10 fatos surpreendentes sobre os cachorros

Amigáveis, brincalhões e leais, os cachorros são surpreendentes. Conheça alguns fatos incríveis.

A parceria entre humanos e cachorros já dura alguns milênios. Esses antigos companheiros de caça se revelaram excelentes auxiliares em diversas tarefas. Antes desta aproximação, no entanto, a natureza já havia dotado os peludos de características surpreendentes. Ao conhecer esses fatos, é muito provável que a nossa admiração por eles cresça ainda mais.

01. Um olfato superpoderoso

O focinho dos cachorros – e também dos lobos, os ancestrais dos nossos melhores amigos – é uma máquina de cheirar perfeita. O desenho anatômico permite que os peludos inspirem por uma narina enquanto expiram pela outra.

Desta maneira, enquanto o cérebro processa as informações recebidas, outras novidades aromáticas estão sendo descobertas pelos cachorros. Além disso, quando eles estão em atividades, a trufa está sempre umedecida, capturando partículas suspensas no ar para analisá-las e interpretá-las.

fatos surpreendentes sobre os cachorros

Os cachorros (e outros animais) possuem um equipamento específico para captar os cheiros: é o órgão vomeronasal (também chamado de órgão de Jacobson), situado entre o nariz e a boca, que detecta os feromônios, componentes que influenciam as funções hormonais.

Desta maneira, em apenas uma cafungada, os peludos conseguem descobrir se há algum parceiro sexual disponível – que pode estar distante até 2 km –, o temperamento de outros cães nas redondezas e até mesmo identificar animais que circularam nas ruas pelas quais eles estão passando.

02. O faro consegue detectar sentimentos, emoções e até doenças

Os cachorros conseguem perceber alguns sentimentos dos tutores usando o olfato. Eles são capazes de identificar variações em alguns hormônios, como ocitocina, adrenalina e dopamina. Com isso, percebem se os membros da família (humanos, gatos e até aves) estão tristes, estressados, bravos, etc.

As habilidades olfativas podem ir muito além. Graças aos 300 milhões de terminais olfativos que os cachorros têm no focinho (contra apenas cinco milhões nas narinas humanas), eles podem ser treinados para diagnosticar algumas doenças graves.

Graças ao faro apurado, os peludos conseguem identificar a presença de micro-organismos nocivos à saúde, como bactérias, vírus e fungos. No Aeroporto de Londres, durante a fase mais crítica da pandemia, alguns cães foram usados para farejar sinais de infecção pelo SarsCov-2.

Em abril de 2019, a pesquisadora americana Heather Ann Junqueira apresentou, durante a reunião anual da Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular, os resultados de uma pesquisa sobre o uso de cães no diagnóstico de câncer em humanos.

A pesquisadora da Saint Peter University (Nova Jérsei, EUA), que trabalhou durante alguns anos no Hospital de Amor (Barretos, SP), uma referência no tratamento de câncer, revelou que cães treinados desenvolveram a habilidade de detectar cânceres de mama 18 meses antes de os tumores serem visualizados em exames de mamografia.

Os cachorros apenas farejam mostras de suor e urina dos pacientes. O estudo atualmente está sendo conduzido pela Universidade da Flórida e os peludos estão sendo qualificados para identificar diversas neoplasias na próstata, pulmão, cólon e reto, etc.

03. Focinhos multitarefas

As narinas caninas podem captar cheiros diferentes ao mesmo tempo. Enquanto o ar inalado segue para os pulmões, os terminais olfativos e o órgão vomeronasal interpretam as informações captadas.

Desta maneira, enquanto narizes humanos apenas sentem o cheiro de uma bela macarronada, por exemplo, os cachorros conseguem identificar o aroma do macarrão, do tomate, dos temperos, etc.

Por diversas razões, no entanto, foram desenvolvidas diversas raças caninas com o focinho achatado. São os cães braquicefálicos, como o pug, boxer, buldogue inglês e francês, lhasa apso, shih tzu, pequinês, entre outros.

Existem ilustrações de cães com cara achatada datadas de sete mil anos. É provável que os humanos tenham selecionado os animais com focinho mais curto, por aparentarem ser mais amistosos. Esta seleção, no entanto, prejudicou seriamente o olfato de alguns cachorros.

04. Alguns são grandes nadadores

A parceria com os cachorros teve início na caça compartilhada. Em plena Era do Gelo, as presas rareavam e toda ajuda era bem-vinda. Mas os cães desenvolveram várias outras habilidades – entre elas, a natação e o mergulho.

