Cachorro latindo muito: o que fazer?

Eles são tudo de bom, mas muito cachorros latem muito. Descubra o que fazer para amenizar.

Cachorro latindo muito é sempre um problema: os pets atrapalham os vizinhos, prejudicam as atividades domésticas, são motivos de irritação, brigas e muitas broncas. Mas, o que é possível fazer para contornar esta situação?

Em primeiro lugar, é necessário constatar o óbvio: cachorros latem. Quem não suporta latidos deveria pensar melhor antes de adotar um peludo. Latir é a linguagem canina, a forma de comunicação e expressão dos cães. Eliminar estes ruídos é impossível, mas é possível adestrar os peludos para que o barulho não seja excessivo.

Os motivos dos latidos são muitos: demonstrar alegria, satisfação, ansiedade, estranheza, preocupação, alerta. Um cachorro late quando vê o tutor se aproximar, quando está chegando a hora do passeio, quando um estranho ronda a casa – mesmo que este estranho seja um entregador ou prestador de serviços.

Há alguns anos, especialistas sugeriram a ablação parcial das cordas vocais para corrigir o problema. Esta é uma providência totalmente desaconselhável: além de expor o cachorro a um procedimento cirúrgico, que sempre envolve riscos, a ablação impede a comunicação dos cães, violentando a sua condição natural. A cirurgia é proibida em diversas cidades do país.

Portanto, para eliminar o problema – o excesso de barulho – é necessário primeiro descobrir os motivos por que o cachorro está latindo muito. É preciso agir na raiz do problema: reprimir não surte efeitos e deixa os cachorros ainda mais desnorteados e sem saber exatamente o que fazer.

Cachorro latindo muito - O que fazer?

Os motivos dos latidos

Em alguns momentos, os latidos são bem-vindos. Os cachorros podem latir para demonstrar que estão em guarda, sempre que perceberem um possível perigo próximo. Os cachorros são naturalmente defensores do grupo familiar e permanecem atentos a qualquer anormalidade.

Estes latidos costumam ser sonoros, mas intermitentes e breves. Os cachorros precisam dar o alerta de que alguma coisa pode estar errada. E não importa o porte do cão: um chihuahua ou um spitz são excelentes cães de guarda. Eles podem não conseguir imobilizar um invasor, mas emitem sinais persistentes e facilmente audíveis.

Nossos pets dependem integralmente de nós. Eles não podem abrir armários para pegar roupas e alimentos. Os latidos constantes podem sinalizar para situações simples, como fome, frio, calor, sede, etc. As vontades e necessidades precisam ser atendidas, mas não acostume o seu pet a ter tudo à mão, a hora e a tempo: eles também devem aprender a esperar a vez.

Os cachorros também podem latir quando sentem medo. Alguns ficam silenciosos e ressabiados, mas a maioria faz barulho para chamar a atenção dos tutores para o perigo localizado – que pode ser real, como a presença de um roedor, ou apenas imaginário, com uma cortina sendo balançada pelo vento ou a sombra de uma planta na sala de estar.

Os muito medrosos se limitam a “avisar” a família de que algo está errado. Os mais ousados e corajosos tentarão vencer o medo e investigar a origem da situação estranha. De qualquer forma, eles latirão sempre que encontrarem alguma coisa fora do lugar.

Os pets que permanecem muito tempo ociosos e isolados – por exemplo, quando a família humana passa o dia fora de casa trabalhando ou estudando – e quase sempre se sentem entediados. Latidos agudos e persistentes são sinais de que o peludo precisa de atividades para preencher o tempo.

Cachorros também sentem dor. Os latidos podem ser uma forma de avisar aos tutores de que alguma coisa está causando desconforto ou sofrimento. Estes sons geralmente são baixos, semelhantes a ganidos prolongados.

Em condições de dor aguda, os latidos são sempre estridentes e contínuos. Estas situações podem ocorrer em casos de queda, trauma e até mesmo quando um peludo curioso fica preso em uma caixa que decidiu inspecionar. Verifique as condições do pet e, se necessário, leve-o para o veterinário.

Lembre-se: os cachorros são animais gregários. Antes de conviver com humanos, eles já formavam grupos hierarquizados e organizados. Eles se comunicavam através dos latidos – e continuam fazendo isso. Os cães precisam do convívio com a família, traduzido em brincadeiras, passeios, adestramento, etc.

Alguns cachorros podem ser “sociáveis demais”. Eles se familiarizam rapidamente e podem querer brincar com visitas, prestadores de serviços, etc. (algumas vezes, os pets fazem isso para chamar a atenção).

Se você perceber que eles estão atrapalhando a conversa e a movimentação, nas próximas visitas, prepare um lugar especial para o seu cachorro. Pode ser um local conhecido, como a caminha dele. Deixe brinquedos, comida e água e insista para que fique no “cantinho” (nas primeiras tentativas, pode ser necessário barrar a passagem para o local em que os visitantes estão reunidos).

Os barulhos

Os cachorros latem quando sentem medo e a fonte desta sensação muitas vezes é sonora. Um pet que sai pouco de casa pode amedrontar-se com os sons do trânsito, ou de um grupo de crianças barulhentas passando pela calçada.

Fogos de artifício e trovões sempre despertam medo. E não sem motivo, uma vez que, na natureza, os trovões podem ser o prenúncio de incêndios naturais. Todos do grupo estão correndo sérios riscos. Cachorros não sabem que as nossas casas são seguras, equipadas com para-raios e outros equipamentos. Eles sabem apenas que um trovão (ou um rojão detonado por um torcedor fanático) significa chuva e problemas.

Como evitar?

