Por que meu cachorro treme quando dorme?

Quase nunca é motivo para se preocupar. Descubra por que o cachorro treme quando dorme.

Muitos tutores, especialmente os de primeira viagem, ficam preocupados ao observar que o cachorro treme quando dorme. É muito comum imaginar que ele está sentindo frio – e correr para providenciar cobertores e agasalhos.

Entre os filhotes, é possível que eles estejam realmente com frio. Nos primeiros meses de vida, eles passam a maior parte do tempo ao lado da mãe e dos irmãos de ninhada. Quando são adotados, os cãezinhos perdem o conforto e os aquecedores naturais.

Por que meu cachorro treme quando dorme?

Mas não se trata de uma emergência. Filhotes costumam fazer os tutores perder algumas noites de sono, choramingando principalmente porque querem companhia. Uma almofada ao lado é um substituto eficiente para o “calor do ninho”.

Cães adultos

Mesmo os cães adultos podem sentir frio. Ao observar um cachorro tremendo quando dorme, o tutor pode simplesmente cobri-lo ou colocar um travesseiro junto a ele, para garantir o conforto térmico.

Os animais de pelo curto (e os que foram tosados recentemente) costumam sofrer mais no inverno, mas a sensação varia de indivíduo para indivíduo: entre os peludos, também existem os mais friorentos.

Mas os tremores não são uma regra geral. Eles podem inexistir ou ser muito leves, quase imperceptíveis. Um cachorro treme quando dorme geralmente ao se deitar de lado, posição que propicia o relaxamento mais rápido. Quando caem no sono mais pesado, alguns peludos distensionam totalmente os músculos e podem até mesmo latir e uivar – isto é absolutamente normal.

Os motivos para o cachorro tremer quando dorme

Por que o cachorro treme quando dorme? Em primeiro lugar, é preciso dizer que, se o peludo é saudável e está confortável, provavelmente os tremores têm como causa o relaxamento muscular. As tensões se dissipam e o sono se torna profundo.

Na natureza, o sono é entrecortado com períodos de vigília: é preciso estar atento para garantir a segurança individual e do grupo. Em casa, os cachorros continuam intercalando os estados de consciência: é comum verificar que eles passam do sono profundo para o alerta máximo em questão de segundos.

Por que meu cachorro treme quando dorme?

Mesmo assim, eles dormem bastante. Os filhotes ficam acordados apenas de quatro a seis horas por dia (em intervalos), enquanto os adultos dormem em média 16 horas (os cães de companhia podem dormir mais tempo).

Por isso, os tremores são muito comuns. Evidentemente, os tutores precisam ficar atentos para garantir o conforto e o bem-estar, mas, quanto maior for a confiança na família e no ambiente, mais tempo os peludos permanecerão em sono profundo.

Os sonhos

Os cachorros também sonham, quase sempre reproduzindo situações vivenciadas durante a vigília. Assim como os bebês humanos, eles recapitulam os aprendizados e as descobertas do dia a dia. Com isso, os cães esticam e contraem braços e pernas, distendem os músculos e tendões e “tremem”.

A atividade onírica (os sonhos), assim como a fase de sono profundo, se alternam com períodos de sono leve e sonolência, em que os tremores não são sensíveis. Todas estas etapas são verificáveis através de exames (como eletroencefalografias) e são absolutamente normais: os tutores não têm com que se preocupar.

Os cães são capazes de elaborar cenas vívidas durante o sono, que provavelmente refletem as “preocupações” do cotidiano. Os nossos peludos são dotados de consciência e memória; por isso, imagens do dia a dia costumam povoar o sono, gerando reações (como os tremores leves).

Os cachorros também podem sofrer com pesadelos. À medida que eles convivem com os humanos e outros animais domésticos, eles passam a refletir, ainda que de forma simples e fragmentada, sobre as experiências.

Quando um cachorro treme durante o sono, ele pode estar revivendo situações desagradáveis, como uma briga com o gato da família, um puxão de orelhas ou do rabo por uma criança, a repreensão do tutor por causa de algum malfeito. Estas situações são úteis para reforçar a assimilação das regras de convivência.

