resultado das caçadas. As raças surgiram muito tempo depois, mas algumas deles persistem até hoje: são os cachorros mais antigos do mundo.
A parceria foi uma estratégia de sobrevivência, que se afirmou ao longo da última era glacial. A caça rareava, as presas que podiam escapavam para regiões mais quentes e os humanos, espalhados pelo centro-sul da Europa e da Ásia, tiveram a ideia de dividir a caça com os cachorros.
Apesar de a nossa espécie não ser forte fisicamente, nem dotada de unhas e garras potentes (ou talvez por isso mesmo), nós desenvolvemos uma inteligência acima da observada nos outros animais. Com a aproximação dos cachorros, as armas e utensílios dos humanos foram complementadas pelos dotes físicos dos peludos.

Como surgiram as raças de cachorros?
As raças caninas começaram a se diferenciar quando os cães passaram a exercer outras atividades. Para a caça, eles precisavam ser fortes, ágeis e precisos. Na guarda das aldeias e acampamentos, foram selecionados os mais leais e amigáveis com os humanos conhecidos.
Naturalmente, nem só de pão vive o homem. Cães e humanos se tornaram amigos, apesar de os aspectos utilitaristas sempre terem sido a tônica do relacionamento. Isto explica por que muitas raças surgiram e foram exterminadas quando não tínhamos mais necessidade do apoio delas.
Com o tempo, surgiram cães guerreiros, pastores, boiadeiros e, mesmo na caça, surgiram várias especialidades: o dachshund surgiu para exterminar marmotas de jardins e hortas; o yorkshire terrier, para eliminar ratos nas galerias das minas de carvão; os poodles tiveram de saltar em lagoas frias para resgatar aves abatidas em pleno voo; e assim por diante.
Qual é a raça de cachorro mais antiga?
É difícil determinar como era o cachorro mais antigo cujos descendentes ainda guardam semelhanças com esse avô perdido no tempo. Algumas raças, no entanto, se tornaram especialistas e muitos cães ainda desempenham as mesmas funções de alguns séculos atrás.
Muitas raças se perderam ao longo dos milênios. É o caso, por exemplo, do molossus, o temido cão que acompanhava as legiões romanas em suas guerras de
Tudo indica que as raças caninas mais antigas são as seguintes:
- Basenji
- Saluki
- Mastim tibetano
- Husky siberiano
- Shiba inu
- Shar-pei
- Spitz finlandês
- Spaniel japonês
- lhasa apso
01. Basenji
Ele surgiu na África e está presente em pinturas rupestres de cinco mil anos atrás. Os cães da raça provavelmente guardaram as aldeias ancestrais dos mangbetus, um povo que até hoje habita o Congo e o Sudão do Sul. O basenji mantém até hoje o hábito de ficar em locais altos (escadas e até árvores), que usa como “postos de vigia”;

02. Saluki
Ele também é conhecido como galgo persa e cão imperial egípcio. A raça existe há milhares de anos e é um dos motivos mais frequentes em monumentos egípcios datados de mais de quatro mil anos. Há ilustrações também entre produções de caldeus e babilônios, um pouco mais recentes. Ele é muito representado em tumbas, o que indica que pode ter sido usado como cão de companhia;

03. Mastim tibetano
Não se sabe ao certo quando ele surgiu, mas há referência a cães da raça em documentos encontrados no Tibete, datados de mais de dois mil anos. A raça ainda vive às margens da antiga Rota da Seda e vários destes cães foram levados para vários pontos da Ásia e da África. O mastim tibetano é considerado o ancestral remoto de todos os dogge, palavra que originalmente designava cães fortes e grandes;

04. Husky siberiano
A origem é incerta, mas ele é um dos mais antigos cães de trenó ainda existentes. Ele provavelmente surgiu há mais de 1.000 anos, na mesma época do samoieda e é o ancestral do malamute do Alasca e do cão da Groenlândia, raças desenvolvidas a partir do fim do século 17. O husky siberiano e seus descendentes participaram ativamente das corridas do ouro no Alasca, entre os séculos 18 e 19;

05. Shiba inu
A raça foi desenvolvida no Japão e é considerada a mais antiga do país. Existem desenhos e ilustrações datados de 300 AEC, mas há evidências fósseis de que ele já estava presente entre a população de Honshu três mil anos antes da Era Cristã. De porte médio, ele deu origem ao akita inu, raça desenvolvida para a caça e a luta;

06. Shar-pei
Há mais de dois mil anos, o shar-pei já ajudava a população chinesa em diversas atividades: ele caçou javalis, lutou em rinhas contra outros cães, protegeu e conduziu rebanhos bovinos, acompanhou exércitos e protegeu muitas casas erguidas junto ao mar da China meridional. O nome significa “pele de areia”, por causa da rugosidade da pele e, claro, das muitas rugas que compõem a face deste peludo.

07. Spitz finlandês
Parente próximo dos spitz alemães, o finlandês se desenvolveu em uma região de extremos, na Carélia (fronteira com a China). Trata-se de um cão de pequeno porte, mas muito ativo e excelente caçador. Há registros fósseis de cães parecidos datados de mais de dois mil anos. Vale lembrar que, tecnicamente, todo cão spitz é considerado “do tipo primitivo”, isto, é mais próximo às características anatômicas dos lobos;

08. Spaniel japonês
Já foi a raça da nobreza japonesa, nos séculos 13 e 14. De porte pequeno, o spaniel japonês tem origem chinesa e é popularmente conhecido como “chin”. Levado à Europa a partir do século 16, ele se tornou um dos cães de colo favoritos. Para os padrões europeus, ele era tão pequeno que chegou a ser criado em gaiolas suspensas, como um pássaro. o imperador Teruhito (1735-1747) nasceu sob o signo do Cão e, quando ascendeu ao trono, foi homenageado por milhares de spaniels japoneses;

09. lhasa apso
A origem é incerta, mas, nos mosteiros budistas do Tibete, conta-se que o lhasa apso é “tão velho quanto o mundo”. Há quatro mil anos, alguns cães da raça foram presenteados para nobres de reinos relativamente distantes, como a Malásia e o Sião. Os cães da raça eram encarados como guardiães dos templos e até hoje o lhasa apso se comporta como cão de guarda, fiel, atento e sempre a postos.
