Não use detergente e álcool em gel nos cachorros e gatos

É o alerta dos especialistas. Não se deve usar detergente e álcool em gel para higienizar os pets. Entenda por quê.

Em tempos de Covid-19, a maioria das pessoas está muito atenta aos aspectos de higiene e esterilização, para evitar um aumento descontrolado das infecções. No entanto, alguns tutores, pensando em proteger, estão prejudicando os cachorros e gatos, usando detergente de louça e álcool em gel para desinfetar as patas na volta dos passeios.

O alerta surgiu em Paris, na França, através da Ordem dos Veterinários da região. Deve-se realmente higienizar as patas de cães e gatos no retorno dos passeios, mas água e xampu ou sabonete específico são mais do que suficientes para a operação de limpeza.

Aliás, os especialistas advertem para outro fato, que está acontecendo também no Brasil: o duplo asseio, isto é, a lavagem das mãos com água e sabão seguida da higienização com álcool em gel. Vale lembrar que a prática ideal é a lavagem das mãos e, em caso de impossibilidade (por exemplo, por estar na rua), usar o álcool e gel.

Em tempo: o álcool em gel é mais prático, é comercializado em embalagens pequenas que cabem em bolsas e mochilas, mas o efeito é o mesmo do uso do álcool 70%. Não se deve apenas usar (para desinfecção) o álcool líquido comum, de 49% de diluição.

detergente e álcool em gel cachorros e gatos

De volta aos pets

Alguns tutores estão insistindo em higienizar as patas de cães e gatos com álcool em gel e detergente. Além de não ser necessária, a prática é também prejudicial. Devemos adotar a lavagem das patas a cada volta das ruas sempre, não apenas em tempos de pandemia, mas apenas com água e sabonete para caninos e felinos.

Estão circulando com força nas redes sociais diversas “advertências” sobre o asseio dos pets, como forma de combater a Covid-19. Em primeiro lugar, cães e gatos não transmitem a coronavirose causada pelo SarS-CoV-2 (o vírus responsável pela atual epidemia).

Os pets podem eventualmente transportar vírus nas patas, assim como nós podemos fazê-lo ao caminhar, cumprimentar pessoas apertando as mãos, tocando em objetos do mobiliário urbano, etc. Por isso, a higienização na volta para casa é imprescindível. Mas, no caso de cães e gatos, sem álcool em gel, nem detergentes.

Estes produtos podem irritar a pele das almofadas plantares, podendo gerar inclusive ferimentos graves. Outras reações cutâneas também podem ocorrer.

Há outro problema potencialmente mais grave: cães e gatos vivem com as patas na boca. Se estiverem molhadas, eles certamente tentarão enxugá-las com a língua. Ao lamber as patas com resquícios de álcool ou detergente, esses produtos seguirão pelo sistema digestório. Poderá ocorrer comprometimento das mucosas e, se a prática for incorporada ao cotidiano, os pets podem sofrer transtornos gástricos e intestinais no médio prazo.

Portanto, em tempos de Covid-19 (ou não), é importante:

• higienizar as patas dos pets, com produtos específicos, sempre que eles voltarem das ruas;

• evitar lambeijos nestes retornos, já que os cães especialmente experimentam as novidades dos passeios com a boca.

No nosso dia a dia, é conveniente higienizar as nossas mãos sempre que brincamos com os pets. Eles andam “descalços” o dia inteiro e podem infectar-se inclusive com germes que trazemos na sola dos nossos sapatos. E, caso haja algum convalescente da Covid-19 em casa, o ideal é deixar os cachorros e gatos à distância, ou eles espalharão os últimos vírus do paciente pela casa inteira.

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