Eles aparecem em regiões com pouca gordura. Veja o que fazer com calos nos cotovelos dos cachorros.
Os cachorros podem desenvolver calos nos cotovelos e em outras regiões com pouca gordura e tecido muscular. O motivo é o atrito permanente entre a pele e os ossos da região. O nome técnico do transtorno é hiperqueratose ou, quando a situação se complica, escaras de decúbito.
Uma das características dos calos nos cotovelos dos cachorros é a perda localizada dos pelos (alguns animais chegam a perder as raízes e folículos pilosos, e não apenas quebram a haste do pelo).
Apesar de esta parecer ser uma condição inofensiva, determinada por pontos de apoio do corpo no piso, ela pode provocar complicações. Os locais mais afetados, além dos cotovelos, são os joelhos e as patas.
O problema é certamente um desafio estético. Em competições oficiais, cães com perda de pelo localizadas ou com calos são desclassificados. As complicações, no entanto, vão muito além dos aspectos de beleza e uniformidade.
Os motivos dos calos nos cotovelos dos cachorros
A idade e o ambiente em que os cachorros vivem influi diretamente na formação dos calos. Os pets que permanecem a maior parte do dia em locais com piso frio e duro, sem proteção para o repouso, são mais propensos à hiperqueratose.
Os cachorros mais velhos e os de médio ou grande porte apresentam a maioria dos casos de calos nos cotovelos. Nos molossoides, como o fila brasileiro, o dogue alemão e o mastim napolitano, a formação dos calos é quase natural. Com o avanço da idade, mesmo uma ligeira calosidade se acumula até formar uma superfície áspera e grosseira.
Os pequenos são menos suscetíveis porque, em geral, são mais frágeis e naturalmente menos providos de gordura. Por isso, desde cedo, eles descobrem que é importante se movimentar e não ficar muito tempo na mesma posição.
Algumas raças caninas são mais predispostas aos calos nos cotovelos. É o caso dos retrievers do Labrador, golden retrievers e terras novas. Animais obesos ou com sobrepeso também apresentam o problema com maior frequência.
Os calos dos cachorros se desenvolvem em regiões anatômicas com pouca ou nenhuma gordura, como é o caso dos joelhos e cotovelos (estes são os mais afetados). Apenas a pele é empregada para atenuar o atrito entre os ossos e a superfície dura do chão, quando os pets se apoiam, ao sentar-se ou deitar-se.
Para compensar o impacto constante, o organismo dos cães passa a concentrar uma quantidade maior de queratina na região afetada. É isto que deixa a pele mais espessa e promove o aspecto de um calo.
A queratina é uma proteína comum a todos os vertebrados, formada por 21 aminoácidos fabricados pelo próprio organismo. É a mesma substância que forma as garras e os pelos dos cachorros, e também forma chifres, escamas, penas, etc.
A substância (queratina vem do grego “ceros”, que significa “chifre”, como em “rinoceronte”, que significa “chifre no nariz”) é uma proteína estrutural natural, que confere resistência, elasticidade e impermeabilidade à pele e aos pelos.
Mesmo as células mortas de queratina oferecem uma barreira protetora às estruturas vivas da pele, o nosso maior órgão (e dos cachorros também). O problema surge quando a produção é excessiva e a pele progressivamente perde maleabilidade.
Os problemas dos calos nos cachorros
Cotovelos e joelhos são regiões de baixa sensibilidade no corpo físico dos cachorros. Com a formação dos calos, caso os pets sofram algum trauma na área calosa, eles não sentirão dor – não darão nenhum alarma de problemas e ficarão com uma região progressivamente mais desprotegida na pele.
As feridas que surgem nos calos dos cães são focos que propiciam a proliferação excessiva de germes, como fungos e bactérias. Alguns milhões de micro-organismos colonizam a pele dos cachorros naturalmente, mas a reprodução descontrolada predispõe ao desenvolvimento de diversas doenças.
Feridas não cicatrizadas podem ser devidas aos calos dos cachorros. Uma vez que os pets não sentem nenhum incômodo (ou quase nenhum), eles não exibem os sinais característicos – e os tutores ficam pensando que está tudo bem. Calos feridos e infectados são as chamadas escaras de decúbito.
Por tudo isso, a inspeção diária é importante para garantir a saúde e o bem-estar dos pets. Os tutores devem certificar-se de que está tudo bem e, se os peludos têm problemas de hiperqueratose, é fundamental garantir que não haja feridas nem rachaduras.
O diabetes canino
Trata-se de um distúrbio metabólico em que o pâncreas não produz insulina, ou produz um hormônio de baixa qualidade. Com isso, o organismo não consegue aproveitar a glicose ingerida com os alimentos.
