Você sabe como funciona a mente dos cachorros?

Uma terapeuta americana explica no Tik Tok como funciona a mente dos nossos melhores amigos.

Nos últimos quatro anos, uma terapeuta americana tem se dedicado a decifrar os mistérios da mente dos cachorros. Taylor Menolascino Huerta, uma doutora em terapia ocupacional que vive em Omaha, Nebraska (região central dos EUA), adotou uma cachorra e, quando a peluda desenvolveu ansiedade, a tutora colocou os seus conhecimentos em busca de soluções para superar o transtorno.

Taylor é a tutora de Millie, também conhecida como “The Noodle Horse” (algo como cavalo de macarrão, em português). Millie é uma cachorra da raça greyhound (também conhecida como galgo inglês) e exibe um corpo alto, musculoso e magro.

As redes sociais de Millie

Desde filhote, a cachorra exibia sintomas de ansiedade e medo. Taylor resolveu pesquisar sobre o assunto e cruzar dados com os recursos da psicologia que emprega no dia a dia com os seus pacientes. Millie ainda é uma cachorra medrosa, mas as crises de ansiedade, que ela exibia principalmente quando a tutora saía de casa, não são mais observadas.

Os resultados obtidos por Taylor com a greyhound podem ser conferidos na página “Millie, The Noodle Horse”, do Tik Tok. A peluda conta com 1,9 milhão de seguidores na rede social, que são responsáveis por mais de 65 milhões de interações, entre curtidas e comentários.

Em nome de Millie, a tutora posta informações sobre raças caninas, cuidados no dia a dia, doenças mais comuns, dicas de adestramento e curiosidades. Além disso, há vídeos e fotos das experiências da greyhound, como a primeira vez na praia, passeios, festas, etc.

Taylor também aproveita Millie para demonstrar o significado das posições em que os cachorros dormem, o significado dos diferentes tipos de latidos, reações a ruídos e cheiros, linguagem corporal e muitas outras informações valiosas para os tutores de cães.

Mãe de primeira viagem, Taylor também mostra as interações de Millie com o bebê. Todas as informações são transmitidas de forma divertida, em linguagem acessível para os leigos. Algumas postagens estão reproduzidas logo abaixo.

Como funciona a mente dos cachorros, afinal?

Saber como os cachorros pensam requer dedicação e muita observação. Felizmente, especialistas como Taylor e diversos outros etologistas (biólogos que pesquisam o comportamento animal) já decifraram muitos comportamentos dos peludos.

Durante muito tempo, nós consideramos os cachorros como “animais irracionais”, reservando a razão apenas para a espécie humana. Hoje em dia, sabemos que eles são capazes de refletir e evocar memórias, apesar dos muitos comportamentos instintivos.

Os cachorros conseguem entender a nossa linguagem verbal e corporal. Desta maneira, cada peludo incorpora regras e ordens diferentes, de acordo com a nossa organização. Eles também são capazes de perceber quando estamos tristes, ansiosos, aflitos e desanimados. Alguns chegam a identificar algumas doenças.

A psicologia canina

Ainda resta um longo caminho a percorrer para a compreensão da mente canina. Mesmo assim, já se sabe muito sobre o comportamento dos peludos e há profissionais especializados para entendê-los e ajudar os tutores: são terapeutas de animais, veterinários, adestradores, etc.

Os cachorros, descendentes dos lobos, se organizam em matilhas. Na natureza, eles estabelecem hierarquias, dividem as tarefas (caça, guarda, cuidados com filhotes e jovens, controle do território, etc.).

Há alguns milênios, quando passamos a conviver com os cachorros, eles trouxeram estas características. Os primeiros cães eram auxiliares na caça, mas rapidamente adaptaram as habilidades para a guarda, pastoreio, vigilância, defesa e ataque, resgates, suporte terapêutico, etc.

Desta maneira, os cachorros respondem rapidamente aos estímulos sociais. Ainda filhotes, eles incorporam os comandos e regras da casa nova. Os peludos também demonstram capacidade para sentir empatia, alegria, tristeza e amor.

Os peludos são capazes de reconhecer todas as pessoas da família (humanos e outros pets), dos visitantes eventuais (amigos e prestadores de serviço) e, portanto, diferenciam os estranhos. Eles também identificam movimentos considerados suspeitos e imediatamente colocam-se em posição de defesa.

Para compreender o que se passa ao seu redor, os cachorros usam principalmente o olfato e a audição, dois sentidos muito mais apurados do que nos humanos. Além de identificar a aproximação das pessoas ou de uma tempestade, eles também são sensíveis a cores, formas e músicas.

Uma vez que eles estabeleçam contatos (com pessoas e objetos), eles passam a reagir às interações. As maneiras mais comuns são os latidos e a linguagem corporal (posição das orelhas, da cauda, pelos eriçados ou assentados, garupa baixa ou elevada, etc.).

Naturalmente, os peludos não desenvolveram uma linguagem articulada. Por isso, para que possam entender o que se espera deles, é preciso usar palavras curtas (sempre as mesmas), preferencialmente acompanhadas por gestos (um aceno com a mão ou a cabeça) e repetir os comandos até que eles incorporem os significados.

É igualmente importante que o comportamento dos tutores seja homogêneo e previsível. Os cachorros gostam de uma rotina bem determinada, que, para eles, é um indicativo de que está tudo em ordem.

Por exemplo: não há certo ou errado em não permitir a entrada dos cachorros em casa ou deixá-los dormir na própria cama: são os tutores que determinam as normas. Por outro lado, é fundamental que elas sejam sempre as mesmas, porque um cachorro não consegue compreender os motivos para poder correr pela casa em um dia, mas não no dia seguinte.

Os cachorros também precisam interagir com pessoas estranhas. Por isso, as caminhadas diárias são necessárias (além disso, elas também fortalecem o organismo e previnem o sobrepeso e a obesidade). A socialização é necessária desde as primeiras brincadeiras e explorações dos filhotes.

É preciso garantir estabilidade e segurança. Um cachorro equilibrado reage sempre de maneira positiva, sem transtornos de ansiedade, comportamento destrutivo (inclusive contra o próprio corpo), agressividade ou timidez excessiva, comportamentos inadequados (saltar sobre os tutores, atacar outros pets, etc.).

Os cachorros descobriram que agradar os humanos é uma excelente estratégia de sobrevivência. Ao acatar as ordens e obedecer às regras, eles garantem alimento, agasalho, brincadeiras e carinho. Por isso, eles fazem de tudo para deixar os tutores felizes.

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