É possível identificar os sonhos não apenas através dos tremores. Os cachorros, nos momentos mais agitados, podem esticar as pernas, como se estivessem prontos para fugir de algum perigo. Alguns peludos chegam a emitir ruídos surdos.

Por que meu cachorro treme quando dorme?

Um sinal típico dos sonhos também nos cachorros é o movimento rápido dos olhos (REM, na sigla em inglês). Quando os olhos e pálpebras se movem ou se comprimem, os peludos certamente estão tendo experiências oníricas, que podem se prolongar por alguns minutos mesmo quando os olhos ficam em repouso.

Quando a agitação é brusca e intensa, os tutores podem acordar os cachorros, apenas para poupá-los de uma experiência incômoda ou desconfortável. O despertar precisa ser tranquilo, para não assustá-los. Os peludos podem se sentir um pouco desorientados quando voltam à vigília, mas a confusão se dissipa rapidamente.

O melhor jeito de acordar um cachorro é chamando-o pelo nome. Mesmo os peludos que não relacionam os nomes a si próprios voltam rapidamente ao estado de vigília ao ouvirem vozes familiares. Outra maneira adequada é massagear o dorso, até que o animal desperte (ou pare de tremer, sinal de que os sonhos foram alterados pelo estímulo carinhoso).

Motivos de preocupação

Deparar-se com um cachorro tremendo enquanto dorme raramente é motivo para os tutores se preocuparem. De qualquer maneira, é preciso ter em mente o estado de saúde e o histórico do peludo. Quando a tremedeira vem acompanhada de outros sinais, alguma coisa errada pode estar acontecendo.

É o caso, por exemplo, dos tremores acompanhados pela respiração ofegante. Mesmo assim, alguns animais podem ter a respiração entrecortada quando dormem, especialmente os braquicefálicos (de focinho achatado, como pugs, buldogues e boxers).

Um cochilo mais prolongado com tremedeiras e respiração ofegante pode ser um sinal de que o cachorro está prestes a sofrer uma convulsão, que pode ter diversos motivos. Um quadro convulsivo fica mais definido nos casos de enrijecimento muscular as causas mais comuns são as seguintes:

  • traumas no crânio ou na face decorrentes de lesões e quedas;
  • epilepsia, uma condição congênita;
  • intoxicações por alimentos, plantas, medicamentos, produtos de higiene e limpeza;
  • hipoglicemia (queda súbita da taxa de glicose no sangue).

Eventualmente, os sinais podem indicar problemas mais graves, como tumores no cérebro. Já os casos de convulsões decorrentes de epilepsias geralmente são identificados quando os animais ainda são filhotes e demandam tratamento médico constante.

Vale lembrar que condições de saúde mais delicadas que envolvem convulsões geralmente podem ser observadas durante o estado de vigília. Nestes casos, elas podem vir acompanhadas de dificuldades de locomoção (inclusive de movimentar o pescoço e os braços), sinais de confusão mental e de desorientação espacial.

A hipoglicemia pode indicar problemas metabólicos, como diabetes e transtornos da tireoide – estas doenças também exigem acompanhamento do veterinário e podem ser corrigidas com medicamentos ou mudanças de hábitos (alterações da dieta e aumento da atividade física, por exemplo).

Resta aos tutores ficarem atentos a eventuais batidas durante as brincadeiras, que podem levar a convulsões e tremores (não apenas durante o sono). É importante lembrar que, para um cão de pequeno porte, a queda de um sofá ou de um degrau pode causar lesões.

Medicamentos e produtos de higiene e limpeza precisam ser mantidos fora do alcance dos peludos, assim como alimentos não indicados, como doces, chocolate, frituras, etc. As plantas tóxicas precisam ser retiradas dos canteiros e vasos. Entre as mais comuns em ambientes domésticos, estão a azaleia, comigo-ninguém-pode, espada-de-são-jorge, bico-de-papagaio, costela-de-adão e jiboia.

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