Quem vê um poodle toy passeando no colo do tutor não consegue imaginar que a raça foi desenvolvida para resgatar aves abatidas em pleno voo: os caniches (assim são chamados os poodles na França) mergulhavam em lagoas frias e só retornavam depois de ter recuperado a presa.

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O retriever do labrador também é capaz de enfrentar as ondas. A raça foi desenvolvida no Canadá (na península do Labrador, leste do país) para ajudar pescadores e marinheiros. Em pouco tempo, eles se tornaram insubstituíveis em diversas atividades náuticas.

Quem tem um cão dessas raças (e também um terra nova, golden retriever, chesapeake bay retriever), lagotto, além dos cães d’água portugueses, espanhóis e americanos) pode se divertir não apenas em lagoas e piscinas: eles adoram brincadeiras com mangueiras e até com pulverizadores.

05. Os cachorros atingem velocidades incríveis

Em terra, o campeão mundial de velocidade é o guepardo, que alcança 120 km/h (o mais veloz de todos é o falcão-peregrino, que, ao atacar uma presa, pode chegar a 320 km/h). as simpáticas chitas precisam ser rápidas, já que uma das caças favoritas é a gazela-de-thomson, que circula pelas savanas africanas a mais de 90 km/h.

Os cachorros também desenvolveram altas velocidades e, na companhia dos humanos, algumas raças foram selecionadas exatamente para competir em pistas de corrida. É o caso do greyhound, o mais rápido (o recorde é de 75 km/h na arrancada em provas curtas), mas também do whippet, do galguinho italiano, do galgo inglês e do borzói.

Estes cachorros foram selecionados para correr: eles são leves, esgalgados e apresentam pouca gordura no organismo. Um greyhound, por exemplo, mede 72 cm de altura na cernelha, mas pesa apenas 33 kg (em média). Para comparação, um cane corso com a mesma altura pode pesar até 50 kg.

06. O suor dos cães é diferente

O corpo humano apresenta glândulas sudoríparas por todo o corpo. Os cachorros, no entanto, concentram essas glândulas, responsáveis pela regulação térmica do organismo, principalmente nos coxins plantares, aquelas almofadinhas dos dedos.

Por isso, nos dias muito quentes, os cachorros costumam deixar rastros úmidos por onde passam: é o suor escorrendo pelas patas. Uma boa dica é refrigerar os ambientes e sempre manter água fresca à disposição dos peludos.

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A língua dos cães também é importante na regulação térmica, contribuindo para dissipar o calor interno. A língua não sua propriamente, mas a saliva, à medida que vai se evaporando, ajuda a refrescar o organismo canino.

A respiração ofegante é um sinal de que o corpo dos peludos está muito quente, seja por causa das altas temperaturas ambientes, seja pelo excesso de agitação física. A baba é fundamental para o conforto térmico dos peludos.

Os campeões de baba, aliás, são os seguintes: São Bernardo, basset hound, buldogue inglês, retriever do labrador, dogue alemão, bull mastiff, boxer e bloodhound. Eles têm o costume de “oferecer” um pouco de saliva quando festejam a volta dos tutores para casa.

07. Cães podem ser destros ou canhotos

Assim como entre nós, os cachorros também exibem um lado dominante. Os canhotos são inclusive mais numerosos: enquanto apenas 10% dos humanos usam preferencialmente o lado esquerdo, 31% dos cães exibem esta característica na lateralidade.

Ser destro ou canhoto, para os cachorros, impõe diferenças na movimentação. Os cães sinistros cumprimentam com a pata esquerda e também se levantam da cama (ou do sofá) por esse lado.

Para descobrir se o cachorro é destro ou canhoto, basta oferecer um petisco ou um brinquedo, estimulando-o a pegar o objeto com as patas. Alguns cães gostam muito de “perseguir” a luz de lanternas e faroletes e usam preferencialmente uma das patas dianteiras para a “caçada”.

08. A audição é de super-herói

Os cachorros conseguem ouvir sons que, para nós, são sub ou supersônicos. Enquanto nós conseguimos captar frequências sonoras entre 16 e 20 mil Hz, a faixa identificada pelos cães fica entre 10 e 40 mil Hz.

Os cachorros conseguem identificar a origem de um som em seis centésimos de segundo, enquanto os humanos levam o dobro desse tempo. As orelhas caninas são estimuladas por sons emitidos a distâncias quatro vezes maiores do que a nossa capacidade auditiva.

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Um cachorro consegue ouvir o barulho do trovão a muitos quilômetros de distância. Se ele tiver medo do ruído (a maioria tem), provavelmente irá tratar de se esconder muito antes de os tutores perceberem a aproximação do temporal.