Para impedir que o cachorro passe muito tempo latindo, a melhor maneira é evitar as situações que causam estresse e ansiedade. Não deixar os cães sozinhos por longos períodos ou providenciar algumas atividades para que eles possam se entreter na ausência dos tutores quase sempre é o suficiente para eliminar o barulho e as reclamações.

Ao deixar o cachorro em casa sozinho, coloque alguns brinquedos à disposição. Não é preciso gastar muito, mas pets gostam de novidades. Desta forma, pode-se fazer um revezamento dos objetos de que eles mais gostam – bolinhas, bichos de pelúcia, brinquedos velhos das crianças, etc. Separe estes objetos em lotes e apresente um lote diferente a casa semana. Eles terão atividade suficiente para passar as horas de solidão.

Os tutores podem programar alguns equipamentos, como a TV e o computador, sejam ligados durante o dia, transmitindo imagens e sons atraentes para os pets – cada cachorro tem as suas preferências. Bastam alguns minutos, porque a atenção canina não se prolonga por muito tempo.

Gravações de trovões e fogos e artifício, inicialmente reproduzidas em volume baixo, ajudam os cães a perder o medo ou, pelo menos, a não entrar em pânico. O volume pode ser aumentado dia a dia, até reproduzir o estalido de um rojão deflagrado na esquina de casa.

Uma peça de roupa dos tutores – não é preciso que esteja usada, o olfato dos cachorros identifica o cheiro dos membros da família com muita facilidade – também ajuda a compensar a ausência. Deixe a peça em um local confortável: o pet associará o cheirinho familiar ao repouso e à tranquilidade.

As estratégias para diminuir os latidos

Nunca grite com um cachorro que está latindo muito: ninguém pede silêncio gritando, é uma atitude contraproducente. Os cachorros (assim como as crianças) que vivem em casas barulhentas tornam-se, com o tempo, também barulhentos.

Em algumas situações, os gritos podem aumentar ainda mais os latidos. Alguns pets desenvolvem o costume de atirar-se sobre os tutores, saltando em seu peito, tentando lamber o rosto, especialmente quando estes chegam em casa.

Nestas ocasiões, eles estão ansiosos e agitados. A família finalmente está reunida! Para eles, este é um motivo para celebrar. Se os tutores gritarem, eles entenderão que todos estão fazendo festa. Os sinais ambíguos nunca rendem os efeitos esperados.

Muito se fala que os cachorros, com o tempo, ficam parecidos com os tutores. Não é possível afirmar que haja semelhança física (afinal, nós somos de espécies diferentes), mas o comportamento dos tutores influencia significativamente a conduta dos pets.

Ao ver o tutor relaxado e tranquilo, os cachorros tendem a reproduzir este comportamento. Quando eles são ignorados, os pets são inteligentes o suficiente para perceber que é preciso mudar de atitude.

Portanto, não use gritos como forma de disciplina. Quando o seu cachorro fizer alguma coisa que não agrada, como latir demais, posicione-se à frente dele, faça-o olhar para você e fale para ele parar. Seja firme. A liderança é fundamental para os bons resultados em qualquer tipo de aprendizado.

Alguns cachorros são mais persistentes e independentes. Se pudessem, eles tomariam as rédeas e assumiriam o controle da família. Animais com este temperamento precisam ser ainda mais controlados.

Durante o adestramento, não se esqueça do método positivo. Sempre ofereça recompensas pelas condutas adequadas e esperadas, não importa se o pet está sendo treinado para entregar a bolinha ou para resgatar pessoas acidentadas.

Quando o seu cachorro estiver latindo muito, sinalize que você não aceita esta forma de expressão e espere até que ele fique quieto. Em seguida, entregue os prêmios. Inicialmente, alguns petiscos podem ser usados, mas a melhor recompensa, para os peludos, é o agrado feito pelos tutores.

Mais uma vez, é necessário salientar que os cachorros continuarão latindo. Se eles fossem gatos, miariam. De qualquer forma, o líder é você. Quando o pet estiver latindo “à toa”, estabeleça um limite – um minuto de barulho, por exemplo.

Esgotado o prazo, converse com o cachorro, sempre em tom firme. Pouse a mão sobre o focinho e pressione a trufa levemente (ou estabeleça qualquer outro sinal que ele possa identificar como “momento de ficar quieto”).

Quando ele ficar calado, estimule o comportamento correto, ofereça um petisco e faça um agrado. Em pouco tempo, o cachorro aprende o que se espera dele e, felizmente para nós, ele sempre quer nos agradar.

Conclusão

Para acabar com o problema do cachorro latindo demais, o primeiro passo é não motivar o pet a latir. Algumas situações são gatilhos: há peludos que latem para tudo e todos nas ruas, outros fazem barulho quando ouvem barulho, para alertar os tutores, para comunicar vontades e necessidades.

Eliminar os gatilhos é uma atitude acertada. Retire o pet do sofá se você perceber que ele gosta de se “manifestar” quando sobe nos móveis. Feche as janelas para que ele não possa acompanhar o movimento da rua. Reprima os avanços, rosnadas e latidos que ele possa dar nos passeios diários.

Principalmente, evite as situações de tédio. O isolamento e a falta do que fazer são as principais causas dos latidos excessivos.

Existem cachorros que acompanham os seus tutores músicos nas execuções ao piano ou ao violão. Basta que o tutor pegue o instrumento para que o pet comece a aquecer a voz. Isto já foi motivo de muitas reportagens e é sempre encarado como uma atitude positiva.

Pois é, os cachorros acompanham seus humanos. Quando eles observam tutores barulhentos, é natural que eles também se tornem ruidosos. Afinal, é esta a forma de comunicação que está sendo ensinada e incentivada.

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