Cachorro com diarreia é relativamente frequente. Veja como tratar e o que dar para aliviar o quadro.
A diarreia é o aumento da frequência das evacuações, também caracterizada pelas fezes amolecidas ou mesmo líquidas. Ela é um sinal de que alguma coisa está errada, mas mesmo pequenas alterações na dieta podem causar o problema nos cachorros.
O que dar para o cachorro depende de algumas variáveis. Nos casos mais leves, existem até mesmo remédios caseiros, mas, se a diarreia se manifesta com frequência ou apresenta algumas características específicas, o peludo precisa ser levado ao médico.
O que fazer quando o cachorro estiver com diarreia?
No caso de uma diarreia pontual, com sintomas mais leves (fezes pastosas, por exemplo), o tutor pode resolver o problema em casa com algumas providências simples. É importante manter o cachorro em observação nos dias seguintes, para identificar eventuais pioras do quadro ou o surgimento de outros sinais.
Alguns alimentos podem eliminar ou amenizar as diarreias. É o caso do arroz branco, abóbora e batata – cozidos apenas em água, sem nenhum tempero e de preferência sem óleo vegetal. Carne magra (especialmente de aves) também ajudam. Ela pode ser grelhada ou cozida.
Os tutores precisam ter um cuidado especial com a hidratação. Nos casos de diarreia, os cachorros perdem uma quantidade considerável de líquidos, que precisam ser repostos. Se necessário, é possível estimulá-los com cubos de gelo: enquanto eles inspecionam o “objeto não identificado”, vão bebendo água.
Enquanto o cocô estiver mole ou líquido, as brincadeiras mais intensas devem ficar suspensas. É provável que o cachorro doente demonstre certa apatia e desinteresse, porque ele realmente está um pouco debilitado.
A exposição ao Sol também precisa ser reduzida, para evitar insolação, que complica ainda mais o quadro. Os tutores podem oferecer água de coco para os peludos (alguns gostam muito). Trata-se de um isotônico natural, que ajuda a repor os minerais perdidos com as evacuações mais constantes.
Algumas providências possíveis
Ao observar que o cocô do cachorro não está normal – apresenta diferenças na consistência, cheiro e frequência – acende-se o alerta amarelo. Não é uma situação de emergência, mas os tutores devem ficar atentos.
Na ausência de outros sintomas, em caso de diarreias leves, os tutores podem experimentar as seguintes providências para atenuar o desconforto:
• jejum – quando o cachorro amanhece com diarreia, a alimentação deve ser suspensa por até 12 horas, enquanto se observa a evolução do quadro. Ele pode reclamar um pouco, mas um jejum por pouco tempo não compromete a saúde;
• hidratação – a água fresca precisa estar sempre à disposição dos cachorros, mas, nos casos de diarreia, ela é ainda mais importante. Eles estão perdendo muitos líquidos com a evacuação, que precisam ser repostos. Se for o caso, pode-se brincar com uma mangueira ou um borrifador;
• isotônicos – já foi falado sobre a água de coco, mas os cães com diarreia também podem beber isotônicos industrializados, diluídos na mesma quantidade de água. A única preocupação é verificar os rótulos: muitos produtos são apenas aromatizados, vendidos em embalagens parecidas com as das marcas mais conhecidas. Eles podem conter teores elevados de açúcar.
Além dos isotônicos, alimentos probióticos ajudam a recompor a microbiota intestinal. Os tutores podem colocar um pouco de iogurte natural na ração (uma colher de sopa é suficiente para um animal de porte médio).
Em casos de diarreia leve, não é preciso suspender a alimentação, mas pode-se trocar a ração por frango (sem pele) com abóbora ou batata amassada – geralmente, os cães apreciam bastante e esta refeição “prende” o intestino.
Outra opção para combater os sintomas é umedecer a ração com água usada para cozinhar o arroz branco (sem condimentos). Use a proporção 3:1 (três xícaras de água para uma de grãos de arroz).
Alguns medicamentos agem diretamente para combater a diarreia em cachorros. Nos casos mais leves, eles não são necessários. O ideal é dar o remédio indicado pelo veterinário em situações anteriores semelhantes.
Mesmo assim, a medicação deve ser suspensa se os sintomas persistirem por mais de dois dias. Mesmo que o cachorro já tiver tomado o remédio anteriormente, é possível que ele apenas mascare os sinais de um problema mais grave.
Da mesma forma, é possível que o princípio ativo do medicamento ministrado sem orientação comprometa tratamentos mais delicados, no caso de a diarreia ser provocada por doenças mais severas. Uma vez no organismo, alguns princípios ativos podem dificultar a ação de outros medicamentos.
As causas da diarreia em cães
Uma diarreia leve pode ser causada por mudanças na alimentação, pelo consumo de produtos “não autorizados”, como algumas plantas e alimentos humanos e até por alterações na rotina. O calor excessivo também pode comprometer o funcionamento regular do intestino.
É importante considerar, por outro lado, que a diarreia frequente pode ser um sintoma de problemas mais sérios, que merecem ser investigados com atenção. A indisposição é causada frequentemente por:
- reações alérgicas;
- alimentos mal conservados;
- mudanças súbitas na alimentação (troca de ração, por exemplo);
- ingestão de itens não comestíveis;
- ingestão de alimentos condimentados, salgados, com alho e cebola, doces, algumas frutas, etc.;
- parasitas internos (tênias, lombrigas e outros vermes, além de alguns protozoários microscópicos, como a giárdia);
- estresse.
Todas estas causas podem ocorrer em casa e são facilmente identificáveis (inclusive os vermes, que podem ser vistos nas fezes). Se o cachorro está vacinado, não tem parasitas internos e externos, não sofre de nenhuma doença crônica, o mais provável é que o quadro de diarreia ceda em um ou dois dias.
As preocupações têm início quando são verificados traços de muco ou sangue nas fezes, quando se observa que o cachorro faz muito esforço para evacuar ou na presença de outros sinais, como vômitos, desconforto abdominal, febre, etc.
Nesses casos, é preciso procurar atendimento veterinário com urgência. A diarreia pode ser a “ponta do iceberg”, indicando que algo não está bem com o organismo do cachorro. A atenção básica e o diagnóstico precoce são grandes aliados para a superação de condições mais severas.
Quando procurar o médico?
Diarreias leves fazem disparar o alerta amarelo, mas casos moderados e graves são verdadeiras urgências médicas. Apenas no consultório ou clínica existem os recursos necessários para diagnosticar e tratar alguns problemas, que podem se intensificar se forem negligenciados.
O tutor deve observar características das fezes dos animais de estimação, como odor e consistência, bem como a frequência das evacuações, mudanças de comportamento e presença de outros sinais. Todas estas informações são fundamentais para o médico firmar um diagnóstico.
Fezes com sangue ou muco, presença de endoparasitas (vermes), dificuldade para defecar e associação com outros sinais, como febre, vômitos, apatia ou indisposição são exemplos de situações que exigem a atuação do médico.
O problema pode ser pontual – apenas mais um susto que os nossos filhos de quatro patas costumam dar de vez em quando. Mas não devem ser ignorados, justamente porque a demora no atendimento pode fazer diferença na vida, saúde, conforto e bem-estar dos peludos.
Aviso importante: O nosso conteúdo tem caráter apenas informativo e nunca deve ser usado para definir diagnósticos ou substituir a consulta com um veterinário. Recomendamos que você consulte um profissional de confiança.