Aliada ao olfato, a audição é a principal “arma” dos cachorros nas atividades de caça. Mesmo que a maioria dos peludos não precise mais caçar as refeições, eles continuam mantendo os instintos de predadores: não é à toa que os lobos, ancestrais dos cães, chegaram ao topo da cadeia alimentar.

09. As orelhas caninas são obras-primas da natureza

É nas orelhas caninas que se forma a audição canina, mas elas também exercem outras funções: a linguagem corporal dos cães usa diversas posições das orelhas, nos momentos de interação com humanos e outros pets.

Elas são divididas em três regiões: o ouvido externo, que inclui o canal auditivo e a pina, área formada por cartilagens e recoberta por pelos. A pina capta as ondas sonoras e o canal auditivo, que tem forma de funil, as transmite para o tímpano.

O ouvido médio é composto pelo tímpano e por uma pequena área que conta com três ossinhos: martelo, bigorna e estribo. Há também dois músculos: a janela oval e a trompa de Eustáquio, um pequeno tubo que liga o ouvido médio à cavidade nasal. Isso possibilita a passagem de ar no local e facilita o equilíbrio da pressão atmosférica.

O ouvido interno é formado pela cóclea, responsável pela audição e transmissão das impressões para o cérebro, e pelo sistema vestibular, que tem como função manter o equilíbrio do cachorro.

As orelhas caninas são surpreendentes: cada uma delas, mesmo nos animais de orelhas pequenas e eretas, é formada por 18 músculos diferentes, que permitem ao cachorro girar, inclinar e levantar as pinas.

A nossa espécie já foi capaz de mover as orelhas, mas a habilidade e as estruturas responsáveis se perderam no caminho evolutivo. Atualmente, poucas pessoas conseguem movimentar as orelhas sem tocá-las com as mãos.

As orelhas caninas são independentes: enquanto uma aponta para cima, a outra pode apontar para baixo, tornando a audição mais eficiente (e os peludos muito mais charmosos). As pinas também funcionam para abafar os sons de acordo com a frequência e intensidade.

A linguagem corporal dos cachorros não seria a mesma sem as orelhas: eles as movimentam quando nós conversamos com eles, quando eles estão apreensivos, quando percebem mudanças no ambiente e mesmo a grandes distâncias.

Estes órgãos também são usados para concentrar os odores do ambiente. Os pelos ficam impregnados com os cheiros e isto facilita bastante a vida dos cachorros, quando se trata de encontrar pistas e rastros.

Por isso, a maioria das raças caninas desenvolvidas para caça exibe grandes orelhas, que balançam enquanto os cães caminham: é o caso do basset hound, do bloodhound, do weimaraner, do cocker spaniel, etc.

Já os cães criados para guarda – incluídos os pastores e boiadeiros – exibem orelhas menores e eretas, que são estimuladas com oscilações mínimas e permitem, assim, a captação de sons a grandes distâncias.

No Brasil, o corte das orelhas (conchectomia) apenas por motivos estéticos é proibido por lei. Ao reduzir as pinas, o canal auditivo fica exposto e os peludos sofrem com o excesso de estímulos sonoros. Em alguns casos, a cirurgia chega a reduzir a expectativa de vida.

10. Um cachorro pode ser tão inteligente quanto uma criança de dois anos

Muito se discute sobre a inteligência canina. O livro “A Inteligência dos Cães”, do especialista em comportamento americano Stanley Coren, é uma grande referência, mas há críticas sobre o que é avaliado na obra: a capacidade de entender e atender aos comandos humanos.

Desta forma, os cães mais “brilhantes” são os que aprendem truques com mais facilidade, como é o caso do border collie (o primeiro colocado no ranking de Coren). Em contraposição, o afghan hound, conhecido por ser solitário e mal-humorado, ocupa o último lugar da lista.

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Outras raças caninas desenvolvidas para o trabalho isolado também são mal avaliadas no livro americano. É o caso do weimaraner, um caçador solitário da Alemanha, e do akita, um pastor japonês que passava dias sem identificar uma presença humana.

O livro, de qualquer forma, é uma excelente referência para avaliar a capacidade de interação e socialização dos cachorros. Coren adaptou alguns testes de QI (quociente de inteligência) e concluiu que, na média, os melhores amigos dos humanos possuem inteligência equivalente à das crianças de dois anos.

Em média, os cachorros conseguem entender o significado de 165 palavras, número semelhante ao vocabulário de uma criança de dois anos. Alguns peludos bateram recordes: os mais “falantes” conhecem o significado de 250 palavras.

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