Como criar um pit bull para ser dócil?

Um pit bull pode ser dócil e brincalhão. Veja as regras para criar um parceiro para todas as horas.

O pit bull é um dos cães contemporâneos mais temidos e o medo não é sem motivo: a raça foi desenvolvida para lutar com outros cães (“pit”, em inglês, significa “rinha”) e, nos cruzamentos seletivos, foram usados cães agressivos. Mas um cachorro para a família deve ser confiante, brincalhão e amoroso – existem algumas regras para criar um pit bull se tornar um animal dócil e agradável.

Apenas os cachorros empregados em operações policiais e de segurança devem ser treinados para ataque e defesa; mesmo assim, somente depois de terem assimilado os comandos de obediência. Caso eles sejam estimulados primeiramente para a agressividade, esta será a base com que absorverão outros aprendizados.

Como criar um pit bull para ser dócil?

O pit bull atualmente é adotado como cão de companhia: as rinhas estão proibidas em quase todos os países. O tutor é responsável por todos os atos dos animais domésticos e de estimação. Por isso, além de um cão bravo ser desagradável e intimidador, também pode acarretar problemas jurídicos para a família, sem falar de acidentes dentro de casa.

Esta raça é indicada para pessoas com experiência no convívio com cachorros. Os tutores devem ser firmes e exercer claramente a liderança do grupo familiar. Os cachorros não se incomodam com a postura de submissão: para eles, este status é garantia de alimento, abrigo, segurança, etc.

Dicas de adestramento do pit bull

Treinar um pit bull para ser dócil segue as mesmas diretrizes do aprendizado de todos os cães. Os tutores devem ser apenas mais firmes, mas muito pacientes: a raça não é indicada para pessoas que nunca conviveram com cachorros ou são muito permissivas na parceria.

Todo pit bull é naturalmente autoconfiante: nenhum lutador exibe traços de covardia. Por isso, o método recomendado para criar um cão dócil e amigável é o adestramento positivo, que consiste em premiar todas as condutas adequadas, não apenas com recompensas materiais, como petiscos e brinquedos, mas também com agrados e palavras de incentivo.

Os biscoitos e bifinhos, aliás, podem deixar de ser oferecidos logo depois que os cachorros assimilam uma etapa do aprendizado, mas os estímulos e carinhos devem ser mantidos por toda a vida. Especialmente quando se trata de cães agressivos, como é o caso do pit bull, eles devem sentir prazer em reproduzir as “coisas certas”.

No caso dos erros – e todo aprendizado inclui tentativas e erros –, a postura inicial é ignorar a conduta, mas, caso ela se repita, o pit bull precisa ser repreendido severamente e até mesmo perder algum privilégio, como brincadeiras e lanches extras – lembrando que qualquer guloseima tem de ser descontada da quantidade diária de alimentos, para evitar sobrepeso e obesidade.

Gritos e agressões físicas não fazem parte do repertório de um bom adestrador: é até possível que o cachorro faça o que se espera dele, mas a motivação, neste caso, será o medo, que vem sempre acompanhado pela raiva. Nem é necessário dizer: um cachorro medroso e com raiva é uma bomba prestes a explodir.

Como criar um pit bull para ser dócil?

O adestramento começa pelos comandos básicos. Trata-se do treinamento de obediência, em que o pit bull irá aprender a atender chamados, ficar no lugar, deitar-se, sentar-se, ficar ao lado do tutor, subir, descer, etc. Tudo isso deve ser encarado como brincadeira pelo animal, um momento especial com o tutor, que pode e deve ser ampliado para toda a família.

Os comandos básicos, que incluem o “sim” e o “não”, são fundamentais no dia a dia, para evitar o excesso de latidos, manifestações agressivas no portão com o vaivém das pessoas, xixi no lugar errado, voracidade na hora das refeições, etc.

Eles também são valiosos nas caminhadas, para controlar a marcha. Pit bulls não costumam ser dominantes em relação aos humanos, mas os tutores precisam deixar claro quem está no comando: os comandos são usados para definir a marcha, as paradas, etc. Nos primeiros passeios, não se esqueça de levar um pacote de petiscos, para premiar as “boas condutas”.

A socialização do pit bull

Este é um dos aspectos mais importantes na criação de qualquer cachorro. A socialização nada mais é do que a apresentação de um mundo construído pelos humanos, muito distante das relações naturais. Integrados ao nosso mundo, os cachorros não têm mais um ambiente natural: apenas os selvagens permanecem espalhados pelas cada vez mais raras savanas e estepes.

A socialização é muito mais fácil para os filhotes: eles estão abrindo os olhos para o mundo e não entendem nada sobre ele. Mas, com algum esforço e paciência, é igualmente possível criar um pit bull já adulto para assimilar novas regras. Os cães resgatados das ruas e de abrigos aprendem com mais facilidade do que os “herdados” de parentes e amigos, porque eles têm como referência a sofrida rotina dos maus tratos e do abandono.

