Alopecia em cães – causas da queda de pelos em cachorros

A doença, que causa manchas escuras na pele e perda de pelos, só foi classificada em 1990. Conheça a alopecia canina.

A alopecia em cães foi descrita apenas em 1990, nos EUA, e recebeu o nome de black skin disease, em função das manchas escurecidas que provoca na pele dos pets. Trata-se não apenas de um problema estético, uma vez que a alopecia canina pode ser sintoma de um transtorno de saúde mais grave.

A doença afeta animais machos e fêmeas, castrados ou não. Algumas raças parecem ser mais suscetíveis à alopecia canina. Entre o mais comprometidos, estão os poodles, huskies siberianos, malamutes do Alasca, chow chows e spitz alemães (lulus da Pomerânia, os mais afetados pela condição); todas elas são relativamente comuns no Brasil.

A alopecia em cachorros dificilmente se manifesta nos filhotes (antes de completarem 18 meses), mas é tão comum nos adultos quanto nos idosos. Ela não deve ser confundida com alergias e outras dermatites, que, uma vez diagnosticadas e tratadas, deixam de ser um problema.

Parece haver também um componente hereditário, isto é, os pais podem transmitir genes determinantes da perda de pelos. Estudos acadêmicos já identificaram mutações em genes relacionados ao ciclo do pelo, ao metabolismo da melatonina (hormônio responsável por regular o sono) e aos receptores de estrogênio.

A queda de pelos é natural. Os fios mortos são substituídos por outros mais resistentes. A troca pode ser sazonal: alguns cães perdem mais pelos durante a primavera e o verão, os períodos mais quentes do ano. Apenas a queda excessiva, principalmente quando fica restrita a uma área do corpo, merece ser investigada por um veterinário de confiança.

A queda natural (fisiológica) é sempre gradativa. Mesmo que pareça um problema imenso quando um cão muito peludo troca os pelos e deixa todas as superfícies em que passa (e descansa) repletas de fios, é uma situação que faz parte do ciclo dos pelos (e pode ser amenizada com produtos veterinários específicos). A alopecia canina é uma queda intensa, sem motivo aparente, com escurecimento da pele e quase sempre localizada.

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As causas da alopecia em cães

As causas mais comuns da alopecia em cães são as seguintes:

• proliferação excessiva de fungos e leveduras na pele, que causam coceira, rarefação de pelos, alopecia circular, hiperpigmentação e mau cheiro;

• exposição a ectoparasitas (pulgas, carrapatos, piolhos e ácaros, inclusive o causador da sarna);

• alergias alimentares, caracterizadas pela vermelhidão, descamação, mau cheiro e surgimento de lesões com ou sem pus;

• estresse;

• transtorno de ansiedade;

• deficiência hormonal (especialmente dos hormônios sexuais e do crescimento);

• desenvolvimento do hábito de morder ou coçar sempre a mesma região.

A alopecia canina pode vir acompanhada de sintomas secundárias, como perda ou aumento do apetite, perda ou ganho de peso, apatia, indisposição para as atividades cotidianas, etc. O tutor precisa estar atento, inclusive para relatar os sinais para o veterinário.

É importante notar que as coçadelas mais ou menos constantes são comuns entre os cachorros, pela presença de parasitas, a umidade excessiva, a ansiedade ou o hábito. Mas isto pode se tornar um hábito mórbido, expondo perigosamente a pele inclusive aos ataques de micro-organismos, principalmente quando os arranhões provocam lesões, com formação de crostas e pus.

Deficiências nutricionais, como a carência das vitamina A e D e de alguns micronutrientes (cálcio, selênio e potássio são os principais) também são prejudiciais à pelagem, provocando aumento da queda fisiológica, perda do brilho e da sedosidade dos pelos. Em geral, estes problemas são resolvidos com a adoção de uma dieta balanceada.

A perda excessiva de pelos, especialmente quando acompanhada pelo surgimento de lesões, pode ser um indicativo de problemas endocrinológicos, como transtornos da tireoide e doença de Cushing, causada pela hiperestimulação das glândulas suprarrenais.

A doença

A mera perda de pelos não pode ser caracterizada como alopecia canina. Apenas depois de serem descartadas as causas orgânicas que podem provocar o enfraquecimento e rarefação da pelagem, pode-se dizer que o cachorro é alopécico.

O único sintoma é estético, isto é, o animal afetado não sofre qualquer distúrbio ou transtorno nos órgãos e tecidos. Mesmo assim, é preciso deixar claro que a pelagem dos cães não exerce exclusivamente uma função estética: ela é basicamente uma forma natural de proteção.

O organismo canino é diferente do humano. Enquanto nós podemos expor a calva (com os devidos cuidados) à ação do Sol, das chuvas e das baixas temperaturas, os cães sofrem quando a pele fica exposta. O ressecamento pode inclusive ser responsável por infecções sérias.  A alopecia canina compromete gravemente a qualidade de vida dos pets.

Cães alopécicos perdem a proteção natural tanto contra o frio, como contra o calor. Por isso, os animais que apresentam esta condição precisam ser protegidos. Os tutores precisam usar roupas especiais nos passeios, para evitar desidratação, insolação e até queimaduras solares.

Os sinais da alopecia em cachorros

O principal sinal da alopecia em cães é estético. A cobertura da pelagem perde as características originais (espessura dos pelos, densidade, etc.) e pode comprometer a silhueta (no caso de rough collies e chow chows, por exemplo).

O maior problema, no entanto, não é a aparência. A pelagem é a proteção natural dos cães. os pelos impedem a passagem dos raios ultravioleta do Sol, diminuem a absorção do calor – ao mesmo tempo em que mantêm o corpo aquecido – e conservam a umidade natural da pele.

Quando os pelos ficam ralos ou deixam de cobrir determinada área do corpo, os cães se expõem a várias doenças, de alergias a cânceres de pele. É importante submeter o pet a uma avaliação veterinária, uma vez que a perda pode indicar para problemas mais sérios.

O diagnóstico da alopecia canina

Não existe nenhuma forma de prevenção contra a alopecia canina. Alguns filhotes nascem mais carequinhas (inclusive da mesma ninhada), mas isto não é significativo de que terão problemas na pelagem.

O diagnóstico é feito através dos relatos dos tutores e de exames de laboratório, especificamente para analisar os níveis de hormônios presentes no sangue.

Mas nem todos os casos de alopecia são determinados por deficiências hormonais. Por isso, o veterinário pode solicitar uma biópsia (de pele e dos pelos da região afetada), para pesquisar possíveis outras causas e eliminar a instalação de doenças graves. Vale lembrar que 40% das consultas em clínicas veterinárias são determinadas por problemas dermatológicos.

O tratamento depende das causas identificadas. O veterinário pode indicar um xampu específico antiqueda ou receitar medicamentos como antibióticos ou anti-inflamatórios.

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