Todo tutor quer melhorar a vida dos cachorros. Confira dicas de como fazer os pets mais felizes.
Cachorros são tudo de bom. Eles são inteligentes, carinhosos, leais, atentos e divertidos. Quem convive com um peludo em casa sabe que a vida se transforma para melhor. E, como tutores responsáveis, sempre queremos melhorar a vida dos cachorros, mas muitas vezes não sabemos o que fazer.
O importante é “pensar como cachorro”. É preciso lembrar que eles enxergam o mundo com outros olhos, diferentes dos nossos. Além disso, muitos cachorros passam boa parte do dia sozinhos, à espera da volta da família.
Ser um bom tutor não é uma tarefa difícil. Cachorros precisam de cuidados com a saúde, boa alimentação, diversão, companhia e adestramento. O problema é lembrar os pequenos detalhes no dia a dia, especialmente quando temos uma agenda lotada.
Mesmo assim, basta prestar um pouquinho mais de atenção ao seu cachorro. Em outras palavras, os tutores devem desenvolver um “olhar canino”, não exigir que os peludos se comportem como “gente” – eles não são humanos.
Não existe uma receita mágica para melhorar a vida dos cachorros. Assim como os humanos, eles têm necessidades e vontades próprias. Os tutores são os mais indicados para entender as preferências dos seus pets. As dicas a seguir são genéricas e podem ser enriquecidas com as experiências de cada dupla.
Dicas para melhorar a vida dos cachorros
01 – Exercícios, muitos exercícios
Os cachorros precisam de exercícios físicos. Na natureza, os lobos andam dezenas de quilômetros diariamente, além de consumir muita energia caçando, vigiando o acampamento, cuidando dos filhotes.
Desde que o cachorro se tornou “o melhor amigo do homem”, muitas raças foram desenvolvidas para o trabalho: pastoreio, caça (das mais diversas presas), guerra, tração, guia, etc. Mesmo que a maioria tenha se tornado apenas um companheiro para o dia a dia, as necessidades não se alteraram.
Os animais adultos saudáveis precisam passear por 30 minutos diariamente. Alguns não gostam muito de deixar a almofada, mas precisam ser estimulados a caminhar: é o caso do buldogue, do pug, etc.
Os cães idosos ou doentes devem ter os passeios organizados de acordo com as condições físicas individuais. As caminhadas precisam ser variadas – um trajeto novo a cada semana, por exemplo – e oferecer alguns desafios: subir uma ladeira íngreme, saltar uma cerca, perseguir um passarinho ou borboleta, etc.
Em casa, é importante reservar alguns momentos do dia para as brincadeiras. Eles gostam de procurar objetos escondidos, brincar de cabo-de-guerra, recuperar bolinhas e discos lançados à distância.
Além da atividade física em si, os passeios e brincadeiras permitem que os cachorros travem relações com outros cães e humanos. Isso é fundamental para o equilíbrio emocional. O melhor de tudo, no entanto, é a interação com os tutores.
Cachorros gostam de agradar e sentem-se especiais quando passam um tempo com a família humana. Se estes momentos forem exclusivos, melhor ainda. Com os exercícios, os peludos mantêm a boa forma, a saúde e ampliam a expectativa de vida.
02 – A exploração nossa de cada dia
Os cachorros são curiosos por natureza. Eles estão sempre atentos ao que ocorre ao redor e precisam entender o que significam os ruídos e sombras que surgem. Explorar aumenta a autoestima, torna os pets mais confiantes e satisfaz os instintos.
Cães são predadores na natureza: eles precisam caçar as refeições, para eles e para o bando. Abrir a despensa e pegar um pacote de alimento é uma atividade humana – os cachorros não sabem de onde veio a ração, nem se ela estará disponível no dia seguinte. É preciso ser previdente.
Os nossos peludos descobrem o mundo que os cerca principalmente através da audição e do olfato, os dois sentidos mais apurados na espécie. É importante deixar que eles tentem compreender o que acontece – o tempo dos cães é diferente do nosso.
Por isso, não se pode ser impaciente quando o cachorro se detém para inspecionar um poste ou tronco de árvore. Muitos sinais – cheiros, excrementos, etc. – informam quem esteve por lá, há quanto tempo, se é conhecido ou não.
Em casa, é importante oferecer oportunidades para a exploração. Além da brincadeira de esconde-esconde, os tutores podem providenciar brinquedos inteligentes, que os cães precisam abrir para acessar o conteúdo precioso – que pode ser um pouco de ração ou um petisco qualquer.
Estes brinquedos podem ser improvisados com garrafas pets, sem necessidade de onerar o orçamento doméstico. Eles são bons auxiliares para evitar o tédio dos cachorros que passam muito tempo sozinhos, sem nada para fazer. Eles terão uma “missão exploratória”, ganharão um bocado de alimento e ficarão muito felizes.
03 – Cuidados com a alimentação
Vai longe o tempo em que os cachorros eram alimentados com restos de comida humana. Hoje em dia, existem rações específicas para raças, tipos de pelagens, idade, condições físicas, deficiências nutricionais, etc.
As melhores rações – rotuladas como super premium – infelizmente são também as mais caras. Mas não isso não é motivo para que os tutores negligenciem a alimentação dos peludos. Existem produtos com excelente custo-benefício que suprem todas as necessidades nutricionais dos pets.
É importante atentar para a quantidade diária oferecida, para não correr riscos de desnutrição nem de sobrepeso e obesidade. Sempre que possível, é fundamental contar com a orientação de um veterinário, que pode indicar os produtos mais indicados.