O pit bull tem, especificamente, maior dificuldade para conviver com outros cachorros – seja em casa, seja em espaços públicos visitados nas caminhadas diárias. Criado para combater cães, ele é muito intolerante. Mas a interação com humanos e até mesmo com gatos tende a ser mais harmoniosa.

O treinamento do pit bull

A melhor etapa da vida para começar a criar um pit bull dócil e amigável é a partir das oito semanas de vida, quando o filhote já está afastado da mãe e da ninhada e faz as primeiras explorações do ambiente. O adestramento deve ter início logo no primeiro dia de convivência, com a apresentação do dormitório, do banheiro e da cozinha: respectivamente, a caminha, o quintal ou tapete higiênico e o local das tigelas de ração e água.

Quando ainda estão em amamentação, os cachorros podem sofrer algumas experiências negativas (medo, frio, fome, etc.) que podem ter sido traumáticas. O tutor precisa estar tranquilo e bem-humorado nas primeiras interações, para que o peludo entenda que ocorreram mudanças profundas, mas não necessariamente ruins. Isto também acontece com cães abandonados ou negligenciados.

A opção pela raça

Ao amadurecer a ideia da adoção, quando a raça é escolhida, o candidato a tutor deve reunir informações sobre o pit bull. Vale lembrar que há muita confusão sobre o termo “pit bull”, que muitas vezes é usado para outros cães, como o american staffordshire terrier (amstaff), o staffordshire bull, o buldogue americano, o bully, etc.

American Bully, muito confundido com o Pit Bull.
American Bully, muito confundido com o Pit Bull.

No Brasil, a CBKC e outras associações cinológicas registram separadamente as raças e o mais conhecido por aqui é o american pit bull terrier. Os cruzamentos seletivos vêm sendo aprimorados, para fixar características físicas e comportamentais, um passo importante para o reconhecimento internacional desses cachorros como raça independente.

Escolhendo o filhote

Por isso, é muito importante visitar o canil, conversar com os criadores, adestradores, veterinários, etc. É fundamental observar o comportamento dos pais da ninhada disponível: é muito provável que os filhotes tenham comportamento semelhante ao exibido pelos pais.

A avaliação também é útil para verificar a conformação física. Os canis responsáveis também fornecem históricos de saúde dos seus cachorros e geralmente evitam usar, nos acasalamentos, animais com displasia de quadril a doenças oftalmológicas, como catarata e atrofia progressiva de retina, duas doenças comuns nos animais do tipo bull.

Dicas úteis

Se for possível, escolha o pit bull como o segundo cachorro da família. Um cão de briga não gosta de viver com adversários em potencial, mas, quando é introduzido em um ambiente novo, tende a ser submisso com os “veteranos”. É mais fácil criar um pit bull dócil em uma casa que já tem outros cães, gatos, crianças, etc.

Compre mordedores. Nos primeiros meses de vida, durante a troca dos dentes, os cachorros mordem tudo que encontram para aliviar o incômodo. Se não houver brinquedos macios e duros, eles podem atacar pés de móveis, calçados, etc., mas também as mãos e pés dos tutores. Quando um pit bull descobre que a mordida é uma “arma possante”, pode usá-la para intimidar ou agredir os inimigos em potencial.

Não deixe o pit bull isolado no quintal. Ele é um cão de companhia: se quiser um animal para guarda, escolha um pastor alemão ou um dogue alemão, que são territorialistas, extremamente atentos e agressivos com estranhos, mas dóceis com a família. As raças consideradas violentas precisam ainda mais interagir com os “diferentes”.

Adotar um pet é um compromisso de longo prazo. Quando se escolhe um cachorro, a primeira informação é a de que ele é um ser gregário, que vive em grupos organizados há milênios. Por isso, um pit bull nunca deve ser deixado sozinho por longos períodos sem atividades para se distrair.

Lembre-se: um cachorro não é uma propriedade: é um ser vivo que deve ser amado e cuidado. A negligência nas atenções diárias é o principal fator de estímulo para a agressividade do pit bull. O tutor precisa reservar tempo para brincar, passear, cuidar da aparência, da higiene e da saúde, etc.

A solidão e o tédio estimulam hábitos inadequados, como destruição de móveis e objetos de decoração, violência (que inclui a agressividade, manifestada nas mordidas nas patas e perseguições à cauda) e fugas, se houver saídas disponíveis.

Um pit bull entediado pode igualmente se tornar medroso e ansioso. Por isso, os tutores precisam enriquecer o ambiente em que eles passam sozinhos alguma parte do dia com brinquedos, uma janela entreaberta, áudios e vídeos por alguns instantes, etc.

Muitas pessoas escolhem o pit bull justamente para treinar um “cachorro bravo”. Nestes casos, o problema não está na raça, mas nos chamados “pit boys”. Todos os cães mantêm os instintos agressivos herdados dos lobos – cabe aos tutores desestimular certas condutas, para evitar acidentes e garantir um relacionamento agradável e positivo.

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