Pode dar fígado de boi cru para cachorro?

Fígado de boi cru é “bom pra cachorro”. Cachorro pode comer fígado de boi cru? Conheça tudo sobre o assunto.

A aparência não é das melhores. Muita gente torce o nariz ao ver um fígado de boi cru, apesar de apreciar tiras fritas de fígado acebolado. Na Europa, esta proteína é considerada uma iguaria (quem vai para a Itália não pode deixar de experimentar o fígado à veneziana). Além disso, é um importante nutriente para cachorro – e para nós também.

Mas, se a aparência do fígado de boi pode ser estranha e até repugnante para algumas pessoas, é difícil que os cachorros apresentem reações semelhantes. Na verdade, eles adoram. Mesmo assim, para aqueles mais enjoadinhos, é possível garantir os benefícios apenas fervendo o fígado e usando a água para umedecer a ração diária.

O fígado chega a apresentar um teor de proteínas aproveitáveis até 100 vezes maior que alguns cortes bovinos, especialmente os traseiros (coxão mole, alcatra, etc.). Além disso, é uma ótima fonte de vitaminas e minerais, que são nutrientes menos frequentes nas carnes. E costuma ser mais barato do que cortes desossados de aves, por exemplo.

Pode dar fígado de boi cru para cachorro

Alimento natural

Cachorros são animais preferencialmente carnívoros – na natureza, os lobos (ancestrais dos cães) têm a dieta baseada nas presas que caçam. Eles sempre devoram as vísceras em primeiro lugar, uma vez que os órgãos abdominais apresentam maior teor de micronutrientes.

Os cães domesticados apresentam exatamente as mesmas necessidades nutricionais dos seus primos selvagens. Provavelmente, eles necessitam de menos alimento, uma vez que não perambulam por tanto tempo atrás da caça, mas a proteína de origem animal continua sendo a principal fonte de alimentação.

Como servir fígado de boi cru?

As rações balanceadas, na quantidade correta para o porte físico e idade dos cachorros, são suficientes para suprir todas as necessidades nutricionais dos pets saudáveis. Não há necessidade de oferecer outros alimentos, para o fígado de boi cru pode servir como incentivo durante o treinamento, ou apenas como um agrado a mais.

Se o seu cachorro não come nada além de ração e você quer incluir o fígado de boi na dieta, o importante é ir aos poucos. Os nossos peludos geralmente não têm grandes preferências em relação ao sabor, mas podem não gostar da consistência do fígado.

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Corte um pouco de fígado e misture na ração. Comece com uma colher ou duas (de sopa) e aumente até chegar à proporção de dois terços de ração para um de fígado de boi, que pode ser servido cru ou ferventado (não cozinhe demais, para não perder muitos nutrientes).

Cachorros adultos que experimentam fígado de boi pela primeira vez podem apresentar problemas gastrointestinais, como fezes amolecidas. Fique atento, mas não deixe de oferecer o produto, a menos que haja complicações sérias. É normal que o volume de fezes aumente com a oferta de fígado.

Uma diarreia leve não é motivo para eliminar o fígado do prato do cachorro. O elevado teor de nutrientes é um bom motivo para incluir este corte bovino na dieta, com vantagens para os pets, a menos que haja orientação contrária do veterinário.

Os tutores que se decidem pela comida caseira para cachorros podem usar o fígado de boi três ou quatro vezes por semana, alternando com outros cortes bovinos e de aves. As proteínas de origem animal, neste caso, devem ser suplementadas com vegetais cozidos e as receitas podem incluir beterraba, cenoura, chuchu, mandioca, batata, etc. Os legumes verdes podem prejudicar a saúde canina.

É seguro servir fígado de boi cru para seu pet?

Além de ser altamente nutritivo, o fígado de boi é um alimento totalmente seguro para os cachorros. Algumas pessoas fazem uma confusão: uma vez que o fígado é um dos órgãos responsáveis pela eliminação das toxinas do organismo, acredita-se que a carne esteja repleta de agentes tóxicos.