O veterinário pode igualmente diagnosticar problemas potenciais, como excesso de cálcio ou de fósforo na ração diária, que, no médio prazo, podem comprometer a saúde e o bem-estar dos cachorros.
Comida humana nunca deve ser oferecida para os cachorros. Sal, condimentos e óleos vegetais são prejudiciais, causando desde a perda do brilho do pelo até condições severas, como insuficiência renal ou hepática.
Da mesma forma, existe uma lista considerável de alimentos proibidos: chocolate, frutas com sementes, uvas (inclusive passas), abacate, alho e cebola, noz-macadâmia, massas não assadas, doces em geral, etc.
Fique atento também a algumas plantas, como copo-de-leite, samambaia, bico-de-papagaio e comigo-ninguém-pode. Elas são tóxicas e os cães são preferencialmente carnívoros, isto é, alimentam-se prioritariamente de proteína animal, mas complementam as refeições com alguns vegetais. Se os vasos estiverem ao alcance, eles certamente irão investigar e poderão se intoxicar gravemente.
Se você preferir, faça comida caseira para os peludos. Dá muito mais trabalho do que simplesmente abrir o pacote de ração e servir, mas o tutor passa a ter certeza absoluta da qualidade das refeições.
Lembre-se: a comida de cachorro deve ser preparada com 80% de alguma carne (boi, porco, aves, etc.), complementados com legumes, verduras, frutas, grãos, etc. Pode-se cozinhar tudo junto, desmanchando os vegetais em um mingau espesso. Muitos cães adoram este tipo de dieta.
Durante o adestramento, os cães merecem receber petiscos quando “fizerem a coisa certa”, isto é, quando acertarem o que se espera deles. Lembre-se de descontar as guloseimas extras do total diário de comida caseira ou ração.
Mas os adultos também merecem ser surpreendidos com quitutes extras de vez em quando. Ofereça um biscoito canino ou um pedaço de legume durante o passeio ou a brincadeira. É um agrado a mais – um momento especial do dia –, que torna os cachorros mais felizes.
04 – A hora da higiene
Cães não possuem glândulas sudoríparas espalhadas pelo corpo – elas se concentram na língua e nos coxins plantares, aquelas almofadas na raiz dos dedos. Sendo assim, eles não suam e não ficam com cheiro de suor ou cecê.
Evidentemente, eles exalam odores próprios. Alguns tutores não gostam muito dos aromas naturais, mas eles são exatamente isso: “naturais”, proporcionados pela natureza. Pó, terra, fuligem, etc. podem ser retirados, mas o “cheirinho de cachorro” não pode nem deve ser eliminado.
Os banhos podem ser dados de 15 em 15 dias. Alguns cachorros adoram brincar na água; nestes casos, o banho se torna uma brincadeira e pode ser dado com mais frequência, mas nunca mais de uma vez por semana, para não eliminar a oleosidade natural e ressecar a pele e a pelagem.
Mas existem alguns cuidados diários. Os cachorros precisam ter os dentes escovados diariamente (no máximo, a cada dois dias). A providência reduz significativamente a incidência de doenças bucais e elimina o mau hálito. O ideal é acostumar os pets desde filhotes, mas todo cachorro se acostuma a uma atividade, desde que ela seja divertida.
A escovação dos pelos também é uma necessidade, especialmente entre os cães de pelo médio e longo. A prática elimina sujidades e impede a formação de nós, garantindo a beleza e a funcionalidade da pelagem.
Banho e tosa podem ser realizados em salões especiais. Os tutores precisam envolver a ida ao salão de beleza em brincadeiras, mas é quase impossível que os cachorros não se sintam abandonados quando perceberem que estão sozinhos, entre desconhecidos.
Felizmente, a chegada do tutor depois de algumas horas é um momento de felicidade. Eles merecem ser elogiados pela aparência e pelo bom comportamento. É importante que, mesmo nos dias mais quentes, a tosa não seja muito rente, para não expor a pele e facilitar o desenvolvimento de alergias e até mesmo de queimaduras de Sol.
05 – Um tempo exclusivo com eles
Dedique um tempo ao seu cachorro. Lembre-se de que você decidiu adotá-lo e, a partir desta escolha, você se tornou responsável pela felicidade, saúde, bem-estar e qualidade de vida do peludo que divide a casa com você.
Não é necessário reservar muito tempo. Alguns minutos diários apenas são suficientes para reforçar os elos e permitir que o cão entenda que tem o carinho e atenção do tutor, que ele entende como o “chefe da matilha”.
Você pode reservar este tempinho de diversas maneiras. Cachorros pequenos podem ser instalados em chiqueirinhos enquanto você faz faxina ou prepara uma refeição. Nos momentos de relaxamento, em que você só quer uma poltrona, música e um bom livro, estar ao lado do tutor, sem fazer nada, é tudo o que o cachorro espera – ele fica ansioso por estes momentos.
Brincar, correr, saltar, vencer obstáculos, ou simplesmente ficar no colo (ou com a cabeça aconchegada), ao lado ou aos pés do tutor enquanto ele descansa ou realiza as atividades doméstica melhora significativamente a vida dos cachorros.
Cachorros e humanos vivem juntos há milênios. O relacionamento já teve momentos tensos, com maus tratos e negligências, mas, hoje, tudo o que se espera é uma convivência amorosa e harmoniosa. Nós e os cães, desta forma, nos tornamos muito mais felizes.
dicas que realmente ajuda muito