A doença mais comum entre os cachorros é o diabetes tipo 1, que é hereditário, mas os maus hábitos contemporâneos têm provocado um número cada vez maior de diabetes tipo 2, a doença adquirida. Sim, os cachorros “aprenderam” conosco a serem sedentários e a comer muita besteira.
A incidência do diabetes canino ainda é pequena (0,2% nos EUA; não há estudos disponíveis no Brasil). As fêmeas parecem ser mais predispostas, os sintomas surgem a partir dos três anos e se acentuam na terceira idade. Beagles, cocker spaniels, golden retrievers, pastores alemães, poodles, retrievers do Labrador, rottweilers, schnauzers e spitz são as raças caninas com o maior número de diabéticos.
Os cachorros diabéticos apresentam um problema extra: para a dosagem diária de glicemia, é necessário retirar amostras de sangue, quase sempre das orelhas dos pets, locais que também apresentam pouca cobertura de gordura.
O procedimento, repetido quase diariamente, acaba facultando a formação de calos e escaras, portas de entrada de germes patogênicos. Para evitar infecções e inflamações, os tutores precisam higienizar a pele antes de colher a amostra de sangue e certificar-se de que não haja vazamentos depois do procedimento.
É possível evitar os calos nos cães?
Os calos nos cotovelos e outras regiões críticas dos cachorros podem ser evitados com uma providência bastante simples: oferecer um local macio para que eles descansem quando estão “fora de atividade”: um colchonete ou mesmo uma almofada é mais do que suficiente.
É difícil, no entanto, que os pets não se deitem em qualquer lugar. Eles gostam de fazer companhia aos tutores e estão sempre por perto em nossas atividades caseiras.
Os tutores precisam ficar atentos para que eles não fiquem muito tempo na mesma posição e, no caso de pisos irregulares, comuns em jardins e quintais, é importante conferir eventuais ferimentos nos calos.
Mais um ponto importante para impedir o problema dos calos: controlar o apetite do cachorro. Sobrepeso e obesidade são fatores de risco para uma série de transtornos e doenças. No caso específico a hiperqueratose, mais peso corporal significa mais atrito entre as estruturas e tecidos (pele, gordura, músculos, ossos, etc.).
Como tratar os calos nos cachorros?
Para tratar e atenuar o problema dos calos nos cachorros, existem hidratantes corporais. De acordo com as características e o comportamento do cão, pode-se optar por artigos em spray, gel, pomada, máscara, etc. Quase todos estes cosméticos possuem dupla ação, isto é, melhoram a aparência dos pelos, reduzem a descamação da pele, são fatores de proteção solar, etc.
Alguns produtos de uso veterinário contribuem para reduzir a aspereza, melhoram o aspecto estético dos calos e previnem a piodermite (infecção bacteriana) e a fibrose (espessamento e piora progressiva do calo).
Estes produtos, de uso tópico, geralmente formulados à base de ureia, cera de abelha, lanolina, vaselina ou silicone, também apresentam ação inseticida, impedindo que moscas e outros insetos aproveitem feridas na pele do cachorro para depositar ovos, formando as populares bicheiras.
Consulte o veterinário para encontrar o produto mais adequado. Os cães podem ter algumas alergias de pele, cujo quadro não deve ser agravado. Além disso, eventuais feridas podem demandar o uso de antibióticos, caso estejam infeccionadas.
No momento da aplicação, procure distrair o seu peludo. Experimente as brincadeiras de que ele mais gosta. Se a atenção do pet estiver concentrada no procedimento, ele certamente lamberá os calos, removendo a proteção em poucos instantes.
Complicações dos calos
Mas, se os calos nos cotovelos forem antigos, os produtos tópicos terão pouca eficácia. Se houver feridas, rachaduras, sangramentos ou até mesmo pus, o cão irá necessitar de avaliação veterinária. Pode ser preciso recorrer ao uso de medicamentos anti-inflamatórios e antibióticos.
Os calos nos cotovelos e joelhos dos cachorros tornam a pele da área menos elástica e, portanto, mais suscetível a cortes e lesões. Os machucados que demoram muito tempo para cicatrizar se transformam rapidamente em potenciais aberturas para micro-organismos nocivos à saúde.
Além de desenvolver problemas dermatológicos, os cachorros afetados têm a circulação sanguínea vulnerável. Os vasos do tecido epitelial podem ser atingidos e, nesse caso, os germes invasores alcançarão as camadas internas da pele e até mesmo músculos subcutâneos.
O sangue pode transportar fungos, vírus e bactérias para todos os tecidos e órgãos, causando doenças relativamente graves e, em casos extremos sem tratamento adequado, até a sepse – a infecção generalizada, potencialmente fatal.
Aviso importante: O nosso conteúdo tem caráter apenas informativo e nunca deve ser usado para definir diagnósticos ou substituir a consulta com um veterinário. Recomendamos que você consulte um profissional de confiança.