Um fígado doente certamente é excessivamente rico em gorduras saturadas e, se estiver disfuncional, pode armazenar algumas toxinas. Isto não ocorre, no entanto, com bois e vacas saudáveis destinados ao abate.

O fígado – de boi ou de qualquer outro mamífero – não é um depósito de substâncias prejudiciais à saúde, destinadas à excreção. O órgão é uma “central de processamento”; ele recebe as substâncias, identifica e dá a destinação adequada. O fígado é capaz de converter proteínas em glicose, por exemplo.

Ele também transforma glicose em glicogênio (a principal reserva de energia das células), fabrica os triglicérides (gorduras que são estocadas para eventuais necessidades orgânicas) e neutraliza as toxinas, ao encaminhá-las para a excreção. Em outras palavras, o órgão manda as toxinas para fora do corpo.

Seja como for, é importante certificar-se da procedência do fígado, antes de consumir ou dar para o cachorro. Compre sempre carnes fornecidas por produtores de confiança, certificados pelo Ministério da Agricultura e outras autoridades sanitárias.

Em casa, mantenha a peça refrigerada e fatie o fígado de boi apenas no momento do preparo, para não perder a suculência (e parte dos nutrientes). Lembre-se de que os pets mais ativos apresentam necessidade de uma quantidade maior de carboidratos.

Propriedades nutricionais do fígado de boi cru

O fígado de boi é uma excelente fonte de proteínas – um pedaço de 50 gramas fornece a quantidade diária necessária para um cachorro adulto de porte médio. Além disso, o corte bovino é rico em:

• vitamina A (retinol) – fortalece o sistema imunológico, melhora a visão e contribui para o crescimento dos filhotes;

• B2 (riboflavina) – contribui para a síntese das proteínas e gorduras. As primeiras constituem e fortalecem ossos e músculos, são reservas energéticas e ajudam a combater infecções. As gorduras são as fontes energéticas primárias e colaboram na construção das células, ajudam a manter o equilíbrio térmico e protegem os órgãos vitais;

• B5 (ácido pantotênico) – contribui para a manutenção da integridade dos tecidos;

• vitamina B6 – participa da metabolização de açúcares, proteínas e gorduras, além de facilitar a absorção do ferro;

• vitamina B9 (ácido fólico) – facilita a absorção de todos os nutrientes e é fundamental durante a gravidez e a lactação;

• vitamina B12 (cobalamina) – contribui para a absorção das proteínas e também na formação da hemoglobina, que transporta oxigênio para as células;

• vitamina C (ácido ascórbico) – protege as células saudáveis da ação oxidante dos radicais livres (previne o envelhecimento precoce) e fortalece o sistema imunológico;

• selênio – tem ação antioxidante, protege a tireoide, fortalece o sistema imunológico e previne algumas doenças cardíacas;

• manganês – essencial para a produção da tiroxina (um dos hormônios secretados pela tireóide, responsável pelo desenvolvimento físico e pela boa saúde ocular), acelera a cicatrização de feridas e facilita a absorção do cálcio;

• ferro – entra na composição da hemoglobina e, por isso, facilita o transporte de oxigênio para as células, previne e combate a anemia, aumenta a disposição física e elimina sinais de apatia e prostração;

• cobre – é um nutriente importante para a formação do colágeno e da elastina, fortalecendo a pele, a pelagem, as unhas, é antioxidante e facilita a absorção de ferro e zinco (atenção: alguns pets apresentam hipersensibilidade ao cobre);

• cromo – reduz a produção do mau colesterol, melhora quadros de diabetes tipo 2 (a mais comum entre cachorros), aumenta a tolerância aos açúcares e participa da metabolização dos carboidratos;

• zinco – fortalece e melhora o aspecto da pele, prevenindo dermatites, e regulariza as funções do fígado. O mineral também previne doenças neurológicas.

Apesar de o fígado de boi apresentar alto grau de colesterol e de gorduras saturadas, ele é tão rico em outros nutrientes importantes para a saúde e o desenvolvimento que continua sendo considerado um alimento benéfico importante para os cachorros, a menos que haja alguma contraindicação do veterinário.

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