Cães de focinho amassado: dicas de higiene

O focinho dos cães também deve ser objeto da higiene. Pets de cara amassada requerem cuidados.

Shar-pei, buldogue inglês, buldogue francês, pug, boxer, além do mastim napolitano, cão de santo humberto, mastiff inglês, fila brasileiro e dogue de bordeaux, são exemplos de cães de focinho amassado. Além de refeições balanceadas, banhos, idas ao veterinário, passeios, brincadeiras e carinho, todos estes animais – e os mestiços também – precisam de cuidados especiais. A higiene da cabeça é importante para evitar dermatites e proliferação de parasitas.

Os buldogues, o pug, o dogue de bordeaux e o boxer (além do boston terrier, pequinês e shih tzu) são também braquicefálicos. Os criadores acharam bonita a cara amassada e o focinho curto e as raças se tornaram populares. Além dos cuidados com a higiene, eles também sofrem com doenças respiratórias.

O focinho curto é decorrente do crânio compacto. Com isto, as vias aéreas superiores (narinas e laringe) são mais curtas e, por isso, os pets têm o fôlego mais curto. Não é recomendado envolvê-los em atividades físicas intensas. O arquejo destes cães não é tão eficiente e, desta forma, eles não conseguem controlar a temperatura corporal de maneira adequada.

A pele, vale lembrar, é o maior órgão do corpo canino (e nosso também). Consequentemente, é o principal foco de cuidados preventivos e corretivos. A higiene regular previne diversas afecções cutâneas, que podem gerar doenças internas.

Cães de focinho amassado: dicas de higiene
Foto: Buldog e Pug

Os motivos da limpeza

Todos os cães precisam ter o rosto higienizado regularmente, apesar de nem todos os tutores saberem disso. Nossos pets são curiosos, eles literalmente enfiam o focinho em tudo. A sujeira facilita o desenvolvimento de doenças, além de prejudicar a aparência.

E, com tantas pregas e rugas no rosto, fica fácil para alguns parasitas se alojarem. Pulgas, piolhos, carrapatos e ácaros provocam irritação e os cães se coçam. Eventualmente, eles podem ferir a pele, e estes machucados, além de serem de difícil cicatrização, também são portas de entradas para fungos e bactérias nocivos à saúde.

Os cães de focinho achatado apresentam barbelas e rugas no rosto – e às vezes no crânio, orelhas, testa e pescoço. O acúmulo de sujeira (e a própria umidade) facilita o surgimento de dermatites. No caso dos animais braquicefálicos, existe uma tendência genética para o desenvolvimento de alergias – e o quadro tende a se agravar.

Veja também: Cães braquicefálicos: tudo o que você precisa saber

Portanto, se a higiene é importante para todos os pets, para os cães de focinho achatado é uma tarefa imprescindível. A possibilidade de contrair doenças é muito maior nestes animais e, como diz o ditado, é melhor prevenir do que remediar.

Todo cachorro com dobras na pele acumula sujidades nos sulcos. Qualquer coisa pode se depositar: poeira, pólen, terra, areia, farelos da comida, umidade da saliva, das lágrimas das secreções sebáceas e da própria água. Também podem se acumular pelos e células de pele mortas.

Os cães de algumas raças (como o shar-pei) apresentam rugas ainda mais profundas – e o acúmulo de sujeira é proporcionalmente maior. É praticamente um convite para infecções e inflamações. Para alguns animais, é recomendada a remoção cirúrgica do excesso de pele.

Sem a higiene regular, os cães podem desenvolver o chamado intertrigo, ou piodermite das dobras cutâneas. É uma infecção bacteriana comum entre cachorros de focinho amassado (e também nos que apresentam cauda “saca-rolha” ou dobras laterais nos lábios).

O intertrigo pode apresentar-se com mau cheiro, escoriações, perda localizada de pelos e eritema (erupção de espinhas na pele). O tratamento é feito com a higiene e desinfecção da área afetada. Xampus com peróxido de benzoíla na formulação ajudam a corrigir o problema e evitam recaídas. Em alguns casos, é necessário aplicar pomadas e cremes antibióticos e anti-inflamatórios.

As dicas

A higiene do focinho amassado pode ser feita em casa, uma vez por semana, de um jeito simples. O ideal é acostumar o cachorro desde filhote, para que ele não se sinta ansioso ou irritado durante a limpeza.

Use água (de morna para fria) e um sabonete ou xampu com pH neutro para a higienização. Faça a tarefa com as mãos, com gaze, lenço umedecido ou uma mecha de algodão – nunca use cotonetes, porque eles podem simplesmente empurrar a sujeira para dentro dos poros.

“Não é força, é jeito”. Tenha isto em mente na hora da higiene do rosto do seu peludo. Caso você “se esforce demais”, provavelmente a pele ficará irritada por causa da fricção e a limpeza deixará de ser eficaz para se tornar nociva.

Existem soluções veterinárias para a limpeza dos sulcos e das orelhas dos cachorros, disponíveis nas pet shops. Se você optar por uma delas, certifique-se de que o pH do produto seja neutro, de preferência sem perfume e hidrossolúvel – os sabonetes e xampus oleosos não são indicados para os cães de focinho amassado.

É importante dedicar uma atenção especial para a secagem do rosto do pet. Use qualquer tecido macio – não use toalhas felpudas, porque dificilmente elas alcançarão todas as dobras e poderão deixar farpas nas rugas. Se o cachorro concordar, a tarefa pode ser realizada com um secador de cabelos (na temperatura mínima).

A secagem é um processo demorado. Para facilitar a tarefa, deixe alguns brinquedos por perto, para que o seu peludo possa se distrair durante a higiene. É preciso garantir que todos os sulcos estejam limpos e totalmente secos antes de soltar o pet para as aventuras do dia.

Nunca deixe a tarefa no meio: em vez de prevenir eventuais doenças, você estará facilitando as inflamações e infecções cutâneas, caso deixe a pele úmida ou com produtos de higiene.

Os intervalos semanais entre as higienizações dependem bastante do tipo de cachorro. Caso ele tenha sulcos muito profundos, a limpeza provavelmente terá de ser feita com mais frequência. Vale o mesmo para os “curiosos”, que estão sempre enfiando o nariz onde não são chamados. Tudo depende, portanto, das condições anatômicas e do temperamento do pet.

Outros cuidados

A limpeza do rosto dos animais “enrugados” não se limita apenas às raças citadas anteriormente neste artigo. Os cães sem raça definida que apresentam sulcos mais ou menos profundos também precisam de cuidados faciais, para garantir a saúde e a qualidade de vida. A vulva e a cauda igualmente precisam de inspeção e limpeza.

Cães de outras raças também precisam de atenção especial. Todos os animais que apresentam barbelas nos lábios precisam ser higienizados regularmente. Os “orelhudos”, como o cocker spaniel, merecem cuidados nas orelhas – você já reparou que, muitas vezes, elas mergulham na água toda vez que o peludo vai matar a sede? Em pouco tempo, elas ficam parecidas com panos de chão sujos e cheias de germes, que podem ser prejudiciais.

Alguns cachorros apresentam dobras no tronco, que precisam ser limpas da forma correta. Estas dobras surgem devido ao excesso de pele e são comuns em muitos mastins napolitanos, shar-peis e cocker spaniels.

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